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BARROCO JOANINO
BARROCO JOANINO
• Reinado de D. João V: 1 de Janeiro de 1707- 31 de Julho de1750
(filho de D. Maria Sofia de Neuburgo)
• Capela-mor da Sé de Évora
• Artistas envolvidos:
• LUDOVICE (João Frederico Ludwig): artista alemão, formando-se como arquitecto
em Roma; o desenho que realiza para Mafra incorpora muitas sugestões do Marquês
de Fontes (embaixador em Itália) que manda a Ludovice desenhos de edifícios
italianos
• Acompanhamento da obra: Ludovice, Carlo Battista Garbo, Antonio Garbo
• Obras de artistas italianos encomendadas para Mafra:
• Pintura para o retábulo-mor: Trevisani
• Pinturas das capelas da nave
• Estátuas para o vestíbulo (mais de 60): vindas de ateliers de vários artistas de Roma,
Florença, …
MAFRA
• FUNCIONALIDADES:
Palácio + igreja + convento (a associação, em grande escala, destas três funções fizera-se
já no Escorial)
• CARACTERÍSTICAS:
• Influências romanas:
• 1) igreja: planta com estruturação semelhante à do Gesù
• 2) igreja ao centro do palácio (solução muito usada por Carlo Fontana em grandes
edifícios civis de Roma)
• 3)fachada com colunas, vestíbulo e frontão triangular (solução usada na fachada de S.
Pedro do Vaticano por Maderna)
• 4) torres que flanqueiam a igreja (como em Sant’Agnese de Borromini)
• 5) zimbório grandioso
• 6) materiais utilizados: mármores de gosto italianizante (mas de Pêro Pinheiro)
• 7) sala do capítulo ovóide, planta típica do barroco romano (exs.: Bernini, Borromini, …)
• Personalidade de LUDOVICE:
• Concepção do espaço: altura das naves e abóbadas: lembra o interior das igrejas da
zona de origem de Ludovice
• Cúpulas em forma de bolbos dos torreões das extremidades do Palácio (ao gosto
alemão)
BRAGA
AS ENCOMENDAS DE D. RODRIGO DE MOURA TELES
(1704-1728)
• 1731: D. Jerónimo de Távora, presidente da irmandade dos Clérigos, encarrega Nicolau Nasoni
do projecto da nova igreja
• 1732-49: construção da igreja
• 1754-63: construção da casa (serviços e hospital) (iniciada em 1754) e torre dos Clérigos
(1757-63)
• c. 1743-48: fachada da igreja do Senhor da Boa Morte de Matosinhos (projecto de c. 1743)
• 1749: fachada da igreja da Misericórdia (1749: Misericórdia encomenda o projecto da fachada a
Nasoni e o projecto do coro e da nave ao engº Manuel Álvares)
• Obras atribuídas:
• Palácio de S. João Novo, Porto (c. 1727-33) (JJFerreira Alves descobriu prova documental da
sua autoria por ANTÓNIO PEREIRA, autor de retábulos da igreja do Bom Jesus da Cruz de
Barcelos)
• Casa do Dr. Domingos Barbosa, actual Museu de Guerra Junqueiro, Porto (c. 1746)
• Palácio Episcopal, Porto (1734: recebe 4 000 réis) (de António Pereira?)
• Casa do Despacho da Ordem Terceira de S. Francisco, Porto
• Palácio do Freixo (para D. Jerónimo de Távora e Noronha)
• Solares de Fafiães, Ramalde, Bonjóia, Chantre e Santa Cruz do Bispo
• Solar de Mateus (1739-43) (de António Pereira?)
TALHA JOANINA
(1725-50)
Cronologia:
• 1714-15: 1º retábulo com remate sem arcos concêntricos (igreja de Nossa Senhora
da Pena)
• 1725: difusão
Causas:
• 1) Conhecimento dos retábulos romanos do séc. XVII e inícios do séc. XVIII (livros
de gravuras: Luigi Passarini, 1698; Andrea Pozzo, Perspectiva at Pictorum ad
Architectorum, vol.I, 1698 e vol. II, 1700)
• 2)influência de obras e de artistas vindos de Itália (Baccareli, coches,…)
TALHA JOANINA
VIAS DE PENETRAÇÃO
1) Gravuras e livros ilustrados:
• PASSARINI, Nuove Inventione, Roma, 1698
• ANDREA POZZO, Perspectiva pictorum et architectorum, Roma, 1693 e 1700:
• elementos indispensáveis à estrutura do novo tipo de retábulo:
• motivo de fragmentos de frontão curvilíneo da maioria dos retábulos
• gosto pela pintura de perspectiva
• FERDINANDO GALLI DE BIBIENA, Architettura Civile, Roma, 1711:
• motivos de molduras, portadas e outros elementos arquitectónicos
2) Profusão de esculturas importadas de Itália na 1ª ½ do reinado de D. João V:
• 3 coches alegóricos de talha dourada segundo a tradição de Crio Ferri e Andrea Corneli com
figuras humanas em disposição caprichosa de vigor barroco, oferecidos por Clemente XI:
produzem influência imediata sobre os entalhadores
• Remessas de ourivesaria eclesiástica encomendadas em Roma para a basílica patriarcal e
outras igrejas da corte: candelabros, custódias, crucifixos, cofres, relicários: frontões com
medalhões, lamberquins, atlantes suportando peanhas e mísulas, cabeças de anjos saindo de
volutas
3) Vinda de artistas de Itália, atraídos pela riqueza da corte portuguesa:
• Escultores: Alessandro Giusti, Giovanni Antonio Bellini (Pádua)
• Arquitectos: João Frederico Ludovice (1700: com os Jesuítas em Sto Antão), Filippo Juvara,
Nicollo Nasoni (influência sobre a talha das igrejas do Porto)
• Pintores: Vincenzo Baccarelli (1710): pintura ilusionista de perspectiva arquitectónica no tecto da
portaria de S. Vicente de Fora, no estilo dos Bibienas
TALHA JOANINA
Características:
• Retábulo dramático
• ESTRUTURA DE RETÁBULOS:
• atlantes suportam as mísulas em que assentam as colunas
• colunas com fustes espiralados, às vezes, mesmo, salomónicos
(com o 1º 1/3 estriado), enrolados por grinalda (muitas vezes de
rosas)
• que suportam frontão curvilíneo interrompido
• sobre o qual se encontram anjos adolescentes com túnicas,
sentados ou reclinados e, ao centro,
• remate: composição curvilínea em vários planos incluindo frontão
interrompido, tendo dos lados, dois anjos adolescentes com túnica,
sentados ou reclinados e, no centro, um medalhão
• entre o remate e a tribuna há, muitas vezes, dossel com
lamberquim e, aos lados da trinuna, enquadrando-a, cortinas
fingidas
• MOTIVOS DECORATIVOS (diferentes dos do estilo nacional):
volutas, conchas, palmas, plumas, grinaldas de flores, baldaquinos,
sanefas, cortinas, panos (ornatos diferentes dos do estilo nacional e
iguais aos do barroco seiscentista romano)
Medalhão
Santíssima Trindade
Frontão curvilíneo
interrompido
Colunas
Mísula
Atlante
Atlante
AZULEJARIA DA GRANDE PRODUÇÃO
(1725-50)
• Cronologia: c. 1725 – c. 1750
• Tipos:
• 1) figura avulsa
• 2) albarradas ou vasos floridos
• 3) figuras de convite
• 3) painéis historiados:
• cenas religiosas
• cenas profanas: cenas galantes, de caça, alegorias, etc.
• Barras de enquadramento:
• 1) laterais: pilastras fantasiosas
• 2) superior e inferior: grinaldas, cortinas, volutas a rodear uma face humana, palmas,
medalhões flanqueados por anjos meninos ou adolescentes
Santa Cruz de Coimbra
Azulejadores do período da Grande Produção
POLICARPO DE OLIVEIRA BERNARDES
• 5) atribuídos:
• Corredores do Seminário de Santarém (antigo colégio dos Jesuítas)
• Convento de S. Vicente de Fora
• Palácio do Correio-Mor, Loures
Azulejadores do período da Grande Produção
BARTOLOMEU ANTUNES
• 1) Capelas laterais da igreja do Convento de Vilar de Frades