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Arquitetura barroca em Portugal

A arquitetura barroca é o estilo arquitetónico praticado durante o período barroco, que,


precedido pelo renascimento e maneirismo, inicia-se a partir do século XVII, durante o
período do absolutismo,[1] e decorre até a primeira metade do século XVIII.[2] A palavra
portuguesa "barroco" define uma pérola de formato irregular (Perola imperfeita)
Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande
quantidade durante o movimento de Contra Reforma. Rejeitando a simetria do
renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade
conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes
efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores.
Quanto à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito
de intensa emoção e grandeza. O teto elevado e elaborado com elementos de escultura
dá uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz de modo a destacar
as principais esculturas; as colunas transmitem uma impressão de poder e de movimento
Considerando que o Renascimento contou com a riqueza e o poder dos tribunais italianos
e era uma mistura de forças seculares e religiosas, o Barroco foi, pelo menos inicialmente,
diretamente ligada à Contra-Reforma, um movimento dentro da Igreja Católica a reformar-
se, em resposta à Reforma Protestante.[3] A arquitetura barroca e seus enfeites eram por
outro lado mais acessíveis para as emoções e, por outro lado, uma declaração visível da
riqueza e do poder da Igreja. O novo estilo manifestou-se, em particular, no contexto das
novas ordens religiosas, como os Teatinos e os jesuítas que visam melhorar a piedade
popular.

Torre dos Clérigos, Porto.


Convento de Mafra.

O Barroco português é considerado, por muitos, uma extensão do Maneirismo, cujos


princípios estavam ligados ao Concílio de Trento, ou seja, maioritariamente religioso.
As igrejas apresentam, geralmente, a mesma estrutura, ou seja, fachadas simples,
decoração contida (excetuando talvez o altar-mor), planta retangular. Estas eram as
características que marcavam os princípios austeros e rígidos da igreja e do poder régio.
Alguns eruditos chamam-lhe o Barroco Severo. Neste período, encontramos arquitetos
portugueses, nomeadamente João Antunes ou João Nunes Tinoco (igreja de Santa
Engrácia, em Lisboa).
Com o Renascimento, surgem as plantas de forma circular, prolongando-se pelo
Maneirismo. Assim, encontramos a igreja e claustro da Serra do Pilar, de Diogo de
Castilho (século XVI/XVII).

 Igreja de S: Gonçalo, Amarante (1705);


 Igreja do Senhor da Pedra, Óbidos, (1740-47);
 Igreja do Senhor da Cruz, Barcelos.
Além destas igrejas, encontram-se um pouco por todo o país inúmeras capelas. Devido à
duração do Maneirismo em Portugal, há zonas em que se passa do maneirismo para o
Rococó, pelo que se encontram muitos edifícios de planta octogonal e hexagonal. É um
momento em que se prevê já o chamado Barroco Pleno, em que encontramos, por um
lado, plantas retangulares de influência maneirista, por outro, os edifícios mais decorados.
É tempo do terramoto de 1755, que destruiu inúmeros edifícios.
É nesta altura que o rei começa a mandar construir edifícios não só religiosos mas
também civis., nomeadamente alterações no Paço da Ribeira. Foram feitas inúmeras
encomendas de desenhos, livros, feitos por artistas estrangeiros. Esta arquitetura é, então,
marcada por uma decoração essencialmente de talha dourada, nas paredes
e retábulos e azulejaria, sentindo-se, também, uma certa sobriedade estrutural.
É assim que é definido o começo da arquitetura religiosa joanina. É um estilo que se
desenvolve, maioritariamente, no Norte com Nicolau Nasoni (1691-1773), que interligou
características do barroco italiano com o que se produzia em território português.
Destacam-se, então, como exemplos no Porto:

 Igreja do Bom Jesus de Matosinhos;


 Igreja da Misericórdia;
 Paço Episcopal;
 Loggia da Sé;
 Igreja e Torre dos Clérigos.
No norte do país há dois centros:
 Porto, com influências espanholas e decoração exuberante, associadas às ideias
vindas de Itália.
 Braga (tardo-barroco), em que a decoração típica do românico e manuelino se
associam às ideias barrocas e chinesas, marcadas por uma decoração exótica. (Igreja
de S. Vicente de Braga, Igreja de Santa Madalena.).
No sul também encontramos dois centros:

 Alto Alentejo, que nos apresenta um barroco mais neoclássico, simples e regular. Por
exemplo, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa em Vila Viçosa
 Lisboa, com o Convento de Mafra, cujas influências advêm da Alemanha.

Solar de Mateus.

Neste tipo de arquitetura, é de referir os palácios e solares, maioritariamente particulares.


Inicialmente, regulares, ao estilo renascentista, depressa se transformam, adquirindo uma
forma em «U», adornada com escadarias, jardins, fontes, ao estilo francês.

 Palácio Fronteira, em S. Domingos de Benfica, Lisboa;


 Solar de Mateus, Vila Real (Nasoni);
 Palácio do Freixo, Porto (Nasoni);
 Quinta da Prelada, Porto (Nasoni);
 Edifício da Câmara (André Soares);
 Casa do Raio (André Soares).
Outra preocupação, que remonta ao tempo dos romanos, foi com o abastecimento de
água às populações. Assim, foi construído o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa.

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