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Apontamentos Arte Medieval pt

Arte Medieval (Universidade do Minho)


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Arte Medieval
Cronologias essenciais:

• Por volta dos anos 1000 – a Arte Românica surge, uma nova linguagem emerge.
Gestação de uma nova arquitetura.
• 1050 – As características definidoras desta Arte já estão implementadas e os seus
recursos construtivos característicos também.
• 1143 – Constrói-se novas obras arquitetónicas numa nova Arte – a Gótica. Porém, o
romântico não desaparece, andando estas duas vertentes em paralelo.

Arte Românica.
Causas / Circunstâncias:

- Com o término das invasões Bárbaras, Muçulmanas, (etc.), assistimos


ao aumento dograu de pacificação. Apesar de não ter existido uma paz total, nota-se
que existiu um apaziguamento que veio a influenciar o crescimento de atividades
económicas, com maior importância: a agricultura e pecuária (passam a ser as
atividades principais a partir do ano 1000). Graças ao crescimento destas duas
atividades económicas e da sua progressão, assistimos à existência de excedentes,
que por sua vez originam riqueza.

Desenvolvimento económico, aumento populacional,


arroteamentos.

O início da construção de igrejas românicas, deu-se após a diminuição das vagas de


invasões.

«A Europa cobre-se de um manto branco de Igrejas» - Raul Gladê

- Desenvolvimento das ordens religiosas já existentes (exemplo:


Ordem de S.Bento, Cluny e Cister) - No caso de Cluny, (ordem fundada por um
duque que queria proteger o mosteiro do clero e da nobreza borgonhesa, colocando
o mosteiro sob a égide do papa),vai criar um sistema de abadias mãe e filhas, que
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consiste na mobilização de monges de mosteiro em mosteiro. No caso de Cister,


este vai andar em paralelo com o de Cluny, criando uma “equipa”: monges, que
tinham mais votos; conversos, que tinham menos votos e conferia-lhes mais
liberdade e mobilidade, espalhando a nova linguagem românica. Os conversos
pregam como se deveriam construir os mosteiros românicos (normalmente as suas
estruturas eram de madeira ou pedra) e a sua equipa constituinte (vários monges,
um bispo e alguns conversos).

Ilustração 1 - Mosteiro cisterciense de Sta. Maria de Alcobaça

A Proliferação desta arte foi graças às ordens religiosas e à população medieval, mais
concretamente às viagens de peregrinos aos grandes centros religiosos: Roma, Santiago e
Jerusalém. Os peregrinos ao passarem por estes locais de interesse religioso, tomavam ideias
para depois poderem copiar as “novas tendências” no seu país. Entretanto a força militar
também tem um papel decisivo para a difusão artística, tendo como exemplo as cruzadas (a
segunda cruzada pregada por Claraval).

De onde vem a designação Arte Românica?

No século XVIII começou-se desenvolver a designação “Arte Românica”

Com as lutas liberais, o estado separou-se da Igreja, querendo os liberais


apoderaremse da riqueza que as instituições religiosas continham. Os mosteiros foram alvos das
revoluções: os mosteiros masculinos foram vendidos pelo Estado e a alta Nobreza comprou-os;
os mosteiros femininos só foram desamortizados mais tarde, porém, não aceitavam novas
mulheres, para que quando morresse a última o pudessem vender. Depois dos mosteiros serem
adquiridos por privados, estes vendiam o seu recheio, conseguindo grandes fortunas com as
relíquias.
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No século XIX grupos de intelectuais depararam-se com esta situação, com a venda
de património e a sua destruição. Indignados, organizam movimentos que visavam a proteção
das antiguidades. Ao estudarem e ao preservarem todos os monumentos, estes percebem que na
Idade Média a Arquitetura não é homogénea, então decidiram colocar “em gavetas” os dados
adquiridos: Arte Gótica, Arte Românica. A Arte Românica designa a arte proveniente de países
da língua românica (latim) e da comparação de certas características com a Arte Romana.

Características da Arquitetura Românica:

A Arte Românica tem como objetivo/ideal construir todos os seus monumentos de


forma durável, porém dependia dos recursos financeiros de cada zona. Para tornar as
construções mais resistentes, tinham que eliminar o uso da madeira (perecível – terramotos,
incêndios, etc.). Portanto, o objetivo era que a construção fosse toda em Pedra. A sua forma
robusta e a sua falta de iluminação também ajudavam à defesa de ataques dos “infiéis”.

Elementos Constituintes da Arquitetura Românica

• Abóbada de Berço ou Canhão – esta abóbada exerce um peso muito


grande ao longo de toda a sua superfície, muito robusta. Tinha a
necessidade de contrafortes para aguentar o seu peso.

• Abóbada de Arestas – é formada pela interseção de duas abóbadas de


berço. Dava mais leveza à obra arquitetónica.

• Cúpula sobrependente – cúpula que se apoiava sobre formas


triangulares concavas, construídas a partir dos ângulos do quadrado
inferior.

• Cúpula sobre trompas – as trombas são o elemento que faz a transição

da forma quadrada da base para a circular onde se apoia a cúpula.


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• Arco ultrapassado ou em ferradura – este arco ultrapassa a linha do


diâmetro.
• Arco perfeito ou volta inteira – faz uma volta de 180* e é o mais
utilizado na Arquitetura Românica.

• Arco Peraltado ou de ponto subido

Função dos Arcos:

• Arco Formeiro – permite a ligação entre naves  Arcos Torais – ajudam a suportar as
coberturas
• Arcos diafragma – suportam os ligamentos de madeira do telhado

Consequências da utilização da Arquitetura Românica:

• A arquitetura românica é robusta e é necessário uma grande superfície de sustentação e


suportes robustos.
• No seu exterior é necessário muros duplos de enchimento de cimento e argamassa
oucascalho.
• São necessários os contrafortes
• Colunas adossadas (Mantém a memória do clássico, porém não cumpre as regras).
• Iluminação parca feita apenas por aberturas pequenas (óculos – aberturas circulares
pequenas)

Ilustração 2 - Exemplo de Contraforte (nº 8)


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Ilustração 3 - Exemplo de colunas adossadas

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