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Resumos 2º teste

2- Arquitetura gótica:

O estilo gótico surgiu na França, por volta do século XII, é uma evolução do estilo
românico e precede o renascimento e permaneceu até meados do século XV. Rompeu
com o modelo de construção vigente na altura e tornou-se uma vertente inovadora, num
período de profundas transformações de novos centros de poder. O gótico é o produto de
uma sociedade dinâmica e em evolução. Por ter aparecido na França, este estilo
arquitetónico é denominado como Opus Francigenum (“Obra Francesa”).

- Suger foi o responsável pelo enriquecimento da Basílica de Saint-Denis, ocupou o


cargo de responsável pela basílica no ano de 1122 no que permaneceu até à sua morte em
1151. O seu principal objetivo era transformar a abadia num centro de espiritualidade,
tornando-a numa igreja de peregrinação. Suger queria uma basílica na qual pudesse
acomodar o número máximo de fiéis. Servia também como local de sepultura dos reis
franceses.

- O bispo Maurice de Sully foi bastante influente durante o século XII, e foi responsável
pela construção de uma série de igrejas e abadias, sendo sua principal obra a Notre Dame
de Paris. A catedral de Notre Dame de Paris é feita principalmente de pedra calcária,
sendo a estrutura do telhado feita em madeira e a
cobertura feita em placas de chumbo.

- A igreja de São Francisco de Assis, em Itália, é


considerada a igreja-mãe da Ordem Franciscana.
Insere em si o modelo do gótico do sul. O exterior
da igreja tem como característica a mistura simples
entre elementos do românico, como a fachada
triangular e o robusto campanário, com elementos
completamente góticos, como por exemplo a
rosácea, os dois portais, as janelas ogivais, os
contrafortes e os arcobotantes. Planta de nave única,
com uma área bastante aberta livre de colunas e de
escultura e na parte inferior tem a mesma nave
central com várias capelas laterais com arcos
semicirculares. O interior é mais maciço e sombrio, que se deve ao facto de no Sul se ter
optado por dar mais relevância às pinturas e frescos (Giotto), com um objetivo
essencialmente pedagógico.

- A Sainte-Chapelle foi concebida como um vasto relicário. Quase totalmente


envidraçado, distingue-se pela elegância e ousadia da sua arquitetura, que se manifesta
num alçado significativo e na eliminação quase total das paredes ao nível das janelas da
capela superior. Esta obra-prima de arquitetura gótica radiante responde a um plano de
grande simplicidade sem capelas colaterais, transepto ou deambulatório. Goza de uma
vasta decoração escultórica, arquitetónica e vidreira.

 A catedral gótica é a representação mais forte e mais vasta do sentimento medieval. O


misticismo e a escolástica estão intimamente unidos.
 Inovações do gótico do Norte: arcos quebrados; sistema de botaréus; paredes diáfanas;
uniformização do espaço (um todo comum e interligado); gabletes, pináculos;
rosáceas; vitrais; abóbadas de nervura; cruzarias de ogivas; ameias; elevação e
desmaterialização das paredes.
 A fachada harmónica é um dos principais elementos distintivos do gótico: os portais,
que põem em evidência a nave central em relação às colaterais; rosácea; as torres altas
e elegantes. A fachada da igreja é composta por diversas cúspides (pontas bicudas) e
pináculos.
 É também nesta fase que se tenta rasgar mais os muros e as paredes para que os
interiores dos edifícios tenham mais luminosidade (uso de mais janelas), embora por
vezes isso não aconteça como é o caso da Catedral de Notre Dame de Paris. Com o
passar do tempo isso acabou por acontecer, como em Chartres ou Reims.
 Os elementos arquitetónicos que sustentam todo o exterior da catedral são os
arcobotantes (estrutura em forma de meio-arco), com a sua função estática, de
contrapor forças e, sobre os quais se apoia a cruzaria de ogivas, e os contrafortes que
têm a finalidade de reforçar as paredes e de contrariar a pressão descarregada sobre
eles.
 A técnica dos arcos ogivais reduz as pressões laterais e os arcobotantes e contrafortes
são tão consistentes que conseguem suportar sozinhos toda a estrutura.
 Os enormes pilares de divisão das naves, ricamente decorados nos capitéis com
ornamentação vegetal, dão ao conjunto uma certa leveza, que contrasta com a sensação
de força e robustez exterior que é dada pelos arcobotantes, ornados pelos pináculos
que dividem as capelas radicais da abside.
 A abertura de capelas e mais capelas, cria uma circularidade que evidencia a longitude,
pondo os dois lados da igreja em contacto. Plantas em cruz normalmente.
3- Escultura gótica:

 A escultura gótica introduz: movimento na escultura; busca por figuras mais


naturalistas; temas profanos como as estações do ano e o zodíaco; estátuas-colunas; e
a representação do Juízo Final e da Virgem.
 Existe uma estreita ligação entre a estrutura arquitetónica e a escultura, visível nas
estátuas, nos baixos-relevos, nos floreados, nos elementos vegetalistas nos capitéis (ou
monstros e animais), etc.
 A presença da escultura na catedral está ligada à religião, retirada do Antigo e do Novo
Testamento e compreende figuras de santos, mas também, ciclos narrativos da vida de
Cristo. Esta é destinada à grande maioria dos paroquianos que não sabiam ler (“Livros
para pobres”).
 Na abadia de Saint-Denis podemos ver uma representação escultórica do Juízo Final,
tal como na catedral de Notre Dame de Paris, mas também o próprio encomendador
representado.
 Aparecem pela primeira vez as estátuas-colunas em Saint-Denis.
 Estas estátuas apresentam-se com frontalidade em relação ao observador e com os
membros colados ao corpo, o que demonstra ausência de movimento. Mostram
humanização.
 Possuem rigidez e, por isso podem ser esculpidas num curto espaço.
 Estas estátuas encontram-se adossadas à parte dianteira do fuste.
 Nas estátuas-colunas, a figura humana torna-se independente da estrutura
arquitetónica, até porque a coluna de apoio surge subdesenvolvida e extremamente
delicada.
 As representações passam a apresentar maior naturalismo e passam a ser representadas
em posições diferentes e com expressões faciais diferentes (sentimentos), tal como
uma individualidade.
 Por baixo das vestes percebia-se que existia um corpo.
 Quanto mais movimento demonstrarem, mais espaço é necessário utilizar.
 Existiu um maior cuidado anatómico e também um desenvolvimento das imagens
profanas.
 O tímpano também é um elemento importante, isto porque, a densa decoração
escultórica que o preenche quase por completo, é uma caraterística dos portais góticos.
 O Portal Royal da catedral de Chartres apresenta uma inovação técnica, visto que,
combina o suporte com a ornamentação no mesmo bloco de pedra. Relativamente à
iconografia, a escultura exalta a glória de Cristo Salvador por intermédio dos seus
antepassados e seguidores.
 Nas colunas-estátuas do Portal Royal podemos ver uma distinção entre a juventude e
a velhice.
 As estátuas dos Doze Apóstolos são a decoração esculpida mais importante do segundo
piso da Saint Chapelle.
 As gárgulas, por exemplo, tinham um propósito mais prático. Eram as calhas da chuva
da catedral, projetadas para dividir a torrente de água que escorria do telhado depois
da chuva.
 Existe um elemento muito interessante no interior da catedral, que se prende com algo
que surgiu no século XIII em França, que foi a assinatura ou uma marca dos artistas
que realizavam as obras de arte. Neste caso, num labirinto desenhado no pavimento
que, continha no centro e nos ângulos, as figuras dos arquitetos que tinham alternado
na direção dos trabalhos.
 Também passam a existir as esculturas tumulares.
 Locais onde surgem as esculturas simbólicas nas catedrais: tímpanos; ombreiras;
arquivoltas; mainel; capitéis, gárgulas, consolas, baldaquinos, portais, etc.
 A escultura decorativa surge: nos pináculos; rosetas; arcobotantes; balaustradas;
flechas; gabletes; vitrais; florões; rosáceas; etc.
4- Giotto:

 Foi um conceituado pintor dos finais da Idade Média (finais do século XIII e século
XIV essencialmente).
 Procurou afirmar uma nova linguagem pictórica que ficou conhecida como
“Ocidental” e que tinha como origens o mundo latino e tinha como propósito exprimir
os conteúdos da cultura contemporânea.
 Com Giotto podemos observar o domínio da cor e do espaço, o que cria a ilusão de
que as figuras se movem em espaços reais.
 Representa as narrativas de forma visual.
 Trabalhou na igreja de São Francisco de Assis, em Itália.
 Fez um grande trabalho na Capela Scrovegni de Pádua (Capela Arena), entre 1302 e
1305, em que todas as paredes são pintadas com frescos, porque é um espaço fechado,
logo há espaço para a pintura, com cenas da vida de Cristo e da Virgem e, também, a
representação do Juízo Final. E por baixo pintou personificações de virtudes e vícios.
 Nesta obra excecional podemos ver o domínio do pintor relativamente à utilização de
efeitos especiais observável nos nichos vazios do arco triunfal que podem ser
denominados “coretos” ou “capelas secretas” em que ele representa dois vãos
escondidos por uma abóbada de arestas de forma ilusória.
 As suas pinturas são morais e em frescos, “à maneira grega”, pintar o espaço todo
porque no gótico do Sul não há espaços entre os muros.
 Existem personagens visualmente verosímeis, ou seja, figuras com volume ou com
presença física, mas também com as expressões faciais reais (realidade psicológica e
física).
 O volume atribuído por Giotto faz com que os seus quadros tenham alguma
semelhança com estátuas esculpidas como podemos ver na sua obra intitulada “Figura
da Fé” que é uma matrona que carrega numa das mãos uma cruz e na outra um
pergaminho.
 Sabe colocar as figuras no espaço, ou seja, enquadrá-las de forma a ter sentido e noção,
com diferentes posições (inclusive figuras de costas). Abandonou, portanto, a ideia de
que para entendermos a história/narrativa, todas as figuras tinham de ser totalmente
mostradas.
 Também tem a capacidade de mostrar momentos fulcrais, na hora H.
 Não se interessa pelas paisagens, mas sim, as histórias que conta através das pinturas,
daí que apareçam representadas geometricamente.
 Quanto mais importantes forem as figuras representadas, em maior escala são
representadas, para além de, habitualmente, estarem ao centro e corta a paisagem de
modo a dar mais enfâse às figuras centrais.
 Por vezes, apresenta erros relativos à perspetiva, porém tem a capacidade de dar a ideia
de profundidade numa superfície plana.
 As suas imagens têm um caráter psicológico, de diálogo e de expressão facial, em que
o pintor pretende representar sentimentos humanos.
 Nota-se que existe um diálogo entre as diferentes figuras, através da posição em que
aparecem e da expressão do seu rosto.
 Outra caraterística da pintura de Giotto tem que ver com a preocupação do mesmo com
a representação da natureza e dos sentimentos humanos, havendo uma gestualidade
viva e expressiva.

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