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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CURSO DE DESIGN INDUSTRIAL – PROJETO DE PRODUTO

Avaliação de História da Arte II

Diferenças entre a catedral barroca e a catedral gótica.


A importância da catedral barroca nos séculos XVII e XVIII.

Erllen da Silva Correia


DRE: 122067388

Rio de Janeiro

2022/2
A catedral barroca é uma instalação religiosa construída entre os séculos XVII e XVIII,
sendo de alto expoente para captação de fiéis, chamando sua atenção, reagindo ao crescimento
do movimento protestante liderado por Martinho Lutero. A aplicação desse estilo nas igrejas
católicas fez parte do movimento de Contrarreforma que ocorrida dentro da religião naquele
momento.
Algumas características arquitetônicas evidentes da catedral barroca são as fachadas
com formas em relevo, trazendo sensação de movimento a quem observa, materiais opulentos,
uso de colunas tortas e arcos, diversas narrativas pintadas em murais ou teto, além da exaltação
das figuras de Deus e Jesus Cristo.
As informações descritas sobre a catedral barroca são contrapostas às ideias de uma
catedral gótica. Séculos anteriores, as catedrais góticas dominavam a Europa, com vitrais, arcos
e abóbadas mais leves, além de colunas finas e altas, que faziam as catedrais góticas serem
maiores, com uma tentativa de atingir os céus.

Figura 1. Catedral de Chartres (estilo gótico).

Figura 2. Igreja de Gesù (estilo barroco).

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Presente na Figura 2 está a Chiesa del Santissimo Nome di Gesù all’Argentina,
conhecida como Igreja de Gesú. Esse monumento é de suma importância para o estilo barroco,
afinal foi a primeira construção feita no estilo, servindo de modelo para as seguintes catedrais
e igrejas subsequentes presentes na Europa e no resto do mundo.
Sua construção foi ordenada por Inácio Loyola, fundador da Companhia de Jesus,
expoente importante na Contrarreforma, e concebida pelo arquiteto Giacomo Vignola. As
Figuras 1 e 2 mostram as diferenças entre as construções, enquanto a catedral gótica busca a
verticalidade para o alcance do divino, a catedral barroca é sólida como a fé que os fiéis
deveriam possuir, segundo a Igreja Católica.

Figura 3. Catedral de Notre-Dame de Rouen (estilo gótico).

Figura 4. Catedral de Santa Maria della Salute (estilo barroco).


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Como dito anteriormente, o surgimento do estilo barroco é resultante dos movimentos
de Martinho Lutero, no qual estava questionando os dogmas do catolicismo, gerando a Reforma
Protestante. Diante disso, a Igreja Católica viu-se ameaçada e promoveu esse estilo em diversas
áreas para reafirmar a instituição e a fé que existia, captando e não perdendo os fiéis.
A arquitetura barroca não renega as formas clássicas, sim as reinventa, com mais
subjetividade e ornamentos estruturais. Nesse período haviam muitos estudos para manipulação
visual, com tentativas e estudos de novas perspectivas, o que não era diferente na arquitetura,
para dar alongamento tanto vertical quanto horizontal nas construções as paredes eram côncavas
e convexas.
Alguns elementos arquitetônicos que são característicos da arquitetura barroca são o
emprego de cártulas, frontões interrompidos e colunas torsas, enquanto os elementos da
arquitetura gótica são uso do arco em ogiva, abóbada em cruzaria, arcobotante, vitrais e a
rosácea.
Na parte interior da catedral barroca há a presença de espaços amplos e ovais, trazendo
ideia de centralização, com adornos e pinturas realistas, enquanto na catedral gótica existem
estruturas mais finas e verticais, com poucos adornos e presença de vitrais. Nas Figuras 5 e 6
há exemplos dessas diferenças.

Figura 5. Interior da Catedral de Amiens (estilo gótico).

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Figura 6. Interior da Igreja de Gesù (estilo barroco).

As colunas torsas, exclusiva da arquitetura barroca, são retorcidas em forma helicoidal,


inspiradas pelas colunas da Roma Antiga. Assim como uma coluna clássica, ela tem um base e
se encerra em um capitel, porém retorcido. Na Basílica de São Pedro, umas das principais de
Roma e residência papal, essa coluna está numa estrutura chamada badalquino, que fica sobre
um altar ou trono. Na Figura 7 pode-se observar esta estrutura.

Figura 7. Badalquino da Basílica de São Pedro (estilo barroco).

Outra estrutura são os frontões, estruturas encontradas acima da entrada de um portão,


que são presentes desde a arquitetura da Antiga Grécia, foram reinventadas durante esse período
de Contrarreforma. Na arquitetura barroca, esses frontões passaram a ser interrompidos, não
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sendo mais linhas contínuas, tendo diversas variedades de formas, sendo um elemento de
recepção a quem entra no local. Em um comparativo com a arquitetura gótica, a rosácea ocupa
esse local como elemento acima da entrada, sendo acompanhada de um vitral.

Figura 8. Frontão interrompido da Igreja de San Borromeu (estilo barroco).

O estilo barroco foi difundido por toda a Europa e também fora dela, na América Latina
por completo, é muito presente em diversas instituições catolicistas. No Brasil, também é
presente em várias arquiteturas civis além das religiosas.

Figura 9. Basílica do Carmo (estilo barroco).


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Figura 10. Igreja de Nossa Senhora do Carmo (estilo barroco).

O Estilo Barroco possui suas diferenças em relação ao Estilo Gótico, mas ambos estão
relacionados à religião. As pinturas presentes nas catedrais barrocas contam histórias
relacionados ao divino, além de todos os seus adornos que trazem uma sensação luxuosa ao
interior da igreja, enquanto nas catedrais góticas os vitrais ficam encarregados dessa função,
utilizando a luz natural como fonte para revelar as artes que possuem.
As arquiteturas góticas e barrocas foram importantes para o desenvolvimento de várias
áreas, com uso de novas tecnologias para criação de formas e maneiras novas para construção,
que fizeram a humanidade avançar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SIMSON, O. von. The Gothic Cathedral: Origins of Gothic Architecture and the Medieval
Concept of Order. Princeton University Press. 1988. USA.

RODIN, A. Grandes Catedrais. WMF Martins Fontes. 1° ED. 2002. São Paulo, Brasil.

GAUVIN, A. B. Between Renaissance and Baroque: Jesuit Art in Rome, 1565 - 1610.
University of Toronto Press. Canadá, 2003.

OUDIN, B. Dictionnaire des architectes. Seghers. 1994. França.

Encyclopaedia Britannica. Baroque Art and Architecture. Disponível em:


<https://www.britannica.com/art/Baroque-art-and-architecture>. Acesso em dezembro de
2022.

Gombrich, E. H. História da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

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