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HISTÓRIA DA ARQUITETURA PORTUGUESA II

Ano letivo 2022/2023

Igrejas da 2ª metade do século XV


Transição para a Arquitetura Manuelina

Sé da Guarda 1390-1540
 Surge na sequência do Mosteiro da Batalha, com semelhanças
 Torres octogonais (diferença com a Batalha) chanfradas na fachada
 Diferença também na capela mor
 Cabeceira do tipo de uma igreja
mendicante
 Perfil igual à Batalha (corte basilical)
 Pináculos
 Arcos botantes
 Planta em cruz latina com transepto
afirmado
 Capelas poligonais escalonadas (típico do gótico)
 Granito

Igreja S. Francisco, Évora 1476-1503


 Igreja de 1 só nave com capelas laterais – nova tipologia, as
naves laterais passam a ser ocupadas pelas capelas que têm
como função estrutural de suportar a abobada de pedra da
nave central
 Corte de duas águas
 Nave com abobada quebrada (igreja gótica)
 Capela-mor quadrada
 Granito

Igreja dos Loios, Évora


 1 nave sem capelas laterais
 Abobadas de ogiva – em tijolo e depois caiada
(técnica alentejana)
 Azulejos do séc. XVII
 Capela octogonal

Igreja S. João Batista, Tomar


 Pináculos
 Cobertura em madeira
 3 naves
 Corte basilical – platibanda reta na fachada, tal como na Batalha
 Clerestório
 Torre e portal na fachada com
trabalhados da época
 Grande abertura do espaço interior
que permite ler como um todo
Igreja do Convento de Jesus, Setúbal 1490-1500
 Espécie de protótipo do Mosteiro dos Jerónimos
 Igreja/convento feminino
 Porta/ portal lateral decorado lateral por ser uma igreja
feminina
 Capela-mor quadrada embora no exterior pareça poligonal
e extremamente trabalhada mais alta que o corpo da
igreja dando mais importância
 Sacristia por baixo da capela mor
 3 naves a mesma altura – IGREJA SALÃO (tema dos Jerónimos)
 4 tramos
 Transepto não afirmado
 Colunas salomónicas (manuelinas)
 Abobada, grande mistério com desenho complexo
 Ideia de espaço interior global: elegante com muita iluminação

5. ARQUITETURA MANUELINA

Paço de Ourém 1450-60


 Castelo/fortaleza com o modelo “italiano” – edifício civil e militar
 2 volumes – 1º castelo + 2º castelo dos Duques (residência)
 Andrea Sansavino: Arq. Florentino; início de encomendas a
Florença; proposta de túmulo para o Infante D. Afonso

Medalhões

Hospital Real de Todos os Santos


 Modelo italiano, Hospital dos Inocentes de Brunelleschi
 Fachada manuelina
 Portal manuelino
 Óculo na fachada

Torre Velha da Caparica


 Baseada em modelos italianos
D. MANUEL “O Venturoso”
 Primo do Rei D. João II (o filho morreu num acidente a cavalo)
 O mais novo
 Não era para ser rei
 Havia outros irmãos, como D. Jorge Duque de Coimbra, mas era
bastardo
 Problemas de chegada ao trono
 Problemas de afirmação por não ser o herdeiro direito, não ser filho do
rei
 Emblemas pessoais (esfera armilar, escudo – 5 quinas, cruz de cristo –
ordem cristã herdada por D. Duarte)

Duarte D’Armas faz o levantamento das fortalezas do país – livro das fortalezas 1509-
10, dois pontos de vista, norte e sul do país.

Vasco da Gama e a viagem até à India em 1497/98


 É D. Manuel que o coloca à frente

Obras contemporâneas
Custódia de Belém, Gil Vicente
 Pai do teatro português e ourives
 peça tardo-gótica

Relicário Rainha D. Leonor - peça clássica


 Impõe uma arquitetura com cunho pessoal, afastando-se dos modelos italianos
 Arquitetura mais expressiva
 Pensamento “Para quê imitar os romanos se podemos fazer melhor?”

Arquitetura Manuelina:
 Cariz tardo-gótica ou flamejante
 Maior diferença é o nível decorativo
 Afirmação de poder de D. Manuel – símbolos pessoais transportados para a
arquitetura
 Lógica estrutural e decorativa gótica
 Propagandista
 Exibicionista
 Impactante
 Territorial
 Retórica
 Significante
Portal das Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha 1495-1503
 Arq. Mateus Fernandes, arquiteto do Hospital das Caldas
 D. Manuel investe na obra do avô, rei, com a necessidade
de se afirmar como rei
 Mosteiro: grande obra gótica, toda abobadada, em
pedra
 Portal super decorado, gótico (estilo pré-manuelino com
algumas decorações, uma espécie de filigrana e
influências orientais
 Portal causa um efeito dramático e cénico com um carater exótico
(desmaterializa a pedra)
 Vegetalista
 Decoração excessiva
 7 arquivoltas
 A entrada para as capelas é feita pelas traseiras da igreja
 Não há presença da figura humana nas decorações
 Emblema pessoal de D. Duarte como homenagem
 Escala colossal

Paço da Ribeira, Lisboa, Terreiro do Paço (já não existe)


 Arq. Diogo de Arruda
 Traz o Rei do Castelo de S. Jorge para a baixa, novo palácio
real (afirmação de poder)
 Centro da cidade, junto ao rio – controlo dos produtos dos
descobrimentos
 Piso térreo: armazéns e equipamentos comerciais
 Galeria superior – estrutura defensiva, bastião, decorado
com o brasão do reinado português e duas esferas
armilares (símbolos pessoais do rei D. Manuel)
 O palácio estava atrás de uma galeria perpendicular a ele e
no topo é onde continha os símbolos
 Galeria: percurso até ao Paço – escuro e apertado – Filipe II
manda destruir

Operações urbanas e urbanísticas de Lisboa


D. Manuel promove um conjunto de renovações na estrutura urbana da cidade. Limpa
os avançados de rua em madeira, melhora a iluminação e estética das ruas apertadas e escuras
de Lisboa. Na Rua Nova dos Mercadores, rua localizada atrás do terreiro do paço, uma rua
comercial com a intervenção de D. Manuel, destaca-se a construção de um edifício com uma
colunata (comum em Espanha). Existiu também uma expansão da cidade a Oeste, o Bairro Alto,
que será a primeira expansão de Lisboa segundo um traçado regular.
Mosteiro dos Jerónimos 1501-1522
 Arq. Diogo Boitaca começa e João de Castilho acaba
 Edifício demora cerca de 20 anos a ser construído
 Referência, o Mosteiro de Jesus em Setúbal, feito
por Boitaca, é um convento feminino
 Mistura do gótico com o renascimento –
PLATERESCO
 Clara intenção de definir uma frente para o rio Tejo,
acompanha o movimento do rio para o mar
 Relação da igreja com os dormitórios, situavam-se
com o mesmo seguimento e alinhamento da igreja reforçando
ainda mais a frente paralela com o rio, oferecendo uma frente
urbana
 Intervenções do século 19
 Projeto inicial pensa-se que seriam 4 claustros, mas só foi
construído um
 Igreja com 3 naves todas elas à mesma altura e abobadadas em
pedra – TIPOLOGIA SALÃO (como em Alcobaça e em Santa Cruz)
 Capela mor tardia, finais do século XVI – linguagem mais austera,
anterior teria sido como no Colégio de Jesus em Setúbal
 Igreja em pedra, com marcação das abobadas em
planta, abobadas de nervuras
 Transepto sem pilares, como se estivesse a flutuar
(inovação), mas existem linhas de força para ser
sustentado, todo abobadado como na nave
 Abobadas feitas por João de Castilho, complexas,
para cada nervura foi preciso fazer um negativo em
madeira
 Portal a eixo de Nicolau Chanterene, com influências
renascentistas italianas, enorme detalhe, sendo mais
decorado que o próprio mosteiro em si. Composto
por elementos góticos, renascentistas e o elemento
central é clássico
 Portal lateral de João de Castilho mostra uma ideia de
retórica contada através da escultura, o arcanjo S. Miguel, o protetor
 Arco conopial, elemento que vem da Batalha
 Simbologia complexa
 O portal lateral torna-se o portal principal, apesar de este não ser um
convento feminino
 O portal do Mosteiro de Jesus em Setúbal é uma espécie de protótipo
para o do Jerónimos
 O claustro é feito por João de Castilho, de raiz com dois andares –
primeiro grande claustro monumental de Portugal
 Claustro totalmente abobadado em pedra com decoração
complexa e uma solução de cantos chanfrados
 Astrolábio – peça do século XIX – mistura de elementos
originais com os do século XIX
 Pilares maciços que avançam, pormenores estéticos que são
também construtivos
Torre de S. Vicente de Belém, Lisboa 1515-1520
 Arq. Francisco de Arruda, irmão mais novo de Diogo de
Arruda
 Torre dentro de água, como se fosse um barco de pedra
 Esta estrutura é pensada em conjunto com a Torre Velha
da Caparica para defenderem a cidade de Lisboa
 Estrutura defensiva (baluarte), funções principais de
defesa situam-se na parte inferior, onde estão as várias
aberturas que correspondiam às bocas-de-fogo dos
canhões (16)
 Torre de ponto de vista militar, ponto de vigia e marcação
territorial
 Elemento vertical como afirmação da paisagem
 Toda a retórica de D. Manuel e o exagero na decoração
está presente, os símbolos (cachorros, esfera armilar,
escudo de Portugal
 Garitos com cúpula de gomos (estilo mudéjar)
 Paralelismo com a Torre do Castelo de Beja, varandas,
cachorros e ameias – afirmação pessoal, foi o Duque de
Beja antes de se tornar Rei

Ermida de S. Jerónimo
 Arquiteto Diogo de Boitaca
 Pequena peça de arquitetura simples e elegante
 Dois volumes compactados
 Capela mor muito separada da nave, caraterística das capelas
românicas
 Corpo retangular com 1 nave
 Capela-mor retangular
 Abobadado em pedra com abobadas de ogiva – nervuras
 Contrafortes a 45
Igreja do Convento de Cristo de Tomar
 Arq. Diogo de Arruda e João de Castilho
 O edifício original seria uma Charola dos Templários: capela
redonda com 16 contrafortes exteriores e 8 pilares no
interior que permitem um deambulatório generoso
 D. Manuel promove obras no Convento
 Acrescenta um corpo retangular, que é a nave da igreja e a
Charola é a capela-mor
 A nave é dividida em que o coro ocupa 2 tramos desta
 No coro existiria um cadeiral esculpido em madeira que teria
uma grande estrutura sobre a cadeira central que apontaria
para o oculo onde existira uma esfera armilar (afirmação
pessoal), terá sido destruído nas invasões francesas
 Arco de ligação entre a nave e a charola (pintado)
 Por baixo do coro, está a sacristia onde está a famosa janela
manuelina, escala brutal com uma estrutura arbórea e uma
decoração com o escudo de Portugal e a esfera armilar
 João de Castilho terá tido uma grande influencia no desenho
do portal da entrada da igreja (porta sul lateral)
 Portal com estilo plateresco de influência espanhola e ainda a
particularidade de apresentar duas escalas: uma maior, para
marcação da entrada a nível territorial e uma mais pequena,
próxima da escala humana, a entrada das pessoas
 Portal com muitos elementos que contam uma narrativa religiosa
 João de Castilho deixa a sua assinatura na pedra
 Arquitetura falante através
da decoração e da pintura na
charola

Obras Manuelinas em Coimbra

Igreja de Santa Cruz


 Arquiteto Diogo Boitaca
 Coimbra, antiga capital, acaba por ser um pouco
abandonada por ter perdido a importância, a
capital passou para Lisboa e a Universidade ainda
não existia
 D. Afonso Henriques e D. Sancho estão
sepultados lá e D. Manuel manda renovar o
túmulo dos seus antepassados
 A igreja atual é manuelina
 O corpo da igreja é transformado numa única
nave com capelas laterais e uma nova capela-mor
para os túmulos dos monarcas
 Túmulos semelhantes com portais dos jerónimos,
com símbolos de D. Manuel (mensagem clara que
foi D. Manuel que mandou fazer; escudo português, esfera armilar e cruz de
cristo) e encontram- se em lados opostos da capela-mor
 Abobadas de ogiva em pedra, o arco de passagem para a
capela-mor e o pórtico de entrada neste período (abobada
manuelina com os símbolos de cristo)
 Linguagem gótica, alguns elementos vêm do românico, mais
tarde foram adicionados elementos renascentistas na igreja
 Portal branco com pedra de Ançã, é fácil de trabalhar, mas
deteriora-se rapidamente
 Surge no interior um púlpito de Nicolau Chanterene, já com
temas renascentistas
 Manda construir um novo claustro (1517-1521) pelo mestre
Marcos Pires, desenhado com poucos elementos manuelinos,
sendo na totalidade gótico
 Abobadado no r/chão com abobadas de ogiva e no piso
superior é em madeira, O início do renascimento com
elementos clássicos de Chanterene nos cantos do claustro
 Fonte a canto
 Três retábulos feitos por Nicolau Chanterene, renascentistas
com colunas elegantes sem função estrutural; com cenas
bíblicas do novo testamento

Obras públicas em Coimbra


 D. Manuel patrocina obras importantes, à semelhança do que é feito em Lisboa
 A ponte (Ponte de Santa Clara) é a infraestrutura mais importante da cidade, funciona
como barreira
 Entre a ponte manuelina e a romano-medieval foi preciso subir 5 metros e a torre
também (7m); a ponte foi alterada, mas é a mesma
 A torre no final, para pagar a portagem, tinha uma escultura com a virgem e brasões da
cidade que agora se encontram no Museu Machado de Castro
 Torre com ameias em espátula, típicas do tempo de D. Manuel
 Faz-se um arranjo na Couraça da Estrela, na muralha com contrafortes telescópicos

Hospital Real 1504-1508


 Ficava na principal praça da cidade, Praça do Comércio, no exterior das
muralhas
 As Abobadas ainda existem com os símbolos manuelinos
 Atualmente a sua função não é a mesma, apesar de ainda manter traços do seu
existente
Paço Real de Alcáçova, Coimbra 1517-1540
 Arquitetos Marcos Pires, Diogo de Castilho e João de Ruão
 Atual edifício da universidade
 Originalmente é uma fortaleza muçulmana de planta quadrada, D.
Manuel manda reformar o palácio acrescentando-lhe mais um andar,
decorado com ameias em espátula, típicas de D. Manuel
 A igreja de São Miguel tem uma porta lateral com mais importância que a
porta a eixo da capela-mor, como nos Jerónimos
 Portal lateral manuelino com forte decoração vegetalista, colunas
salomónicas, cruz de cristo, esfera armilar e o brasão
 Igreja abobadada com uma só nave, com várias alterações no período
manuelino

Portais Manuelinos:
 Guarda
 Coimbra
 Tomar
 Olivença
 Golegã
 Vestiaria (Alcobaça)
 Viana do Alentejo
 Moura
 Ponta Delgada (já com elementos pré-renascentistas)

6. ARQUITETURA MUDÉJAR – MUDEJARISMO

 Gosto pela arquitetura oriental


 Gosto comum em Espanha
 Tipo de arquitetura utilizado em Évora
Mesquita de Córdova 780-987, influência árabe na península ibérica, diferença entre os reis ibéricos
e os europeus, integram estas arquiteturas ricas
Alhambra, Granada, relação da água muito presente, como amenizadora do ambiente; a
decoração invade todo o espaço, vegetalista, com caligrafia do corao, não é figurativa. Requinte
e luxo. Arco em ferradura com tijolo.
Paço da Vila, Sintra XIV-XVI
 Duarte d’Armas
 Palácio exuberante, com chaminés
 Irregular, sem leitura imediata da forma –
característica islâmica
 Janelas com arco em ferradura agrupadas aos pares
– caraterística islâmica (platibanda semelhante com
a da Mesquita de Mértola)
 Edifício com arquitetura muito diversa, mistura a arquitetura manuelina com a
mudéjar
 Planta complexa associada à arquitetura labiríntica do mudéjar
 Azulejos com figuras abstratas e geométricas
 Ambientes temperados com água, sombra,
fresca
 Sala dos Cisnes com aparecimento de azulejos a
marcar vãos das portas e janelas
 Tetos de madeira complexos (tetos de alfarge)
 Presença da água numa pequena fonte
 A sala dos cisnes faz lembrar um ambiente muito
semelhante ao de Alhambra
 Sala dos Brasões é uma exaltação de D. Manuel
onde está a sua família e famílias importantes
ligadas à casa real, uma espécie de
monarquização do estado

Mosteiro de S. Bento de Castris, Évora


 Mosteiro Cisterciense feminino com gosto islâmico por
todo o lado
 Desenho livre, que quase parece que está torto de
propósito
 Porta gótica com elementos clássicos
 Claustro com arcos de ferradura agrupados aos pares
 Caiado a branco para refletir raios de sol dando um ar
mais fresco
 Mistura de várias tipologias e estéticas – gosto eclético
 Galilé – alpendre à frente da igreja
 Arco islâmico, volta perfeita e arco apontado
Igreja de S. Francisco, Évora
 Galilé: espécie de nártex interior com 3 arcos diferentes no
mesmo – Apontado, Ferradura e Volta inteira
 Uma nave com capelas laterais

Convento dos Loios, Évora 1485-1491


 Convento medieval de dois andares com sistema construtivo
gótico, capiteis e abobadas góticas
 Atual pousada de Évora, ao pé do Templo Romano
 Igreja de nave unica
 Claustro abobadado com abobadas de ogiva em tijolo
caiadas e pintadas
 Sala do capítulo com influências árabes na grande
variedade de materiais (dois tipos de mármore e granito)
 Dois arcos em ferradura dentro de um arco total
 Colunas torcidas, próprias deste período

“Galeria das Damas” Paço Real de Évora


 Arquiteto Diogo de Arruda
 Obra feita pelos mesmo arquitetos da Galeria do Paço da
Ribeira
 Edifico em galeria orientado a sul, avançado para a
paisagem que queria ressaltar
 Arcos aos pares em ferradura
 Galilé com arcos em ferradura
 Abobada de tijolo – característica árabe
 Gosto oriental com estrutura gótica
 Capitéis com desenho mais esquemático
 Armas de D. Manuel
 Ameias manuelinas
 Mistura de estilos, como as janelas da ‘torre’
renascentistas, contrafortes da arquitetura militar
 Sistema construtivo gótico e ainda manuelino de
influência árabe nos arcos em ferradura e janelas
geminadas com mainéis delicados

Sé do Funchal
 De igreja paroquial passou a Sé
 Corte basilical
 Edifício simples, mas com teto completo
 Teto alfarge decorado com padrões mudéjares
 Faz lembrar o gótico mendicante
Casa Cordovil, Évora
 Varanda com cones
 Ameias manuelinas
 Colunas em mármore delicadas

Paço do Alvito, Arraiolos


 Começa por ser uma fortaleza no tempo de D. João II, no
tempo de D. Manuel é adotado o paço em forma de L e
adicionado mais um piso
 Atualmente é uma pousada
 Planta quadrada
 Semelhante à Torre de Belém
 Desenho irregular
 Na torre é possível ter uma grande variedade de janelas,
mudéjares, renascentistas e góticas
 Coluna que fica no meio das duas janelas é “mainel”
 Arquitetura expressionista

Paço de “Sempre “Noiva, Arraiolos


 Norte de Évora, no meio da planície
alentejana
 Propriedade de um arquiteto
 Articulação com a arquitetura manuelina
 Ideia de casa torre e o resto do complexo
vai ser adicionado ao longo do tempo
 Influência árabe principalmente nas janelas
em arco de ferradura e manéis delicados e
decorados
 Janela de canto
 Alpendre na entrada
 Porta lateral manuelina na capela
permitindo aos trabalhadores do campo
agrícola, entrarem na igreja enquanto a
família nobre entraria pelo interior do
edifício ficando num patamar superior
 Évora cidade visitada muito frequentemente pela família real

Marcação sobre o território


 Ideia fundamental no seu reinado, seguindo uma ideologia iniciada no reinado de D.
João II
 A obra de maior relevância é do triângulo do Jerónimos (Torre de Belém, Mosteiro dos
Jerónimos e Ermida dos Jerónimos)
 “Cópia” do modelo das torres senhoriais do norte de Portugal, mas agora concentra-se
no sul e com uma nova materialidade e algumas diferenças estéticas
PAÇOS-TORRE ALENTEJANOS
A família real vai ter casas nesta zona, porque está é a zona de refúgio nas férias

Torre das Águias, Brotas-Mora início do séc. XVI


 Permitem ver e ser vistas a longas distâncias o que
provoca um grande impacto no território
 Vários pisos
 Pináculos que são chaminés – mostra a qualidade de
vida
 Aspeto militar com função doméstica
 Abobada de tijolo caiada em branco
 Cones suportados por mísulas que esconderiam algumas chaminés de saída de
fumo das lareiras
 Núcleo agrícola
 Atualmente em degradação

Torre da Giesteira, Évora inícios do séc. XVI


 Semelhante à anterior, mas menor
 Cilindro com cobertura em cone com escadas em caracol no interior
para aceder ao terraço (modelo comum entre torres)
 Janela dupla – influência arabe
 Ameias que marcam a torre como senhorial
 Paço desenvolvido em volta da torre

Torre da Camoeira, Évora inícios do séc. XVI


 Obra anonima de torre senhorial
 Zona isolada em campos agrícolas, marcando a sua posição de dominância sobre
o território
 Todos os pisos são abobadados
 Caixa de escadas cilíndrica com cobertura cónica

Torre do Carvalhal, Montemor-o-Novo


 Semelhante a exemplos anteriores
 Entrada no piso superior, tal como nas outras

Paço de Évoramonte 1531


 Arquiteto Francisco de Arruda, o mesmo da Torre de Belém
 Grande impacto territorial, visto a cerca de 20km
 Fora do período manuelino, já é do tempo de D. João III
 Fortaleza de caça dos Duques de Bragança, com base em modelos militares
 Três pisos, todos iguais, mas a medida que sobe as paredes fica mais leves
 Inspirada nos desenhos de Leonardo da Vinci de edifícios defensivos
 Planta quadrada com 4 bastiões redondos (defensiva)
 Todos os pisos são abobadados com 4 colunas que formam um
quadrado central
 Em cada piso as colunas são diferentes, ficando mais ligeiras – Colunas
Salomónicas (colunas torcidas)
 Tipologia renascentista com estrutura gótica (abobadas)
 Pouca decoração com exceção do nó (“Depois de vós, nós”), que era
símbolo dos Duques de Bragança, uma família importante
TIPOLOGIAS DE IGREJAS DE FINAIS DO SÉC. XV E INÍCIOS DO SÉC. XVI
 Importante por uma questão de comparação com o que será feito, 50 anos depois,
quando D. João III sobe ao trono, permitindo a entrada no Renascimento em Portugal
 Tipologias semelhantes com as do gótico, exceto a decoração, uma vez que o manuelino
se carateriza por manter o sistema construtivo e organização gótica com retórica e
decoração própria manuelina

➢ Igrejas de 3 naves com corte basilical

A. Cobertura de Madeira
Seguimento da arquitetura mendicante, com características semelhantes: 3 naves, corte
basilical, cobertura em madeira, capela-mor em pedra, torre sineira, complexidade nas
abobadas. Muitas destas igrejas surgem num período de transição, por isso, têm diferentes
linguagens arquitetónicas, como por exemplo, um portal manuelino e outro renascentista,
devido ao tempo da construção atravessar estas duas épocas.

Igreja de S. João Batista de Tomar


 Recorte reto na fachada
 Pináculo

Igreja Matriz da Golegã inícios do séc. XVI


 Obra manuelina
 Portal com decorativismo excessivo, (parece uma cara) retórica manuelina (esfera
armilar, brasão, elementos vegetalistas) - Manuelino
 Colunas salomónicas
 três naves com corte basilical
 Cabeceira quadrada para elaboração de retábulos maiores,
com capela-mor abobadada em pedra complexa
 Transepto pouco afirmado
 Igreja que vem da época medieval e vem sido a ser construída
 No exterior, pináculos de herança gótica, um óculo e
contrafortes em toda a sua volta
 Bem iluminada
 Espaço amplo por ter cobertura de madeira que permite
maior ligeireza da estrutura – espaço total

Igreja Matriz de Caminha 1428-1488


 Portal clássico com influências galegas (quase
renascentista, mas muito depurado) – autoria de Tomé de
Tolosa e Pêro Galego
 Torre
 Cobertura em madeira o que dá o espaço total na nave
 Corte basilical
 Iluminação superior lateral
 3 naves
 Colunas clássicas
 Capela-mor poligonal abobadada com
abobada gótica de nervuras
 Capela-mor com exterior decorado,
semelhante à Batalha e elementos renascentistas
Igreja Matriz de Vila do Conde
 Arquiteto João de Castilho, uma das primeiras obras do
arquiteto
 Corte basilical com cobertura de madeira
 Plateresco – gótico do renascimento
 Portal tardo-gótico: entre o plateresco e o manuelino de
João de Castilho, período de transição
 Símbolos do rei (Armas de D. Manuel) e da vila no portal
assim como pináculos (manuelino)
 3 naves, central mais alta
 Arco trilobado
 Capela-mor quadrada abobadada em pedra de
desenho complexo
 Transepto afirmado, com formato particular,
parecendo pequenas caixas que são acrescentadas
(torreões)
 Capelas escalonadas junto da cabeceira
 Torre no alçado principal
 Interior em talha dourada, influência barroca posterior
 Espacialidade total devido à cobertura

B. Cobertura Abobadada
No Sul, não estão tão preocupados com a luz, aparece no Alentejo onde o controlo da
lusa acaba por ser benéfico. Resulta em igrejas mais escuras e uma maior compartimentação do
espaço uma vez que se torna necessário uma definição da estrutura para suportar as abobadas.
Características: 3 naves, corte basilical, cobertura em pedra, capela-mor em pedra, espaço mais
fechado.
Igreja Matriz do Alvito
 Ameias manuelinas e contrafortes que lhe dão um ar de afirmação defensiva
 Pináculos salomónicos
 Arcos botantes estruturais
 Torre atrás, ao lado da capela-mor, não é muito comum
 Espaço mais pesado e fechado, dando um ambiente mais fresco por ser escuro
 Convivência entre abobada renascentista e gótica
 Portal de entrada, capela-mor quadrada e arco triunfal são renascentistas
 Tipologia de corte basilical com 3 naves
 Clerestório que dá ideia de ser tapado
 Abobada em tijolo caiado
Igreja Matriz de Viana do Alentejo
 Igreja inserida numa fortaleza pentagonal
 Muro do castelo à volta
 Igreja sem torres, o campanário fica na torre do castelo
 Construção em pedra, mas toda ela é caiada a branco (maior
durabilidade)
 Portal manuelino com brasão de Portugal
 Arcos botantes estruturais
 Platibanda
 Contrafortes a 45 na capela-mor
 Planta retangular muito minimal
 Sistema gótico com abobadas de ogiva com colunas de suporte
mais robustas dando resultado a um espaço interior mais
compartimentado
 Transepto pouco afirmado
 Não uma visão global do espaço como nas igrejas em cobertura
de madeira

Igreja da Madalena de Olivença


 Cidade que em tempos pertencia a Portugal, hoje
pertence a Espanha
 Torre sineira na entrada, sob a fachada
 Portal com linguagem renascentista
 Interior manuelino
 Abobadas em ogiva suportadas por colunas
salomónicas torcidas
 3 naves
 Corte basilical

Igreja da Assunção, Elvas


 Corte basilical
 Torre sob a fachada
 Portal lateral manuelino e portal principal
renascentista
 Interior semelhante a anteriores exemplos

➢ Igrejas de 3 naves abobadadas à mesma altura – “Igrejas Salão”


Três naves à mesma altura e cobertura em pedra. A ideia de espaço total, mas em pedra

Igreja Convento de Jesus de Setúbal 1490-1500


 Arquiteto Diogo de Boitaca
 Três naves à mesma altura abobadadas – tipologia salão
 Portal lateral porque não dá para entrar a eixo, local onde está o
coro das freiras
 Colunas salomónicas – ensaio para o Mosteiro dos Jerónimo
Igreja Matriz de Freixo Espada-à-Cinta inícios do séc. XVI
 Edifício de 2 águas, parece um armazém/celeiro
 A solução do telhado de duas águas é possível por as 3 naves estarem
à mesma altura – igreja salão
 Estrutura gótica com nervuras
 Composição elementar, bastante sóbrio no exterior
 Portal com características manuelinas, mas sem símbolos de D.
Manuel, com dois óculos
 Torre do castelo funciona como campanário da igreja
 Capela-mor quadrada
 Aspeto robusto
 Granito
 Contrafortes a toda a volta e a 45 na capela-mor
 Planta simples: retângulo sem transepto afirmado
 3 capelas quadradas com iluminação tangencial ao retábulo

Igreja Nª Senhora da Assunção, Arronches inícios do séc. XVI


 Portal principal renascentistas e lateral manuelino
 Igreja salão, abobadada e com as três naves à mesma altura
 Construção em calcário (material mais utilizado na zona) e
posteriormente caiado
 Escadaria na entrada
 Torre na fachada principal

➢ Igrejas de nave única abobadada

A. Sem capelas laterais


Características: nave única e ampla, capela-mor, cobertura abobadada em pedra/tijolo
(nervuras)

Igreja dos Lóios, Évora 1485-1491


➢ Abobadada em toda a nave com abobada de nervura
➢ Charuto – nave única comprida
➢ Igreja gótica pré-manuelina
➢ Capelas poligonais
➢ Capela-mor
➢ Coro sobre a entrada

Igreja do Convento dos Loios, Arraiolos 1527-1537


 Semelhante à anterior
 Nártex de entrada com portal manuelino, mesmo estilo após a morte
de D. Manuel
 Nave única abobadada com abobada de nervura em tijolo caiada
 Peças longitudinais e muito simples de apenas dois corpos quadrados
 Coro alto por cima da entrada, ideia sistematizada no reinado de D. Manuel I
 Forrada a azulejos
 Atualmente é uma pousada, projeto do Arq. José Paulo dos Santos – redesenha um
segundo claustro do qual havia vestígios e faz uma estrutura em aço inox para
segurar o vidro e fechar o claustro
B. Com capelas laterais
Casos isolados. Surge como uma antevisão do modelo que será utilizado durante todo o
renascimento e permite uma nave central mais alta e ampla em que os contrafortes estão
disfarçados nas capelas laterais. O coro alto também é comum.

Igreja de S. Francisco, Évora séc. XV


 Nave única ampla e alta com capelas laterais
 Têm uma peça mais acima da capela lateral
 Construção em granito
 Capela-mor mais pequena, quase escavada na parede
 Retórica manuelina (escudo português, esfera armilar…)
 Coro alto

Igreja de Santa Cruz de Coimbra


 Charuto, nave única com capelas laterais
 Capela-mor mais alongada pela presença dos túmulos de D. Afonso IV e D. Sancho I
 Tipologia mais híbrida por as capelas laterais não são muito sistematizadas
 Coro alto
 Reformulada no tempo de D. Manuel

Igreja de Vilar de Frades, Barcelos 1520-1530


 Arquiteto João Lopes-o-Velho
 Abobada gótica
 Planta charuto
 Portal tardo-gótico (manuelino)
 Influência de arquitetos espanhóis: nos arcos de volta
inteira das capelas laterais de forma renascentista, mas ainda muito
decorada (plateresco)
 Capela-mor muito ampla, quase uma continuação da própria nave
 Nave única abobadada com abobadas de nervura
 Coro alto

➢ Capelas de nave única e capela-mor, ambas abobadadas


Igreja de apenas dois volumes, mas em que ambas são abobadadas por abobadas góticas.

Igreja Nª Srª do Pópulo, Caldas da Rainha 1485-1505


 Arquiteto Mateus Fernandes
 Capela com torre de relógio
 Alteração das capelas poligonais góticas para capelas quadradas
com contrafortes nos cantos
 Nave retangular e capela-mor abobadadas,
 Capela-mor abobadada com abobadas de nervura

Ermida de S. Jerónimo, Lisboa 1514


 Arquiteto Diogo Boitaca
 Junto do Mosteiro dos Jerónimos
ARQUITETOS DOS FINAIS DO SÉCULO XV

 Obras de patrocínio régio um pouco por todo o país


 Investiu numa nova imagem de marca – linguagem gótica com elementos decorativos
(armas do rei)
 Gosto islâmico, sobretudo no Sul de Portugal
 Tipologias das igrejas:
➢ 3 naves com corte basilical de cobertura de madeira ou pedra
➢ 3 naves de salão com cobertura em pedra
➢ Nave única abobadada
➢ Nave única com capela-mor ou capelas transversais
 Época de variedade e fazem-se sistematização
 Última geração de Mestre-de-obras – alguém que vai contribuindo ao mesmo tempo na
obra e projeto, e não ter o projeto antes da obra como será comum no Renascimento

Mateus Fernandes f. 1515


Chega ao topo ao ser o arquiteto do Mosteiro da Batalha, o cargo mais importante do reino
na altura. É enterrado junto com toda a sua família no Mosteiro da Batalha.
➢ Igreja Nª Srª do Pópulo, Caldas da Rainha
➢ Mosteiro da Batalha
➢ Hospital Real de Todos-os-Santos, Lisboa

Diogo Boitaca f.1529


Arquiteto claramente do tempo manuelino, é o 1º grande arquiteto deste estilo.
➢ Igreja do Convento de Jesus, Setúbal
➢ Igreja de S. João Batista Moura
➢ Hospital Real de Todos-os-Santos, Lisboa
➢ Igreja Matriz Golegã
➢ Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
➢ Igreja de Santa Cruz, Coimbra
➢ Igreja Paroquial da Batalha
➢ Ermida de S. Jerónimo, Lisboa

Marco Pires f.1522


Arquiteto de Coimbra – Mestre de obras
➢ Claustro de Santa Cruz, Coimbra
➢ Paço Real Alcáçova, Coimbra

Diogo de Arruda f.1531


Pertence a uma família importante de arquitetos, é o irmão mais novo de Francisco de
Arruda.
➢ Paço da Ribeira, Lisboa
➢ Galeria das Damas, Évora
➢ Igreja do Convento de Cristo de Tomar
➢ Obras em Marrocos com o irmão:
 Muralhas de Azamor
 Baluarte do Raio
 Muralhas de Safim
 Baluarte de Alcáçova
Francisco de Arruda f.1547
Transição para o Renascimento.
➢ Torre de S. Vicente de Belém
➢ Casa Brás de Albuquerque (Casa dos Bicos): Período mais aberto a outras influências;
não é tão manuelino; Diamantes em pedra, linguagem gótica com introdução de
elementos renascentistas.
➢ Quinta da Bacalhoa, Azeitão: Casa de campo da família; Arcarias e loggia virada para o
Tejo – elementos renascentistas; cúpula de gomos nos três cantos; atualmente são
vinhas, mas antigamente eram pomares de laranjas e limões; edifício em L; toda a cerca
da quinta teria elementos com as cúpulas
➢ Paço de Évoramonte
➢ Aqueduto da Água de Prata, Évora: luxo possuir um aqueduto no Alentejo; grande obra
pública; os reis passam muito tempo em Évora, portanto investem bastante nas
infraestruturas da cidade
➢ Aqueduto da Amoreira, Elvas

João de Castilho f.1552


Metade da sua carreira é renascentista, faz a transição do renascimento e o gótico. Há a
hipótese de ter sido um arquiteto autodidático. É espanhol, vem de Santo André. É aprendiz na
obra de Simão de Colónia, Capela dos Condestáveis de Castela, da Catedral de Burgo (peça de
arquitetura funerária de planta octogonal). Em 1528 é nomeado Mestre das obras da Batalha.
➢ Cabeceira da Sé de Braga: capela poligonal com grande janela, platibanda decorada;
abobada complexa com círculos – nervuras redondas “combados”: ganha mais espaço
e mais iluminação
➢ Portal da Igreja Matriz de Vila do Conde
➢ Coro alto da Sé de Viseu: Abobada com elemento redondo – espécie de marca do
arquiteto
➢ Portal da Igreja do Convento de Cristo de Tomar
➢ Portal principal e abobadas da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos e claustro
➢ Obras no Mosteiro de Alcobaça
➢ Mosteiro da Batalha

Diogo de Castilho
Meio-irmão de João.
➢ Túmulos dos reis (com desenho de João) e abobadas na Igreja de Santa Cruz, Coimbra e
refeitório, coro alto, igreja paroquial (S. João)
➢ Abobadas das capelas-mores das Igrejas de São Marcos e de Góis
7. ARQUITETURA DO RENASCIMENTO

Entrada no novo paradigma

D. João III 1502-1521-1557


 Chateou-se com o pai e não quis continuar a marca pessoal do pai, daí há um corte na
relação com o pai e por essa razão não dá continuidade à arquitetura manuelina
 Põe em causa as fortalezas em Africa
 Na Batalha, volta às capelas imperfeitas
 Volta a trazer o renascimento a Portugal
 O seu reinado tem duas fases:
1. Grande abertura à cultura italiana e humanista
2. Motivada pela revolução religiosa que se dá na Europa (entre católicos e
protestantes) que leva à introdução da Inquisição em Portugal e outras
medidas desta natureza

Paço de Ourém – arquitetura militar fortificada


Castelo e Paço de Porto de Mós
Hospital Real de Todos-os-Santos – semelhante a modelos italianos

Capelas imperfeitas no Mosteiro da Batalha


 D. João manda fazer a abobada entre as capelas e as capelas laterais: antessala – sala
de transição
 Abobada com desenho estranho
 Vantagem do sistema gótico: teias de aranha que lança a sua estrutura em qualquer
direção
 Janela com elementos manuelinos, mas já com alguma geometrização
 No canto chanfrado, cria uma espécie de concha
 Está a tentar encontrar uma linguagem nova
 Renuncia o cargo de mestre da Batalha – pensa-se por já não conseguir ou não lhe
interessar trabalhar esta linguagem

Estátua de D. João III, Coimbra, Francisco Franco


 Trouxe a Universidade de volta para Coimbra

AÇÃO MECENÁTICA DE D. MIGUEL DA SILVA NA FOZ DO DOURO E EM VISEU


D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu
 Embaixador do divorcio do casamento de D. Manuel e D. Leonor
 Bispo de Viseu e Abade Santo Tirso
 O Abade de Santo Tirso é uma personagem com poder, por isso vai querer fazer
várias obras
 Esteve em Roma 20 anos e trouxe com ele um arquiteto italiano Francesco
Cremonese, fundamental na introdução do renascimento em Portugal (de origem
romana e estudou com Rafael)
 Vários focos no país: norte, Viseu, Coimbra, Tomar e alguns em Lisboa
 É responsável por impulsionar aquele que será o mais importante pintor
renascentista em Portugal Vasco Fernandes, de Viseu, pinta cenários clássicos
 Viseu nesta época, era uma cidade pouco importante no panorama artístico e
cultural português
 Em 1540, foge de Portugal por D. João III o querer prender, vivendo o resto da vida
em Itália onde é nomeado cardeal por ser amigo do Papa
Farol de S. Miguel-o-Anjo, Foz do Douro 1528
 Arquiteto Francesco Cremonese
 Primeira obra totalmente renascentista em Portugal
 Edifício de pograma público, que vem de um pensamento de influência
italiana
 Á maneira dos faróis da antiguidade
 Cúpula quase à Bruneleschi, mas em tijolo com uma inscrição latina com o
nome do Bispo e teria uma chama no topo para cumprir a função de farol
 Escada em caracol para chegar à cobertura
 Planta quadrada complexa
 Nas rochas havia uma estátua em frente ao farol com o Deus Romano “Portumnus”,
para os barcos contornarem peça que marca a existência de rochas (facilita na noite)
 Atualmente ainda existe, mas foi construída uma torre maior ao seu lado
 Lápide à maneira romana que indica o nome de D. Miguel, data de construção e
outros elementos, em latim

Igreja de S. João, Foz do Douro 1525-1546


 É destruída anos mais tarde para dar lugar à construção de um forte, que
destrói grande parte da igreja, ficando a sua nave a céu abero com a
função de praça de armas e a capela-mor como capela do forte
 Capela-mor com a particularidade de ter planta hexagonal, por D. Miguel
da Silva a pensar na barra do Porto (entrada no Porto)
 Cúpula à maneira Bruneleschi
 Atualmente só resta a capela-mor
 Possivelmente teria 3 naves
 Cobertura com abóbada de caixotões em madeira e com
estrutura também ela em madeira
 Entablamento clássico, colunas jónicas, cornijas, arco triunfal de
volta inteira
 Janelas clássicas
 Pensa-se que a igreja teria duas torres e que a fachada estaria marcada por um
elemento clássico que enquadraria as janelas, denominado de Tábua com asas –
tabula ansata, ligados por um friso
 A hipótese das torres é totalmente conjetural, mas existe uma
indicação muito forte que as mesmas existiriam devido às caixas
de escadas que surgem nas plantas
 Hipótese que a capela-mor seria mais baixa por questões de
defesa

Claustro da Sé de Viseu 1529-1534


 Arquiteto Francesco Cremonese
 1º Claustro renascentista em Portugal
 Verdadeiramente clássica com arcada continua
 Abobada em tijolo caiada em branco com (importação da Itália,
uma opção mais leve que permite a arcada continua) e mísulas
que serão clássicas deste período
 Colunas elegantes
 Desenho bonito para o canto, uma solução complexa: quadrado com duas meias
colunas
 Cidade de origem romana, o que justifica a escolha da linguagem
clássica
 A construção do primeiro andar é mais tardia
 Claustro jónico em granito (pedra de Viseu)
 Colunas com estrias de ordem jónica
 Arcos de volta inteira

Norte de Portugal
Influencia alguns estaleiros na Galiza (Hospital de Santiago de Compostela)
Igreja Matriz de Caminha
 Portal lateral com triangulo muito vertical de João Nobre
 Portal de estilo plateresco com arco de volta inteira – arco romano
 Mistura do gótico com o românico

O foco de Coimbra: o papel dos escultores e arquitetos franceses

Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra – Reforma Manuelina


 Renascimento: processo lento que entra pelas
microarquiteturas: pintura, escultura…
 Abobada gótica manuelina de Diogo de Boitaca
 Jacente de D. Afonso Henriques por Chanterenne, onde introduz
o detalhe nas estátuas, utiliza a tábula ansata
 Púlpito de Nicolau Chanterenne
 Claustro de Marcos Pires
 Retábulos de Nicolau Chanterenne no claustro com episódios da vida de Cristo “Ecce
Homo”, “Calvário” e “Lamentação”
 João de Ruão faz o arco do coro-alto

Retábulo de São Marcos 1522-23


 Abobada de caixotões no arco – alternativa ao sistema gótico (1º obra portuguesa
com abobada de caixotões)
 Aparecem elementos clássicos, elementos mais pontuais

Retábulo da Pena 1529


 Peça totalmente italiana
 Alabastro é fácil de trabalhar – mármore branco/transparente

Claustro de Santa Cruz 1521


 Marcos Pires
 João de Ruão e Nicolau Chanterenne foram os dois escultores mais importantes de
Coimbra e vão-se aproximando da arquitetura
 Só se entende a obra renascentista de Diogo de Castilho em conjunto com
João de Ruão

Igreja de Atalaia 1528


 João de Ruão
 Não é em Coimbra
 Portal clássico e canónico revestido a ornatos e medalhões de bustos
humanos
 A arquitetura renascentista começa por aparecer em portais, retábulos e altares
Igreja da Varziela, Cantanhede

Túmulo de D. Luís da Silva, Gois


 João de Ruão
 Duas linguagens diferentes
 Estátua de outro escultor
 Abobada de João de Castilho

Coro Alto da Igreja de St. Cruz 1531


 Diogo de Castilho e João de Ruão
 Peça clássica
 Duas arquiteturas a colidirem uma com a outra

Porta “Especiosa” da Sé Velha de Coimbra 1527-1530


 Por Nicolau Chanterenne e João de Ruão
 Peça efémera, construída aquando a estadia de D. João III e da sua corte em
Coimbra durante 6 meses, para fugir ao surto de peste em Lisboa
 É nesta altura que surge a ideia de transferir a Universidade para Coimbra
utilizando os fundos da casa de Santa Cruz que era uma casa riquíssima
 Porta por onde entrava o Bispo – o portal lateral era para pessoas importantes e
a frontal para o povo
 Composição com elementos clássicos: arcos, pilares, serliana ou palladiana (por vir
no tratado de Sebastião Serlio)
 É feita em pedra Ançã, o que justifica o seu grande estado de degradação, uma vez
que esta pedra é muito macia, portanto desgasta-se facilmente

Convento de Santa Cruz, Coimbra – Reforma Joanina 1527


 Nesta altura, D. João passa 6 meses em Coimbra para fugir à peste em Lisboa
 Está preocupado em reformular todas as ordens religiosas
 Retira o Convento feminino que existiria a paredes meias com o convento de
Santa Cruz
 O refeitório é atribuído a Diogo de Castilho, é reformado, com elementos
clássicos num ambiente gótico (abobadas góticas); No fim estavam esculturas
em terra cota dos 12 apóstolos e Cristo, Última Ceia de Filipe Hodart, tinham
uma lógica de perspetiva
 O dormitório é totalmente transformado, passando a ser uma peça extremamente
longitudinal, que previa a construção de um terceiro claustro, o Claustro da Manga.
O Convento passa a ter 3 claustros: o da Portaria, o do Silêncio (principal) e o da
Manga. É então organizada segundo um corredor central com celas individuais de
cada lado e com a marcação clara de três aberturas laterais para a entrada de luz e
ainda dois janelões, um em cada ponta do corredor, para o mesmo efeito. A
cobertura seria já abobadada com caixotões de madeira.
 A Fonte da Manga de João de Ruão em 1533, seria uma peça de
meditação para os frades, com várias arvores de citrinos à sua volta e
ainda quatro tanques de água que ainda hoje existem, representando
os quatro rios do paraíso. Atualmente as pequenas pontes são de
pedra, mas seriam em madeira. A fachada principal do convento,
porta por baixo da loggia que se supõe ser a entrada das escolas de
Santa Cruz
Rua da Sofia 1537
 D. João III decide trazer a Universidade de Lisboa para Coimbra, cidade mais pacata
 Introduz o sistema colegial
 Dia 1 de Março é o dia da Universidade
 Forma um Campus universitário linear na Rua da Sofia
 Os colégios acabaram por ser ordens religiosas
 40/44 km de comprimento por 6 braças – mesma largura da Rua Augusta em Lisboa
 As faculdades principais funcionaram no Paço e os
colégios na Rua da Sofia
 Tipo religioso, convento: igreja+ um claustro
 Tipo civil: quadrados com capela interna
 Frei Brás de Barros é amigo de D. João III e da
corte e vem ajudar a reformular a ordem e a Rua
da Sofia, vindo de Paris

Colégio da Graça
 A meio da rua
 Suposição que João de Ruão foi mestre desta obra
 Igreja de Diogo de Castilho
 Portal clássico
 Interior de ambiente clássico com abobadas renascentistas de caixotões,
arcos de volta inteira, pilastras clássicas, continuidade da nave com a capela-
mor
 A torre não será a original, será semelhante em proporções à de Santa
Cruz
 O exterior é um pouco tosco ao contrário do interior que é um ambiente
clássico
 Composição clássica nas paredes – pilastras a ligar à cornija – por a obra
ser ainda de uma fase inicial, aspeto que se desenvolverá no séc. XVI
 Claustro foi construído primeiro que a igreja, o primeiro andar foi
construído posteriormente
 Arcos torais, parecem castelos
 Influência medieval, aos pares
 Particularidade de ter um único capitel jónico, mas a linguagem é
totalmente clássica
CLAUSTROS CASTILHIANOS
Todos os colégios, têm uma característica dos claustros góticos: junção de arcadas de duas
a duas seguidas de contraforte que surge pela necessidade construtiva de suporte de abobada.

Claustro do Colégio das Artes 1544


 Atual centro das artes visuais
 Capiteis jónicos ao contrário do que seria normal, perpendiculares ao pátio, deviam
ser paralelos

Claustro de São Tomás 1549-1555


 Junção dos dois desenhos
 Atual Palácio da Justiça
 Capitéis já bem colocados, paralelamente ao pátio

Claustro do Colégio de S. Jerónimo 1565


 Ordem jónica, associada ao conhecimento
 Abobadas clássicas de caixotões

Claustro do Colégio do Carmo 1600


 É o claustro mais bem conservado, mantendo o aspeto original que todos deveriam
ter

Diego de Sagredo, Medidas del Romano, Toledo 1526, Lisboa 1541-42 – desenho que serviu de
inspiração para os claustros
O foco de Tomar

Convento de Cristo de Tomar – Reforma, João de Castilho 1529


 Acrescentou quatro claustros – ficando com 5
 Mega complexo colocado a poente do convento manuelino
 Princípios semelhantes a Coimbra
 No tempo de D. Manuel, começa-se a construção da Sala do Capítulo que não
terá sido terminada, hoje em dia não tem cobertura. A mesma desenvolver-se-
ia em dois níveis: o rés do chão para os frades que não viviam em clausura e o
primeiro para os que viviam
 D. João III cria uma mega estrutura para permitir que a Ordem de Cristo se torne
uma ordem de clausura total
 O complexo é composto por quatro claustros grandes e um claustro menos a
eixo com a nave da igreja que funciona como uma espécie de rótula de ligação
entre todo o convento
 Coloca um frade jerónimo à frente do Convento de Cristo, à semelhança daquilo
que tria feito no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, por os Jerónimos serem
uma ordem moderna de reforma
 Cavaleiros de Cristo passam a ser frades
 Altura em que surge a reforma protestante por isso os homens religiosos tinham
de dar o exemplo

Claustro de Santa Bárbara 1531-1532


 João de Castilho
 Claustro mais pequeno
 Tapou a janela manuelina – gosto medieval para um mundo
completamente diferente
 Espaço de transição que tem ainda alguns elementos góticos
 Apresenta arcadas continuas, sem contrafortes
 O primeiro andar terá sido desmontado no reinado de D. Fernando,
no séc. XIX, por tapar a famosa janela manuelina
 João de Castilho voltou a Tomar para fazer estas obras

Claustro Grande 1533-1535


 João de Castilho
 Arcos de volta redonda nos dois pisos
 Todo abobadado
 Quatro tramos (tramo: duas janelas entre contrafortes) em cada lado
 Este claustro tapa também uma janela manuelina da nave da igreja
 20 anos depois acabou por ceder, já não existe
 Vestígios dos arcos que permitem fazer o desenho

Claustro da Hospedaria 1541-42


 João de Castilho
 Construído à semelhança dos Colégios de Coimbra com
um primeiro andar em entablamento reto
 Baseado no desenho de Diego de Sagredo, que teria o
primeiro andar e o segundo com dois desenhos
separados, mas lidos como um
 Lógica gótica nas abobadas de nervura

Refeitório 1535
 João de Castilho
 Comparação com o refeitório do Mosteiro de Santa Cruz
 Abobada de caixotões em madeira, peça central é uma nervura e
não uma fila de caixotões como no renascimento clássico
 Este tipo de abobada so é funciona se for bem apoiada, duas
paredes fortes, as colunas não aguentam o peso
Cozinha
 Estrutura totalmente gótica com abobadas de nervura
 Colunas clássicas – consequência direta das dificuldades de
construção, é mais fácil fazer uma abóbada clássica num espaço
linear do que num quadrado

Dormitórios
 Sistema semelhante ao Mosteiro de Santa Cruz:
 Grande corredor com cerca de 70m, com celas individuais de cada um
dos lados
 Cobertura com abobada clássica de caixotões em madeira (com fila de
caixotões como peça central)
 No cruzamento de três braços do dormitório surge um lanternim e a
Capela do Cruzeiro João de Castilho 1535, com um pensamento e linguagem
clássico com pilastras e capiteis coríntios

O foco em Évora

Outro centro cultural muito importante, D. João III pensou em mudar a capital para
Évora, mas todas as obrigações ultramarinas não permitiram e o Rei teve de ficar em Lisboa.
Cidade com passado romano.

Aqueduto de Água de Prata 1531-37


 Francisco de Arruda, obra mais emblemática
 Obras de grande importância pública (fornecimento de água à cidade a
15km da nascente
 Obra clássica
 No fim da sua carreira
 O aqueduto é enquadrado na malha urbana e mais tarde são
construídas habitações entre os arcos, tenso uma função estrutural nelas
 D. João III ordena a Francisco de Arruda o restauro do aqueduto

Fonte de Nicolau Chanterenne 1537


 Situava-se na Praça de S. Francisco em frente à Galeria das Damas e seria o fim do
aqueduto (os aquedutos terminam numa fonte clássica)
 Demolida no séc. XIX para ser feito um mercado

Convento e Igreja da Graça 1533-46


 Nicolau Chanterenne e Miguel de Arruda
 Pensa-se que D. João III colocou a hipótese de ser enterrado nesta
igreja, mas achou-a demasiado pequena e cedeu-a aos seus
parentes Conde de Vimioso
 Igreja muito original
 Sem o campanário, que é uma peça filipina
 Torre com entablamento reto
 Inscrição latina na torre à maneira do farol de S. Miguel-o-Anjo, próprias
do romano trazidas pelo renascimento
 Fachada atípica com duplo frontão, parecendo uma consequência
palladiana, apesar de surgir 20 anos antes do mesmo
 Nártex com entablamento reto com pilastras e colunas clássicas
 Portal de entrada com arco de volta inteira com colunas e cornijas clássicas
 Queria fazer uma homenagem/recriação do templo de Diana que
era uma das 7 maravilhas do tempo antigo e por isso é que
acabaram por chamar assim ao templo que lá está
 Estátua dos gigantes, é preciso subir a encosta para chegar à
salvação
 Muita retórica manuelina aplicada ao mitológico pagão com
religião cristã
 Toda em granito, pedra comum em Évora
 Regras canónicas, desenho bem informado
 Não sabemos como era a abobada original
 Capela-mor muito interessante com janelas em arco triunfal com artifícios do
Miguel Ângelo – solução de canto
 Janelas com efeito perspético no interior
 Não se sabe como seria a cobertura original, pois há registo de ter
caído e ser reconstruída duas vezes
 Cenotáfio de D. Afonso de Portugal 1540-42 de Nicolau Chanterenne
 A cúpula de caixotões de Chanterenne é a primeira cúpula clássica
com caixotões em Portugal, à maneira do Panteão

Claustro do Convento
 À maneira dos claustros castilhianos
 Contrafortes
 Primeiro andar com arcos de volta inteira com dois vãos
 Segundo andar com entablamento reto com três vãos
 Abobadado com abobadas góticas de nervuras (provavelmente de tijolo) –
gosto gótico
 Particularidade: três aberturas na varanda do piso de cima – desenho mais
elaborado

Capela do Bom Jesus, Valverde, Évora 1544-1550


 Miguel de Arruda e Manuel Pires
 Espécie de convento renascentista em miniatura
 Obra de carater experimental
Igreja
 A entrada é feita através de uma arcada para uma capela de planta em
cruz grega formada por octógonos
 Cinco cúpulas, sendo que a central tem um lanternim
 Sistema de colunas, espécie de octógonos com cilindros
 Elementos semelhantes à Fonte da Manga
 Materialidade: colunas em mármore, estrutura em granito, o restante é
caiado a branco
 Tema arquitetónico principal: Serliana
 Gosto de misturar materiais com registo clássico
Claustro
 Simplicidade
 Não tem espaço pata ter tramos, devido às suas dimensões reduzidas,
cada tramo corresponde a um módulo
 No entanto apresenta as características de um claustro castilhiano
 Entablamento reto
8. ARQUITETURA MILITAR
Tem a necessidade de se manter sempre atualizada por razões obvias de defesa. Estrutura
muito forte de apoio para defender os interesses portugueses em Africa… Nesta época, os
italianos estariam na vanguarda da arquitetura militar e como tal eram muitas vezes trazidos a
Portugal para fazer este tipo de arquiteturas.

Paço de Évoramonte 1531


 Francisco de Arruda
 Baseado em elementos italianos
 Registo manuelino dos nós, ainda passados dez anos da sua morte

“Castelo Artilheiro”, Vila Viçosa 1535-37


 Benedetto de Ravena e Francisco de Arruda
 Vila antiga dentro do castelo
 Tinha canhões
 Desenho da peça é baseado nos desenhos militares de Leonardo Da
Vinci, mais uma vez (embasamento com paredes rampeadas)
 Características da arquitetura militar moderna: pontes levadiças, fosso
e bocas de fogo nos bastiões redondos (que surgem em cantos opostos
do edifício) para o tiro rasante à muralha
 Mantém características antigas como as
aberturas no topo da muralha
 Fachada rústica como no livro de Serlio
 Esquema elementar, mas bastante eficaz

Paço Ducal, Vila Viçosa 1535-37


 Duques de Bragança que viviam no Alentejo
 Mármore
 A grande fachada do edifício tem uma função territorial fundamental,
estruturando a grande praça para onde está virado
 Dois pisos originais, é possível que tenha o elemento central
 No primeiro andar surge a ordem dórica e no segundo andar a ordem é
jónica
 Grande escadaria de aparato, algo raro em palácios portugueses
Fortaleza de Mazagão, Marrocos 1541-42
D. João III escolhe três cidades para manter em Marrocos: Tanger, Ceuta e
Mazagão – uma vez que não havia possibilidade de manter as várias que Portugal
possuía por serem um grande sorvedor de dinheiro e pessoas. Fica então com as
cidades do Estreito de Gibraltar e com esta em Mazagão, escolhidas obviamente
numa lógica de apoio à navegação dos Descobrimentos. Estas três cidades serão
remodeladas, mas a que sofrerá uma remodelação mais profunda será a de Mazagão,
segundo os modelos militares modernos.
 Benedetto de Ravena, Miguel de Arruda e João de Castilho
 Muralhas mais baixas e mais espessas – são mais resistentes
ao tiro de canhão
 Bastiões deixam de ser redondos e neste caso são triangulares
– caráter mais ofensivo
 Fosso a toda a volta – espécie de doca privada para abastecer
a cidade
 Grande evolução em relação aos modelos já existentes,
servindo de modelo para todas as fortalezas em colónias portuguesas
 Dentro da fortaleza estará a “cidade portuguesa” circundada pela
cidade moura e separada por uma muralha de planta em estrela de 4
pontas – no seu interior no centro um castelejo manuelino de planta
retangular com uma igreja renascentista muito simplificada, sem
alguma ordem clássica, em que a torre que vemos hoje em dia não
será original
 A cisterna com estrutura gótica com abobadas de nervuras, em relação com as
colunas clássicas – esquema que dará origem àquilo que se chama Arquitetura
Chã Portuguesa
 Entrada com ponte levadiça
 Pequena reentrância que formaria um porto protegido para a entrada dos
barcos na cidade – hoje em dia apresenta duas, a mais aberta é pós ocupação
portuguesa
 Hoje em dia o fosso em toda a volta foi tapado, dando lugar a uma estrada e
parecendo que as muralhas são mais baixas do que na realidade seriam
 Cidade património mundial, ainda hoje
 Mazagão abandonada no tempo de Marquês de Pombal por se precisar mandar
pessoas para o Brasil e a fortaleza já não tinha a função estratégica original,
mantendo-se impenetrável por cerca de 200 anos

Fortaleza de S. Julião da Barra, Oeiras 1553


 Miguel de Arruda (esteve em Mazagão com Benedetto de Ravena e
é nomeado mestre das fortificações do reino) e António Rodrigues
 Tipo de fortaleza feita em Portugal, junto ao rio Tejo
 Dá continuidade à linha de defesa estabelecida pela Torre de Belém
e pela Torre Velha da Caparica
 Farol/torre feita pelo Marquês de Pombal
 Igual à Fortaleza de Florença, mas em contexto marítimo
 Pentágono com estrela de 5 pontas, assemelhando-se com a de
Mazagão, mas mais concentrada por não albergar uma cidade
 Também com cisterna, no centro da fortaleza, com sistema
construtivo gótico e linguagem clássica
 Os “bicos” são uma construção mais tardia, uma vez que esta é
uma fortaleza que vai sendo atualizada ao longo dos anos
Tratadística
Divulgação de tratados de arquitetura, algo importante na entrada do Renascimento em
Portugal. Os tratados são fundamentais para a transmissão de conhecimentos na época do
Renascimento.

Cesare Cesariano, “Di Licio Vitruvio Pollione de Architectura”, Como 1521


 Tratado ilustrado com imagens inventadas de Cesariano, de Vitrúvio escrito em
italiano corrente
 Figura do homem vitruviano
 Retrato de um templo romano um pouco estranho, olharam mais para o texto do
que para as ruínas
 O desenho da Basílica já está mais próximo, maior rigor
 Vai ter algumas influências em obras de arquitetos portugueses
 CONTEUDOS: desenhos de interpretação de várias tipologias – templos, capelas,
basílicas…

Diogo de Sagredo, “Medidas del Romano”, Toledo 1526 Lisboa 1541/42


 Teve muito sucesso em Portugal
 Livro de bolso com cerca de 60 páginas ilustrado
 Publicado em castelhano em Lisboa (língua muito comum na corte)
 Todos os elementos de um capitel clássico, relacionado com uma cabeça
 Diferentes ordens com arcos ou entablamento reto
 CONTEÚDOS: proporções das ordens clássicas e, relação ao corpo humano e
modelo dos claustros castilhianos

Sebastião Serlio
Livro IV: Veneza 1537 – dos cinco estilos da arquitetura (sistematização das composições)
Livro III: Veneza 1540 – das antiguidades (mostra edifícios em Roma)
Livros I e II: Paris 1545 – da geometria e da perspetiva
Livro V: Paris 1547 – dos templos
Os livros mais importantes em Portugal serão o IV e III, cuja influência se manterá
durante vários anos, não sendo apenas livros de modas como os anteriores. Os livros
chegarão à corte portuguesa em 1541 pela mão de Francisco de Holanda, onde os grandes
arquitetos portugueses aprenderão a linguagem do renascimento.
 CONTEÚDOS: modelo serliano (vão reto-vão curvo-vão reto) – Livro IV;
documentação das grandes obras clássicas e do renascimento italiano em desenhos
e texto (ex: Panteão, São Pedro de Roma, Tempietto de Bramante) – Livro III

João de Castilho – passa de mestre de obras góticas a arquiteto renascentista

Noviciado e Claustro da Micha, Convento de Cristo de Tomar


1549-1550
 Noviciado seria o local onde os frades mais jovens
ficariam em preparação para se tornarem
verdadeiramente frades
 Conjunto de três espaços (o mais à direita uma capela e
dois seguintes dormitórios, que se conseguiram ler no
claustro através da sua marcação com frontões
 Os dormitórios são um espaço amplo dividido em três naves com pilares
jónicos que suportam uma cobertura em madeira (a organização das camas
seria encostada *as duas paredes)
 A capela terá uma cobertura em caixotões de madeira suportado por colunas
compósitas também elas em madeira e no cruzeiro, onde numa peça clássica
veríamos uma cúpula com iluminação, vemos uma abóboda cruzada
disfarçada com caixotões

Ermida da Conceição, Tomar 1551-1560


 João de Castilho e terminada por Diogo de Torralva
 Última obra de João de Castilho
 Situa-se na entrada do Convento de Cristo
 Pensa-se que foi D. João III que mandou construir para o seu mausoléu, o
que mais uma vez não aconteceu (o monarca acaba por ser enterrado no
Mosteiro dos Jerónimos)
 Edifício puramente renascentista e muito influenciado pelos
desenhos do tratado de Cesariano
 Igreja com 3 naves
 Colunas coríntias que suportam uma cobertura de abobadas de
caixotões
 Marca o espaço central, mas sem cúpula
 Entablamento em pedra a toda a volta
 Janelas são trabalhadas parta conseguir um efeito perspético e têm marcações
triangulares tanto no interior como no exterior

Experiências Arquitetónicas Renascentistas – Exploração de novas formas e Composições


de base geométrica

Pequenas obras da nova geração de arquitetos em Portugal após a consolidação do


Renascimento como modelo arquitetónico a seguir.

Mosteiro da Serra do Pilar, Porto


 João de Ruão e Diogo de Castilho
 Da mesma ordem do Mosteiro de Santa Cruz
 Igreja de planta redonda também com claustro clássico redondo

Igreja do Convento de Valverde, Évora 1544-1500


 Miguel de Arruda e Manuel Pires
 Composição em serliana
 Pequena igreja
 Exercício espacial muito concreto
 Ensaio do arquiteto

Capela do Paço de Salvaterra de Magos 1555


 Tinha um espaço real importante de D. Luís, Duque de Beja e irmão
mais novo do rei, destruído no séc. XIX após ser muito afetado no
terramoto, a capela é a única que resiste
 Um dos braços do paço chegou a ter uma opera barroca
 No exterior tem uma apresentação discreta
com um interior interessante
 Coro alto para o rei assistir à missa mais alto
 Planta central retangular com entablamento a formar uma base
octogonal, conseguindo através dos arcos que fazem uma espécie de
cantos chanfrados, para a cúpula que está apoiada sobre colunas
toscanas
 Serliano no detalhe
 À volta da capela-mor quadrada, existiria um espaço fechado através
de dois altares virados para a nave onde uma orquestra tocaria
escondida de quem assistia á missa
 O palácio estaria a uma cota superior à da igreja, permitindo a
existência de uma varanda superior entre a igreja e o paço
 Desenho completamente canónico

Açougue, Beja 1458-1550


 Diogo de Torralva, arquiteto do Infante D. Luís
 Equipamento público mandado construir pelo Duque de Beja
 Açougue é uma espécie de talho de origem árabe
 Pequeno mercado renascentista que terá funcionado como igreja,
posteriormente sofreu uma intervenção dos monumentos que o terá
limpado até quase ao seu estado original
 Capela-mor e duas capelas colaterais
 Praça tardo-medieval que foi regularizada (Praça da República de Beja)
com o equipamento ao fundo, semelhante a uma loggia
 Parede rusticada que parece de pedra, mas é cimento moldado com
arcos – influência do tratado de Serlio
 Gosto híbrido de sistema construtivo gótico com abóbodas de nervura e
colunas coríntias formam um grande espaço salão
 Quando se fez a igreja, adicionou-se uma estrutura para a capela-mor

Ermida de Santo Amaro, Lisboa 1547-1560


 Exploração de novas formas de composição
 Pequena, mas é uma obra prima de composição
geométrica
 Composta por dois cilindros
 Gosto híbrido com cúpulas clássicas nas capelas, caixotões, abóboda
anelar da galeria de nervuras
 Planta central com uma capela também redonda, ambas com cúpula e
dois espaços anexos retangulares (sacristia de dois andares e armazém
de procissões)
 Grande nártex

9. ARQUITETURA CHÃ DA CONTRARREFORMA

As Sés Joaninas
D. João III passa de um rei humanista, aberto às novidades do Renascimento no início
do seu reinado, para um rei conservador no final do reu reinado introduzindo a inquisição e a
ordem jesuíta em Portugal – ordem extremamente importante para a difusão da fé cristã uma
vez que era constituída por padres, e não frades, que estavam aptos para dar sermões em
qualquer local. Renovou a Universidade trazendo-a para Coimbra para o estudo da religião.
Tal mudança é provocada pela revolução religiosa na Europa e na sua decisão de apoiar
o papado em conjunto com os reis católicos espanhóis. D. João III reorganiza então a
infraestrutura cristã em Portugal, na tentativa de combater possíveis focos protestantes,
criando três novas dioceses: Leiria, Portalegre e Miranda do Douro. Miguel de Arruda é
designado como arquiteto principal do reino em 1548 e irá planear as três sés e incumbirá em
cada local um arquiteto de dirigir as obras deixando-lhes alguma liberdade que resultaram nas
diferenças entre as três. Faz-se então um estudo do que será uma Sé nos tempos modernos uma
vez que a última teria sido construída há bastante tempo.

Concílio de Trento 1545-1563


➢ Demorará 18 anos e tomará decisões em relação à reforma católica em Portugal
➢ Liberdade de implantação, deixam de estar orientadas a nascente, permitindo uma
implantação baseada no impacto e na capacidade
➢ Obras que estarão na origem da arquitetura chã cujo princípio será a construção
monumental com o menor número de meios possíveis – construir mais com menos
➢ Semelhanças entre as três:
 Proporções
 Espaço interior monumental
 Três naves à mesma altura
 Pilares cruciformes
 Capiteis: Serlio – a importância dos Tratados
 Sistema construtivo gótico com abobadas de nervura, mas com
linguagem clássica
 As principais diferenças serão na expressão exterior

Sé de Leiria projeto 1551/ obra 1559-1574


 Miguel de Arruda e Afonso Álvares
 Não tem torres, características das catedrais e uma vez que existia
uma muito próxima da muralha do castelo
 Austero de estrutura seca e minimal – caráter prático e económico
– completamente gótica
 Arquitetura chã
 Janelas originais desapareceram, deviam ser mais simples (as atuais são barrocas)
 Transepto marcado na volumetria exteriror
 Contrafortes brutos que ressaltam o desenho minimal
 Portais clássicos
 Planta cruciforme longitudinal
 Conceito de espaço interior conservador: 3 naves à mesma altura
abobadadas com abobada de nervuras – igreja salão
 Capela-mor clássica com abobada de caixotões – clássica
 Mistura de duas linguagens
 Nervuras estilizadas
 Ainda é orientada a nascente
 Pilares de planta cruciforme gótico (capitel tirado do livro do Serlio, lógica utilizada
na construção das cisternas é aplicado a um edifício religioso
 Obra extremamente alta e monumental, uma
pessoa será pouca maior que a base de um pilar
 Claustro atrás
Sé de Portalegre 1556-1580
 Miguel de Arruda e Afonso Álvares
 Torres integradas na fachada, perfil retangular, associado a um
desenho do Serlio
 Relações com livro do Serlio
 Mesma espacialidade interior
 Planta em cruz latina
 Três naves à mesma altura
 Capelas laterais que correspondem ao enfiamento das torres,
com abobadas de nervuras góticas apoiadas sobre o pilar
cruciforme clássico
 O transepto perde-se em planta, só é marcado verticalmente
 Orientada a norte (liberdade na orientação dos edifícios)
 Elementos clássicos
 Janelas rematadas com frontões
 Cobertura gótica em pedra com abobadas mais desenhadas
assentadas em pilares clássicos
 Capela-mor com cúpula com linguagem clássica – cúpula de
caixotões e abobada de canhão caiada a branco
 Peça nova: cúpula no cruzeiro clássica com abobada de caixotões
e coexistir com abobadas de nervuras (conciliar dois sistemas)
 Óculos redondos na parede, perfil clássico que lembra Brunelleschi
 Introdução do coro alto, não existe em Leiria
 Gosto híbrido
 Pilar cruciforme clássico associado com as abobadas de nervuras góticas, complexas
 Tudo caiado a branco
 Claustro ao lado da igreja como seria mais típico

Sé de Miranda do Douro 1552-1566


 Miguel de Arruda e Francisco Velázquez
 Igreja mais modesta
 Torres – elemento fundamental no reconhecimento de uma Sé (aspeto
pesado com pedra escura)
 Paço episcopal atrás ardeu
 Mesmo tipo de planta longitudinal em cruz latina
 Três naves à mesma altura com nervuras mais estilizadas
 Pensa-se que ficou inacabada e fizeram um módulo mais curto
 Coro-alto
 Granito caiado na cobertura
 Mais elementar com o mesmo partido espacial
 Pilares e abobadas mais simples, mas com a mesma lógica
 Capela-mor com abobada de canhão caiada, como em Portalegre
 Proporções baseadas no duplo quadrado 3/2 em todas dando
o arranque no transepto exceto no de Miranda
 Ideia de ser conservadora com introdução de nova linguagem
do renascimento
 Certo nível de experimentação no exterior, mas no interior já
está estabilizado
Estas igrejas são um momento inaugural da arquitetura Chã em Portugal. Será uma
arquitetura erudita, pois conhece os tratados, mas extremamente prática, minimal e que dá uma
resposta rápida aos problemas.

Arquitetura da Contrarreforma – reinado de D. Sebastião 1554-1557-1578

D. Sebastião
Os pais de D. Sebastião, D. João e D. Joana de Áustria, nunca chegaram a ser regentes do reino
pois D. João morre muito novo e a mulher regressa ao país de origem, deixando cá o filho. D.
Catarina, avó de D. Sebastião e mulher de D. João III, fica regente do reino quando este sobe ao
trono com 3 anos. Nova ordem religiosa: jesuítas – ensino.

ARQUITETOS

Miguel de Arruda f.1563


Arquiteto crescido e educado na corte (filho de Francisco de Arruda). Arquiteto da Torre de
Belém. Extremamente prático, com vários conhecimentos da arquitetura clássica (conhece os
tratados), da arquitetura gótica (arquitetura conservadora das Sés), da arquitetura militar e
também de urbanismo. Fez a sua vida toda em Évora.
➢ Caixa de Água, Aqueduto de Évora
➢ Claustro da Graça, Évora
➢ Fortaleza de Mazagão
➢ Mestre das Obras dos Muros e das Fortificações do Reino, Lugares d’Além e Índia
➢ Fortaleza de S. Julião da Barra: com António Rodrigues
➢ Santo Antão de Évora: semelhante às sés (3 naves à mesma altura – igreja salão, tem
colunas clássicas (em granito) em diálogo com o sistema gótico, não pilares cruciformes,
domina a praça, remate posterior; Arquitetura chã – arquitetura com expressão,
minimalismo
➢ Fortaleza da Ilha de Moçambique: fortaleza sem cidade lá dentro
➢ 3 novas Sés: Leiria, Portalegre e Mirando do Douro

Diogo de Torralva 1500-1566


Também faz a transição.
➢ Torre de Outão, Setúbal: semelhante à Torre de Belém; plataforma; boca de fogo
➢ Quinta da Bacalhoa, Azeitão: iniciada por Francisco de Arruda (manuelino) e terminada
por Diogo de Torralva; vista para Lisboa; loggia com dois pisos com torreões nos cantos;
torreões por todo o lado
➢ Açougue de Beja: faz lembrar uma estrutura romana
➢ Ermida de Santo Amaro: sítio onde se faziam as peregrinações
➢ Claustro e Capela-mor da Igreja do Convento da Madre de Deus: junto ao rio Tejo; ainda
com contrafortes; módulo; capela-mor: motivo serliana, cuno com quatro lados com
serlianas, cúpulas
➢ Capela do Paço de Salvaterra de Magos
➢ Galilé – Igreja de Nª Sª da Graça do Divor, Évora: trabalha o mármore de várias cores;
serliana
➢ Nártex da Igreja de S. Mamede, Évora: serliana; mesmo princípio
➢ Claustro principal do Convento de Cristo de Tomar (projeto): Com Filipe Terzi ; o primeiro
claustro de J. Castilho terá sido demolido por ser demasiado frágil estruturalmente (dois
andares abobadados); desenha o espaço, implementando o tema da serliana.
Considerada uma das obras-primas do renascimento na Europa. Dois pisos abobadados
resultam no aumento de espessura da parede, tornando-se assim num jogo de
escavação de matéria. A parede ganha caráter de espaço.

António Rodrigues 1525-1590


Arquiteto erudito, teórico, mas com obra construída maioritariamente em Setúbal.
Colaborou com Manuel de Arruda. Geração mais nova.
➢ Capela das Onze Mil Virgens, Alcácer do Sal: Serliana, ao contrário na colunata lateral
que separa a nave da capela de uma igreja existente (tema arquitetónico de grande
impacto); desenho moderno elaborado (cúpula, abobada com caixotões, colunas
clássicas); Mármore; Nave, cúpula, capela-mor
➢ Quinta das Torres, Azeitão: edifício senhorial de planta retangular com quatro torres,
uma em cada ponta; lago com tempietto no centro; serliana na entrada
➢ Igreja da Graça de Setúbal: serliana na entrada novamente; porta com frontão
triangular; 2 torres

Afonso Álvares 1520-1575


Arquiteto mais conservador, que será o braço direito de Miguel de Arruda. Será o arquiteto
das primeiras igrejas jesuítas em Portugal.
➢ Sé de Leira
➢ Igreja do Espírito Santo, Évora: participa em igrejas jesuítas; Galilé; nave com capelas
laterais; Abobada de canhão por só ter uma nave
➢ Igreja de São Roque, Lisboa: Igreja jesuíta; linguagem interior completamente diferente:
grande salão com capelas laterais; capela-mor quase sem profundidade, ideia de não
existir nada escondido; devido à sua grande largura a cobertura é plana de madeira;
nesta época começa-se a dar importância aos púlpitos
➢ Igreja de S. Sebastião, Terreiro do Paço, Lisboa: No meio do terreiro do Paço; Filipe II
mandou demolir por achar estar numa estranha posição em relação ao rio

Jerónimo de Ruão 1531-1601


Filho de João de Ruão.
➢ Capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa: dupla ordem: jónica e coríntia; trabalho
do mármore; abobada clássica de caixotões, colunas de ordem jónica e compósita.

Francisco de Holanda 1517-1585


Filho de um gravador/ilustrador italiano do tempo de D. Manuel. Mandado pelo Rei para
Roma, com um bolsa, para desenhar os edifícios romanos (espião da arquitetura romana).
Teórico, não tem obra construída, tem vários desenhos.
Os desenhos de Antigualhas que viu Francisco de Holanda, Pintor Português 1539-40
De Aetatibus Mundi imagines 1543-1573
Da Pintura Antiga e Diálogos em Roma 1548
Do Tirar Polo Natural 1549
Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa 1571

Lança alguns livros/ tratados. Último livro: a obra que falta à cidade de Lisboa: Pensamento
urbanístico; Consistia num plano urbano das obras que uma grande capital europeia deveria ter
e que não existiam em Lisboa, como portas de entrada, bastião ao meio do rio Tejo, palácio
moderno e igreja de planta central.
➢ As idades do Mundo: desenhos nos tratados
➢ Da Fábrica que Falece à cidade de Lisboa: no final da vida; não tem a obra completa,
mas deve pertencer às discussões pois fazia parte da corte; diz que lisboa precisava de
novas janelas (novo sistema defensivo moderno, marcar a entrada da cidade); diz que
se deve fazer um bastião em frente a S. Julião (em frente às defesas de terra, fortalezas
no mar; D. João III começa a fazer este palácio junto ao convento de madre Deus, não
se fez mas estão lá as fundações; grade a toda a volta da igreja do Terreiro do Paço;
templo de planta circular como arquitetura renascentista – em forma de hóstia, charola

Igrejas Salão “Colunárias”


Surgem no Alentejo e são semelhantes às Sés Joaninas, mas em vez de pilares cruciformes
têm colunas redondas. Caraterísticas: Abobadada; 3 naves à mesma altura (igrejas-salão),
apoiadas em colunas clássicas.

Igreja de Santo Antão, Évora 1557-1577


 Miguel de Arruda
 Arquitetura chã – arquitetura desenhada e proporcionada
 Expressão minimal, com a intenção de se construir rapidamente
 Simplificação levada ao limite
 Ritmo compositivo marcado pelos contrafortes
 Remate superior posterior
 Colunas com capiteis jónicos em granito com abobadas góticas de
nervuras (suporte clássico com cobertura gótica)
 Corte igual às Sés: 3 naves à mesma altura
 Edifícios espaçosos e altos, amplos
 Próximo do mesmo conceito de arquitetura militar
 Proporções matemáticas simples
 Quase parece uma floresta pela quantidade de colunas
 Materiais: granito e paredes caiadas

Igreja de Santa Maria do Castelo, Estremoz 1559-1562


 Pero Gomes
 Igreja elementar, simplicidade geométrica – Arquitetura erudita
 Cubo – forma geométrica pura
 Marcação dos contrafortes em mármore de Estremoz
 Capiteis tirados do Serlio
 Portal jónico e rosácea, mais tarde transformada em óculo
 Parece que falta remate na cobertura
 Proporção em planta: retângulo de ouro (a diagonal do quadrado
formado até ao transepto, rebatido, faz a medida da capela-mor)
 3 naves com 4 colunas
 Escala monumental

Igreja Matriz de Reguengos de Monsaraz 1563


 Igreja de Stª Maria, Nª Sª da Lagoa
 Planta simples quadrada com 4
colunas
 Materialidade em xisto, pedra local
 Remates feitos depois simples
 Mesmo princípio da anterior
Igrejas de 3 Naves separadas por Arcadas e cobertura de madeira/tijolo
Arcadas continuas que separam as naves. Pode ter pilares ou colunas. A cobertura é mais
leve. Apresenta corte basilical por que a nave central é mais alta.

Igreja de Santa Maria da Graça, Setúbal 1563


 António Rodrigues, conhecido por usar a
serliana
 Portal serliano
 Fachada com duas torres
 Materialidade: pedra brecha da Arrábida
 3 naves com arcadas clássicas suportadas em colunas a separar
as naves
 Possivelmente com abobada de tijolo
 Corte basilical, nave central mais alta

Igreja Matriz de Fronteira, Portalegre 1570


 António Rodrigues
 Frontão recuado dando lugar a uma varanda entre as duas torres
 Serliana na fachada
 3 naves abobadadas em tijolo caiadas em branco com tirantes
para suportá-las
 A arcaria que as divide dirige o olhar para a capela-mor através dos
arcos
 Não apresenta corte basilical, mas sim corte de duas águas apesar das naves não
estão à mesma altura

Igreja de Santa Catarina dos Livreiros, Lisboa


 Desapareceu com o terramoto
 Composição semelhante às anteriores
 Arcada que separa as naves
 3 naves, sendo a principal mais larga
 Corte de duas águas
 Pórtico clássico, com o tema da serliana, generalização dos temas clássicos

Sé Catedral de Angra, Açores 1590-1600


 António Rodrigues e Jerónimo de Ruão
 O frontão da fachada é posterior, sem este aspeto é da mesma tipologia
que as restantes
 3 naves separadas por arcadas continuas suportada por pilares
quadrados
 Cobertura em madeira plana e na nave central mais alta e com caixotões
 Capela-mor semelhante à dos jerónimos com deambulatório com colunas jónicas
em volta
 Igreja monumentalizada
 Serliana no interior e não na
fachada
 Escadas em caracol nos
cantos da cabeceira
 Pedra local
“Igrejas-Caixa” dos Jesuítas
Ordem dos Jesuítas, surge em 1540, não há frades, são padres.

Igreja do Espírito Santo, Évora 1567-1574


 Afonso Álvares
 Baseada na igreja tardo-gótica de S. Francisco
 Fachada varia, mas o interior tende a uma homogeneização
 Galilé – colunata de entrada
 Abobada de tijolo com capelas laterais
 Nave única e capelas laterais – transformação que vai
acontecer de seguida de desenvolvida pelos jesuítas
 “caixa de sapatos”
 Confessionários entre as capelas, explorar o espaço da
espessura da parede, aproveitando bem o espaço, nos pilares
(como nos Jerónimos)
 Capela-mor pouco profunda
 Serliana
 O transepto é marcado, mas não é profundo devido ao acesso às tribunas no
primeiro andar

Igreja de São Roque, Lisboa 1566-1586


 Afonso Álvares
 Fachada limitada, leitura de um quadrado
 A largura da fachada corresponde à nave, pelo que o
volume das capelas laterais sai fora
 Nave única larga com capelas laterais
 Transepto pouco afirmado
 Capela-mor quase escacada na parede do fundo
 Cobertura de madeira
 Arcadas em espécie de janelas
 Primeiro andar: parede exterior com a adição de uma galeria
posteriormente
 Vão grande na nave, pelo que as vigas utilizadas vieram do
estrangeiro
 Composição embrionária

Projeto não construído para os Colégios de Jesus e das Artes – Igreja jesuíta de Coimbra
 Está na Bibliothèque National de France (Paris) exposto
 Afonso Álvares
 Lugar da atual Sé Nova
 Fachada semelhante à de Évora
 Não foi feito este projeto, fez-se um do tipo romano (Sé Nova)
 Capela-mor como os colégios de Coimbra
 Igreja teria capelas laterais, confessionários e galeria
para os noviços
Igreja de S. Paulo, Braga 1567
 Frontão clássico
 Planta em charuto
 Nave única com capelas laterais como se fossem um armário

10. ARQUITETURA FILIPINA - Arquitetura Portuguesa da União Ibérica 1580-1640

Filipe II 1580-1598
Filipe III 1598-1621
Filipe IV 1621-1640

A união ibérica deriva da crise sucessória que se faz sentir em Portugal após o
desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir, que não tinha nenhum herdeiro. Assim
Filipe II, rei de Espanha, seria o próximo sucessor na linha real portuguesa, fazendo-se aclamar
rei de Portugal (fazendo assim a união da Península Ibérica segundo a mesma coroa) no
Convento de Cristo em Tomar.
D. Sebastião 1554-1557-1578 – dos reinados mais longos, pois foi rei aos 3 anos

Lisboa
Filipe II cem a Lisboa, passa uma temporada e é aclamado rei das cortes de Tomar, vem com
ele um arquiteto, importante em Espanha – Herrera. O tempo de D. Filipe II, ao contrário do que
está gravado na história portuguesa, é extremamente vantajoso para Lisboa (nesta época a
maior cidade da Península Ibérica), uma vez que se constroem várias obras, estas de carater
mais monumental e do renascimento “internacional” que vinha dos grandes mestres de Itália.
Nesta época existe um movimento para tornar Lisboa na capital de todo o reino ibérico, que
nunca chega a ser concretizado por Filipe II ter uma ideia centralista, levando a capital para
Madrid onde se manteve até aos dias de hoje, em relação a Espanha. Duas obras principais do
tempo de Filipe II: Reforma do Palácio da Ribeira com Filipe Terzi (italiano) e construção de uma
Igreja moderna (nova tipologia romana) com Baltasar Álvares (português).

Paço da Ribeira 1581


 Filipe Terzi – engenheiro militar italiano
 Transformação do Paço mandado construir por D. Manuel, construído por Diogo de
Arruda, que resistiu ao terramoto de 1755
 Havia projeto de Francisco de Holanda para construir uma igreja no centro do paço
 A peça consistia num grande torreão com uma cúpula – Torreão Terzi (mantém-se,
mas em outra implantação)
 Reformulação da galeria manuelina num espaço
fechado com janelas que alternam entre
frontões curvos e triangulares, puramente
renascentistas
 Duque de Alba disse que era um edifício muito
escuro e apertado
 Não deixou modernizar a cidade
Igreja de São Vicente de Fora 1581-1624
 Filipe Terzi e Baltasar Álvares
 Dedicada a S. Vicente e a S. Sebastião que vem substituir a que
esteve no paço
 Igreja muito importante, porque vai introduzir um novo tipo
moderno de igrejas em Portugal
 Baseada na igreja de Il Gesù, Roma de Giacomo Vignola, apesar de
as plantas não serem semelhantes, o sistema e a espacialidade
conseguida são as mesmas
 Planta em cruz latina de nave única
 Três capelas laterais
 Capela-mor
 Abobada
 Tinha uma cúpula com tambor que desapareceu com o
terramoto
 Novo mosteiro fica fora das muralhas – dedicado à ordem
agostinha
 Presença na skyline de Lisboa
 O edifício romano foi demolido e construiu-se um novo
 Nova capela-mor: tem um nártex (retábulo que deixa passar), coro-alto substituído
por um espaço atras do altar que se chama retro coro, onde está o cadeiral dos
frades – solução palladiana
 Baltasar Álvares, sobrinho de Afonso Álvares (arquiteto da Sé de Leiria e igrejas
jesuítas), vai ser o arquiteto mais importante em Portugal nesta altura; esteve em
Itália, pelo menos no Norte e é onde se vai inspirar, nas igrejas de nave única com
capelas laterais e cúpula com tambor
 Abobada romana com caixotões
 Efeito espacial: abobada assenta em duplas pilastras que vão até ao chão
 Dupla pilastra: pilastras de dois em dois com capitel compósito – mostra um uso
mais maduro das ordens clássicas em relação às obras renascentistas portuguesas
anteriores
 Alçado composto por regras clássicas, frontão suportado por pilastras – aspeto
palladiano
 Sistema de composição estabilizado nesta igreja
 Disfarça o corte basilical da igreja através das torres
 Sem as torres é uma cópia autêntica de um palácio italiano (Palazzo Cambiasso de
Génova de G. Alessi)
 Tríglifos no entablamento – marca de ordem
dórica
 Cúpula
 Elementos decorativos nos vazios dos
caixotões
 Capelas laterais com abobadas transversais
Filipe Terzi 1520-1597
Outras obras importantes de Filipe Terzi de arquitetura civil e militar

Claustro Principal do Convento de Cristo de Tomar


 Desenho definido por Diogo de Torralva e terminado por Filipe Terzi
 Termina o claustro que estava abandonado
 Reconstruiu o primeiro andar
 Serlianas definidas por Torralva
 Introduz elementos novos: elementos decorativos próprios do final do séc. XVII
(influência flamenga) – cartelas
 Desenho de caixotões em óvulo
 Elementos em ferro – gosto decorativo
 Fica como obra prima do renascimento português

Claustro do Colégio Novo, Coimbra 1593-1596


 Filipe Terzi
 Claustro da faculdade de psicologia
 Semelhança com o de Tomar: Duplo pilar e serliana mais leve; corpos
avançados a marcar o ritmo
 Diferenças com o de Tomar: estrutural – piso superior é coberto a
madeira, fechado com janelas
 Parede com menos espessura que o de Tomar, porque só tem
abobada no r/chão, no superior é mais leve, de madeira
 Ordem dórica

Baltasar Álvares 1550-1630


É um arquiteto que vem já de uma família de arquitetos importantes e que será fundamental
na transição do século XVI para o século XVII. Em 1577 faz uma viagem de estudo a Itália e tornar-
se-á no arquiteto mais importante do reino. Arquiteto das igrejas jesuíticas. Obras importantes
de arquitetura civil e militar.

Igreja de S. Bento, Coimbra 1575-1634


 Anterior à igreja de S. Vicente de Fora
 É a primeira obra de Baltasar
 Ao pé do Colégio de S. Bento, Botânico
 Antigo ginásio do liceu de Coimbra nesta igreja, foi demolida nos anos 30
 Grande igreja maneirista
 Planta em cruz latina
 Nave única com capelas laterais
 Cúpula com tambor sobre o cruzeiro
 Introduz o transepto num esquema parecido com a igreja do colégio da
Graça (bem afirmado)
 Capela-mor
 Cobertura em abobada de caixotões decorados de pedra
 Corte basilical
 As ordens clássicas só suportam o andar de baixo
 Igreja beneditina e como tal possuía um nártex de entrada (detalhe particular das
igrejas desta ordem
 Fachada nunca foi terminada
 Segunda maior igreja de Coimbra a seguir à Sé Nova
Igreja do Colégio de Jesus – Sé Nova, Coimbra 1598-1640-1698
 Demorou 100 anos a ser totalmente construída
 Vai buscar o modelo de S. Vicente de Fora e de Il
Gèsu (modelos dos jesuítas internacionais)
 Construída segundo os princípios renascentistas
italianos
 Planta em cruz latina
 Nave única com capelas laterais
 Cúpula sobre o cruzeiro
 Transepto afirmado
 Altar-mor
 Cobertura abobadada em pedra com caixotões – imagem da romanidade
 Cabeceira está orientada a norte, para controle da orientação da praça
 Não tem nártex, para ser um espaço convidativo e festivo
 Fachada com hierarquização das ordens: pilastras, meias pilastras, composição com
voluptas
 Torres que não se entende se são do projeto inicial ou não
 Duplo frontão e curvo para realçar a porta de entrada
 Passava o aqueduto na praça (lógica fundamental de implantação para os jesuítas),
que dava uma fonte
 No tempo do Marquês de Pombal (expulsou os jesuítas e
oferece aos Bispos), transforma a Sé aumenta a capela-mor
para colocar o cadeiral (os 2 primeiros tramos são originais)
 Diferença para S. Vicente de Fora: mais seca; cúpula sem
tambor e sem janelas; a iluminação do transepto é
compensada com janelas termais nos braços deste (meio
círculo dividido em três)
 Dupla pilastra – imagem de marca do Baltasar Álvares
Igreja do Colégio de Santo Antão, Lisboa 1613
 Baltasar Álvares
 Hospital de S. José ao lado
 Foi demolida por ter sido muito danificada no terramoto
 Semelhante à Sé Nova, mas com torres mais bem integradas no
alçado
 Sistema semelhante à Igreja de São Vicente de Fora
 Planta em cruz latina
 Nave única central com capelas laterais
 Cúpula sobre o cruzeiro
 Transepto afirmado
 Capela-mor (hipótese que era mais alta)
 Sacristia atrás da capela-mor
 Zona de altar com peça escultórica com circuito num compartimento, onde podiam
ver a relíquia
 Composição em dupla pilastra
 Introdução de cor, através de mármores coloridos
 A sacristia é o único corpo que ainda existe, é atualmente a capela do hospital, por
João Antunes 1696-1733

Igreja de S. Lourenço, Porto 1614-1622 fachada 1690


 Baltasar Álvares
 No cruzeiro, no lugar da cúpula faz uma abobada nervurada
gótica (comum no norte)
 Mesma tipologia
 Os jesuítas procuram sempre destaque na envolvente urbana,
por isso fazem uma fachada maior que a igreja, como se
tivesse a competir com a presença da Sé do Porto – vontade
cénica
 Fachada semelhante à Sé Nova, com a diferença das torres estarem puxadas para a
frente
 Concilio de Trento permite a capela-mor não estar voltada a nascente
 Janela que dá para o céu

Sacristia da Igreja de Santa Cruz, Coimbra


 Atribuída a Baltasar Álvares
 Abobada de caixotão octogonais (Basílica de Maxêncio)
 Passagem por baixo da pilastra, numa esquina
 Arquitetura clássica romana
 Janela termal
 Mascarões (4) como aparecem na fachada da Sé Nova

As Obras do Marquês de Castelo Rodrigo em Lisboa


D. Cristóvão de Moura, 1º Marquês de Castelo Rodrigo 1538-1613
 Representante do Rei de Espanha em Portugal
D. Manuel de Moura Corte Real, 2º Marquês de Castelo Rodrigo 1590-1652
 No tempo de Filipe IV, torna-se vice-rei de Portugal
 Manda construir duas obras em Lisboa, semelhantes à s obras de Filipe II, também elas
com carater civil (Paço da Ribeira) e religioso (São Vicente de Fora)
Palácio Corte-Real, Lisboa 1590
 Baltasar Álvares
 Palácio dos marqueses (vice-reis de Portugal)
 Paralelismo com as obras do rei espanhol
 Já não existe, destruído com o terramoto
 Junto ao Torreão Terzi
 Palácio com tetos à espanhola com coberturas piramidais nos cantos – imagem
espanhola, entra em competição com o Paço da Ribeira
 Presença na imagem da frente de Lisboa
 Planta retangular com quatro torres e um pátio central
 Jardim retangular na traseira com um
ancoradouro virado para o tejo
 Escada tripla – escada de
aparato/monumental, comum em
Espanha e não em Portugal
 O pátio organiza tudo
 Espécie de varanda/miradouro para o
jardim

Convento de S. Bento da Saúde 1598-1640


 Baltasar Álvares
 Parecido com S. Vicente, mas é maior porque tem mais capelas
 As ordens que tinham ficado no campo e no século XVII decidem
fazer conventos nas cidades, serão de grande aparato porque só
parecem neste período (ordem beneditina)
 Mesma tipologia das igrejas do renascimento italiano
 Nave central única com capelas laterais
 Cúpula com tambor sobre o cruzeiro
 Transepto afirmado
 Capela-mor
 Janela termal na fachada
 Torres ligeiramente recuadas (característica das igrejas beneditinas)
 Nártex
 Atualmente é a Assembleia da Républica, o corpo da igreja é o espaço dos perdidos
com as 5 capelas laterais
 Teria quatro claustros com a igreja no espaço central, só dois foram construídos com
carater mais simples/austeros – gosto minimal, embora utilizem a serliana
 Cripta, patrocinaram a igreja para um dia serem la enterrados
 Edifício adaptado
 Tentativa do Marquês de replicar o que Filipe II fez em Lisboa
 Apresenta semelhanças com o Escorial em Madrid

Outras obras de Baltasar Álvares em Lisboa

Convento do Desterro 1592


 Obras monumentais/ grandes complexos a ganhar escala
neste período
 Por trás do Hospital de S. José
 Mesma composição de S. Vivente de Fora
 Pilastra dupla no interior, dupla nos extremos
Convento do Santos-o-Novo 1609
 Mateus de Couto
 Convento feminino. Irmãs de Santiago
 Febre construída neste período filipino
 Claustro espetacular
 Não se fez a igreja

Obras Militares
Arquitetos quase todos de origem italiana.

Fortaleza de S. Filipe (S. João Baptista), Angra do Heroísmo 1592


 Juan de Urbina, Tibúrcio Spanocchi e Juan Villena
 Península com sistema de fortificações
 Construído após a conquista da ilha pelos espanhóis para se
defenderem da população
 Fosso
 Arquitetura militar a ganhar escala monumental
 Sistema de bastiões – entre a matemática e a geometria
 Mesmo esquema de estrela de cinco pontas
 Construído num ponto isolado e mais elevado da ilha

Fortaleza de S. Filipe de Setúbal 1594


 Filipe Terzi – arquiteto militar
 Implantação dramática, em cima do monte numa escarpa para
proteção do rio Sado domina a paisagem
 Fortaleza tipo máquina de guerra
 Planta em estrela de 5 pontas
 Fosso a toda a volta
 Entrada, muito complexa por motivos óbvios de defesa
 Muros altos
 Agora é uma pousada

Forte Bugio 1596-1643


 Tibúrcio Spanocchi, Leonardo Turriano, João Turriano
 Forte redondo no meio do rio tejo, num banco de areia,
numa lógica de conjunto de defesa da entrada em Lisboa
com a Fortaleza de S. Julião da Barra
 Construído no tempo de Filipe II
 Ideia de um forte que fizesse fogo cruzado com o Forte de
S. Julião da Barra cem desde o tempo de Francisco de
Holanda
 Fortaleza de planta circular

A “Joyeuse Entrée” de Filipe III, Lisboa 1619


 Portugal 40 anos sem rei, Filipe III chega a Lisboa
 Construção dos arcos do triunfo efémeros de aparato, para
dignificar a entrada do rei ibérico em Portugal
 Construídas sob o atual Terreiro do Paço
 Obras financiadas por vários grupos de pessoas diferentes que se
uniam ou pelas suas profissões, posições sociais
Porta Férrea da Universidade de Coimbra 1633-1635
 António Tavares
 Arco do triunfo com duas fachadas
 Construção deste tipo transformada em Pedra
 Consequência direta das obras para receber D. Filipe III em Lisboa

11. ARQUITETURA DA RESTAURAÇÃO

➢ Corte com os 60 anos da união dinástica, em 1640


➢ Espanha só reconhece a independência de Portugal em 1688
➢ Estamos em guerra durante cerca de 30 anos e há um grande investimento na
arquitetura militar
➢ A revolução portuguesa é possível pelo surgimento de várias revoluções dentro da
própria Espanha
➢ Arquitetos importantes: Bermini e Borromini

D João IV 1604-1640-1654
 Defenestrar – atira pela janela Miguel Vasconcelos
 A própria Espanha revolta-se
 Estivemos em guerra durante 28 anos

Arquitetura do Período da Restauração em Portugal


➢ Período de guerra
➢ Arquitetura é instável – arquitetura militar é a única necessária
➢ Franceses e holandeses tornam-se os mestres da arquitetura militar
➢ Engenheiros italianos deixam de estar na vanguarda deste tipo de arquiteturas
➢ Restauração da coroa portuguesa

Sistema Fortificado de Elvas 1641-1653


 Pe. Cosmander, Jean Gilot, Nicolau de Langres – os engenheiros deixam de ser
italianos e passam a ser franceses e holandeses
 Hoje é património mundial
 Fronteira com Badajoz
 “Chave de Portugal” – ligação rápida a Lisboa, pelo rio Tejo
 Toda a cidade é fortificada com sistemas ainda mais complexos, dentro de Elvas já
existia um núcleo medieval de defesa
 Engenharia militar a ganhar grande complexidade
 Planta em estrela com baluartes mais avançados com elementos
a avançarem no terreno
 Fortes exteriores de apoio ao fogo cruzado
 Várias camadas defensivas, com paredes mais baixas e mais
grossas, que se tornam mais resistentes ao tiro de canhão
 Revelins
 Pequeno forte dentro de um forte fora da cidade
Fortaleza de Almeida, Guarda 1641
 Pierre Gilles de Saint Paul
 Beira Alta
 Transformação uma fortificação medieval numa moderna
 Depois do tempo de Napoleão, este tipo de fortificação deixa
de ser tão importante
 Planta em estrela de 6 pontas – desenho regular
 Acessos – pontes levadiças em pedra

Fortaleza de Valença do Minho 1661-1716


 Michel de L’Escola
 Faz defesa do Porto – faz fronteira com o rio Minho
 Complexidade de desenho
 Planta mais irregular para adaptação à topografia
 Sistema de bastiões
 Várias linhas de defesa

1647: Academia Real de Fortificação de Lisboa

Salvador da Baia – 1696


Rio de Janeiro – 1698
S. Luís do Maranhão – 1699
Recife – 1701
Viana do Castelo – 1701
Peniche – 1719
Almeida e Elvas – 1732

➢ Estas escolas eram fundamentais para a manutenção das estruturas de defesa em


Portugal e nas colónias
➢ Expulsa-se os holandeses do Brasil
➢ Recife é de fundação holandesa
➢ Academia onde aprendiam a desenhar estas fortificações
➢ Vão desenvolver as suas próprias técnicas de desenho

Tratados de Fortificação
Neste período existe um acumular destes conhecimentos que se traduzem em vários
tratados, garantido a formação de vários engenheiros, que mais tarde serão fundamentais na
construção de Lisboa após o terramoto de 1755, segundo a ordem do Marquês de Pombal.

Luís Serrão Pimentel - Método Lusitânico de Desenhar as Fortificações das Praças Regulares e
Irregulares, 1680

Manuel de Azevedo Fortes – Engenheiro português, 1728


 Tratados inspirados nos franceses
 Permite uma certa autonomia
 Lisboa só foi possível reconstruir devido a estes tratados
As Obras dos Duques de Bragança

Paço Ducal de Vila Viçosa 1535-1537


 Nicolau de Frias
 Intervenção do Renascimento – foi adicionado o
último piso
 Estátua de D. João IV – obra do Estado Novo
 Grande braço – semelhança com o Paço da
Ribeira
 Praça Ducal

Igreja e Convento dos Agostinhos, Vila Viçosa 1635-1677-1702


 Começaram a obra antes da independência e faziam intenções de se enterrar aqui
 De frente para o Palácio
 É uma simplificação de S. Vivente de Fora – simplificação na arquitetura
 Arquitetura chã que pega num modelo erudito internacional e simplifica-o devido
às condições financeiras de Portugal, o dinheiro era usado para a arquitetura militar
 Planta em cruz latina
 Nave única com capleas laterais
 Transepto bem afirmado
 Altar-mor (semelhante aos Jerónimos)
 Três janelas
 Cúpula ortogonal
 Frontão
 Entrada feita pelo nártex
 Corte basilical, disfarçado na fachada através das torres
 Igreja Agostinha
 Caiada por dentro
 Engenheiros militares à frente da maior parte das obras
 Claustro minimal – síntese entre o capitel e o entablamento: ordem abreviada
(arquitetura chã)

Algumas Obras de Meados do séc. XVII

Igreja de Nª Sª da Piedade, Santarém 1664


 João Nunes Tinoco
 Planta central de cruz grega
 Capela-mor mais comprida num dos braços
 Entradas nos outros três braços
 Gosto barroco para igreja de planta central
 Nave é um octógono
 Coro alto
 Duas sacristias
 Cúpula octogonal – algures entre o gótico (nervuras) e o clássico
(caixotões)
 Mármores cinzentos, branco e rosadas
 Obras de arquitetura chã
Igreja da Nº Sº da Conceição, Santarém 1672-1687
 Mateus de Couto
 Igreja dos Jesuítas
 Mais trabalhada
 Pórticos à frente – só os jesuítas portugueses o fazem
 Fazem em planta em caixa e não em cruz latina (é mais barato)
 Tipologia portuguesa - mais simples, mais barata (como em S.
Roque)
 Grandes igrejas de uma nave
 Cobertura em madeira
 Composição sóbria
 Tribunas no 1º andar e púlpitos

Igreja do Colégio dos Jesuítas, Salvador da Baía 1657-1672


 Tipologia caixa, dos jesuítas
 Tribuna no 1º andar
 Teto de madeira curvo
 Semelhanças à de Santarém

Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Coimbra 1649-1696-1760


 João Turriano, Mateus do Couto
 Faz lembrar a arquitetura chã – minimalismo,
elementaridade e prático
 Desenho das janelas simples com ritmo o mais
simples possível
 Igreja de nave única sem capelas laterais
 Entrada lateral – mosteiro feminino
 Pilastaras a animar o alçado e janelas escassas
 Edifício realizado pelo impacto que iria ter na cidade
 100m ao todo, grande complexo
 Modelo do Torreão Terzi do Terreiro do Paço
 Claustro posterior
12. ARQUITETURA BARROCA
D Pedro II 1648-1683-1706 filho de D. João IV (restaurador), tempo que se descobre o ouro no Brasil
e é transportado para Portugal. A cidade é vista como um espetáculo – poder absoluto
demonstrado. Excentricidade

João Antunes 1645-1712


O arquiteto mais importante do período de transição e que terá obras extremamente bem
desenhadas e de tipologias muito variadas. Teve muita obra neste período, sempre religiosa.

Igreja de Santa Engrácia, Lisboa 1682


 João Antunes – grande arquiteto deste período
 Das maiores obras de planta central em Portugal
 Fachada extremamente dinâmica
 Obra verdadeiramente barroca portuguesa
 Os arquitetos estão dispostos a experimentar novas formas tipológicas
 Baseia-se nos desenhos de Serlio, referencias a Michelangelo e a Baldassare
Peruzi para São Pedro de Roma, a Guarino Guarini das irejas da Divina
Providência, Lisboa e Saint Anne-la-Royale em Paris, obras com influência de
Borromini
 Duplo registo de um processo de atualização em relação ao resto da Europa
e de simplificação pelas questões financeiras
 Concurso de obra com patrocínio régio
 Ficou incompleta (por isso é que existe o ditado “obra de Santa Engrácia”, é
uma obra que nunca acaba)
 Panteão Nacional - acabada no Estado Novo (não como devia ser)
 A obra original está lá, faltava a cúpula – não se conhece desenhos da cúpula
original
 A cúpula central deveria ser mais
baixa que a atual e teria quatro
cúpulas, uma em cada canto
 Mármores de cores variadas no
interior, embutido
 Efeito dinâmico da parede,
continuidade plástica

Igreja de Nª Sª Conceição, Atouguia da Baleia 1694


 João Antunes
 Ao pé de Peniche, 70 Km a norte de Lisboa
 Planta longitudinal
 Nave única
 Galilé – galeria a toda a volta, passa-se debaixo das
torres
 Torres – estruturas vazadas e o remate mais
dinâmico sobre o nártex de entrada
 Igreja simples – caixote com telhado de duas águas
 Capela-mor, sacristia
 Falso transepto marcado por dois altares laterias
 Coro alto na entrada após o nártex
 Peça muito limpa
 Arquitetura chã numa obra erudita, mas muito simples
Sacristia da Igreja de Santo Antão, Lisboa 1696-1733
 Colégio de Santo Antão dos Jesuítas
 A igreja já não existe, a sacristia é hoje a capela do Hospital de S. José
 Igreja jesuíta de Baltasar Álvares, com tipologia internacional
(influência S. Vicente de Fora)
 Sacristia de grande escala, quase concorre com a igreja que não era
tão monumental
 Ficava atrás da capela-mor da igreja e estava ligada por dois
corredores laterais
 Peça elaborada em termos de desenho e decoração
 Abobadas de caixotões
 Mármores de várias cores
 Colunas clássicas coríntias

Santuário da Senhora do Cabo, Cabo Espichel 1701-1707


 João Antunes
 Presença territorial/paisagística marcante – característica
barroca
 Duas filas de casas destinadas aos peregrinos e a igreja ao
fundo
 Os arcos darão acesso à falésia
 Igreja elementar
 Conjunto assimétrico
 As costas não são tratadas
 Patrocínio régio

Igreja do Bom Jesus da Cruz, Barcelos 1704-1725


 João Antunes
 Planta central em cruz grega com parede redonda: sobreposição se um
quadrado com um círculo que criam um deambulatório a toda a volta da
igreja
 Escadas em caracol que acedem ao coro
 Grande liberdade compositiva das plantas
 Composição bem desenhada
 Já é no reinado de D. João V
Igreja do Menino de Deus, Alfama 1711-1737
 João Antunes, última obra
 Perto da igreja de Santa Engrácia
 Aparentemente incompleta, por fora
 Igreja seca – caixa retangular, ao contrário de Santa Engrácia
que é uma arquitetura dinâmica
 Planta central num retângulo alongado, com cantos
chanfrados – planta octogonal (síntese entre planta
longitudinal e central)
 A planta faz com que o espaço interior se leia como um plano
continuo criando ao mesmo tempo, um alçado único e dinâmico,
fazendo também uma melhor integração da capela-mor
 Capelas laterais com altares, capela-mor e dois púlpitos
 Teto de madeira e estuque, mármores coloridos
 Tribunas no primeiro andar, talvez para os frades do
convento assistirem à missa
 Grande teatralidade, festividade própria do arquiteto barroco
 Influência da tipologia jesuíta portuguesa
 Igreja faz parte de um pequeno convento com um claustro

Arquitetura Barroca - O Reinado de D. João V

D. João V 1689-1706-1750
Não temia nem devia, consequência da descoberta do ouro no Brasil, grande abundância de
recursos. Luís XIV português.

Projetos para Lisboa

Filipo Juvara 1719-1720


Arquiteto de Turim, Itália. D. João contrata-o para renovar a imagem de Lisboa, previam a
construção de um novo palácio (Novo Palácio Real) e de uma nova catedral (Igreja Patriarcal).
Acabaram por não se concretizar por demorar muito tempo. Grande arquiteto internacional,
depois disto é contratado para fazer p Palácio de Madrid.

Convento de Mafra 1717-1730


 Pequeno convento que se transformou num grande
complexo no meio do nada
 O complexo albergava um palácio e um convento com
fachada principal virada para o mar
 O escorial português
 Escadas de aparato
 Semelhanças de Il Gesú, Roma de Giacomo Vignola
 Planta em cruz latina com capelas laterais
 Coro alto
 Nártex
 Cúpula com tambor sobre o cruzeiro
 Duas torres na fachada, com cúpulas semelhantes às do
Paço da Ribeira
 De um lado, as galerias do rei e do outro as galerias da
rainha e encontravam-se no meio, na igreja
 Atrás pertenceria aos frades
 Dianteira é o palácio e a igreja
 Praça em frente ao convento
 Espaços comuns: biblioteca, sala do capítulo oval
 Vila surge do acampamento dos operários da obra
 Obra extremamente rápida para a sua escala, demora apenas 13
anos, os detalhes de estatuária
 Decoração em mármores, grande escola de escultura

João Frederico Ludice 1673-1752


 Vila de Mafra surgiu pelos estaleiros do convento
 Grande basílica
 Registo antevê a arquitetura neoclássica
 Há quem diga que teria um canal para ligar ao mar
 Não se fez o planeamento territorial
 Mafra foi uma grande escola estilística – onde se forma o Machado de
Castro
 Biblioteca no primeiro andar

Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra 1717-1728


 À maneira de Mafra
 Planta simples, retângulo dividido em três
 Três salas, uma a seguir à outra
 Cada sala tem o seu tema, do menos importante ao mais
importante
 Retrato de D. João V, grande obra dele em Coimbra
 Escadas nas paredes, cubículos laterais como espécies de
salas de estudo

Torre da Universidade de Coimbra 1728-1732


 António Canevari
 Torre com relógio
 Semelhanças com a Torre do Patriarcal (remate de detalhe de uma cruz por ser uma
torre eclesiástica)
 Remate plano por causa da astronomia, torna possível a colocação de telescópios

O Barroco do Norte – Porto e Braga

Igreja dos Clérigos, Porto 1731-1763


 Nicolau Nasoni
 Planta telescópica: nave oval/elíptica, capela-mor, instalações da
confraria
 Torre no ponto mais alto, função urbana extremamente
importante, é vista de vários pontos da cidade
 Fachada ganha protagonismo urbano
 O facto de a torre estar no ponto mais alto, permite aproveitar o
declive para construir uma igreja de grande altura, acentuada pela
grande escadaria barroca de acesso à igreja
 As igrejas barrocas são importância à implantação, estando
normalmente em pontos estratégicos, neste caso, um ponto
de expansão da cidade
 Torre é mais tardio

Igreja de Santa Maria Madalena da Falperra, Braga 1753-1755


 André Soares
 Igreja com desenho muito rebuscado, quase rococó
 Contraste entre o granito e o branco
caiado
 Planta parece um quadrado a 45
com a entrada marcada por
contrafortes e as torres sineiras
ladeando a capela-mor
 Escadaria

Igreja do Bom Jesus do Monte, Braga 1723-1769 (primitiva 1750-1769)


 André Soares
 Ideia barroca de grande aparato, teatro urbano
 Escadaria/romaria
 Igreja de planta central foi substituída para uma de maiores dimensões,
porque não era suficiente para os peregrinos

13. ARQUITETURA POMBALINA

Reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755

➢ Destruiu uma das capitais da Europa


➢ Sebastião José de Carvalho e Melo (rei retira-se e atribui responsabilidade ao primeiro
ministro – Marquês de Pombal
➢ 01/11/1755 - “enterrar os mosrtos e cuidar dos vivos”
➢ 29/11/1755 – Marquês de Pombal ordena a exata descrição dos bairros destruídos
➢ 03/12/1755 – proíbe a edificação fora dos limites da cidade
➢ Manuel da Maia – engenheiro militar (tem uma resposta pragmática) à frente das obras
de Lisboa, deu-se muita importância às igrejas
Primeira parte da Dissertação de Manuel da Maia – 04/12/1775

Cinco hipóteses para a reconstrução de Lisboa e do Palácio Real:


1. A reconstrução pura e simples da cidade de acordo com a planta antiga
2. Correção da planta antiga pelo alargamento das ruas
3. Idem, com limite de altura máxima dos prédios de dois pisos
4. A reconstrução da zona central da cidade (Baixa) com um novo plano
5. A construção de uma cidade inteiramente nova de Alcântara a Pedrouços

30/12/1755 – Proibição de edificar até à definição de um plano:


 Hipóteses para a reconstrução de Lisboa
 Um mês depois, já se apresenta um relatório ao Marquês de Pombal
 Ninguém pode reconstruir
 Foi escolhido o quarto ponto

Segunda parte da Dissertação de Manuel Maia:

Opção pela reconstrução do centro da cidade, no local primitivo e construção do novo Palácio
Real em Campo de Ourique.

Terceira parte da Dissertação de Manuel Maia:

Quatro hipóteses desenhadas para a planta da nova cidade baixa, mais seis desenhos de
alçado e cortes-tipo.

➢ Campo de Ourique, colina numa zona mais ocidental de Lisboa, tirar de lá o palácio
(Terreiro do Paço) – D. José viveu numa angústia permanente
➢ Surgem desenhos
➢ Nunca se excluiu a hipótese que o terramoto fosse um castigo divino
➢ Março: 4 planos para a cidade, mas nenhum destes foi adaptado
➢ Primeiros alçados: controlar a imagem da cidade, cada um escolhia a planta que
queria
➢ Processo de construção normalizado – standartizado
➢ Elementos na cobertura: corta-fogos para impedir que, caso houvesse um incêndio
num dos módulos, o fogo se alastrasse para os restantes
➢ Gaiola pombalina
➢ Medidas antissísmicas
➢ Planta-tipo – lógica viária

Projeto vencedor de Eugénio dos Santos 1711-1765


 Quarteirões mais alongados à medida que se aproxima do Terreiro, vira os quarteirões
a 90 e permite ter menos ruas a dar ao Terreiro (como um filtro – só as ruas principais
vão lá dar – Rua Augusta, Rua da Prata, Rua Áurea)
 Ruas paralelas e perpendiculares que formam uma malha reta e liga as duas praças
principais da época – Terreiro do Paço e o Rossio
 Praça simétrica, duplica o torreão do Paço da Ribeira e desenha um arco que seria mais
delicado do que acabou por ser construído
 Relação entre o Chiado e a zona medieval
 Hierarquia de largura consoante a sua importância (6 braças como a Rua da Sofia em
Coimbra)
 Ruas com nomes de profissões
 Terreiro do Paço passa a Praça do Comercio
 Nesta altura, ainda sem a estatua do rei
 Criação de uma malha articulada com a cidade
existente
 3 anos com falta de dinheiro, organizar a obra e
depois avança-se
 Carlos Mardel – substitui Eugénio dos Santos
quando este morre e fica a frente do plano
 Mardel introduz as mansardas
 Requisito: mínimo duas janelas, quem não tinha
este requisito, tinha outro benefício de compensação
 Alçado normalizado – imagem uniforme, o interior era ao gosto de cada um
 As casas são reconstruídas segundo uma arquitetura sóbria e funcional
 Surge uma visão funcionalista da cidade, em que todas as casas são construídas segundo
uma mesma linguagem e estrutura (gaiola pombalina) e a rua já não é separação entre
a circulação dos peões e das carroças
 A reconstrução de toda a baixa apenas se torna possível devido ao cumular de
conhecimentos de engenharia militar

Projeto de Estátua Equestre para o Rei D. José


 Joaquim Machado de Castro
 Voltou a ser uma praça régia com a introdução da estátua
 Arco da Rua Augusta só é acabado no século XIX, mais seco
 Torreões não foram acabados
 Fez-se também o cais das colunas
 Ideia de arcaria a toda a volta da praça
 O Paço não se manteve, mas alguns ministérios sim, por isso, é que nunca perdeu o
nome

Real Barraca da Ajuda 1756-1760


 Giovani Carlo Sicénio Bibiena
 Entendida como uma construção de madeira só de
um piso
 Muito comprido, grande complexo abarracado
 Havia muitas construções efémeras de festa
 Deu origem ao Palácio da Ajuda no século XIX
 Passados 40 anos, teve um incêndio

Projeto do Palácio da Ajuda 1822


 José da Costa e Silva
 Como o Palácio de Madrid
 Só foi feito metade, interrompido pelas invasões Napoleónicas e
nunca foi concluído
 O atual alçado principal seria um lateral
Palácio de Queluz
 Mateus Vicente de Oliveira
 Relações visuais
 Desenho de jardim à francesa
 Fachada de Cerimónia, 1768
 Fachada “de Malta”, 1768
 Coexistiram os dois gostos em Portugal: mais prático dos
engenheiros militares, mais simples e mais elaborado

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