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Arte Barroca

1600-1750
“O Barroco originou-se na Itália, mas não tardou
a irradiar-se por outros países da Europa, alcançando a
América Latina até o fim do século XVIII. Em suas origens,
o Barroco esteve associado a uma pérola disforme e irregular,
evidenciando a ideia de exagero, de contraste forte
que utiliza, como nunca visto antes, o potencial dramático
da luz e da falta de lógica em relação ao estilo clássico do
Renascimento. Caracteriza-se por um estilo rebuscado,
repleto de metáforas e antíteses. Seu atributo marcante é,
portanto, o contraste. (O Barroco e Rococó Mineiro: arte,
arquitetura, artistas)
A história europeia do século XVII até o século XVIII foi marcada
pela luta entre reformistas e contrarreformistas e, ainda, pela
expansão mercantilista proveniente das grandes navegações. O
Barroco foi uma das armas de reação dos países católicos ao
crescimento do protestantismo, que colocava em risco a
hegemonia da Igreja romana. O novo estilo atuou como
instrumento de afirmação do poder eclesiástico temporal,
tendo um efeito de impacto sobre a sociedade, que se debatia
entre os velhos valores da tradição católica e os valores
emergentes, com noções de filosofia do Renascimento. O
Barroco reflete a tentativa de conciliar forças antagônicas: o bem
e o mal, o espírito e a matéria, o céu e a terra, a pureza e o
pecado, a razão e a fé. Seu objetivo era propagar a religião por
meio de uma arte de impacto, sinuosa, enfeitada ao extremo.
(O Barroco e Rococó Mineiro: arte, arquitetura, artistas)
Êxtase de Santa Teresa. Gian
Lorenzo Bernini. 1647-1652
Ig.Santa Maria da Vitoria, Roma.
Caravaggio. Papa Urbano
VIII. 1598.
Peter Paul Rubens. Auto-
retrato com mulher
1609.
Rubens. Retrato de
Maria Ana de
Espanha. Rainha da
França. 1620-1625.
Franz Hals. Jacob Pietersz
Olycan, 1625.
Nicolas Poussin. A morte da
Virgem, 1623
Velazquez. Papa
Inocencio X. 1650.
Velazquez. As meninas.
1656.
Mercúrio, Herse e Aglauro. 1624.
Rinaldo e Armida, 1629
Morte de Germanicus, 1627
Poussin, N. Et in arcadia ego ou Os pastores da Arcádia (1637-38). Louvre.
1650
O Nascimento de Baco, 1656
Rococó
O Rococó é um estilo de decoração de interiores surgido
no início do século XVIII na França. Seu nome deriva da
palavra concha (rocaille, em
francês) justaposta à palavra barroco. O rococó é
considerado, por vezes, um desenvolvimento do barroco,
mas sua orientação é bem diferente, pois manifesta uma
alegria na decoração carregada, distante da
dramaticidade pesada e da religiosidade do barroco.
Tenta-se, pelo exagero, se comemorar a alegria de viver.
Tudo é mais leve, como a despreocupada vida nas grandes
cortes de Paris ou Viena.
Jean-Honoré
Fragonard: O
balanço, 1766
Maurice-Quentin de La
Tour: Madame de Pompadour,
1755
Antoine Watteau: Peregrinação à ilha de Citera, versão
do Louvre, 1717
Elisabeth Vigée-Le Brun: A
Rainha Maria Antonieta,
1783
Brasil
“Pertencem ao ciclo rococó as manifestações
mais originais da arte colonial da região de
Minas Gerais, verdadeiro manancial de artistas,
entre os quais sobressai o nome de Antonio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-
1814).”(Myriam Andrade de Ribeiro de Oliveira.
Maneirismo barroco e rococó na arte religiosa e
seus antecedentes europeus)
Igreja de São Francisco de Assis (Ouro
Preto)
A iniciativa da edificação da capela de São Francisco deve-se à
Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis,
quando, em 1771, obtiveram a licença régia necessária.
Contudo, em 1765, já haviam sido iniciadas as obras de
construção. O trabalho iniciou-se pela capela-mor, a qual
estaria praticamente concluída em 1771. Entre 1772 e 1774,
construiu-se a abóbada e ainda foi realizada sua ornamentação
em talha e taipa, sob os cuidados de Aleijadinho. O retábulo
do altar-mor, em função do qual foi organizada toda a
decoração da capela, só seria executado entre 1790 e 1794.
(O Barroco e Rococó Mineiro: arte, arquitetura, artistas)
• https://www.youtube.com/watch?v=ijP0AQ9O
-m8
Manoel da Costa Ataíde - Mestre Ataíde
Nasceu no dia 18 de outubro de 1762, em Mariana
- MG. Era filho do capitão Luís da Costa Ataíde e de
Maria Barbosa de Abreu, provavelmente ambos de
naturalidade portuguesa. Não se sabe definir exatamente em
qual momento o mestre iniciou suas atividades de pintura.
Sabe-se que seu primeiro trabalho conhecido é a encarnação
de duas imagens de Cristo para o Santuário de
Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do
Campo - MG, no ano de 1781.
“Em 1794, concluiu-se a obra de alvenaria.
Entretanto, quase toda a parte de pintura e
douramento ainda estavam inacabados. Coube a
Manoel da Costa Athaíde a pintura e o
douramento da capela-mor, do forro da nave e
dos painéis a óleo. O cemitério da ordem foi
construído entre 1831 e 1838, por Manuel
Fernandes da Costa e José Ribeiro de Carvalho.”
"De autoria de Manoel da Costa Ataíde, merece
destaque a pintura do forro em abóbada, onde o
artista empregou duas técnicas: a têmpera, para os
elementos de arquitetura ilusionista, e o oleio, para
o medalhão central. Atribui-se também ao artista a
série de painéis a óleo que decora a nave e paredes
da capela-mor, assim como as barras de pintura
simulando azulejos, com episódios alusivos à vida
de Abraão, no registro inferior das paredes da
capela-mor.”
A pintura no teto da Igreja de São Francisco de Ouro Preto foi
executada entre 1801 e 1812. As dimensões do forro são de
15,10 m x 7,70 m, e ele está a uma altura aproximada de 12 m
do chão. Conforme Claudina Dutra Moresi (2005), o material
utilizado na pintura foi quase todo importado de Portugal e se
compõe basicamente das seguintes cores: o branco de
chumbo, o vermelhão e pigmentos da terra, o amarelo ouro
pigmento, o preto de carvão vegetal, o amarelo ouro
pigmento, o azul da Prússia, o verde-gris, o resinato de cobre
e as lacas vermelhas. De acordo com a pesquisadora
(especialista em análises químicas), a principal técnica
empregada é a têmpera em fundo branco, com aplicação de
uma camada de verniz oleoso, corrigindo afirmações
anteriores que diziam se tratar de pintura a óleo. (website:
Hacer - https://www.hacer.com.br/igreja-de-sao-francisco )
Algumas das imagens elaboradas
por Ataíde são claramente
inspiradas a partir das gravuras
religiosas publicadas por Micheal
Demarne, a partir de 1728.
"Note-se que Manuel da Costa Ataíde, em todas estas pinturas, observou fielmente o modelo
das gravuras no que concerne à composição geral, à distribuição das luzes e sombras, à
posição das figuras e à indumentária. Observe-se, também, que o pintor mineiro, em todas
essas obras, simplificou os planos de fundo (paisagem ou arquitetura) em comparação com os
das gravuras e que, quase sempre, aproveitou das estampas apenas os grupos principais do
tema representado, eliminando figuras ou cenas não diretamente ligadas ao assunto principal.
A nosso ver, esta redução das cenas a seus grupos principais foi motivada pelas dimensões do
espaço de que dispunha o mestre de Ouro Preto. [...] Não tratou de transformar a composição
de Demarne. Pelo contrário: conservou cuidadosamente todos os pormenores das estampas,
limitando-se a deixar simplesmente de lado os grupos que não lhe interessavam. É curioso
verificar que mesmo mutilando, por assim dizer, a composição original do gravador, Ataíde não
introduz senão modificações insignificantes na composição dos grupos que ele aproveita. E
nem por isto as suas pinturas deixam de aparecer como composições artisticamente
completas. [...] porém, desejamos chamar a atenção para o fato de que o artista mineiro
consagra um carinho especial a todos os pormenores pitorescos ou anedóticos encontrados
nos modelos e suscetíveis de dar às cenas um caráter mais íntimo e mais diretamente familiar.
Assim é que ele reproduz fielmente, por exemplo, na cena da restituição de Sara, o
cachorrinho; na cena da refeição dos anjos, o prato fumegante trazido pelo criado, os vasos de
vidro, os pratos na mesa, o copo na mão do médico, a forma característica do pé da mesa, etc.
Na sua ânsia de dar um aspecto convincente e humano às cenas sagradas, chega a inventar
pormenores pitorescos, que não se encontram em Demarne, como, entre outros, o da
escarradeira por baixo da cama de Abraão".
Andrea Pozzo – Igreja de Santo
Inácio em Roma.
Antônio Francisco da Costa Lisboa - Aleijadinho

Nasceu em Vila Rica - atual Ouro Preto -, provavelmente


no dia 29 de agosto de 1730, uma vez que não há registro oficial
quanto à data de seu nascimento. Era filho de Manoel Francisco
Lisboa e de uma escrava que se chamava Isabel, embora nenhum
documento o comprove. Iniciou sua vida artística ainda na
infância, observando o trabalho de seu pai, que também era
entalhador. Por volta de 40 anos de idade, Antônio Francisco
Lisboa começou a desenvolver uma doença degenerativa nas
articulações que o deixou gravemente deformado. Aos poucos,
Aleijadinho foi perdendo o vigor físico, o movimento dos pés e das
mãos. Mesmo com todas as limitações, continuou trabalhando na
construção de igrejas e altares nas cidades mineiras.
Adro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos Congonhas/ MG. Séc.
XVIII – XIX
• https://www.youtube.com/watch?v=z9qrs5oR
7Kk
Isaías
Jeremias
Baruque
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Abdias
Amós
Jonas
Habacuque
Naum

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