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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL – PROJETO DE PRODUTO

Avaliação de História da Arte I

A Catedral Gótica, suas influências e inovações

Erllen da Silva Correia

Rio de Janeiro

2022/1
A catedral gótica é uma instalação religiosa construída entre os séculos XII e XVI,
tendo algumas características arquitetônicas evidentes, como o uso do arco em ogiva,
abóbada em cruzaria, arcobotante, vitrais e a rosácea, trazendo leveza e fazendo com que
as luzes adentrem no ambiente.
O estilo originou-se na Île-de-France, no norte da França, com a decisão de
aumentar e reconstruir a Basílica de Saint-Denis por parte do abade Suger. Com o apoio
do Rei Luís VII, a reformulação foi feita, reconstruindo a fachada, adicionando portais,
torres laterais e a rosácea sob o portal de entrada.
O estilo gótico divide-se em três tipos. O Gótico Clássico possui suas inovações,
mas ainda com influências fortes da arquitetura românica. O Gótico Rayonnant que
possui um uso extensivo dos vitrais, assim caracterizando a sua alcunha, radiante. Por
fim, o Gótico Flamboyant, que possui elementos decorativo muito complexos e
exuberantes, chamando atenção aos olhares.

Figura 1. Catedral de Chartres (estilo Gótico Clássico).

Figura 2. Catedral de Notre-Dame de Paris (estilo Gótico Rayonnant).


Figura 3. Catedral de Notre-Dame de Rouen (estilo Gótico Flamboyant).

As suas características arquitetônicas foram as grandes inovações apresentadas


estilo, que fora difundido por toda Europa e o mundo após a reformulação da Basílica de
Saint-Denis.
Como a arquitetura gótica tem uma forte influência da arquitetura românica, o
arco ogival e a abóbada em cruzaria já eram utilizados, porém possuíam características
muito pesadas por sustentarem telhados extremamente pesados, além de colunas grossas
e pequenas janelas. Com o advento do movimento gótico, essas duas estruturas foram
refinadas, tornando-se mais finas, mas com a mesma função, permitindo com que as
colunas fossem afinadas e as janelas aumentadas, assim adentrando os vitrais.

Figura 4. Abóbada em cruzaria presente na Catedral de Notre-Dame de Reims.

O arcobotante também foi refinado para o estilo gótico, sendo arcos por fora das
paredes, que as sustentavam. Essas estruturas substituíam os pilares pesados que eram
utilizados para apoio, além disso, continham canais que transportavam a água da chuva
dos telhados, que eram expelidas das catedrais.
Figura 4. Abóbada em cruzaria presente na Catedral de Notre-Dame de Reims.

Os vitrais são os elementos mais marcantes do movimento gótico. Estes serviam


para aproveitar a iluminação natural, e eram postos na rosácea (estrutura circular acima
do portal principal) e nas grandes janelas que foram possibilitadas por conta das outras
estruturas citadas. Apresentam desenhos que remetem a histórias bíblicas e elementos
sagrados.

Figura 4. Vitral presente na rosácea da Catedral de Notre-Dame de Paris.

Outro elemento bem importante em todas as épocas referentes às catedrais góticas


é a sua busca pela verticalidade. É o oposto do princípio de proteção que as antigas
catedrais possuíam, então tornaram-se uma exaltação ao divino, na busca incessante de
atingir os céus. Assim, as catedrais góticas eram infinitamente mais altas do que as
demais, afinal as suas estruturas permitiam que a altura não abalasse as construções.
As catedrais góticas podem ser observadas em diversos locais fora da França,
como na Alemanha, com a Catedral de Colônia (1248-1560), na Itália, com a Catedral de
Santa Maria Del Fiori (1296-1436), por exemplo. Além desses países, a influência das
catedrais góticas chegou ao Brasil por meio da Catedral Metropolitana da São Paulo,
presente na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Considerada um estilo neogótico, teve
a sua construção entre os anos de 1913 e 1967.
Figura 6. Catedral Metropolitana de São Paulo.

O estilo é realmente um grande marco na humanidade. Certamente a catedral


gótica influenciou diversas construções ao redor do mundo, a sua forma de
estruturamento fez com que uma construção não necessite ser pesada para ser funcional,
além de trazer um elemento de beleza às catedrais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SIMSON, O. von. The Gothic Cathedral: Origins of Gothic Architecture and the
Medieval Concept of Order. Princeton University Press. 1988. USA.

JONES, C. The Cambridge Illustrated History of France. Cambridge University Press.


p.90. 1994. UK.

MUTULI, I. Gothic Architecture History, Characteristics and Exemples. Disponível


em: https://www.archute.com/gothic-architecture/. Acesso em agosto de 2022.

Encyclopaedia Britannica. Gothic Architecture. Disponível em:


https://www.britannica.com/art/Gothic-architecture/. Acesso em agosto de 2022.

RODIN, A. Grandes Catedrais. WMF Martins Fontes. 1° ED. 2002. São Paulo, Brasil.

SMITH, H. Gothic Cathedrals: Architecture & Divine Light. Disponível em:


https://www.worldhistory.org/article/1649/gothic-cathedrals-architecture--divine-light/.
Acesso em agosto de 2022.

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