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Paula Bessa

ARQUITECTURA MANEIRISTA EM PORTUGAL

Unidade Curricular: Arte Moderna


PORTUGAL
Arquitectura de Sinal Maneirista e
“Estilo Chão”

-Influência do Tratado de Sebastiano Serlio (a partir de 1534; vol. IV/1537 e vol.


III/1540) (oferecidos a D. João III)
[-Influência do Tratado de Palladio? (não aparece citado por autores portugueses
antes de 1580)]
*
1541 parece ter sido um momento crítico de mutação no gosto e na cultura
arquitectónica:
-1541: Influência das “Medidas del Romano” de Diego de Sagredo (publicadas
em Lisboa pelo livreiro real Luís Rodrigues em Junho de 1541,com mais 2
edições em 1542)
-1541: Pedro Nunes traduz para português o tratado De Architectura de Vitrúvio
(manuscrito que foi levado para Espanha por Filipe II)
-1541: André de Resende traduz para português os tratados de Frontino e de
Alberti, traduções concluídas, respectivamente em 1543 e 1551
-1552: Isidoro de Almeida (matemático-engenheiro) trabalha numa versão do
Tratado de Fortificação de Albrecht Durer, o mais antigo tratado não italiano
sobre o tema
Influência de SERLIO

-explora os limites da norma clássica (ainda que, em


Portugal, seja visto como modelo ideal do classicismo “à
antiga”)
-alarga a noção abstracta de “ordem” formulada por
Vitrúvio à de sintagma espacial em plano, o tramo
rítmico
-tramo rítmico = sequência de intercolúnios em lintel
associada a arcadas
combinação alternada de um vão central
em arco maior, ladeado por dois segmentos rectos =
serliana
-ideia de ritmo e de alternância de arcos e sua perfuração
em planos sobrepostos na espessura da parede
ARQUITECTURA MANEIRISTA EM PORTUGAL

•  “(…) caminho de uma modernidade possível, exacerbada, de início,


na euforia dos mais lídimos arquitectos, escultores ou de pintores
de directo referencial italianizado (casos de Diogo de Torralva e de
António Campelo),
mais “temperada” depois pela necessidade de adequar essa
euforia a um discurso tridentino de militância e de decoro
programático (casos de Terzi, de Baltazar Álvares, dos Tinoco e
Frias na arquitectura, de Diogo Teixeira na pintura, etc.,etc.)”
(SERRÃO, 2002, P. 172)

•  “(…) arquitectura onde a dimensão italianizante é visível, provando


um comprometimento com os padrões maneiristas internacionais,
mas numa expressão localizada de “flamenguismos”
e de soluções vernaculares (como as que se expressam no “estilo
chão”).
(SERRÃO, 2002, p. 171)
DIOGO DE TORRALVA
(c. 1500 - 1566)

•  DIOGO DE TORRALVA (m. 1566)


•  1529: trabalha, sob direcção de DIOGO DE CASTILHO, na capela-mor “ao
romano” da Igreja Matriz de Góis (para D. Luís da Silveira, embaixador de
D. João III na corte de Carlos V) e em casas nobres (tipo palácio-bloco)
dessa vila
•  1534-38: Torre do Outão, Setúbal
•  1540:”mestre das obras do Mosteiro de Belém” (topo do claustro e cadeiral
do coro)
•  1547: “mestre das obras da comarca do Alentejo e paços de Évora” (por
morte de seu sogro, FRANCISCO DE ARRUDA)
•  1548: medidor de todas as obras régias
•  1549: Ermida de Santo Amaro
•  1551: mestre da nova capela-mor da igreja do mosteiro dos Jerónimos
•  trabalhos camarários em Lisboa e claustro do Mosteiro da Madre de Deus e
cabeceira da igreja em cruz grega
•  1554: Quinta da Bacalhoa, Azeitão (terminada em)
•  1554-66: mestre das obras do Convento de Cristo
Diogo de Torralva (c. 1500-1566)

Claustro Real, Tomar:

-1554: desenho
-1562: construção quase completa
-1566: continuação por Francisco Lopes
-após 1580: conclusão
DIOGO DE TORRALVA
Claustro, Tomar
DIOGO DE TORRALVA
Claustro, Tomar
MIGUEL DE ARRUDA(?)
Sé de Miranda do Douro (1552-…)
PERO GOMES
Igreja de Santa Maria de Estremoz (1559-63)
AFONSO ÁLVARES
(Manuel Pires está também documentado como tendo aqui trabalhado)
Igreja de Santo Antão, Évora (c. 1570)
AFONSO ÁLVARES
Igreja de Santo Antão, Évora (c. 1570)
Igreja de Monsaraz
MATEUS LOPES
Fachada-retábulo da igreja de S. Gonçalo de Amarante (at.)
MATEUS LOPES
Fachada-retábulo da igreja de S. Gonçalo de Amarante (at.)
MATEUS LOPES
Igreja de S. Gonçalo de Amarante (at.)
MATEUS LOPES
Fachada-retábulo da igreja do convento dominicano de Viana do Castelo
MATEUS LOPES
Fachada-retábulo da igreja do convento dominicano de Viana do Castelo
Hospital da Misericórdia de Viana do Castelo (1589)
GONÇALO LOPES (irmão de Mateus Lopes)
e seu genro PEDRO AFONSO DE AMORIM
Misericórdia de Guimarães
JOÃO LOPES DE AMORIM (também genro de Gonçalo Lopes)
Pátio do Despacho, Misericórdia de Guimarães
GREGÓRIO LOURENÇO
Misericórdia de Aveiro (c. 1600)
GREGÓRIO LOURENÇO
Misericórdia de Aveiro (c. 1600)
Lamego

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