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CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I
JOÃO PESSOA
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETO
1.2. OBJETIVOS
1.3. JUSTIFICATIVA
1.4. METODOLOGIA
2. ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO
3. CATEDRAL
3.1. PLANTA DA CATEDRAL
4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS E DECORATIVOS DE UMA CATEDRAL
GÓTICA
5. CLASSIFICAÇÃO DO GÓTICO
5.1. GÓTICO PRIMITIVO
5.2. GÓTICO CLÁSSICO, GÓTICO PLENO OU ALTO GÓTICO
5.3. GÓTICO TARDIO
5.3.1. Gótico Perpendicular
5.3.2. Gótico Flamejante
5.3.3. Gótico Manuelino
5.3.4. Gótico Mudéjar
6. GÓTICO FORA DA FRANÇA
6.1. PERÍODO GÓTICO NA INGLATERRA
6.2. PERÍODO GÓTICO NA ALEMANHA
6.2.1. Catedral de Colônia
6.2.2. Principal Igreja de Ulm
6.2.3. Catedral de Ratisbona
6.2.4. Gótico de Tijolos
6.3. PERÍODO GÓTICO NA BÉLGICA
6.3.1. Igreja Beneditina de Saint-Jacques
6.4. PERÍODO GÓTICO NA ESPANHA
6.4.1. Catedral de Burgos
6.4.2. Catedral de León
6.4.3. Catedral de Toledo
6.5. PERÍODO GÓTICO EM PORTUGAL
6.6. PERÍODO GÓTICO NA ITÁLIA
7. OBRA EMBLEMÁTICA: CATEDRAL DE SALISBURY
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS
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1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETO
1.2. OBJETIVOS
diferenças entre a França e outros países da Europa onde o Gótico repercutiu, como na
Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália e Portugal.
1.3. JUSTIFICATIVA
O trabalho desenvolvido busca atingir os pressupostos da arquitetura gótica, analisar
as características arquitetônicas que definiram esse período para a história da arquitetura, bem
como, definir os impactos da influência gótica quer seja para arquitetura de cunho religioso
ou mesmo civil.
1.4. METODOLOGIA
A arquitetura gótica tem início na idade média, onde a organização social era
configurada por feudos, pequenas vilas onde a população consumia o que produzia e a
distribuição dos insumos era realizada de acordo com as classes sociais. Nesse contexto, os
templos religiosos eram construídos no estilo românico onde predominavam construções
robustas com paredes estruturais pesadas, pequenas aberturas e acabamento em tijolo
aparente.
A intensificação das rotas marítimas e do comércio europeu permitiu a interação entre
diversas culturas, trazendo luz para as novas soluções estruturais e estéticas na arquitetura.
Nessa perspectiva, surge a arquitetura gótica ao norte da França em meados do século XII.
Por ter se originado no país citado, essa arquitetura também ficou conhecida como "Obra
Francesa" (Opus Francigenum), disseminando-se posteriormente para outros países. O que
seria, a princípio, apenas uma inovação de ordem técnica, acabou se tornando num dos mais
imponentes estilos arquitetônicos de todos os tempos. É importante salientar que a arquitetura
era considerada na Idade Média a mais importante das artes. O primeiro exemplo notável
geralmente considerado é a Abadia de Saint-Denis, perto de Paris, cujo coro e fachada foram
reconstruídos com traços góticos. O coro foi concluído em 1144.
O estilo gótico rompe com o modelo de construção presente até então, o românico.
Esse novo estilo é marcado pela associação às práticas religiosas, especialmente o
catolicismo onde as igrejas tinham poder políticos e econômicos, pois os representantes do
clero possuíam recursos para investir nas obras. Nesse sentido pode-se entender o motivo das
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obras desse estilo serem em sua maioria construções católicas carregadas por muitas
simbologias religiosas.
No século XIV ocorre o renascimento cultural, político e econômico na Itália, o qual
prega a razão sobre a fé. Esse movimento é o precursor do iluminismo, que entende a razão e
a ciência com base para a compreensão do mundo. Foi a partir dessa percepção de mundo que
a obra francesa recebeu o nome “gótico” como um insulto estilístico, já que para os
iluministas a arte gótica era bárbara, monstruosa, exagerada em ornamentos e menos
funcional que o românico, destruindo os padrões clássicos. O termo “Gótico” faz referência
aos godos, povo bárbaro germano. A estética gótica só passou a ser vista com bons olhos
apenas a partir do romantismo, quando muitos dos artistas dessa geração se voltaram para o
passado ressignificando esse tipo de estética.
3. CATEDRAL
A catedral era, seguindo uma visão hierárquica das igrejas, meramente uma moradia
para bispos e sua assembleia religiosa. Porém, com o clima de grande disputa no início do
período gótico, essas catedrais assumiram grandes proporções se tornando verdadeiros
monumentos. De acordo com a finalidade espiritual buscada no estilo gótico, as catedrais
deveriam possuir elevadas alturas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o
início de seus pilares e o cume de suas abóbadas.
Para a construção de uma catedral gótica eram necessários vários trabalhadores
divididos em grupos que recebiam por aquilo que faziam. Cada construção era
supervisionada por um mestre construtor e por volta de 30 artesãos especialistas. O mestre
construtor atuava como um projetista, um artista e ainda como um artesão. Com o auxílio de
réguas, compassos, esquadros e outras poucas ferramentas geométricas, ele fazia as plantas
da catedral. A fundação das catedrais tinha por volta de 9 metros de profundidade e era
formada por camadas de pedras, assentadas com argamassa cuidadosamente dosada de areia,
cal e água sobre a terra argilosa no fundo da escavação.
e na base da nave tinha-se fachada principal; existiam ainda torres, porém de localização
variada.
● ARCO OGIVAL
Arco ogival, ilustrado na figura 3, também conhecido como arco quebrado, é formado
por duas partes de círculo iguais, que se cortam no ponto equidistante do centro, formando
um ângulo agudo. Sua criação foi uma marco para história da arquitetura já que esse
elemento fortemente utilizado na arquitetura gótica foi criado para substituir o arco de volta
perfeita, presente na figura 2, muito usado na arquitetura românica.
Figura 4: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 5: Aqueduto das águas livres, Lisboa
● ABÓBADA DE CRUZARIA
● PORTAL GÓTICO
● ROSÁCEA
(pela sua relação com os raios solares que projeta) ou a Virgem Maria (por apresentar uma
estrutura similar à das rosas). A figura 9 mostra um exemplo da Igreja de Kloster Ebrach em
Ebrach, Alemanha.
Fonte: geschichte.de
● VITRAIS
Os vitrais são pedaços de vidro coloridos com temas religiosos utilizados tanto como
ornamentação das igrejas como também para iluminação das construções.
● ARCADAS
A Arcada, demonstrada na figura 11 , corresponde ao limite lateral da nave central do
templo gótico. Como o próprio nome revela, são arcos ogivais, posicionados em sequência,
geralmente próximo aos claustros. Representava a base dos demais pavimentos do alçado da
igreja, fosse ele duplo, triplo ou quádruplo. Na figura, é possível observar a arcada em verde,
o trifório em amarelo e o clerestório em vermelho.
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● TRIBUNAS
● TRIFÓRIO
É um elemento que refere-se a uma galeria estreita localizadas sob as arcadas e sob
os clerestórios, e tem a função de separar a nave central das naves laterais e naves colaterais,
é um elemento que não possui janelas pois, localiza-se embaixo do telhado das naves laterais
(Figura 12).
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● CLERESTÓRIO
● CORO
● CONTRAFORTE
● ARCOBOTANTE
Construção em formato de meio arco, ilustrada na figura 14, que é erguida na parte
exterior dos edifícios para repartir o peso das paredes e colunas, sendo um meio encontrado
para ampliar a altura dos edifícios.
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● PINÁCULO
● GÁRGULA
As gárgulas, exposta na figura 15, estão situadas nas calhas dos telhados com o intuito
de escoar água. Normalmente, possuíam formatos monstruosos, que segundo as lendas eram
os “guardiões das igrejas”.
Figura 15: Gárgulas na Catedral de Colônia, Alemanha
● QUIMERA
“Uma quimera ou figura grotesca , é um tipo de escultura similar que não funciona como
desaguadouros e serve apenas para funções artísticas e ornamentais” (ROCHA, 2022).
● COLUNA
5. CLASSIFICAÇÃO DO GÓTICO
5.1. GÓTICO PRIMITIVO
Surge a partir de c. 1130 quando assumem-se as ideias base e dão os primeiros passos
com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis. As técnicas são aperfeiçoadas e entram na
época das grandes catedrais, que permanecerão até a fase seguinte. A Catedral de Sens,
iniciada entre 1135 e 1140, foi a primeira catedral a ser construída no novo estilo
(Saint-Denis era uma abadia, não uma catedral). A expressão nas artes visuais ainda é
austera, rígida e estilizada e muito dependente da herança românica. Um bom exemplo do
gótico primitivo fora da França está presente na figura 16.
Do final do século XII até meados do século XIII, o estilo Gótico se espalhou da
Île-de-France para aparecer em outras cidades do norte da França. Novas estruturas no estilo
incluíram a Catedral de Chartres (iniciada em 1200),a Catedral de Bourges (1195 a 1230), a
Catedral de Reims (1211-1275) e a Catedral de Amiens (iniciada em 1250). Em Chartres, o
uso dos arcobotantes permitiu a eliminação do nível da tribuna, o que permitiu arcadas e
naves muito mais altas, e janelas maiores.
O tipo inicial de abóbada em cruzaria usado em Saint-Denis e Notre-Dame, com seis
partes, foi modificado para quatro partes, tornando-se mais simples e mais forte. Amiens e
Chartres estavam entre os primeiros a usar o arcobotante; os contrafortes foram reforçados
por um arco adicional e com uma arcada de apoio, permitindo ainda maior altura e paredes e
mais janelas. Em Reims, os contrafortes receberam maior peso e força pela adição de pesadas
pinças de pedra no topo.
Estes eram frequentemente decorados com estátuas de anjos, e tornaram-se um
elemento decorativo importante do Alto Gótico. Outro elemento prático e decorativo, a
gárgula, apareceu; era uma bica ornamental que canalizava a água do telhado para longe do
edifício. Em Amiens, as janelas da nave foram ampliadas, e uma fileira adicional de janelas
de vidro transparente (a claire-voie) inundou o interior com luz. As novas tecnologias
estruturais permitiram a ampliação dos transeptos e dos coros no extremo leste das catedrais,
criando o espaço para um anel de capelas bem iluminadas.
Apesar de ser um período do “auge” da arquitetura francesa, outros exemplos também
podem ser mencionados fora do território francês como a Catedral de Bourges, Inglaterra,
presente na figura 17.
Figura 18: Os vitrais em ascensão atrás do altar-mor Figura 19: Catedral de Gloucester, Inglaterra
A Prefeitura de Bruges, na figura 20, localizada onde era um antigo castelo, é um dos
marcos mais apreciados da cidade de Bruges. Foi construído em 1376, tornando-se uma das
mais antigas prefeituras da Bélgica. Este é o lugar onde as decisões sobre o país ocorreram
por cerca de 600 anos. Hoje em dia, abriga um museu da cidade. A fachada costumava ser
decorada com estátuas, mas todas foram retiradas durante uma reconstrução maciça em 1959,
depois de serem provadas incapazes de estar no espaço aberto. Alguns foram recuperados e
agora estão expostos no museu.
O estilo Manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio, tem como
sua principal característica a exuberância de formas e uma forte interpretação
naturalista-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais. A janela, tanto em edifícios
religiosos como seculares, é um dos elementos arquitetônicos onde melhor se pode observar
este estilo. As naves possuiam a mesma altura, influência das igrejas-salão alemãs.
Figura 21: Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, Portugal
1245 por Henrique terceiro, que selecionou o local para o seu enterro, e continuou até 1517,
sendo amplamente terminado pelo arquiteto Henry Yevele no reinado de Ricardo II. É uma
edificação do tipo gótico perpendicular que segue o estilo gótico anglo-francês e já foi local
de sepultamentos, coroações e casamentos reais.
Figura 28: Abadia de Westminster , Inglaterra
Figura 29: Igreja de Santa Isabel, Marburg, Alemanha Figura 30: Planta da Igreja de Santa
Isabel,Alemanha
Figura 31: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 32: Planta baixa da Catedral de Colônia
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Figura 33: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 34: Interior da Catedral de Colônia,
Alemanha
Figura 35: A Principal Igreja de Ulm Figura 36: Interior da Principal igreja de Ulm
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A Catedral de Ratisbona (Figura 37) ou Catedral de São Pedro, uma das catedrais
mais significativas da Alemanha com seu estilo gótico francês. Além de ser um local de
oração, dos serviços litúrgicos, também é o local de sepultamento dos bispos de Regensburg,
desde a construção das sepulturas subterrâneas em 1984-85. Sua construção se prolongou
durante um período de mais de 250 anos na Idade Média. Segundo a arquitetura gótica, tudo
devia ser acabado em sua “justa medida”. De forma majestosa, é representada pela abóbada
nervurada, com 32 metros de altura, traça um arco sobre a nave central.
Figura 38: Igreja de Santa Maria em Lübeck, Alemanha Figura 39: Interior da Igreja de Santa
Maria
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Figura 43: Catedral antiga de Lérida, Catalunha , Espanha Figura 44: Catedral de Ávila,
Espanha
Figura 45: Fachada principal da Catedral de Burgos Figura 46: Porta do Sarmental, Catedral de
Burgos.
A Catedral de León (Figuras 47, 48, 49 e 50) também é conhecida como La Bella
Leonesa e faz jus ao seu nome. É uma das mais altas expressões do gótico, em que as paredes
foram reduzidas ao máximo, para serem substituídas por cerca de 1800 m² de vitrais
coloridos, os quais constituem um dos maiores conjuntos de vitrais medievais do mundo.
Iniciada em 1205, é uma das grandes obras da arquitetura gótica, de influência francesa. A
planta é quase uma réplica da catedral de Reims, ainda que em escala ligeiramente menor.
Esta catedral teve inúmeras reformas e arranjos, visto que a difícil estrutura em que se
pretendia dispensar grandes paredes e criar um ambiente repleto de luz criou problemas
arquitetônicos no suporte da estrutura. A isso se soma a dificuldade do terreno, que era
instável e já havia sofrido inúmeras construções anteriores.
O exterior mostra estilo gótico em todos os seus pontos. A fachada oeste conta com
duas torres góticas de 65 e 68 metros de altura, onde percebe-se que não são totalmente
simétricas, uma vez que foram construídas em épocas diferentes. A Torre do Sino foi a
primeira e a Torre do Relógio foi construída quase um século depois. O interior da catedral é
conhecido como “casa da luz”, uma vez que os vitrais ocupam 1765 m² de superfície.
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Figura 47: A catedral de León, Espanha Figura 48: Catedral de León, Espanha
Figura 49: Interior da Catedral de León, Espanha Figura 50: Planta da catedral de León,
Espanha
Construída entre 1226 e 1493, a Catedral de Toledo (Figuras 51, 52 e 53) é uma das
estruturas históricas mais impressionantes da Espanha. Gótica e com toques mudéjar, é
bastante diferenciada de outras catedrais contemporâneas europeias.
Sua planta é de cinco naves e suas medidas são 120 metros de comprimento e 59 de
largura. O telhado é sustentado por 88 colunas. Com seus 750 vitrais policromados datados
dos séculos XIV, XV e XVI, além de uma fenda no teto, a iluminação no interior da Catedral
de Toledo transforma e transcende a decoração. Pela sua iluminação o altar-mor é chamado
de El transparente.
O retábulo da capela principal, de cinco corpos, contém cenas do Novo Testamento
com esculturas policromadas de tamanho natural e foi elaborado em madeira dourada ao
fogo. Na entrada principal existem três portas, finamente entalhadas, que dão, com exatidão,
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a magnitude do local. São elas: Puerta del Infierno (aberta apenas no Domingo de Ramos);
Puerta del Perdón (aberta somente em algumas datas especiais); e a Puerta del Juicio Final
(entrada principal).
Figura 51: Catedral de Toledo, Espanha. Figura 52: Retábulo da capela principal
● Séculos XV e XVI: o gótico final ou manuelino, uma arte feita de muitas influências
(onde os elementos góticos, mouriscos e influências renascentistas se mesclam),
originando um sentido ornamental muito específico, com elementos de heráldica régia
aliada a formas naturalistas (fauna e flora marítimas); na arquitetura, as estruturas
góticas essenciais mantêm-se, mas agora aliadas a novos conceitos de espaço e
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iluminação com preferência por igrejas de naves todas à mesma altura ou por igrejas
salão; surgem novos elementos formais, estruturais ou decorativos, sobretudo na
diversidade de tipologias de arcos, abóbadas e portais; gosto por uma decoração
abundante e exuberante, com um caracter barroco mesmo, associada à arquitetura, e
cuja temática decorativa tem como base motivos naturalistas de influência marinha,
vegetalista e de animais fantásticos, simbologia ligada à expansão de Portugal
(Descobrimentos) e à heráldica régia (a esfera armilar, a cruz de Cristo, o escudo
régio), tendo assim um objetivo propagandístico do poder imperial do rei e do país.
A arquitetura gótica na Itália surgiu no século XII, e representa uma forma muito
incomum desse estilo, uma vez que difere significativamente da forma normativa do gótico
da Île-de-France. Não há uma única catedral na Itália, construída no século XII ou XIII,
inspirada em edifícios góticos franceses. O novo estilo foi espalhado através das igrejas
monásticas principalmente pelos cistercianos na forma do estilo românico tardio, que era
usado na Borgonha naquela época. Mesmo assim é uma arquitetura muito importante e
diversificada.
O gótico italiano não tem um foco maior na construção, praticamente não conhece o
sistema de apoio e o layout da catedral, baseia-se em paredes maciças com janelas
relativamente pequenas. Pode-se notar a diferença nos vitrais que são incolores e reduzidos
em tamanho e no desenvolvimento vertical que é raramente importante. Em contrapartida, os
elementos que sempre estão presentes são os arcos ogivais e as abóbadas de cruzaria.
A estética das pedras é muito precisa. O resultado dessa junção é uma arquitetura
crua, sem enfeites. O gótico italiano é, no entanto, muito decorativo. Utiliza frequentemente
mármore ou materiais similares de alta qualidade, e grandes áreas de alvenaria são dedicadas
à pintura e mosaicos. Muitos, especialmente os edifícios góticos tardios, possuem um grande
número de elementos decorativos com uma forma muito fina.
Os primeiros edifícios góticos italianos foram as abadias cistercienses. Eles se
espalharam por todo o território italiano, muitas vezes adaptando técnicas de construção às
tradições locais. Por vezes, estava presente a decoração de parede cromada da tradição
românica. Um bom exemplo é a abadia de Fossanova (Figuras 56 e 57) , mosteiro cisterciano
italiano, construída entre os séculos XII e XIII, que envolveu a introdução do gótico, com
toques decorativos lombardos e influências árabes.
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Figura 56: Abadia de Fossanova, Itália Figura 57: Interior da Abadia de Fossanova, Itália
Figura 58: Altar Maior da Basílica Inferior Figura 59: Vista interna da basílica
superior
Figura 61: Duomo di Milano Figura 62: Corredor central e o altar da Catedral de Milão
A torre e o pináculo foram construídos entre 1310 e 1333. A torre, que era para dar
grandeza à catedral, tornou-se um verdadeiro problema visto que acrescentou 6500
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toneladas ao edifício. Ao longo dos anos, diferentes meios de contenção foram adicionados
para evitar que colapsasse devido ao excesso de peso.
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS
LAART. Arquitetura Gótica: Entre Vitrais, Abóbadas e Gárgulas. 2020 Disponível em:
https://laart.art.br/blog/arquitetura-gotica/. Acesso em: 24 mai. 2022
Arquitetura Gótica: entenda tudo sobre a arte das catedrais. Disponível em:
<https://www.vobi.com.br/blog/arquitetura-gotica#a-historia-da-arquitetura-gotica>. Acesso
em: 29 maio. 2022.
Catedral de Toledo, templo que é marco da rica história da região. Disponível em:
<https://www.cidadeecultura.com/catedral-de-toledo-espanha/>. Acesso em: 18 maio. 2022.