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ROMÂNICA:

Arquitetura românica é um estilo arquitetônico que surgiu na Europa por


volta do século X e durou até a segunda metade do século XII. Suas
principais características são as paredes robustas, os arcos arredondados e as
janelas pequenas. O termo “românico” faz referência à influência da
arquitetura romana presente em vários elementos desse estilo arquitetônico.

1. Arquitetura românica: Catedral da Sé do Porto, Portugal (foto: Espiando


pelo Mundo)

Devido à sua proximidade com a arquitetura gótica e outros estilos


arquitetônicos anteriores, é difícil fazer uma distinção clara de quando
surgiram os primeiros elementos da arquitetura românica.

Essa é uma situação comum quando falamos de arquitetura medieval, já que


a evolução dos estilos aconteceu de forma lenta e gradual. No entanto, a
arquitetura românica apresenta algumas características únicas que vamos
trazer aqui.

Janelas pequenas
Na arquitetura românica, não há muitas janelas e aquelas que existem são
pequenas. Essa característica têm um motivo: o objetivo era impedir a
entrada das “forças do mal”. Já em castelos, o propósito era evitar o ataque de
inimigos durantes as guerras.

2. Arquitetura românica: Igreja Germiny des Prés (foto: Pinterest)

Parede robustas

As paredes das obras da arquitetura românica são grandes e sólidas. Além do


intuito de defesa, uma das explicações para essa característica é que as igrejas
românicas não eram desenvolvidas nos grandes centros urbanos e nem
tinham influência do gosto refinado da nobreza.

Como, naquele período, o poder do rei estava enfraquecido e não havia vida
social na corte, a Igreja tornou-se o único local que encomendava trabalhos
artísticos. Seu único objetivo era ser vista como uma extensão do poder
divino e a robustez das paredes de alvenaria trazia essa percepção. Por esse
motivo, elas eram chamadas de “A Fortaleza de Deus”.
3. Arquitetura românica: Notre-Dame de Paray-le-Monial, França (foto:
Wikipédia)

Capitéis

As obras da arquitetura românica têm como uma das principais características


a presença de capitéis inspirados na arquitetura romana.

Arquitetura românica: capitéis da sé velha de coimbra (foto: Arte Medieval)

Abóbadas
As abóbadas usadas na arquitetura românica tinham dois estilos: de berço ou
de aresta. Vamos a uma breve explicação sobre elas:

Abóbada de berço: consiste num semicírculo – o arco pleno – ampliado


lateralmente pelas paredes. Apresenta duas desvantagens: o excesso de peso
do teto de alvenaria e a reduzida luminosidade interna.

Abóbada de arestas: consiste na intersecção, em ângulo reto, de duas


abóbadas de berço apoiadas sobre pilares. Sua vantagem em relação à
abóbada de berço é a leveza e maior iluminação interna.

Arquitetura românica: abóbadas de berço e aresta (foto: Toda Matéria)

Feitas de pedra, elas traziam uma sensação de solidez para as obras. Trata-se
de mais um elemento inspirado na arquitetura romana.

Arcos ogivais

Os arcos ogivais na arquitetura românica aparecem apenas em algumas obras


construídas em meados do século XII. Esse elemento, que ficou famoso na
arquitetura gótica, foi usado por alguns arquitetos em obras românicas como
forma de experimentação.

Um exemplo de obra da arquitetura românica com arcos ogivais é a Abadia


de Fontenay, localizada na França.
4. Arquitetura românica: Igreja da Abadia de Fontenay, França (foto:
Pinterest)
Arquitetura românica: Forja da Abadia de Fontenay (arcos ogivais) – Foto:
Wikipédia

Tímpanos

Tímpanos são espaços, geralmente triangulares ou em formato de arcos, que


eram usados nas entradas de igrejas, catedrais ou templos. Eles podiam ser
lisos, ter ornamentos ou até mesmo esculturas.

Podemos ver os tímpanos em várias igrejas românicas. Abaixo, temos um


exemplo na Catedral de Autum, localizada na França.

Arquitetura românica: tímpano na Catedral de Autum (foto: MeisterDrucke)

Vale destacar que as pinturas e esculturas românicas tinham temática


essencialmente didático-religiosas, com produções voltadas para adornar os
templos, bem como para instruir sobre os princípios da fé católica.

Frontões e colunas

Esses elementos estão mais presentes na arquitetura românica da Itália.


Diferentemente do resto da Europa, as obras românicas italianas não têm
formas pesadas, duras e primitivas. Por estarem mais próximos dos exemplos
das arquiteturas grega e romana, os construtores italianos deram às igrejas um
aspecto mais leve e delicado.

5. Arquitetura românica: Catedral de Pisa, Itália (foto: Pinterest)

Igrejas românicas: veja exemplos incríveis!

Grande parte das igrejas românicas foram construídas ao longo de uma rede
de estradas associadas à peregrinação. O exemplo mais famoso, que faz
muito sucesso até hoje, é a Catedral de Santiago de Compostela, na Espanha.

Embora sua fachada tenha o estilo barroco, no interior da obra predomina a


arquitetura românica.
6. Arquitetura românica: Catedral de Santiago de Compostela, Espanha (foto:
catedraismedievais.blogspot)

Naquele período, os peregrinos viajam para visitar os santuários cristãos e


conhecer as relíquias que ficavam depositadas nesses locais. Diante desse
contexto, as Igrejas tiveram que aumentar os espaços internos e organizá-los
de uma forma que facilitasse a acomodação dos visitantes durante a
peregrinação.

É por isso que as igrejas românicas seguem o padrão basilical que traz em
suas plantas a cruz latina e, em menor escala, a cruz grega. Um dos espaços
mais característicos desse formato é o deambulatório.
Trata-se de um espaço perto do altar que permite a circulação de pessoas sem
atrapalhar a cerimônia.

Arquitetura românica: planta da Igreja de Santiago de Compostela no formato


de cruz latina (foto: Arquitetura e o Sagrado)

Muitas das igrejas românicas eram anexadas a mosteiros. Eles eram


construídos com a ajuda de doações dos ricos aristocratas da época, que
faziam caridade com o objetivo de serem recompensados com orações.
Diante desse contexto, uma das instituições mais ricas e poderosas do século
XII foi o mosteiro de Cluny, localizado na França.
7. Arquitetura românica: Abadia de Cluny (foto: Pinterest)

Arquitetura românica: Abadia de Cluny – Planta (foto: Pinterest)


GÓTICA:

A Arquitetura Gótica é tida como um marco na história do continente


europeu e das artes em geral, uma vez que rompeu com o modelo de
construção vigente e se tornou uma vertente inovadora. O estilo surgiu em
meados do século XII e foi padrão para as construções até o século XV.

O gótico trouxe as famosas abóbadas ogivais. Elas permitiam a ampliação


das dimensões laterais e possibilitavam que as construções fossem mais
altas e, consequentemente, maiores.

Essa técnica também tornou os projetos flexíveis, fazendo com que as


colunas deixassem de ser largas e grandes para terem formato discreto e
visual leve.

O estilo é conectado às práticas religiosas mais fortes da época, em especial


o catolicismo — o que faz com que suas características estejam muito
presentes em igrejas, catedrais e edifícios públicos. Em geral, as plantas
dos projetos tinham formato de crucifixo, por isso a iluminação do interior
era tão importante.

Consideradas símbolos religiosos, as obras arquitetônicas e seus aspectos


construtivos eram baseados no comportamento da sociedade e nas
influências que comandavam as relações.
Por isso, muitos prédios se caracterizam pelo visual vertical, com
elementos que apontam para o céu, e pela sensação de superioridade e
supremacia.

Características da arquitetura gótica

A religião foi muito presente durante o período da arquitetura gótica. O


Altíssimo era, verdadeiramente, o centro do mundo para as pessoas.

E esse era, sem dúvidas, o tema mais abordado na arquitetura gótica. Deus
estava em cada detalhe desta arte monumental e suntuosa.

Primeiro, tem a questão da verticalidade da arquitetura gótica. Isso estava


associado à proximidade com o céu. Não é a toa que as torres das igrejas
eram tão pontiagudas e esguias.
Arquitetura gótica: Torre da catedral de Ulm, esguia e pontiaguda

A ideia da arquitetura gótica era apontar a obra para o infinito e diminuir o


homem, destacando sua insignificância diante das divindades.

A própria iluminação interior – possível por meio do número maior de


janelas e portas – era um jeito de banhar sua alma com essa “luz suprema”.

Para ampliar as dimensões dos edifícios da arquitetura gótica, principalmente


a altura, eles desenvolveram as famosas abóbadas ogivais – frequentemente
decoradas com esculturas.
Arquitetura gótica: Todas as abóbadas utilizadas

Arquitetura gótica: Abóbada da Abadia de Westminster

As abóbadas também eram muito utilizadas nos projetos de arquitetura gótica


como sustentação, arcadas e arcobotantes.
Arquitetura gótica: Estrutura de uma catedral gótica

Outra característica da arquitetura gótica, e que remetia à religiosidade, era a


planta com formato de crucifixo.

Arquitetura gótica: Planta da catedral de Amiens

A arquitetura gótica de Notre Dame

A história da catedral de Notre Dame começou no ano de 1163, em um


terreno na Praça Parvis, na “ile de la Cité”, em Paris, França.
Nesse local, ao lado do Rio Sena, muitas celebrações religiosas já haviam
sido realizadas. Primeiro, com os celtas. Mais tarde, com os romanos. E,
posteriormente, com os cristãos.

Arquitetura gótica: Catedral de Notre Dame

A primeira basílica católica ali construída pelos franceses, no ano de 528


d.C., era a Saint-Etienne.

Esta foi substituída por outra, em estilo românico, que perdurou até 1163. A
Notre Dame, dedicada a Mão de Jesus, veio em seguida – quer dizer, mais ou
menos.

Ela levou duzentos anos para ficar pronta. Foi erguida em três estágios. E, no
final, atingiu dimensões impressionantes.

A arquitetura gótica de Notre Dame apresenta 127 metros de comprimento,


48 metros de largura e 35 metros de altura.

Sua fachada é dividida em três níveis horizontais e três verticais, o que


destaca ainda mais suas duas torres, com 69 metros cada.
Arquitetura gótica: Fachada de Notre Dame

No ponto mais alto, ao sul, está o conhecido sino “Emmanuel”. No centro da


construção mais famosa da arquitetura gótica, em sua nave principal, há uma
cobertura abobadada com 210 toneladas, suportada por uma sequência de
colunatas.

E na parte externa, marcando o fundo da estrutura, os arcobotantes.

Eles servem não apenas como elementos estruturais, mas também como
canaletas para escoar as águas pluviais coletadas na cobertura.

A fachada da Catedral de Notre Dame é ricamente ornamentada com estátuas


que retratam cenas bíblicas. O ponto mais marcante é o portal de entrada.

Também se destacam os seus vitrais, sobretudo a roseta, na fachada principal;


e as gárgulas espalhadas pelas paredes.
Arquitetura gótica: Roseta de Notre Dame

Arquitetura gótica: Gárgulas

O ambiente interno é tão majestoso que inspirou o escritor Victor Hugo a


escrever o romance “O corcunda de Notre Dame”, em 1831.
De fato, desde o início até o século XV da era cristã inclusive, a
arquitetura era o grande livro da humanidade, a principal expressão do
homem em seus vários estágios de desenvolvimento, seja como força ou
como intelecto.

– Victor Hugo.

Notre Dame não só foi pano de fundo de acontecimentos ficcionais, mas


também de importantes eventos da história.

Por exemplo, a coroação do rei Henrique VI, em 1431, e de Napoleão


Bonaparte, em 1804.

É nela que foi realizada a beatificação de Joana d’Arc, em 1909. E também


onde estariam guardados, supostamente, em um pequeno relicário, espinhos
da coroa de Cristo.

O triste incêndio na Catedral de Notre Dame

O ano de 2019 deu um duro golpe ao legado da arquitetura gótica. No dia 15


de abril, um incêndio que começou no telhado da Catedral de Notre Dame
causou danos consideráveis à obra.

A agulha da catedral e o telhado foram destruídos, e o interior, junto com


alguns artefatos, ficaram gravemente danificados.

A reconstrução do maior ícone da arquitetura gótica já foi iniciada, e previsão


é que a obra dure 5 anos.
Arquitetura Gótica: Incêndio na Catedral de Notre Dame

A arquitetura romana também possui obras que foram palco de eventos


históricos importantes, sendo que muitas ainda persistem até hoje. Acesse
nosso post e descubra quais são.
A arquitetura gótica da Catedral de Milão

Milão é uma cidade que sempre esteve ligada ao simbolismo religioso e ao


aprimoramento das artes.

Sua construção iniciou em 1386. A ideia dos governantes era renovar a área e
celebrar a política de expansão territorial da família de Gian Galeazzo
Visconti, o duque de Milão.

Talvez por isso a catedral tenha ficado imensa. Ela tem 157 metros de
comprimento, 109 de largura e 45 de altura.
Arquitetura gótica: Catedral de Milão

*Pegar fotos do interior e do teto

O Duomo foi considerado a terceira maior igreja depois da Basílica de São


Pedro, no Vaticano, e da Catedral de Sevilha.

A atual igreja foi construída sobre as ruínas de San Ambrogio, que foi
derrubada em 836 d.C., e de Santa Tecla, que foi destruída em 1075.

Foi uma obra tão complexa que levou 600 anos para ficar pronta – mas só foi
finalizada mesmo em 1965.

Era, na época, o maior canteiro de obras da Europa, o que chamou a atenção


de centenas de escultores, arquitetos e vidraceiros.

A arquitetura gótica da Catedral de Milão impressiona. Ela é repleta de


ornamentações, somando 3400 peças – quase como se fosse um museu a céu
aberto.

O restante da decoração fica por conta dos próprios elementos estruturais e


seus revestimentos.
Há muitas partes feitas em tijolos cobertos de mármore de Candoglia, o que
lhe dá uma beleza cristalina e valor singular.
Os vitrais na arquitetura gótica

Os principais elementos artísticos da arquitetura gótica são os florões, as


gárgulas, as rosáceas e os vitrais.

Estes últimos são pedaços de vidros coloridos, unidos, formando desenhos.

Eles foram usados como ornamentos das fachadas para os interiores das


catedrais da arquitetura gótica.

Mas o berço da pintura em vidro é a região de Ilê, na França, no século X.

Arquitetura gótica: Vitrais góticos


Infelizmente, há poucas amostras reais existentes desse período. Os trabalhos
evoluíram e chegaram à arquitetura gótica como elementos essenciais.

Eles permitiam a maior entrada de luz nas construções, remetendo ao divino,


à consolidação de um novo ideal e a uma atmosfera mais mística.

Um exemplo é a Igreja de Saint Denis.

As imensas janelas apresentavam desenhos geométricos ou representações de


santos e passagens bíblicas.

As combinações eram variadas.

Arquitetura gótica: Vitrais de Saint Denis

Cores empregadas nos vitrais da arquitetura gótica

 
 Tons fortes de azul e vermelho, em obras francesas;

Arquitetura gótica: Vitrais da Sainte Chapelle

 Tons suaves de amarelo, verde e azul, em obras alemãs e inglesas.


RENASCIMENTO: (desenvolvimento da perspectiva linear)

a arquitetura renascentista nasceu em Florença, na Itália, durante o mesmo


período do Renascimento no mundo das artes.
Rompendo com os padrões que reinaram na Europa durante a Idade Média,
o Renascimento deu mais liberdade aos artistas e arquitetos, que se
inspiraram bastante na arquitetura clássica, especialmente na arte greco-
romana.

Porém, os arquitetos renascentistas enxergavam os elementos das antigas


construções sob uma ótica diferente, reinterpretando o passado.
Villa Capra, conhecida como La Rotonda, a mais famosa construção de
Andrea Palladio, um dos expoentes da arquitetura
renascentista (Foto: Hans A. Rosbach)
É por isso que a arquitetura renascentista é considerada por alguns como
um rompimento da arte arquitetônica em inúmeros aspectos, especialmente
considerando que os arquitetos desse período dedicaram um tempo extra às
pesquisas, inovações, invenções e aos aperfeiçoamentos técnicos.

Os dois grandes pilares nos quais se assentam a arquitetura renascentista


são o classicismo e o humanismo.

O primeiro buscava reviver o período clássico, sobretudo a arquitetura


grega e romana. Já o segundo visava colocar o homem no centro de tudo,
em oposição à visão da Igreja que predominou durante a Idade Média, se
contraponto especialmente à arquitetura gótica.

PERÍODOS

É possível dividir a arquitetura renascentista em três grandes períodos, que


são:

1. entre o século XIV e o início do século XV: nesse primeiro


momento, a arquitetura pretendia ser mais classicista, porém sem o
referencial teórico. O estudo da Antiguidade Clássica levou à
adoção de detalhes e diferentes ornamentos;
2. entre o século XV e o início do século XVI: é o que chamamos
de Alta Renascença, com nomes como Leon Battista Alberti e
Donato Bramante;
3. século XVI: as características individuais dos arquitetos começam
a se sobrepor ao estilo clássico, dando origem ao maneirismo.
Grandes nomes dessa época são Giulio Romano, Andrea Palladio e
Michelangelo.
Nos dois primeiros séculos de existência, o Renascimento foi um
movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano. Nesse
período, no restante da Europa, ainda reinavam os estilos gótico e tardo-
românico.
A Queen’s House de 1616 é um exemplo da arquitetura renascentista tardia
em outros países da Europa (Foto: Bill Bertram)
No seu auge, contudo, a estética clássica passou a ser difundida para outros
países europeus. Como as formas de difusão foram diferentes para cada
local, podemos perceber diferentes “arquiteturas renascentistas”. Ou seja,
ainda que a produção desses lugares possa ser considerada renascentista, as
suas características diferem.
Na arquitetura portuguesa, por exemplo, as formas clássicas se difundiram
apenas por um período breve, logo sendo substituídas pela arquitetura
manuelina, uma releitura dos estilos medievais que é considerada por
alguns estudiosos como uma representante do Renascimento Português,
ainda que ela tenha uma estética diferente do classicismo, podendo também
ser inserida no estilo gótico tardio.

Quais são os princípios da arquitetura renascentista?

Apesar de coexistirem diferentes “arquiteturas renascentistas”, existem


algumas características gerais que podem ser vistas no estilo.

Em relação às inspirações clássicas, muitas das releituras renascentistas


divergem da forma como os antigos povos gregos e romanos organizavam
as suas casas e cidades.
Um exemplo é o fato de na arquitetura renascentista não existirem modelos
para os tipos de moradias, equipamentos esportivos enormes ou casas
públicas de banhos — a exemplo das construções romanas.

FACHADAS

As fachadas renascentistas são simétricas em torno do seu eixo vertical.


No caso das igrejas, é possível notar um frontão na parte superior e uma
organização com pilastras, arcos e entablamentos, além de colunas e
janelas com uma progressão em direção ao centro.
A Catedral de Pienza foi uma das primeiras a receber uma fachada
tipicamente renascentista. O projeto é atribuído ao arquiteto florentino
Bernardo Gambarelli, conhecido como Rossellino.

As casas, geralmente, eram encimadas por uma cornija. Há uma repetição


regular de aberturas em cada andar, com a porta localizada no centro e
marcada por um recurso como um ambiente rústico ou uma varanda.
Fachada do Palazzo Rucellai, desenhado por Leon Battista Alberti, um
exemplo clássico da arquitetura renascentista (Foto: Steven Zucker)
A fachada do Palazzo Rucellai é um exemplo inicial que foi bastante
copiado. Situado em Florença, ele exibe várias das características da
arquitetura renascentista.

CÚPULAS

A cúpula é um recurso muito usado pelos arquitetos renascentistas.

O primeiro a lançar mão desse artifício foi Brunelleschi, na Basílica de


Santa Maria del Fiore, seguido de Bramante, na Basílica de São Pedro.
Interior da cúpula de Santa Maria del Fiore, com afresco de Giorgio Vasari
e Federico Zuccari (Foto: Stefan Bauer)

PLANTAS

Os edifícios renascentistas tinham as suas plantas com uma aparência


simétrica e quadrada, com as proporções geralmente baseadas em um
módulo.
COLUNAS E PILASTRAS

As colunas e pilastras passaram a ser usadas como um sistema integrado na


arquitetura renascentista. O primeiro a realizar isso foi Brunelleschi na
Velha Sacristia.

Todas as ordens da arquitetura grega foram usadas como inspirações para


os projetos renascentistas. 

Por isso, vemos características das ordens jônica (colunas mais altas e com
linhas esculpidas na sua superfície), dórica (simplicidade e ausência de
base) e coríntia (mais elaborada, com a forma básica de um sino invertido).

ARCOS E ABÓBADAS

Os arcos aparecem em formas semicirculares ou segmentares,


frequentemente dispostos em arcadas e suportados em pilares ou colunas
com capitéis.

As abóbadas renascentistas não têm frisos e nem vigas, são semicirculares


ou segmentares e em planta quadrada. Bem diferente da abóbada gótica,
que era frequentemente retangular.

PORTAS E JANELAS

Geralmente, as portas contavam com lintéis quadrados e podiam estar


inseridas em um arco ou encimadas por um frontão triangular ou
segmentado.
As aberturas que não tinham portas geralmente eram arqueadas e contavam
com uma grande pedra angular decorativa.
Villa Farnesina, em Roma, um exemplo das janelas
renascentistas (Foto: Orlando Paride)
As janelas, por sua vez, costumavam ser emparelhadas e definidas dentro
de um arco semicircular. Também podiam contar com lintéis quadrados e
frontões triangulares ou segmentados, usados alternadamente.

PAREDES

As paredes dos edifícios renascentistas normalmente eram construídas em


tijolo, mas eram torneadas ou revestidas com pedra em alvenaria de
acabamento de cantaria altamente acabada, dispostas em trechos retos.

Os cantos eram enfatizados por cunhais rústicos e as paredes internas eram


rebocadas suavemente e revestidas com lavagem de cal.

Nos espaços mais formais, as paredes internas eram decoradas com


afrescos.

Quais são os principais arquitetos e os exemplares mais famosos desse


período?
Cada período da arquitetura renascentista contou com um expoente
diferente. Selecionamos alguns nomes essenciais da história do estilo.
Confira.

BRUNELLESCHI

Filippo Brunelleschi é considerado o “pai” da arquitetura renascentista.


Também é um dos nomes mais importantes da primeira fase do
Renascimento. A principal palavra para definir o trabalho dele é “ordem”.

A partir da observação sistemática da arquitetura romana, Brunelleschi


começou a criar edifícios com um cuidado cada vez maior com a simetria e
a proporção.
A primeira grande possibilidade do arquiteto de colocar em prática as suas
ideias foi a enorme cúpula de tijolos que cobre o espaço central da Catedral
de Florença, projetada por Arnolfo di Cambio no século XIV, mas deixada
sem cobertura.
Fachada da Igreja de Santo Spirito ou Santa Maria do Espírito Santo,
projeto de Brunelleschi (Foto: Ettore Timi)
Embora esse seja considerado o primeiro prédio renascentista, Brunelleschi
utilizou o arco gótico pontudo e as vigas góticas planejadas pelo antigo
arquiteto.
No entanto, é possível notar que o domo foi fortemente influenciado pelo
grande domo da Roma Antiga: a cúpula do Panteão.

O estilo de Brunelleschi, contudo, pode ser mais visivelmente notado nas


igrejas de San Lorenzo e Santo Spirito, ambas em Florença e com a forma
da cruz latina.

ALBERTI

Leon Battista Alberti tem nas suas obras um forte aspecto humanista,
dando ênfase à anatomia da natureza. Os edifícios mais conhecidos dele
são o Palazzo Rucellai e a Santa Maria Novella, ambos em Florença.

Para o palácio, Alberti aplicou as ordens clássicas de colunas e fachadas em


três níveis.

Em Santa Maria Novella, o destaque vai para a decoração, principalmente


em mármore policromado, com uma natureza bastante plana e uma ordem
estabelecida com os compartimentos retangulares e os motivos circulares
que repetem a forma redonda das janelas.

BRAMANTE

Donato Bramante é um dos nomes importantes da Alta Renascença. E um


dos principais exemplares do arquiteto é a adição de travessia e coro à
Igreja da Abadia de Santa Maria delle Grazie, em Milão.
Outro grande feito de Bramante é o Tempietto, no claustro de San Pietro,
considerado uma joia arquitetônica perfeita. O edifício adapta o estilo
aparente das ruínas do Templo de Vesta, o local mais sagrado da Roma
Antiga.
Tempietto, considerado uma das obras-primas de Bramante
(Foto: Torvindus)
Bramante trabalhou durante muitos anos no Vaticano e foi selecionado
pelo papa Julio II para a reconstrução da Basílica de São Pedro.
Após a sua morte e inúmeras mudanças de planos, Michelangelo liderou o
projeto como arquiteto-chefe e levou as suas ideias para algo próximo da
proposta original de Bramante.

MICHELANGELO

Michelangelo Buonarroti é um dos arquitetos mais associado ao estilo


maneirista.

Credita-se a ele a invenção da ordem colossal — uma ou mais pilastras que


se estendem do piso ao topo de uma fachada atravessando pavimentos.

Michelangelo usou essa invenção no seu projeto para a Piazza del


Campidoglio, em Roma.
Biblioteca Laurenziana, projeto de Michelangelo que teve a sua construção
iniciada em 1523 e terminada em 1525. O arquiteto não viu a sua
conclusão (Foto: Richardfabi)
Além da arquitetura, Michelangelo tem o seu nome gravado nos campos da
pintura e da escultura, com realizações que trouxeram mudanças
significativas em cada área.

Entre as obras arquitetônicas, destaque para o interior da Biblioteca


Laurenziana e a Basílica de São Pedro, sendo essa última considerada a
maior criação do Renascimento.

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