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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I

JOYCE FAUSTINO DA SILVA


MARYA FERNNANDA ALVES DE VASCONCELOS

ARQUITETURA GÓTICA: UM OLHAR PARA ALÉM DA FRANÇA

JOÃO PESSOA
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETO
1.2. OBJETIVOS
1.3. JUSTIFICATIVA
1.4. METODOLOGIA
2. ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO
3. CATEDRAL
3.1. PLANTA DA CATEDRAL
4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS E DECORATIVOS DE UMA CATEDRAL
GÓTICA
5. CLASSIFICAÇÃO DO GÓTICO
5.1. GÓTICO PRIMITIVO
5.2. GÓTICO CLÁSSICO, GÓTICO PLENO OU ALTO GÓTICO
5.3. GÓTICO TARDIO
5.3.1. Gótico Perpendicular
5.3.2. Gótico Flamejante
5.3.3. Gótico Manuelino
5.3.4. Gótico Mudéjar
6. GÓTICO FORA DA FRANÇA
6.1. PERÍODO GÓTICO NA INGLATERRA
6.2. PERÍODO GÓTICO NA ALEMANHA
6.2.1. Catedral de Colônia
6.2.2. Principal Igreja de Ulm
6.2.3. Catedral de Ratisbona
6.2.4. Gótico de Tijolos
6.3. PERÍODO GÓTICO NA BÉLGICA
6.3.1. Igreja Beneditina de Saint-Jacques
6.4. PERÍODO GÓTICO NA ESPANHA
6.4.1. Catedral de Burgos
6.4.2. Catedral de León
6.4.3. Catedral de Toledo
6.5. PERÍODO GÓTICO EM PORTUGAL
6.6. PERÍODO GÓTICO NA ITÁLIA
7. OBRA EMBLEMÁTICA: CATEDRAL DE SALISBURY
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS
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1. INTRODUÇÃO

O surgimento da arquitetura gótica foi um marco para a história do continente


europeu, pois rompeu com os paradigmas e padrões clássicos, antes impulsionados pela
arquitetura românica (ESTILOS ARQUITETÔNICOS, 2022).
Trata-se de um período onde ocorreu a queda do regime feudalista, retornando o
regime monárquico, com o apoio da burguesia e da classe de trabalhadores, esse período
portanto, é também rememorado como o período de grande dominação da igreja católica e
por isso, ficou conhecida como a arquitetura das catedrais, que iniciou na França e que se
espalhou por toda a Europa desde meados do século XII e continuou sendo padrão até o
século XV (LAART, 2020).
Com isso, podemos destacar segundo FAZIO (2011) que:
"Alguns elementos-chave empregados em muitas edificações góticas - o arco
ogival e a abóbada nervurada - ainda que, como já vimos, ambos também
estivessem presentes em muitas obras românicas. Há, contudo, outros elementos
típicos exclusivos das edificações góticas, como os arcobotantes, as janelas com
rendilhados e pilares ou colunas fasciculados, que servem como marcas registradas
do estilo.”

1.1. OBJETO

O presente trabalho dedica-se ao curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade


Federal da Paraíba (UFPB) para a disciplina de História da Arquitetura e do Urbanismo I,
como forma de atender e contemplar de maneira mais abrangente e satisfatória, o que foi
abordado pelo professor em sala de aula.
Nosso estudo focalizou-se em trazer a Arquitetura Gótica no âmbito de localização
que não agrega a localidade francesa, mas sim a influência desse estilo arquitetônico nos
demais países da Europa como: Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Bélgica;
para isso foram utilizados as características que melhor definem cada país, bem como as
semelhanças e diferenças existentes entre a arquitetura gótica francesa.

1.2. OBJETIVOS

O estudo surgiu a partir da necessidade de estudo e exploração dos recursos da


literatura arquitetônica, principalmente tendo em vista, o tema abordado em questão:
Arquitetura Gótica: Um olhar para além da França, no qual iremos abordar as principais
características desse estilo arquitetônico, bem como apresentar as principais semelhanças e
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diferenças entre a França e outros países da Europa onde o Gótico repercutiu, como na
Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália e Portugal.

1.3. JUSTIFICATIVA
O trabalho desenvolvido busca atingir os pressupostos da arquitetura gótica, analisar
as características arquitetônicas que definiram esse período para a história da arquitetura, bem
como, definir os impactos da influência gótica quer seja para arquitetura de cunho religioso
ou mesmo civil.

1.4. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo foi a pesquisa


bibliográfica, realizada tendo como base fontes variadas e materiais que já foram publicados,
seja por meio físico ou digital, como: livros, artigos científicos e páginas na Web.

2. ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO

A arquitetura gótica tem início na idade média, onde a organização social era
configurada por feudos, pequenas vilas onde a população consumia o que produzia e a
distribuição dos insumos era realizada de acordo com as classes sociais. Nesse contexto, os
templos religiosos eram construídos no estilo românico onde predominavam construções
robustas com paredes estruturais pesadas, pequenas aberturas e acabamento em tijolo
aparente.
A intensificação das rotas marítimas e do comércio europeu permitiu a interação entre
diversas culturas, trazendo luz para as novas soluções estruturais e estéticas na arquitetura.
Nessa perspectiva, surge a arquitetura gótica ao norte da França em meados do século XII.
Por ter se originado no país citado, essa arquitetura também ficou conhecida como "Obra
Francesa" (Opus Francigenum), disseminando-se posteriormente para outros países. O que
seria, a princípio, apenas uma inovação de ordem técnica, acabou se tornando num dos mais
imponentes estilos arquitetônicos de todos os tempos. É importante salientar que a arquitetura
era considerada na Idade Média a mais importante das artes. O primeiro exemplo notável
geralmente considerado é a Abadia de Saint-Denis, perto de Paris, cujo coro e fachada foram
reconstruídos com traços góticos. O coro foi concluído em 1144.
O estilo gótico rompe com o modelo de construção presente até então, o românico.
Esse novo estilo é marcado pela associação às práticas religiosas, especialmente o
catolicismo onde as igrejas tinham poder políticos e econômicos, pois os representantes do
clero possuíam recursos para investir nas obras. Nesse sentido pode-se entender o motivo das
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obras desse estilo serem em sua maioria construções católicas carregadas por muitas
simbologias religiosas.
No século XIV ocorre o renascimento cultural, político e econômico na Itália, o qual
prega a razão sobre a fé. Esse movimento é o precursor do iluminismo, que entende a razão e
a ciência com base para a compreensão do mundo. Foi a partir dessa percepção de mundo que
a obra francesa recebeu o nome “gótico” como um insulto estilístico, já que para os
iluministas a arte gótica era bárbara, monstruosa, exagerada em ornamentos e menos
funcional que o românico, destruindo os padrões clássicos. O termo “Gótico” faz referência
aos godos, povo bárbaro germano. A estética gótica só passou a ser vista com bons olhos
apenas a partir do romantismo, quando muitos dos artistas dessa geração se voltaram para o
passado ressignificando esse tipo de estética.

3. CATEDRAL

A catedral era, seguindo uma visão hierárquica das igrejas, meramente uma moradia
para bispos e sua assembleia religiosa. Porém, com o clima de grande disputa no início do
período gótico, essas catedrais assumiram grandes proporções se tornando verdadeiros
monumentos. De acordo com a finalidade espiritual buscada no estilo gótico, as catedrais
deveriam possuir elevadas alturas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o
início de seus pilares e o cume de suas abóbadas.
Para a construção de uma catedral gótica eram necessários vários trabalhadores
divididos em grupos que recebiam por aquilo que faziam. Cada construção era
supervisionada por um mestre construtor e por volta de 30 artesãos especialistas. O mestre
construtor atuava como um projetista, um artista e ainda como um artesão. Com o auxílio de
réguas, compassos, esquadros e outras poucas ferramentas geométricas, ele fazia as plantas
da catedral. A fundação das catedrais tinha por volta de 9 metros de profundidade e era
formada por camadas de pedras, assentadas com argamassa cuidadosamente dosada de areia,
cal e água sobre a terra argilosa no fundo da escavação.

3.1 PLANTA DA CATEDRAL

A planta básica da catedral gótica exemplificada na figura 1 pouco difere das


encontradas em catedrais de períodos anteriores. Sob a forma de uma cruz, a catedral se
dividia basicamente em: nave, transeptos, e coro. Na parte inferior da cruz se situava a nave
central circundada por naves laterais; na faixa horizontal existiam os transeptos e o cruzeiro,
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e na base da nave tinha-se fachada principal; existiam ainda torres, porém de localização
variada.

Figura 1: Planta da catedral Gótica

Fonte: Estilos Arquitetônicos, 2022

4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS E DECORATIVOS DE UMA CATEDRAL


GÓTICA

● ARCO OGIVAL

Arco ogival, ilustrado na figura 3, também conhecido como arco quebrado, é formado
por duas partes de círculo iguais, que se cortam no ponto equidistante do centro, formando
um ângulo agudo. Sua criação foi uma marco para história da arquitetura já que esse
elemento fortemente utilizado na arquitetura gótica foi criado para substituir o arco de volta
perfeita, presente na figura 2, muito usado na arquitetura românica.

Apesar de ser geometricamente mais difícil de projetar, permitiu construir catedrais


como na figura 4 e demais monumentos cada vez mais altos, apresentado na figura 5, uma
vez que seu formato distribui melhor as forças, tornando-se mais fácil de suportar o peso da
construção.
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Figura 2: Arco de volta perfeita Figura 3: Arco Ogival

Fonte: slideshare , 2022 Fonte: Pinterest, 2016

Figura 4: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 5: Aqueduto das águas livres, Lisboa

Fonte: hotel haus barion, 2022 Fonte: pinterest, 2022

● ABÓBADA DE CRUZARIA

Também fundamentais na revolução do modelo de construção, as abóbadas de


cruzaria, ilustrada na figura 6, são elementos côncavos utilizados nas coberturas de áreas
quadradas, curvas ou irregulares. Sua estrutura conta com arcos cruzados que permitem a
distribuição do peso em vários pontos de apoio, reduzindo as dimensões dos elementos
estruturais. Assentam em pilares. Eram pontiagudas, mais flexíveis e de maior adaptação,
permitindo aberturas maiores e utilização de vitrais.
Figura 6: Ilustração de uma Abóbada de cruzaria
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Fonte: slideshare, 2022

● PORTAL GÓTICO

O portal gótico, presente no esquema da figura 7 e na figura 8 assemelhava-se


bastante ao românico. Possui o gablete, que era uma parede ornamental triangular construída
sobre um arco, vão de porta, portal ou janela, que podia apresentar elementos decorativos
laterais e no vértice ou ainda ser rendilhado. O tímpano, sobre cada porta, é preenchido com
estátuas realistas que ilustram histórias bíblicas, e as colunas entre as portas são muitas vezes
também cheias de estátuas.

Figura 7: Elementos Arquitetônicos do estilo


gótico Figura 8: Portal da catedral de Colônia, Alemanha

Fonte: slideshare, 2007 Fonte: fotocommunity, 2009

● ROSÁCEA

Um dos vitrais que compõem a fachada, porém possui formato redondo e se


assemelha a uma rosa. Esse vitral em específico está presente nas entradas, também podendo
ser observado nos altares e no teto de algumas catedrais.
O objetivo principal da rosácea, representada na figura 9, é favorecer a iluminação das
igrejas, já que permite que entre a luz natural à construção. Os arquitetos colocavam as
rosáceas para criar efeitos de luz sobre os altares. A rosácea podia ter também diversos
valores simbólicos. Nesse sentido, a sua inclusão num templo podia representar Jesus Cristo
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(pela sua relação com os raios solares que projeta) ou a Virgem Maria (por apresentar uma
estrutura similar à das rosas). A figura 9 mostra um exemplo da Igreja de Kloster Ebrach em
Ebrach, Alemanha.

Figura 9: Rosácea vista do interior da igreja de Kloster Ebrach, Alemanha

Fonte: fotocommunity, 2020

Figura 10: Igreja de Kloster Ebrach em Ebrach, Alemanha.

Fonte: geschichte.de

● VITRAIS

Os vitrais são pedaços de vidro coloridos com temas religiosos utilizados tanto como
ornamentação das igrejas como também para iluminação das construções.

● ARCADAS
A Arcada, demonstrada na figura 11 , corresponde ao limite lateral da nave central do
templo gótico. Como o próprio nome revela, são arcos ogivais, posicionados em sequência,
geralmente próximo aos claustros. Representava a base dos demais pavimentos do alçado da
igreja, fosse ele duplo, triplo ou quádruplo. Na figura, é possível observar a arcada em verde,
o trifório em amarelo e o clerestório em vermelho.
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Figura 11: Arcada, trifório e clerestório da catedral de León, Espanha

Fonte: vieira da arte, 2017 (Modificado pelo autor)

● TRIBUNAS

As tribunas estavam localizadas na parte superior das naves laterais, possuindo a


mesma largura. Era um espaço destinado à nobreza ou aos clérigos idosos. Seguiam a mesma
modulação das arcadas das naves laterais, possuindo o mesmo trabalho de cantaria de pedra
nas suas ogivas. Sobre as tribunas estava o trifório ou clerestório dependendo se o alçado era
quádruplo ou triplo. Na figura 12, está representada a tribuna e outros elementos.
Figura 12: Elementos Arquitetônicos do estilo gótico - Catedral de Laon, França

Fonte: pinterest, 2022

● TRIFÓRIO

É um elemento que refere-se a uma galeria estreita localizadas sob as arcadas e sob
os clerestórios, e tem a função de separar a nave central das naves laterais e naves colaterais,
é um elemento que não possui janelas pois, localiza-se embaixo do telhado das naves laterais
(Figura 12).
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● CLERESTÓRIO

É um elemento a parte da parede gótica iluminada naturalmente por um conjunto de


fiadas de janelas altas sobre um telhado adjacente, localizado no andar superior, sobretudo
nas igrejas medievais (CARVALHO, 2009); (Figura 12)

● CORO

É a zona da igreja destinada ao acolhimento dos cantores litúrgicos, situada entre a


nave e o altar . Em algumas igrejas, o coro é separado da nave por uma divisória ornamental
denominada tela do coro ou, mais frequentemente, por uma grade do coro (Figura 13).
Figura 13: Coro da Catedral de Bristol, Inglaterra.

Fonte: STRING FIXER, 2022

● CONTRAFORTE

O contraforte fica posicionado em um ângulo reto em relação à estrutura gótica contra


a parede lateral e eleva-se a uma altitude considerada alta, em um enorme grau de perfeição.
O peso do contraforte neutraliza a pressão causada pelas abóbadas. O arcobotante possui uma
caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à
parede e por outro lado pela claraboia da nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso
lateral das abóbadas, e associado aos contrafortes, possui uma força enorme. Graças a estes
dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente
altas, com muitos vitrais e rosáceas.(Figura 14)

● ARCOBOTANTE

Construção em formato de meio arco, ilustrada na figura 14, que é erguida na parte
exterior dos edifícios para repartir o peso das paredes e colunas, sendo um meio encontrado
para ampliar a altura dos edifícios.
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● PINÁCULO

O pináculo, também ilustrado na figura 14, é um elemento arquitetônico que serve


tanto como estrutura como decoração.
Os pináculos de pedra eram colocados sobre contrafortes , para dar-lhes peso e
estabilidade adicionais, e para contrabalançar o impulso externo das abóbadas das costelas da
nave. Como ornamento, eram usados ​para quebrar as linhas horizontais, como parapeitos e
telhados de torres.

Figura 14: Elementos Arquitetônicos da Arquitetura Gótica

Fonte: cuadernodeirenebruzazo, 2022

● GÁRGULA

As gárgulas, exposta na figura 15, estão situadas nas calhas dos telhados com o intuito
de escoar água. Normalmente, possuíam formatos monstruosos, que segundo as lendas eram
os “guardiões das igrejas”.
Figura 15: Gárgulas na Catedral de Colônia, Alemanha

Fonte: panthermedia, 2022


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● QUIMERA

“Uma quimera ou figura grotesca , é um tipo de escultura similar que não funciona como
desaguadouros e serve apenas para funções artísticas e ornamentais” (ROCHA, 2022).

● COLUNA

É um elemento arquitetônico com a função de receber as cargas verticais do arco, da


arquitrave e da abóbada, possui formato do fuste originalmente quadrado e de seção
cilíndrica, podendo ser também do tipo poligonal. Os materiais utilizados para confecção
geralmente são a pedra, o tijolo, a madeira ou até mesmo o metal.(CARVALHO,2009).
Também podendo ser utilizada para fins meramente decorativos.

5. CLASSIFICAÇÃO DO GÓTICO
5.1. GÓTICO PRIMITIVO

Surge a partir de c. 1130 quando assumem-se as ideias base e dão os primeiros passos
com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis. As técnicas são aperfeiçoadas e entram na
época das grandes catedrais, que permanecerão até a fase seguinte. A Catedral de Sens,
iniciada entre 1135 e 1140, foi a primeira catedral a ser construída no novo estilo
(Saint-Denis era uma abadia, não uma catedral). A expressão nas artes visuais ainda é
austera, rígida e estilizada e muito dependente da herança românica. Um bom exemplo do
gótico primitivo fora da França está presente na figura 16.

Figura 16: Catedral de Terragona, Espanha

Fonte: megaconstrucciones, 2016


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5.2. GÓTICO CLÁSSICO, GÓTICO PLENO OU ALTO GÓTICO

Do final do século XII até meados do século XIII, o estilo Gótico se espalhou da
Île-de-France para aparecer em outras cidades do norte da França. Novas estruturas no estilo
incluíram a Catedral de Chartres (iniciada em 1200),a Catedral de Bourges (1195 a 1230), a
Catedral de Reims (1211-1275) e a Catedral de Amiens (iniciada em 1250). Em Chartres, o
uso dos arcobotantes permitiu a eliminação do nível da tribuna, o que permitiu arcadas e
naves muito mais altas, e janelas maiores.
O tipo inicial de abóbada em cruzaria usado em Saint-Denis e Notre-Dame, com seis
partes, foi modificado para quatro partes, tornando-se mais simples e mais forte. Amiens e
Chartres estavam entre os primeiros a usar o arcobotante; os contrafortes foram reforçados
por um arco adicional e com uma arcada de apoio, permitindo ainda maior altura e paredes e
mais janelas. Em Reims, os contrafortes receberam maior peso e força pela adição de pesadas
pinças de pedra no topo.
Estes eram frequentemente decorados com estátuas de anjos, e tornaram-se um
elemento decorativo importante do Alto Gótico. Outro elemento prático e decorativo, a
gárgula, apareceu; era uma bica ornamental que canalizava a água do telhado para longe do
edifício. Em Amiens, as janelas da nave foram ampliadas, e uma fileira adicional de janelas
de vidro transparente (a claire-voie) inundou o interior com luz. As novas tecnologias
estruturais permitiram a ampliação dos transeptos e dos coros no extremo leste das catedrais,
criando o espaço para um anel de capelas bem iluminadas.
Apesar de ser um período do “auge” da arquitetura francesa, outros exemplos também
podem ser mencionados fora do território francês como a Catedral de Bourges, Inglaterra,
presente na figura 17.

Figura 17: Catedral de Bourges, Inglaterra

Fonte: Fonte: itinari, 2017


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5.3. GÓTICO TARDIO

Tem seu surgimento em 1350 na França e na Inglaterra, e em 1450 em Portugal e na


Espanha. A influência da religião começa a declinar, a expressão artística torna-se mais
mundana e mais complexa, com acentuado gosto pelo decorativo e pelo detalhe preciosista. É
nesse período que o gótico adquire diferentes versões de acordo com a região onde se
desenvolve.

5.3.1 Gótico Perpendicular

Presente na Inglaterra, destacava-se pela altura de suas edificações religiosas e pelo


uso de linhas perpendiculares. Os templos eram muito iluminados já que o clerestório com
vitrais totalizavam quase que totalmente suas paredes laterais.

Figura 18: Os vitrais em ascensão atrás do altar-mor Figura 19: Catedral de Gloucester, Inglaterra

Fonte: wikipedia, 2021 Fonte: wikipedia, 2021

As primeiras amostras do período perpendicular, de cerca de 1360, são encontradas na


Catedral de Gloucester, nas figuras 18 e 19. A catedral tem 128,0 m de comprimento e 43,9 m
de largura, com uma elegante torre central do século XV que sobe a uma altura de 68,6 m e é
coberta por quatro pináculos delicados, sendo um famoso marco urbano

5.3.2 Gótico Flamejante

O estilo flamejante ou flamboyant, presente Bélgica e Itália, era definido pela


exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitetônicos. A própria designação
(flamejante, por suas decorações se assemelhavam às labaredas de fogo) traduz a essência do
novo gosto por uma ornamentação fluída e ondulante que cobre toda a superfície
arquitetônica como uma teia.
Figura 20: A Prefeitura de Bruges, Bélgica
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Fonte: travel.sygic, 2022

A Prefeitura de Bruges, na figura 20, localizada onde era um antigo castelo, é um dos
marcos mais apreciados da cidade de Bruges. Foi construído em 1376, tornando-se uma das
mais antigas prefeituras da Bélgica. Este é o lugar onde as decisões sobre o país ocorreram
por cerca de 600 anos. Hoje em dia, abriga um museu da cidade. A fachada costumava ser
decorada com estátuas, mas todas foram retiradas durante uma reconstrução maciça em 1959,
depois de serem provadas incapazes de estar no espaço aberto. Alguns foram recuperados e
agora estão expostos no museu.

5.3.3 Gótico Manuelino

O estilo Manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio, tem como
sua principal característica a exuberância de formas e uma forte interpretação
naturalista-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais. A janela, tanto em edifícios
religiosos como seculares, é um dos elementos arquitetônicos onde melhor se pode observar
este estilo. As naves possuiam a mesma altura, influência das igrejas-salão alemãs.
Figura 21: Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, Portugal

Fonte: estilos arquitetônicos, 2022

Figura 22: Planta do Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa, Portugal


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Fonte: paixão por lisboa, 2017

Figura 23: Refeitório no Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa, Portugal

Fonte: paixão por lisboa, 2017

Ponto culminante da arquitetura manuelina, este mosteiro nas figuras 21 a 23, é o


mais notável conjunto monástico português do seu tempo e uma das principais igrejas-salão
da Europa. A sua construção iniciou-se já no inicio do século XVI e prolongou-se por uma
centena de anos, tendo sido dirigida por um conjunto notável de arquitetos/mestres de obras.
5.3.4 Gótico Mudéjar
Por fim, na figura tem-se o estilo mudéjar, presente na Espanha, que combina
elementos e materiais ibero-muçulmano. Ou seja, em uma única edificação observamos
estilos gótico, românico, renascentista e islâmico. O resultado desses estilos arquitetônicos é
surpreendente em suas formas e cores.
Figura 24: Catedral de Toledo, Espanha
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Fonte: theculturetrip, 2022

6. GÓTICO FORA DA FRANÇA


Embora o estilo gótico tenha sua origem francesa, isso não tornou-se empecilho para
que outros países adotassem as características da arquitetura gótica como veremos a seguir
alguns exemplos:

6.1. PERÍODO GÓTICO NA INGLATERRA

Apesar do grande prestígio do gótico francês, os ingleses desenvolveram suas próprias


características da estética gótica, sobretudo com relação às igrejas.
As principais características são: grandes extensões internas horizontais; a diversidade
estilística das construções, pois existem partes que foram construídas em séculos diferentes e
que utilizaram por sua vez estilos diferentes, de forma que não houvesse preocupação com a
unidade estilística; a existência de transeptos duplos; geralmente há uma torre no cruzamento;
e a frente oeste pode ou não apresentar duas torres (como uma catedral francesa).
O Gótico inglês iniciou-se com a restauração da Catedral de Cantuária (Figura 26) em
1070, após ter sido devastada por um incêndio em 1174. A igreja que antes era normanda
possuiu, coro inspirado na catedral francesa de Sens. Com relação a planta baixa, houve o
reaproveitamento de algumas alvenarias. A imagem a seguir (Figura 25 ) exemplifica bem a
transformação e passagem da igreja normanda (à esquerda) para a igreja gótica (à
direita)(FAZIO et. al, 2011)

Figura 25: Plantas Baixas da Catedral de Cantuária


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Fonte : FAZIO, 2011.


Figura 26: Catedral de Cantuária Figura 27: Catedral de Lincoln

Fonte: ISTOCK,2022 Fonte: WIKIPÉDIA, 2022


Na catedral de Lincoln (Figura 27) é um bom exemplo da união dos períodos que
perpassam o estilo gótico inglês. A igreja foi reformada após um terremoto em 1185, e sua
reconstrução começou a partir de 1192 e durou até 1280, suas características principais
incluem: “abóbadas das loucas” (assimetria do padrão dos vitrais); à leste possui clerestório
com uma grande janela no qual possui decorações feitas pelo rendilhado; a Casa do Capítulo
com dez lados que rompem com a forma octogonal mais comum na Inglaterra. Possui cerca
de 147 metros de comprimento, 24 metros de largura e 5 mil m² de área, sendo a 4° maior
catedral do país.
Outro exemplo importante do período gótico na Inglaterra é a Abadia de Westminster
em Londres, Inglaterra, presente nas figura 28. A construção da atual igreja começou em
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1245 por Henrique terceiro, que selecionou o local para o seu enterro, e continuou até 1517,
sendo amplamente terminado pelo arquiteto Henry Yevele no reinado de Ricardo II. É uma
edificação do tipo gótico perpendicular que segue o estilo gótico anglo-francês e já foi local
de sepultamentos, coroações e casamentos reais.
Figura 28: Abadia de Westminster , Inglaterra

Fonte: Wikipédia, 2022

6.2. PERÍODO GÓTICO NA ALEMANHA

O estilo gótico na Alemanha começou a se desenvolver mais tarde do que na França,


surgindo apenas no século XIII, mas se fundiu com as tradições culturais do país de tal forma
que por muitos anos foi considerada sua prole.
Geralmente segue a fórmula francesa, mas as torres são mais altas. Devido ao
tamanho das mesmas, a seção da fachada entre elas pode parecer estreita e compacta, porém
as linhas e expressões do edifício transmitem certa leveza, graças à exploração das linhas
verticais e os rendilhados que tomam conta das janelas em forma de ogiva. Um ponto
importante do interior das catedrais góticas alemãs é sua amplitude e abertura. Como as
francesas, tendem a não ter transeptos fortemente projetados.
A Igreja de Santa Isabel (Figuras 29 e 30), localizada na cidade de Marburg e que
teve sua construção iniciada em 1235. A planta desta igreja apresenta o formato de cruz.
Tanto as extremi­dades do coro quanto as do transepto são arredondadas, formando ab­sides
como no estilo românico. A parede da nave central tem uma única e alta arcada, mas as na­ves
laterais têm dois níveis com grandes janelas ogivais. Nesta igreja, como as naves laterais e a
nave central têm a mesma altura, são desnecessários os arcobotantes. A ausência desses arcos
marca a diferença entre a igreja de Marburgo e o gótico francês do século XIII.
22

Figura 29: Igreja de Santa Isabel, Marburg, Alemanha Figura 30: Planta da Igreja de Santa
Isabel,Alemanha

Fonte: wikipedia, 2006 Fonte: wikipedia, 2021

6.2.1 Catedral de Colônia

A Catedral de Colônia (Figuras 31, 32, 33 e 34), na Alemanha. É a sede do Arcebispo


de Colônia e da administração da Arquidiocese. É um famoso monumento do catolicismo
alemão e da arquitetura gótica e foi declarado Patrimônio da Humanidade em 1996. É o
marco mais visitado da Alemanha, atraindo uma média de 20.000 pessoas por dia. A 157 m, a
catedral é atualmente a igreja de torre dupla mais alta do mundo, a segunda igreja mais alta
da Europa depois de Ulm Minster e a terceira igreja mais alta do mundo. Sua construção
começou em 1248 e não foi concluída até 1880. Alguns historiadores de arte chamam a
catedral de “catedral perfeita” por causa de seu design uniforme e equilibrado. O projeto da
Catedral de Colônia foi baseado no da Catedral de Amiens, na França, em termos de planta
baixa, estilo e proporção entre largura e altura da nave central. A planta era do mestre de
construções Girard, trazido especialmente de Amiens, na França. Seu projeto previa uma
igreja gótica ainda mais majestosa, alta e elegante do que as francesas de Chartres, Reims e
Amiens. Na Segunda Guerra Mundial, a catedral foi bombardeada por 14 ataques de bombas
aéreas e mesmo assim não ruiu completamente. Sua reconstrução foi terminada em 1956.

Figura 31: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 32: Planta baixa da Catedral de Colônia
23

Fonte: verafidei, 2015 Fonte: Behance, 2022

Figura 33: Catedral de Colônia, Alemanha Figura 34: Interior da Catedral de Colônia,
Alemanha

Fonte : culturaeviagem, 2013 Fonte: fotocommunity, 2017

6.2.2 Principal Igreja de Ulm


A Principal Igreja de Ulm (Figura 35 e 36), Ulmer Münster, em alemão, é a igreja
mais alta do mundo, com a torre de 161,53 m de altura e 768 degraus. É também um exemplo
típico da arquitetura eclesiástica gótica. Embora seja chamada de catedral por seu grande
tamanho, a "Catedral" de Ulm nunca foi sede de um bispo. Assim como a famosa Catedral de
Colônia, permaneceu incompleta até o século XIX. Sua construção, iniciada com o
lançamento da pedra fundamental em 1377, foi concluída apenas 513 anos depois, com a
colocação de um florão na torre em 31 de maio de 1890.

Figura 35: A Principal Igreja de Ulm Figura 36: Interior da Principal igreja de Ulm
24

Fonte: Pinterest, 2022 Fonte: thousand wonders, 2022

6.2.3 Catedral de Ratisbona

A Catedral de Ratisbona (Figura 37) ou Catedral de São Pedro, uma das catedrais
mais significativas da Alemanha com seu estilo gótico francês. Além de ser um local de
oração, dos serviços litúrgicos, também é o local de sepultamento dos bispos de Regensburg,
desde a construção das sepulturas subterrâneas em 1984-85. Sua construção se prolongou
durante um período de mais de 250 anos na Idade Média. Segundo a arquitetura gótica, tudo
devia ser acabado em sua “justa medida”. De forma majestosa, é representada pela abóbada
nervurada, com 32 metros de altura, traça um arco sobre a nave central.

Figura 37: Catedral de Ratisbona, Alemanha


25

Fonte: fotocommunity, 2012

6.2.4 Gótico de tijolos

O Gótico de tijolos é uma variedade da arquitetura gótica que floresceu no norte da


Europa durante a Idade Média. Edifícios neste estilo encontram-se na região ao redor do Mar
Báltico: norte da Alemanha, Países Baixos, Flandres, Escandinávia, Polônia, Países Bálticos e
partes da Bielorrússia e Rússia, porém o foco do nosso estudo será na Alemanha.
Como indica o nome, o gótico de tijolos utilizou primariamente o tijolo como material
de construção de edifícios, ao invés da cantaria de pedra comum em outras regiões da Europa
na mesma época. O uso do tijolo impediu o desenvolvimento de uma decoração figurativa
associada à arquitetura (estátuas, gárgulas, pináculos decorados etc) que é típica do estilo
gótico de outras latitudes. Porém, os arquitetos deste estilo fizeram um rico uso de outros
tipos de elementos, como a subdivisão das superfícies com frisos de diferentes padrões e o
contraste entre distintos tipos de tijolos (vermelhos opacos e esmaltados) e linhas de calcário
branco para obter efeitos decorativos criativos.
Um grande exemplo desse estilo é a Igreja de Santa Maria, exposta nas figuras 38 e
39. Foi construída entre 1250 e 1350 por iniciativa dos grandes comerciantes da cidade,
constitui o edifício mais alto da cidade antiga com uma altura de 125 metros e por muitos
anos tem sido o símbolo do poder e prosperidade da antiga cidade hanseática, acima da
própria catedral. Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi bombardeada pelas forças
aliadas, o que causou um incêndio que afetou severamente a igreja. A igreja foi protegida por
um telhado temporário para o resto da guerra, a reconstrução começou em 1947 e durou doze
anos.

Figura 38: Igreja de Santa Maria em Lübeck, Alemanha Figura 39: Interior da Igreja de Santa
Maria
26

Fonte: molon.de, 2015 Fonte: pinterest, 2022

6.3. PERÍODO GÓTICO NA BÉLGICA

O período gótico na Bélgica foi caracterizado pelo estilo Flamejante ou


“Flamboyant”, termo que faz referência a forma de “chamas” que preenchem o interior das
janelas , principalmente as rosáceas.
Neste momento da arquitetura gótica algumas características tornaram-se marcantes
como: a grande preponderância da decoração arquitetônica (nervuras, arcobotantes, arcos,
janelas e portais); cresce o número os pináculos exteriores; as ogivas tornam-se complexas e
bastante luxuosas (VIANA, 2021).

6.3.1. Igreja Beneditina de Saint-Jacques


“A igreja da abadia beneditina de Santiago (Figura 40) foi fundada em 1015.
Trata-se de uma igreja estilo Gótica reconstruída de 1514 a 1538. O interior é ricamente decorado com
esculturas de Del Cour, um órgão do século XVII e umas extraordinárias vidraçarias. Sua abóbada
excelente com mais de 150 segmentos na nave. É um dos edifícios mais bonitos da
cidade.”(MINUBE, 2022).

Figura 40: Igreja Benedita de Saint-Jaques

Fonte: VIANA, 2021


27

6.4. PERÍODO GÓTICO NA ESPANHA

A arquitetura gótica espanhola é o estilo de arquitetura predominante na Espanha no


período medieval tardio. A arquitetura gótica se espalhou na Espanha no século XII, de forma
relativamente rápida desde o seu nascimento na França. Sua consolidação foi progressiva,
combinando em seus primeiros momentos os elementos arquitetônicos românicos e góticos.
Desde o seu início até o período do alto período gótico, a arquitetura espanhola
permaneceu fiel aos modelos franceses. No entanto, algumas características como a
insistência em tipos de plantas românicas ou a conservação de elementos decorativos de
influência mudéjar levaram à formação de variantes estilísticas locais, este processo foi
aumentado no final do século 13 e durante o século 14, em que apareceu uma grande
diferenciação em formas arquitetônicas e decorativas regionais.
O desenvolvimento da arquitetura na Espanha durante esses séculos refletiu as
diferentes circunstâncias históricas às quais os vários reinos hispânicos estavam sujeitos.
Assim, especialmente no sul da Espanha, o desenvolvimento do gótico foi adotado um pouco
tarde. Devido aos receios desencadeados pelas novas estruturas góticas de natureza
revolucionária da época, a transição entre os estilos românico e gótico ocorreu gradualmente
na Espanha. O primeiro elemento gótico que é incorporado à arquitetura espanhola é a
abóbada de ogiva, sua aparência é feita em torno do ano 1170, através da Ordem do Cister.
Uma manifestação desta importância é o fato de alguns edifícios começarem a trabalhar em
estilo gótico e depois continuarem sob esquemas românicos. A combinação de ambas as
formas fundem-se num estilo de transição, que tem a sua presença principal nas catedrais de
Tarragona iniciadas em 1174, Lérida (1203), Ávila (1170) e Cuenca (1196), apresentadas nas
figuras 41, 42, 43 e 44 respectivamente.

Figura 41: Catedral de Terragona, Espanha Figura 42: Catedral de Cuenca,


Espanha

Fonte: megaconstrucciones, 2016. Fonte: miviaje, 2022


28

Figura 43: Catedral antiga de Lérida, Catalunha , Espanha Figura 44: Catedral de Ávila,
Espanha

Fonte: megaconstrucciones, 2015 Fonte: kevmrc, 2021

O gótico completo alcança sua força máxima através do Caminho de Santiago no


século XIII, com a criação de algumas das mais puras catedrais góticas, de influência
francesa, durante o reinado de Fernando III em Castela e Leão: as catedrais de Burgos, León,
e Toledo.

6.4.1 A Catedral de Burgos

É a única catedral da Espanha considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO


(Figuras 45 e 46). Embora predomine o gótico, a catedral também incorpora outros estilos
artísticos, já que sua construção se prolongou de 1221 até 1765. Segundo historiadores, o
primeiro arquiteto foi de origem francesa, já que o gótico clássico ainda não era muito
conhecido na Espanha. A fachada principal é a Porta do Perdão, com uma rosácea estrelada e
uma galeria de estátuas dos reis de Castilla. Seu desenho relaciona-se com o gótico francês
presentes nas grandes catedrais. Aos dois lados se erguem as torres de 90 metros, coroadas
por magníficas agulhas perfuradas do século XV. A Porta do Sarmental apresenta um
conjunto escultórico, com a imagem de um Pantocrator rodeado dos apóstolos e evangelistas.
29

Figura 45: Fachada principal da Catedral de Burgos Figura 46: Porta do Sarmental, Catedral de
Burgos.

Fonte: Pinterest, 2022 Fonte: Portal Fuenterrebollo, 2022

6.4.2 Catedral de León

A Catedral de León (Figuras 47, 48, 49 e 50) também é conhecida como La Bella
Leonesa e faz jus ao seu nome. É uma das mais altas expressões do gótico, em que as paredes
foram reduzidas ao máximo, para serem substituídas por cerca de 1800 m² de vitrais
coloridos, os quais constituem um dos maiores conjuntos de vitrais medievais do mundo.
Iniciada em 1205, é uma das grandes obras da arquitetura gótica, de influência francesa. A
planta é quase uma réplica da catedral de Reims, ainda que em escala ligeiramente menor.

Esta catedral teve inúmeras reformas e arranjos, visto que a difícil estrutura em que se
pretendia dispensar grandes paredes e criar um ambiente repleto de luz criou problemas
arquitetônicos no suporte da estrutura. A isso se soma a dificuldade do terreno, que era
instável e já havia sofrido inúmeras construções anteriores.

O exterior mostra estilo gótico em todos os seus pontos. A fachada oeste conta com
duas torres góticas de 65 e 68 metros de altura, onde percebe-se que não são totalmente
simétricas, uma vez que foram construídas em épocas diferentes. A Torre do Sino foi a
primeira e a Torre do Relógio foi construída quase um século depois. O interior da catedral é
conhecido como “casa da luz”, uma vez que os vitrais ocupam 1765 m² de superfície.
30

Figura 47: A catedral de León, Espanha Figura 48: Catedral de León, Espanha

Fonte: oswaldobuzzo, 2022 Fonte: fotosjuyma, 2013

Figura 49: Interior da Catedral de León, Espanha Figura 50: Planta da catedral de León,
Espanha

Fonte: flickr, 2015 Fonte: vieiros da arte, 2022

6.4.3 Catedral de Toledo

Construída entre 1226 e 1493, a Catedral de Toledo (Figuras 51, 52 e 53) é uma das
estruturas históricas mais impressionantes da Espanha. Gótica e com toques mudéjar, é
bastante diferenciada de outras catedrais contemporâneas europeias.
Sua planta é de cinco naves e suas medidas são 120 metros de comprimento e 59 de
largura. O telhado é sustentado por 88 colunas. Com seus 750 vitrais policromados datados
dos séculos XIV, XV e XVI, além de uma fenda no teto, a iluminação no interior da Catedral
de Toledo transforma e transcende a decoração. Pela sua iluminação o altar-mor é chamado
de El transparente.
O retábulo da capela principal, de cinco corpos, contém cenas do Novo Testamento
com esculturas policromadas de tamanho natural e foi elaborado em madeira dourada ao
fogo. Na entrada principal existem três portas, finamente entalhadas, que dão, com exatidão,
31

a magnitude do local. São elas: Puerta del Infierno (aberta apenas no Domingo de Ramos);
Puerta del Perdón (aberta somente em algumas datas especiais); e a Puerta del Juicio Final
(entrada principal).
Figura 51: Catedral de Toledo, Espanha. Figura 52: Retábulo da capela principal

Fonte: theculturetrip, 2022 Fonte: ferretingoutthefun, 2020

Figura 53: Interior da Catedral de Toledo

Fonte: ferretingoutthefun, 2020

6.5. PERÍODO GÓTICO EM PORTUGAL

O estilo gótico português acompanhou a consolidação da monarquia e o prestígio da


igreja católica.
Os primeiros edifícios góticos registram uma maior simplicidade, entretanto
continuou seguindo os princípios técnicos e estéticos internacionais.
Caracteriza-se por apresentar dimensões planimétricas e altimétricas mais simples
tendo em vista o baixo custo para o financiamento das obras. De maneira geral, as janelas
32

apresentam-se em menor tamanho e quantidade; com relação ao estilo românico, a arquitetura


gótica apresenta uma decoração menos rica e exuberante (com relação aos seus interiores).
Em síntese, os elementos da nova arquitetura foram aparecendo seguindo a seguinte
ordem:
● 1.ª Metade do século XIII: lenta introdução do estilo gótico, casos do Mosteiro de
Alcobaça e do claustro da Sé de Coimbra, provavelmente por construtores
estrangeiros;
● 2.ª Metade do século XIII e século XIV: período de maior estabilidade no território
português, devido ao fim da guerra com os muçulmanos e ao desenvolvimento
económico e urbano que se faz sentir, suscitando grande número de construções, por
iniciativa dos reis ou dos nobres, e mesmo a remodelação de muitas igrejas
românicas; destacam-se a Sé de Évora e templos ou mosteiros e conventos em
Coimbra, Santarém, Tomar e Lisboa, além de outros no Norte do país;
● Séculos XIV e XV: a época do florescimento do gótico em Portugal, correspondendo
ao projeto do Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Figura 54 e 55), na Batalha, a igreja
de N.ª Sr.ª da Graça, em Santarém, as catedrais da Guarda e de Silves e o Convento de
N.ª Sr.ª do Carmo, em Lisboa;
Figura 54: Mosteiro de Santa Maria da Vitória Figura 55: Planta Baixa Mosteiro de Santa Maria da
Vitória

Fonte: olhares fotografias, 2022 Fonte: Casa Comum, 2022

● Séculos XV e XVI: o gótico final ou manuelino, uma arte feita de muitas influências
(onde os elementos góticos, mouriscos e influências renascentistas se mesclam),
originando um sentido ornamental muito específico, com elementos de heráldica régia
aliada a formas naturalistas (fauna e flora marítimas); na arquitetura, as estruturas
góticas essenciais mantêm-se, mas agora aliadas a novos conceitos de espaço e
33

iluminação com preferência por igrejas de naves todas à mesma altura ou por igrejas
salão; surgem novos elementos formais, estruturais ou decorativos, sobretudo na
diversidade de tipologias de arcos, abóbadas e portais; gosto por uma decoração
abundante e exuberante, com um caracter barroco mesmo, associada à arquitetura, e
cuja temática decorativa tem como base motivos naturalistas de influência marinha,
vegetalista e de animais fantásticos, simbologia ligada à expansão de Portugal
(Descobrimentos) e à heráldica régia (a esfera armilar, a cruz de Cristo, o escudo
régio), tendo assim um objetivo propagandístico do poder imperial do rei e do país.

6.6. PERÍODO GÓTICO NA ITÁLIA

A arquitetura gótica na Itália surgiu no século XII, e representa uma forma muito
incomum desse estilo, uma vez que difere significativamente da forma normativa do gótico
da Île-de-France. Não há uma única catedral na Itália, construída no século XII ou XIII,
inspirada em edifícios góticos franceses. O novo estilo foi espalhado através das igrejas
monásticas principalmente pelos cistercianos na forma do estilo românico tardio, que era
usado na Borgonha naquela época. Mesmo assim é uma arquitetura muito importante e
diversificada.
O gótico italiano não tem um foco maior na construção, praticamente não conhece o
sistema de apoio e o layout da catedral, baseia-se em paredes maciças com janelas
relativamente pequenas. Pode-se notar a diferença nos vitrais que são incolores e reduzidos
em tamanho e no desenvolvimento vertical que é raramente importante. Em contrapartida, os
elementos que sempre estão presentes são os arcos ogivais e as abóbadas de cruzaria.
A estética das pedras é muito precisa. O resultado dessa junção é uma arquitetura
crua, sem enfeites. O gótico italiano é, no entanto, muito decorativo. Utiliza frequentemente
mármore ou materiais similares de alta qualidade, e grandes áreas de alvenaria são dedicadas
à pintura e mosaicos. Muitos, especialmente os edifícios góticos tardios, possuem um grande
número de elementos decorativos com uma forma muito fina.
Os primeiros edifícios góticos italianos foram as abadias cistercienses. Eles se
espalharam por todo o território italiano, muitas vezes adaptando técnicas de construção às
tradições locais. Por vezes, estava presente a decoração de parede cromada da tradição
românica. Um bom exemplo é a abadia de Fossanova (Figuras 56 e 57) , mosteiro cisterciano
italiano, construída entre os séculos XII e XIII, que envolveu a introdução do gótico, com
toques decorativos lombardos e influências árabes.
34

Figura 56: Abadia de Fossanova, Itália Figura 57: Interior da Abadia de Fossanova, Itália

Fonte: mipasoporitalia, 2013 Fonte: mipasoporitalia, 2013


No século XIII, o gótico se manifestou na Itália principalmente na construção de
numerosos edifícios góticos para as ordens mendicantes. Uma das mais importantes é a
Basílica de São Francisco de Assis, presente nas figuras 58, 59 e 60. Sua construção foi
iniciada logo após a canonização de Francisco em 1228. A basílica inferior foi concluída em
1230 e a construção da superior começou em 1239 sendo finalizada em 1253. Sua arquitetura
é uma síntese do românico e do gótico italiano.

Figura 58: Altar Maior da Basílica Inferior Figura 59: Vista interna da basílica
superior

Fonte: khristianos, 2016 Fonte: juarez pellizzer, 2013


35

Figura 60: Fachada da basílica de são francisco de assis, Itália

Fonte: freepik, 2022


No século XIV, a construção de destaque é a da catedral de Milão. A construção do
edifício começou em 1386 sob a iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, em um estilo
gótico tardio de influência francesa e centro-europeia, distinto ao estilo presente na Itália até
então. A Catedral de Milão (Figuras 61, 62 e 63) está situada na praça central da cidade de
Milão, na Itália. É uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da
Europa. A catedral possui 157 metros de comprimento e 109 metros de largura. O interior
possui 5 naves de 45 metros de altura, divididas por 40 pilares. Possui transepto com três
naves. O estilo predominante da catedral é o gótico flamejante.

Figura 61: Duomo di Milano Figura 62: Corredor central e o altar da Catedral de Milão

Fonte: InfoEscola, 2022 Fonte: InfoEscola, 2022


36

Figura 63: Vista do terraço da Catedral de Milão

Fonte: InfoEscola, 2022

7. OBRA EMBLEMÁTICA: CATEDRAL DE SALISBURY

A cidade de Salisbury na Inglaterra estava crescendo e precisava de uma forte


referência religiosa. Nessa perspectiva a catedral de Salisbury, presente nas figuras 64 a 68,
foi construída. Tendo Deus como elemento supremo, a renovação das formas com a
verticalidade e traços fortes, tem o objetivo de expressar a harmonia e grandiosidade divina.
É considerada a igreja com a torre mais alta do Reino Unido.

Os alicerces da catedral foram lançados em 28 de abril de 1220. Seu corpo principal


foi construído no tempo recorde de 38 anos, em um único estilo arquitetônico, o gótico
inglês. Como muitas grandes catedrais exigiam obras que duraram séculos, essa foi uma
notável realização da engenharia da época. Graças a sua rápida conclusão, a catedral de
Salisbury é a mais estilísticamente harmoniosa das grandes catedrais europeias, marcando o
auge do estilo gótico primitivo.

Possui toda a sua estrutura assentada em alicerces de apenas 1,2 metros de


profundidade. Tem 365 vitrais decorados com motivos religiosos (número de dias num ano)
e 8760 pilares de mármore (o número de horas num ano). Construída com 60 mil toneladas
de pedra de Chilmark e dez mil toneladas de mármore de purbeck, mais de 420 toneladas de
chumbo laminado cobrem os 16000 metros quadrados do telhado.

A torre e o pináculo foram construídos entre 1310 e 1333. A torre, que era para dar
grandeza à catedral, tornou-se um verdadeiro problema visto que acrescentou 6500
37

toneladas ao edifício. Ao longo dos anos, diferentes meios de contenção foram adicionados
para evitar que colapsasse devido ao excesso de peso.

A catedral de Salisbury apresenta algumas peculiaridades, entre elas estão: Grande


extensão longitudinal; A presença de transepto duplo e preferência pela horizontalidade. A
planta tem uma cruz patriarcal com dois cruzadores bem marcados. O salão principal tem um
comprimento de 142 m, e o maior é de 61,5 m. O corpo ocidental é dividido em três naves. A
entrada principal da catedral fica em frente à nave. Entre os dois transeptos há um pequeno
coro. Toda a catedral é construída com abóbadas quadripartites. No cruzamento da nave e
transepto existe a torre coroada com uma agulha que ultrapassa 120m de altura. O claustro é
dominado por uma construção poligonal chamada Chapter House.

Figura 64: Planta da Catedral de Salisbury, Inglaterra

Fonte: slideshare, 2015

Figura 65: Interior da Casa Capítulo da Catedral de Salisbury, Inglaterra


38

Fonte: viaje universal, 2022

Figura 66: Catedral de Salisbury, Inglaterra

Fonte: kiddle, 2021


39

Figura 67: Fachada da Catedral de Salisbury, Inglaterra

Fonte: pinterest, 2022

Figura 68: Interior da Catedral de Salisbury, Inglaterra

Fonte: flickr, 2015

8. CONCLUSÃO

Diante do exposto, concluímos que o estudo da história da arquitetura possui sua


importância fundamentada e de suma importância para o estudo de conceitos, técnicas e
materiais que foram utilizados em períodos anteriores, mas que de certa forma podem ainda,
contribuir positivamente para a arquitetura moderna vigente.
40

Para isso, ressaltamos a importância e também necessidade de um aprofundamento e


considerações mais aprofundadas com relação a literatura disponível, sobretudo no que diz
respeito, à língua portuguesa.
Destacamos ainda que, através do exposto, podemos perceber também que a
arquitetura gótica pode ser observada como algo que marcou toda uma geração de grandes
arquitetos e construtores que exaltaram com maestria as intencionalidades e desejos da época
em que foram realizadas, pois construções belíssimas foram feitas a partir desses grandes
artistas. O estudo da arquitetura gótica para além da França foi de suma importância para a
construção do nosso conhecimento a respeito desse período, uma vez que trouxe luz para
outros métodos e estilos construtivos.

9. REFERÊNCIAS

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https://www.estilosarquitetonicos.com.br/arquitetura-gotica/. Acesso em: 24 mai. 2022.

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https://www.researchgate.net/publication/322730763_O_Gotico_Portugues?enrichId=rgreq-f
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