Faculdade Campo Real – Curso de Arquitetura e Urbanismo –
Disciplina: História da Arquitetura e do Urbanismo I – Profa. Ma. Vanessa S. Deister
2º BIMESTRE – VALOR: 1,0 PONTOS
ATIVIDADE 1 - FICHAMENTO
Identificação/Nome do aluno: ANNE VALESKA WICHINOSKI
Identificação do Texto: FAZIO, Michael. MOFFETT, Marlan. WODEHOUSE, Lawrence. A História da Arquitetura Mundial. Porto Alegre: AMGH, 2011.
Assunto: A arquitetura Medieval Primitiva e a arquitetura românica.
Páginas fichadas: 197-204 e 210-217. ____________________________________________________________________ Citações: “[...] os nômades gradualmente se assentaram, se converteram ao cristianismo e tentaram dar continuidade às tradições de governo romanas, as quais admiravam profundamente, ainda que carecessem da mesma capacidade como administradores. (página 197)” “Os assentamentos urbanos e a economia monetária que sustentava o governo de Roma foram substituídos por pequenas unidades agrícolas organizadas por líderes locais, que moravam em habitações fortificadas e controlavam à força as terras do entorno. (página 197)” “Em termos de desenvolvimento da arquitetura, foi mais significativo o esforço que surgiu por toda a Europa, de modo tímido até um tanto grosseiro, de construção de igrejas e monastérios de alvenaria e com abóbadas que resistissem a incêndios. (página 198)” “Apesar de Carlos Magno e seus arquitetos admirarem as edificações romanas, eles não dispunham dos conhecimentos de construção necessários para replicá-las, assim, quando comparadas a seus protótipos antigos, as obras carolíngias talvez pareçam um tanto grosseiras. (página 198)” “A Capela Palantina de Aachen (792-805) foi projetada por Odo de Mentz [...]. A construção, com suas abóbadas de berço e arestas, além da abóbada de claustro central, reflete as práticas romanas tardias, em vez das técnicas de construção bizantinas empregadas em San Vitale, e sua planta baixa também é uma simplificação da geometria complexa da igreja de Ravena. (páginas 198 e 200)” “Enquanto as igrejas paleocristãs apresentavam campanários ou torres de sino independentes – quando as tinham – no período carolíngio, as torres passaram a ser geralmente incorporadas à própria igreja. (página 200)” “Nessas poucas edificações carolíngias que chegaram até nós, podemos identificar elementos das civilizações romana, paleocristã, bizantina, islâmica e do norte da Europa fundidos em algo que deve ser considerado a aurora de uma arquitetura típica da Europa Ocidental. (página 202)” “A única instituição socialmente coesa que transcendia os grupos regionais era a Igreja, que organizou a Europa medieval em dioceses eclesiásticas, cada qual administrada por um bispo. A sede da autoridade episcopal frequentemente era uma cidade que havia sido o centro de uma província romana, e grande parte da estrutura governamental da Roma Antiga foi preservada na organização da Igreja. (página 202)” “Além dessa divisão de dioceses baseada nas cidades, havia os monastérios, na maioria rurais, que cresceram e prosperaram como nunca antes no período medieval. (página 202)” “Poucas instituições tiveram impacto tão amplo na arquitetura do período medieval como o monasticismo. (página 202)” “A sociedade da Idade Média se dividia, grosso modo, em três classes: aqueles que lutavam (os senhores feudais, proprietários de terra, e seus cavaleiros); a classe trabalhadora (os camponeses, também chamados de vassalos); e aqueles que oravam (os sacerdotes e monges). (página 202)” “Mais ou menos na mesma época, desenvolveu-se a ideia de que grupos de monges poderiam viver juntos, formando comunidades e monasticismo, tanto de eremitas como de irmandades monásticos, se difundiu rapidamente do Egito para as fronteiras do mundo cristão. (página 202)” “A principal exigência para a construção de monastério era a disponibilidade de uma fonte de água segura [...] os edifícios monásticos e suas fazendas preservaram e aperfeiçoaram o que havia de melhor na arquitetura, nas artes e na agricultura. A civilização medieval por toda a Europa foi desenvolvida em grande parte por meio da obra de seus monges. (página 202)” “Em 817, os abades dos principais monastérios carolíngios fizeram uma conferência para resolver as diferenças na interpretação da Regra Beneditina e dela surgiu um documento detalhando o leiaute básico de uma abadia beneditina. Conhecemos este desenho graças a uma cópia enviada ao abade do monastério de Saint Gall. A planta baixa permaneceu na biblioteca da abadia até ser redescoberta, no século XVIII. [...] é o desenho de arquitetura mais antigo do período medieval que ainda resta; dele, estudiosos modernos, como Walter Horn e Ernest Born, conseguiram deduzir muitos aspectos da vida monástica e das práticas de edificação durante o período carolíngio. A planta baixa da Abadia de Saint Gall estabelece claramente os componentes necessários para uma comunidade religiosa autossuficiente. (página 202)” “Ao contar o número de leitos representado na planta baixa, Horn e Born concluíram que o monastério foi projetado para aproximadamente 110 monges. (página 204)” “[...] todas as edificações foram projetadas para que coubessem em um único pergaminho [...] (página 204)” “A Planta Baixa da Abadia de Saint Gall, com sua organização clara das necessidades de uma comunidade monástica, é um bom exemplo de alta qualidade do planejamento funcional obtido pelos arquitetos carolíngios. Embora nenhum monastério tenha sido construído seguindo à risca este modelo de leiaute, suas disposições foram empregadas nas abadias beneditinas ao longo de todo o período medieval. (página 204)” “A arquitetura otoniana é, por várias características, uma extensão das tradições carolíngias – ela é a expressão germânica do Românico. (página 210)” “[...]catedral imperial de Speyer [...] As influências da Lombardia são visíveis nos capitéis cúbicos da cripta e nas bandas lombardas (arcos e pilastras com balanços sucessivos) das paredes externas. (página 210)” “Na região sul do Sacro Império Romano, a herança clássica de Roma influenciou muito a Arquitetura Românica. As cidades italianas desenvolveram suas próprias versões do Estilo Românico, mantendo uma forte relação com o passado clássico e praticamente não sofrendo influências do norte da Europa. Em geral, a basílica paleocristã continuou servindo como modelo para a maioria das Igrejas, que raramente tinham cabeceira horizontal ou torres laterais, como se via na arquitetura otoniana ou carolíngia. (páginas 210 e 212)” “A catedral de Pisa [...] foi implantada solta no terreno e é uma edificação mais elaborada, embora ainda se aproxime das tradições paleocristãs.(página 212)” “Em planta baixa, San Ambrogio segue a tradição paleocristã. Um átrio com arcada precede o espaço principal da igreja, e a abside semicircular e as absidíolas das extremidades das naves laterais com abóbodas de arestas finalizam esta basílica sem transepto. As galerias sobre as naves laterais ajudam a sustentar o empuxo causado pelas abóbadas da nave central, mas elas impedem a possibilidade de iluminação por um clerestório. (página 214)” “Além do monasticismo, o período medieval foi marcado por outra importante instituição religiosa: a peregrinação. [...] Todas as igrejas fundadas desde o Período Carolíngio precisavam ter relíquias em seus altares que atraíssem peregrinos locais, nacionais e internacionais. Jerusalém e Roma eram os centros de peregrinação mais famosos, mas eles também correspondiam às viagens mais caras e perigosas para os europeus do norte (página 214)” “Compostela se tornou a meta de milhares de peregrinos à medida que os relatos de milagres realizados por São Tiago motivaram pessoas de todos os confins da Europa a visitar seu túmulo e orar por sua intervenção. Aos poucos se desenvolveu uma rede completa de estradas e estalagens para atender a onda crescente de peregrinos rumo a Compostela. Os monastérios, centros tradicionais de hospedagem de viajantes, passaram a ter problemas com o número cada vez maior de visitantes, que perturbavam seu ciclo diurno com vários cultos. Para acomodar melhor tanta gente, os monges modificaram a planta baixa em basílica, passando a incluir um deambulatório, como o visto em Saint Philibert de Tournus, que servia como uma extensão de abóbadas laterais e oferecia uma passagem contínua em torno de toda a igreja. (página 214 e 215)” “As igrejas construídas em resposta às peregrinações são comuns nas principais estradas que levam a Compostela. Cinco destas maiores igrejas são tão similares em planta baixa, tamanho e detalhes de arquitetura que nos mostram claramente que as ideias artísticas eram levadas ao longo das estradas. (página 215) ” “Todos que entravam na igreja sem dúvida conseguiam entender a relação entre suas ações e o destino que lhes aguardava no além. Este tímpano, como a maioria das esculturas românicas, tinha um propósito extremamente didático, além de sua função decorativa. (página 217)” ____________________________________________________________________ Resumo: No texto percebe-se que nas mais variadas localidades da era medieval, existia uma influência muito grande de outras culturas, como a Românica, paleocristã e bizantina. A maior influência tanto nas construções como na arte e culturalmente era a religião. As maiores construções eram os monastérios, que incluíam partes de cultos, e também tinham uma função de moradia para os que praticavam a religião. A arte que se encontrava nas paredes dos lugares religiosos também tinham uma função didática, já que muitos dos moradores não eram alfabetizados. Em forma de imagens eram encontrados fundamentos da igreja, que era comum à todos. Com a peregrinação, houveram muitas mudanças para acomodar a passagem das pessoas que praticavam a religião, como construção de estradas e extensões nas abadias. Pode-se ver nesse texto que a religião foi de grande importância na arquitetura medieval definindo grandes conceitos tanto arquitetônicos tanto culturais desse período.