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Património Cultural e Arqueologia

1º Ano / 1º semestre

Introdução à História da Arte


Marco Sousa Santos
21:57 Património Cultural e Arqueologia - 1º Ano / 1º semestre
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

Exame de Época Normal IHA (2º momento de avaliação obrigatória)

Nota: conforme estabelecido na ficha da UC, só podem realizar este segundo momento de
avaliação os alunos que tiverem realizado o primeiro. Os alunos que faltaram ao primeiro
momento de avaliação, ou que faltem (sem justificação) ao segundo, passam diretamente para o
Exame de Recurso.

Data: 20 de janeiro de 2023 (sexta-feira)

Duração: 120 minutos (das 14h às 16h)

Estrutura da prova:

Cinco questões de desenvolvimento, das quais terão de responder a apenas quatro:


5 + 5 + 5 + 5 valores
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

● A disciplina de História da Arte


- Conceito
- Objeto
- Objetivos
● As principais correntes de análise da História da Arte
- O método formalista
- O método iconológico (com os seus três graus de significado)
- O método sociológico ou a sociologia da Arte
● O conceito de iconoclastia e a sua importância para a História da Arte
● A cripto-história da Arte
● A micro-história da Arte
● Os agentes da produção artística
- O autor
- O encomendante

● Breve evolução dos “estilos” artísticos


- O conceito de “formulário artístico”
- Principais modos de difusão dos formulários artísticos
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

● A disciplina de História da Arte


- Conceito
- Objeto
- Objetivos
● As principais correntes de análise da História da Arte
- O método formalista
- O método iconológico (com os seus três graus de significado)
- O método sociológico ou a sociologia da Arte
● O conceito de iconoclastia e a sua importância para a História da Arte
● A cripto-história da Arte
● A micro-história da Arte
● Os agentes da produção artística
- O autor
- O encomendante

● Breve evolução dos “estilos” artísticos


- O conceito de “formulário artístico”
- Principais modos de difusão dos formulários artísticos
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

Breve evolução dos “estilos” artísticos:


da pré-história à contemporaneidade
21:57 Património Cultural e Arqueologia - 1º Ano / 1º semestre Pormenor de
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE moldura
quinhentista
- Tavira
1. O conceito de “formulário artístico”

O conceito de “formulário artístico” define um


conjunto de fórmulas, princípios teóricos e regras
que se identificam e são comuns na produção
artística realizada num determinado contexto
geográfico e cronológico.

Os formulários artísticos, cuja aplicação pode ter (e


tem) reflexo nas diferentes modalidades
(arquitetura, escultura, pintura, etc.) distinguem-se
uns dos outros através de aspetos de cariz formal,
temático e inclusive pelo uso de distintas paletas
cromáticas.
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Rosácea
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
gótica -
Tavira
1. O conceito de “formulário artístico”

A aplicação de um novo formulário artístico


não ocorre de modo uniforme ao longo dos
diferentes contextos geográficos e
sociopolíticos. Sobretudo nos meios periféricos,
mesmo depois do primeiro contacto com as
novas fórmulas é necessário vencer a
resistência dos poderes mais conservadores.

A integridade dos testemunhos artísticos


subsidiários de determinado formulário
depende também do grau de familiaridade dos
agentes de produção artística com os princípios
teóricos que o definem.
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1. O conceito de “formulário artístico”

Muitas vezes assiste-se ao aparecimento de “variantes”


locais, regionais e/ou até nacionais de determinados
formulários, circunstância que se pode relacionar com a
adaptação dos mesmos ao uso de materiais e técnicas
tradicionais, mas que também pode resultar da
apropriação da produção artística por parte dos poderes
instituídos.

Regra geral, um formulário artístico é utilizado durante


algumas décadas (uma ou duas gerações).
Eventualmente, por ação daqueles que são os principais
agentes de produção artística (artistas e Gárgula
encomendadores) a necessidade de adotar soluções de quinhentista
algum modo inovadoras acaba por conduzir à criação de - Tavira
um novo formulário.
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1. Principais meios de difusão dos “formulários


artísticos”

A circulação (importação/exportação) de obras de


arte (sobretudo de artes móveis – pintura,
escultura, etc.) é um dos meios de difusão dos
formulários artísticos. Direta ou indiretamente,
estas obras acabam por influenciar os agentes da
produção artística que com elas interagem.
Sobretudo nas cidades que são, simultaneamente,
centro de produção artística e polos de atividade
mercantil, o mercado de importação e exportação Gárgula
é particularmente dinâmico. quinhentista
- Tavira
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE - Tavira

1. Principais meios de difusão dos “formulários


artísticos”

Em relação à circulação dos artistas, há essencialmente


duas modalidades: ou se vão buscar artistas forasteiros
já conhecedores de determinado formulário artístico,
para que estes promovam a aplicação do mesmo num
território onde ele ainda é desconhecido; ou, em
alternativa, promove-se a ida temporária (por vezes
com recurso a bolsas de estudo) de artistas nativos
para outros centros de produção artística, para aí
contactarem com os princípios teóricos subjacentes aos
formulários, que depois trazem consigo e aplicam nos
territórios de origem.
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Tondo
quinhentista
1. Principais meios de difusão dos “formulários - Tavira
artísticos”

A circulação de Tratados e de gravuras. Os Tratados (de


arquitetura, de escultura, de pintura, etc.) são autênticos
manuais nos quais se explicam os princípios teóricos
subjacentes a cada uma das modalidades artísticas, em
termos de técnicas, materiais, modos de composição, etc.
Os tratados são muitas vezes complementados com
gravuras e desenhos ilustrativos, que podem (e são)
utilizados pelos artistas como se fossem catálogos. Em
complemento aos tratados, circulam também as gravuras
(que podem ser reproduzidas em série) com
representações de elementos (arquitetónicos, figurativos,
etc.), que igualmente servem de inspiração para os agentes
da produção artística.
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As principais correntes de análise da História da Arte


1. O método formalista
2. O método iconológico
3. O método sociológico ou a sociologia da Arte
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1. O método formalista

O “formalismo” é um método de análise das obras de


Arte “assente apenas e só no estudo das formas” e na
identificação de estilemas. Através deste método, que
transforma o Historiador de Arte numa espécie de
“detetive” que procura “pistas”, procuram identificar-se
autorias, cronologias de produção e “estilos”, através da
análise comparada, o mais minuciosa possível, das suas
formas. É através desse estudo das formas que se chega à
identificação dos traços “do inconsciente criativo”, que se
manifestam “num panejamento, num detalhe
fisionómico, num modo de tratar um ornamento, ou as
figuras secundárias de uma composição” e que
“dificilmente serão imitados”. Giovanni Morelli
(1816-1891)
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3. O método sociológico

Este método tem origem nos estudos de H. Taine


(1828-1893) que estabelece os princípios da
“primeira história social da Arte” e defende que a
História da Arte “é uma história da sociedade vista
no espelho da Arte”.
Pretende identificar e estudar os mecanismos de
encomenda, de avaliação e de fruição que, em cada
momento histórico, determinam a valorização
(positiva ou negativa) de determinadas temáticas ou
modos de representação, em detrimento de outros,
condicionando, desse modo, a própria produção. Hyppolite Taine
(1828-1893)
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3. O método sociológico

Valoriza o papel da obra de arte como


“documento histórico” e reflexo das
múltiplas tensões existentes na sociedade
que o produziu. Como escreve Giulio Carlo
Argan: “a fruição da arte está obviamente
ligada à avaliação, também económica, das
obras de arte: por isso o historiador-
sociólogo ocupa-se dos movimentos do
mercado artístico, do mecenato, da
colecionação e, naturalmente, da crítica e
da sua influência na orientação do gosto do
público”. “Uma obra para Santo Tirso” (2001-2011), por
Pedro Cabrita Reis.
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3. A sociologia da Arte

“Do ponto de vista sociológico, a arte não é


mera coleção de objetos, mas um conjunto de
atos de consumo que enriquecem a obra com
muitos e por vezes imprevistos significados. Se,
por um lado, é a sociedade que constrói a arte,
por outro, também a arte, por sua vez, constrói
a sociedade: através dos fragmentos de
memória individual e coletiva que reproduz e
através das retranscrições do passado que
contribui para legitimar. Os textos artísticos
tornam-se assim materiais de construção,
pedaços de matéria simbólica com os quais se
produzem os significados.”
Anna Lisa Tota
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A micro-história da Arte
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A micro-história da Arte

Conceito operativo derivado do de Micro-história


(desenvolvido por Carlo Ginzburg) e que defende a
análise minuciosa e integrada de todas as existências
na sua dimensão periférica ou regional. O conceito
interessa à revalorização do Património ao atentar na
valência específica da arte de âmbito regional à luz da
noção relativizada de periferismo, alargando a esfera
dos patrimónios a preservar à dimensão muitas vezes
desvalorizada das microproduções artísticas.
De notar que, apesar do prefixo micro (que traduz a
ideia de “pequeno”), o conceito de micro-história da
Arte não está relacionado com as dimensões da
manifestação artística.
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“A História da Arte não pode ser


só a obra dos “grandes nomes”
e feitos artísticos já
consagrados; é também a
dimensão da micro-pesquisa,
aquela que ganha forma,
lentamente, ao sabor dos novos
e pequenos achados que
preenchem uma espécie de
puzzle memorial.”

Vítor Serrão
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

“A Micro-História da Arte não se


restringe ao estudo das artes ditas
periféricas ou não eruditas, mas
também, e sobretudo, à análise
antropológico-artística de contextos
onde grandes artistas, mecenas e
obras podem emergir (e muitas vezes
emergem) como testemunhos
inesperados de aggiornamento
[atualização].”
Vítor Serrão Retábulo em cantaria da ermida de
Nossa Senhora do Livramento (Luz
de Tavira), 2ª metade do século
XVIII.
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A micro-história da Arte assume como eixos


fundamentais do seu método a análise exaustiva de
todas as fontes documentais disponíveis e a
inventariação, igualmente exaustiva, de todas as
existências patrimoniais.

O objetivo é incluir no corpus do objeto de estudo da


História da Arte obras de cariz mais popular (isto é,
não erudito), geralmente produzidas em contextos
periféricos (afastados dos grandes centros de
produção), mas também obras de carácter erudito
cujo aparecimento, em determinado contexto
(geográfico, cronológico e estético) é inesperado e de
algum modo surpreendente (pela positiva).
Azulejos hispano-árabes, meados do
século XVI - Tavira.
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Em resumo: cripto-história e micro-história da Arte são dois conceitos


operativos (isto é, funcionais, úteis e necessários para ajudar a explicar os
processos), de criação relativamente recente, que permitem uma abordagem
mais globalizante, universal e livre de preconceitos do fenómeno artístico,
procurando trazer luz às “zonas escuras” e identificar os “fios invisíveis” que
muitas vezes ligam as obras de Arte (sejam elas de cariz mais “erudito” ou
“popular”), tanto ao nível da conceção, como da execução e da fruição.
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

Os agentes da produção artística


1. O autor
2. O encomendante
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Possível efígie do mestre João de Castilho
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
no Mosteiro dos Jerónimos – Lisboa – 1º
quartel do século XVI.
1. O autor

No campo da História da Arte, o “autor” é aquele que


concebe, projeta e/ou executa um determinado
projeto artístico, nomeadamente os relacionados com
as artes plásticas (arquitetura, escultura, pintura,
ourivesaria, azulejaria, etc.).
Desde o período medieval, os artistas vão também ser
designados “mesteres”, ou “mecânicos”, termo que
genericamente designava aqueles que trabalhavam
com as mãos e que obtinham o sustento a partir do
seu trabalho.
O estatuto socioeconómico do artista varia ao longo do
tempo e das diferentes conjunturas, tendendo para
uma crescente valorização da vertente intelectual de
uma atividade que inicialmente é sobretudo vista como
sendo de natureza manual/mecânica.
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

1. O autor: A formação artística

No campo das artes-plásticas, o modelo de ensino “académico”, com


professores, alunos e aulas, é de criação relativamente recente.

1594: Filipe I cria a Aula do Risco do Paço da Ribeira (Lisboa).


1753: criação de uma Aula de Escultura no Palácio-convento de Mafra.
1756: fundação da Casa do Risco da Obras Públicas, em Lisboa.
1761: criação de uma Aula de Desenho, Arquitetura civil e militar, no
Colégio dos Nobres (Lisboa).
1836: fundação da Academia de Belas Artes de Lisboa.
1836: fundação da Academia Portuense das Belas Arte (Porto).
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Possível representação do mestre Afonso
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE Domingues na Sala do Capítulo do mosteiro
da Batalha, final do século XIV.
1. O autor: a formação artística

Durante os períodos medieval e Moderno vigora no meio


artístico (artes plásticas) o sistema oficinal, de cariz teórico-
prático, em que o artista integra uma “oficina” cuja estrutura
se encontra hierarquicamente organizada e é formada por
um “mestre”, o responsável máximo pela equipa e aquele
que tem mais experiência, um número variável de “oficiais”,
indivíduos que estão na fase intermédia do processo de
aprendizagem, e um número também variável de
“aprendizes”, aqueles que estão a iniciar o contacto com
determinada arte.

A passagem ao nível imediatamente acima, na escala


profissional, conseguia-se através de uma avaliação levada a
cabo pelos próprios pares, do que resultava a emissão de
uma carta de ofício.
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Principais ofícios, ou
mesteres, ligados às artes
plásticas:

Pedreiro
Canteiro
Escultor
Imaginário
Pintor
Pintor-dourador
Entalhador
Azulejador
Ourives
Etc.
Retábulo de Nossa Senhora do Rosário, matriz de
São Clemente de Loulé – final do século XVIII.
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2. O encomendante

Nossa Senhora da Guadalupe com um casal - Tavira, 2ª metade do século XVIII.


No universo da História da Arte, o
encomendante, ou encomendador, é aquele
que encomenda e financia a execução de
uma obra.
Pode também ser responsável pela
aquisição dos materiais necessários à obra
ou da criação das condições necessárias à
sua concretização.
Para além de financiarem a execução de
obras, os responsáveis pela encomenda vão
em muitos casos intervir no processo de
conceção ou execução do projeto. Inscrição fundacional do
Armazém Real – Faro (1687).
21:57 Património Cultural e Arqueologia - 1º Ano / 1º semestre D. Francisco Gomes do Avelar, bispo do
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE Algarve entre 1789 e 1816.

2. O encomendante

No período medieval e Moderno, entre os principais


responsáveis pela encomenda de obras de Arte
(escultura, arquitetura, pintura, etc.) encontram-se a
Coroa, a Igreja, os concelhos, as Ordens religiosas e
militares, as Irmandades e confrarias, os particulares, etc.
São invariavelmente indivíduos dotados de grande poder
económico e capacidade para estabelecer contactos com
a comunidade artística.
Esporadicamente surge-nos a figura do “mecenas”,
indivíduo que alia ao poder económico uma cultura
acima da média e que, para além de encomendar obras,
pode assumir a proteção e o sustento de um artista em
particular, usufruindo do seu trabalho.
Património Cultural e Arqueologia
1º Ano / 1º semestre

Introdução à História da Arte


Marco Sousa Santos

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