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A arte em Portugal

Aprendizagem essencial:
Problematizar a produção artística em Portugal:
do Gótico-Manuelino à afirmação das novas tendências renascentistas.
O CONTEXTO DA ARTE RENASCENTISTA EM PORTUGAL

Com os Descobrimentos aumentaram os


contactos com a Europa, o que proporcionou
a Portugal receber as maiores influências dos
centros renascentistas da Europa.

Por sua vez, a descoberta de novos mundos, a


nossa riqueza material, a vontade de
manifestar o nosso poder político, refletiu-se
necessariamente na arte: o ESTILO
MANUELINO é disso um exemplo – UMA
ARTE HETEROGÉNEA.
INFLUÊNCIAS RENASCENTISTAS EM PORTUGAL

• Também a Portugal chegaram as


influências da arte renascentista nascida
em Itália.
• Fomos mais influenciados:
- Na pintura pelos nórdicos (Flandres)
- Na escultura pelos franceses
- Na arquitetura pela herança muçulmana
(estilo mudéjar) e pela Espanha (estilo
plateresco)
• No entanto, tivemos a nossa originalidade
– o estilo único do Manuelino.
O ESTILO MANUELINO (OU GÓTICO MANUELINO)

• Heterogeneidade :
a) Gótico
b) Plateresco (Espanha)
c) Mudéjar (islâmico e cristão)
Estilos que influenciaram o Manuelino:
a) O estilo gótico
• Os arcos ogivais e as abóbadas cruzadas (em ogivas)
• A altura das construções
Estilos que influenciaram o Manuelino:
b) O estilo Plateresco (de “Prata”)

A Espanha desenvolveu este estilo. O nome é


porque faz lembrar a ourivesaria em prata
(espanhol plata), alusão à profusão de detalhes
mostrados pela arquitetura desse tipo
(escudos, pináculos, brasões…)
Estilos que influenciaram o Manuelino:
c) O estilo Mudéjar (“aquele a quem foi permitido ficar”)
Elementos construtivos ou decorativos de
influência islâmica, que são executados na
Península Ibérica.

Utilizavam tijolo, madeira e cerâmica na


construção e decoração.
Elementos decorativos – padrões de linhas
retas e entrelaçadas (rendas), xadrezados,
espinhas de peixe, arcos de ferradura, …
Características do
manuelino
1. Edifícios com estrutura gótica, mas
elementos novos:
- Aos arcos quebrados (ogivais)
juntam-se outros arcos (1)
- As abóbadas tornam-se mais
complexas (“abóbada de
combados” ou “abóbada rebaixada”
(2): é um tipo específico de
abóbada, muito rebaixado e cujos
nervos (grossos) se dispõem como
grandes pétalas numa flor.
Arcos nas janelas
Arcos nas portas
A abóbada rebaixada ou de combados
está na origem da Igreja-salão*
(*igreja em que o espaço interior se
conforma num salão único e uniforme,
cujas naves têm a mesma altura)
Mosteiro dos Jerónimos (arquiteto João de Castilho)
2. O Naturalismo, visível nas
decorações exuberantes alusivas aos
Descobrimentos
- troncos, ramos, flores, conchas,
algas, corais, boias, cordas,…
3. O exotismo da decoração das colunas e
colunelos* torsos ou espiralados (*pequenas
colunas, normalmente integradas no edifício,
por ex. no portal)
4. A heráldica régia de D. Manuel I
- Esfera armilar, escudo real, cruz da ordem
de Cristo e simbologia cristã
Nossa Senhora de Belém
5. A exuberância nas decorações
fortemente naturalistas mas com
influências ibéricas (plateresco e
mudéjar) mostram a riqueza e o poder
do reino
Edifícios civis (minoritários) do manuelino:
palácios de reis e de nobres

P. De Sintra
Fortalezas Torre de Belém
Arquitetos do estilo manuelino

1. Diogo Boitaca (M. Batalha, M.


Jerónimos e Torre de Belém)

2. João de Castilho (M. (2)

Jerónimos e Torre de Belém)

3. Mateus Fernandes (M.


Batalha)

Diogo e Francisco de
4. (3)

Arruda (Mosteiro da Batalha)


A ARQUITETURA RENASCENTISTA

Francesco da Cremona, Claustro Renascentista da Sé de Viseu,


Miguel de Arruda, Igreja do Convento da Nossa Senhora da
por iniciativa do bispo D. Miguel da Silva, c. 1528-1534.
Graça, Évora, c. 1535-1542. A fachada foi desenhada por
Francisco de Holanda.

É a partir do reinado de D. João III (meados do séc. XVI) que a arquitetura renascentista se revela em
Portugal.
As influências são visíveis no arquiteto e pintor Francisco de Holanda e no bispo D. Miguel da Silva,
embaixador na corte papal de Leão X e mecenas de grandes obras. 
Igreja do Convento de Jesus, em Valverde, perto de Évora, Francisco de Holanda
Paço Real em Xabregas, Francisco de Holanda.
• Casa dos Bicos, arquitetura civil
Porta Especiosa, Sé Velha de Coimbra
(João de Ruão)
A ESCULTURA RENASCENTISTA

A escultura renascentista em Portugal é tardia e não


deixa de ser meramente decorativa. Não se torna
independente da arquitetura.
Entre finais do século XV e início do XVI há um
crescimento desta arte (túmulos, portais, altares,
nichos, …).
João de ruão, santíssima trindade, 1530-40
Portal da entrada principal
do mosteiro dos Jerónimos
João de Ruão, Deposição no
Túmulo, em calcário, Mosteiro de
Santa Cruz em Coimbra, 1535-
1540.
A PINTURA RENASCENTISTA

Gregório Lopes, Anunciação, Museu Nacional de Arte


Antiga, Lisboa, c. 1540.
Na pintura há renovação.
São percetíveis as influências flamengas (cores vivas, retratos individualizados e
representações realistas) e italianas (fundos arquitetónicos e paisagistas).
Cristo em Casa de Marta,
Vasco Fernandes (Grão)
Pormenor do Políptico da Capela-mor da Sé de Viseu,
Vasco Fernandes
Pormenor do Políptico da Capela-mor da Sé de Viseu,
Vasco Fernand
Painéis de S. Vicente de Fora (Nuno Gonçalves) – séc. XV
(pormenor dos painéis - um retrato coletivo):
https://ensina.rtp.pt/artigo/paineis-de-sao-vicente-uma-obra-prima-por-decifrar/

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