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TOLEDO
2019
KEVIN AUGUSTO CUPEHINSKI
TOLEDO
2019
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Toledo
Coordenação do Curso de Engenharia Civil
TERMO DE APROVAÇÃO
por
Visto da Coordenação
Prof. Dr. Fúlvio Natércio Feiber
Coordenador do COECI
À Deus, pelo dom da vida e pelas graças recebidas ao longo de toda minha
caminhada;
Ao meu orientador, professor Gustavo Savaris, por acreditar em minha
capacidade, pela ajuda incessante, pelos ensinamentos, confiança, paciência e
amizade;
À Universidade Paranaense (UNIPAR) Câmpus Umuarama, por disponibilizar
o uso de suas instalações e do equipamento de ultrassom, indispensável para
realização desta pesquisa;
Aos membros da banca examinadora, professores César e Everlei, por terem
aceitado avaliar este trabalho, e principalmente, por contribuírem em seu
desenvolvimento e aprimoramento, onde fizeram-se presentes em todos os
momentos;
À toda equipe de apoio técnico da UTFPR e UNIPAR: laboratoristas Marcos,
Wilson e Lucas;
Ao meu amigo Renan Schimidt, que tanto me ajudou no momento da
concretagem, como em todas as demais atividades de laboratório;
Aos meus pais, Gilmar e Jucli, pela dedicação, carinho, confiança e auxílio
durante toda minha formação;
Aos meus irmãos, Jamerson, Dayane e Lucas, pelo carinho e incentivo.
A todos meus professores e amigos de graduação pelo convívio e ajuda
durante estes cinco anos;
A todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para realização deste
trabalho.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
1.1. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................................. 14
1.2. OBJETIVOS....................................................................................................................................... 15
1.2.1. Objetivo geral.................................................................................................................................... 15
1.2.2. Objetivos específicos ......................................................................................................................... 15
1.3. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................................... 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17
2.1. CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA) ..................................................................................... 17
2.1.1. Considerações iniciais .......................................................................................................... 17
2.1.2. Materiais constituintes.......................................................................................................... 17
2.1.2.1. Cimento ................................................................................................................................ 17
2.1.2.2. Agregado graúdo ............................................................................................................... 18
2.1.2.3. Agregado miúdo ................................................................................................................. 18
2.1.2.4. Adições Minerais................................................................................................................ 19
2.1.2.5. Aditivos................................................................................................................................. 19
2.1.2.6. Água ...................................................................................................................................... 20
2.1.3. Vantagens e Desvantagens ................................................................................................. 20
2.1.4. Propriedades do CAA no estado fresco ........................................................................... 21
2.1.4.1. Ensaio de espalhamento – Slump-flow ........................................................................ 21
2.1.4.2. Ensaio de viscosidade – Funil-V .................................................................................... 22
2.1.4.3. Ensaio de habilidade passante – Caixa-L .................................................................... 23
2.2. ENSAIO DE ULTRASSOM NO CONCRETO .............................................................................. 25
2.2.1. Considerações iniciais .......................................................................................................... 25
2.2.2. Aplicações e limitações do ensaio de ultrassom .......................................................... 27
2.2.3. Normalização ........................................................................................................................... 31
2.2.4. Formato da onda ultrassônica ............................................................................................ 32
2.2.4.1. Parâmetros de análise no domínio do tempo ............................................................. 32
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 37
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 37
3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS CONSTITUINTES ...................................................... 37
3.3. DOSAGEM DO CONCRETO AUTOADENSÁVEL ..................................................................... 39
Fonte: Autoria própria (2019). ................................................................................................................... 40
3.4. PRODUÇÃO DO CONCRETO E MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA ......................... 40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 45
4.1. PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO ...................................................... 45
4.2. PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO ........................................... 48
4.3. ULTRASSOM .................................................................................................................................... 53
4.3.1. Considerações iniciais.................................................................................................................... 53
4.3.2. Velocidade de pulso ....................................................................................................................... 53
4.3.3. Velocidade de grupo ...................................................................................................................... 61
4.3.4. Amplitude Máxima ........................................................................................................................ 62
4.3.5. Energia............................................................................................................................................ 64
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 74
APÊNDICE A: Curvas granulométricas dos agregados ....................................... 78
13
1. INTRODUÇÃO
1.1. JUSTIFICATIVA
1.2. OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.2.1. Cimento
Segundo Gomes e Barros (2009), qualquer um dos cimentos tipo Portland pode
ser usado na produção do CAA, desde que respeitem as especificações de normas
locais.
As propriedades no estado fresco e a quantidade de aditivo superplastificante
são diretamente afetadas pelo tipo de cimento empregado na mistura (REPETTE,
2011). Sendo assim, a escolha do tipo do cimento fica a cargo das exigências e
especificações do projetista, definindo a melhor opção para a aplicação onde o
referido concreto será utilizado.
18
Por sua vez, Verzegnassi (2015), destaca que devido a necessidade de adição
de finos para melhorar a coesão do CAA, cimentos de maior superfície específica
podem ser mais apropriados, no entanto deve-se ter ainda mais cuidado quanto a
retração e ao calor de hidratação do concreto.
2.1.2.5. Aditivos
A autoadensabilidade do CAA é garantida, principalmente, pelo uso de aditivos
superplastificantes (SP) e aditivos modificadores de viscosidade (AMV). Quando estes
são usados de modo combinado com uma elevada quantidade de materiais finos
(cimento + adições minerais), garantem, além da resistência à segregação, um dos
princípios mais importantes do concreto autoadensável, a elevada trabalhabilidade
(SILVA E BRITO, 2009).
Os superplastificantes são aditivos conhecidos como redutores de água de alta
eficiência por serem capazes de reduzir o teor de água em até 30%, podendo otimizar
a quantidade de cimento e outros agentes aglomerantes (VERZEGNASSI, 2015). Um
cuidado que deve ser tomado é com o uso indiscriminado deste aditivo, pois além do
alto custo, o uso de altas dosagens pode gerar exsudação e segregação
(HERBUDIMAN E SAPTAJI, 2013).
Os aditivos superplastificantes à base de policarboxilatos são os mais
empregados. Segundo Repette (2011), eles são importantes pois promovem a
dispersão das partículas basicamente por meio do efeito estérico, sem diminuir
significativamente a viscosidade da pasta, o que é desejável visando impedir a
segregação da mistura.
20
2.1.2.6. Água
Os requisitos de qualidade da água para concreto autoadensável são os
mesmos especificados na NBR 15900 (ABNT, 2009) para produção de concretos
convencionais, podendo ser oriunda de estações de abastecimento público como
também obtidas no meio ambiente, desde que isenta de óleos, ácidos, cloretos,
sulfatos e álcalis.
Por outro lado, Malhotra (1984), destaca dois pontos críticos do método:
Garantir bom contato entre transdutores com a superfície do concreto e,
principalmente, interpretar os resultados obtidos. Como o concreto é um material
bastante heterogêneo, muitos fatores podem afetar os resultados, exigindo
capacitação de quem executa o ensaio para que não haja conclusões equivocadas.
De acordo com Meneghetti (1999), é fundamental o conhecimento dos fatores
de influência para que o ensaio de ultrassom seja realizado com sucesso. Chies
(2014) destaca alguns deles:
a) Condições da superfície
As condições da superfície do concreto para receber o transdutor devem ser
adequadas, isto é, o concreto deve dispor de uma superfície lisa, minimizando
irregularidades de modo que o contato transdutor-superfície seja uniforme.
Para que haja bom contato entre os transdutores e a superfície do concreto,
esta não deve possuir revestimento algum, pois as propriedades do concreto na
camada superficial não são necessariamente as mesmas do seu interior. É
recomendável utilizar graxas de silicone ou mineral e vaselina como acoplante entre
as faces dos transdutores e do material a ser ensaiado (CÂMARA, 2006).
b) Presença de armadura
Se em um concreto não existir presença de armaduras, fissuras ou vazios, as
ondas ultrassônicas percorrerão a menor distância entre os dois transdutores.
Entretanto, se existirem armaduras localizadas nas proximidades dos transdutores, as
ondas podem transitar tanto pelo aço como pelo concreto. Como no aço a VPU é em
torno de 40% maior do que no concreto, principalmente quando as barras são
orientadas paralelamente à direção da propagação do pulso, concretos armados
possuem maiores valores de VPU do que concretos simples (STURRUP et al., 1984;
BUNGEY, 1989; EVANGELISTA, 2002; LORENZI, 2017).
d) Tipo de cimento
Segundo Sturrup et al. (1984), para ensaios de ultrassom não existem
diferenças significativas na velocidade de propagação das ondas entre concretos com
cimento Portland comum e concretos com cimentos de alta resistência inicial.
Entretanto, Lorenzi (2009), por sua vez, afirma que existe influência significativa do
tipo e quantidade de cimento na relação entre a VPU e a resistência à compressão do
concreto. No entanto, tais estudos geralmente não quantificam a magnitude dessa
influência.
De acordo com Evangelista (2002), o tipo de cimento exerce influência somente
nas primeiras 24h de idade. Nestes casos, as VPU são cerca de 5% maiores em
concretos com cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI) do que para
concretos com cimento Portland comum (CP III). A partir dos 3 dias de idade não se
observou diferenças expressivas.
2.2.3. Normalização
O ensaio de ultrassom para concreto é padronizado por normas de vários
países. No Brasil, a norma NBR 8802 (ABNT, 2013), descreve as principais aplicações
do método de ultrassom, bem como toda a aparelhagem necessária, detalha o
procedimento de execução do ensaio e indica os principais fatores que influenciam
nos resultados.
32
*
'( = ) (2)
+,-á.
Onde:
VG é a velocidade de grupo;
L é a distância entre os transdutores;
tAmáx é o tempo referente a amplitude máxima.
6
/ = ) 06 |1234|53 (3)
7
Onde:
E é a energia (V.μs);
A(t) é a amplitude do sinal no tempo t;
t0 é o tempo correspondente ao início da primeira onda de grupo (μs);
t é tempo correspondente ao fim da primeira onda de grupo (μs);
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.2.2. Agregados
Como agregado graúdo foi utilizado rocha britada de origem basáltica, com
dimensão máxima característica (DMC) de 9,5mm, o qual foi caracterizado por meio
dos ensaios de granulometria, massa específica e de determinação da quantidade de
material pulverulento, de acordo com a NM 248 (ABNT, 2001), NM 53 (ABNT, 2002)
e NM 46 (ABNT, 2003), respectivamente.
Como agregado miúdo foi utilizado areia natural de origem quartzoza, com
módulo de finura igual de 2,67, proveniente do Rio Paraná, a qual foi caracterizada
por meio dos ensaios de granulometria e massa específica, de acordo com a NM 248
(ABNT, 2001) e NM 52 (ABNT, 2002), respectivamente. A caracterização dos
agregados encontra-se na Tabela 2, enquanto a curva de distribuição granulométrica
e a tabela com as porcentagens de material retido acumulado sobre as peneiras
encontram-se no Apêndice A.
38
3.2.3. Fíler
Com o intuito de proporcionar coesão à mistura, e, portanto, garantir as
características de autoadensabilidade do CAA, foi empregado fíler calcário calcítico
comercializado pela empresa Calfipar, localizada no município de Almirante
Tamandaré-PR. Nas Tabelas 3 e 4 estão apresentadas as propriedades químicas e a
distribuição granulométrica do material, fornecidos pelo fabricante.
Aumento em relação a
Dosagem Sigla Relação SP/c
dosagem inicial
1ª dosagem K1 0,62% -
2ª dosagem K2 0,74% 19,4%
3ª dosagem K3 1,15% 85,5%
Fonte: Autoria própria (2019).
Figura 10: Corpo de prova cúbico - a) Nomeação das faces do elemento considerando a direção
de lançamento do concreto; b) Corpo de prova em seu estado endurecido
(a)
(b)
Figura 11: Ensaio de ultrassom – a) Equipamento em uso; b) Formato típico da onda mostrada
pelo aparelho
(a)
(b)
Fonte: Autoria própria (2019).
(a) (b)
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Já o concreto K3, por sua vez, com uma relação SP/c de 1,15% apresentou
uma exsudação bastante evidente. Nos ensaios de espalhamento foi possível
perceber a formação de nata cimentícia, provocada pela ascensão da água de
amassamento à superfície do concreto, como mostra a Figura 14.
Este efeito ficou ainda mais claro, quando logo após desligar a betoneira, notou-
se instantaneamente a segregação dos agregados, devido à perda de coesão da
mistura provocada pela elevada quantidade de aditivo que acarretou no
enfraquecimento da ligação entre as partículas internas.
47
O concreto K3, por sua vez, apresentou uma superfície menos porosa, e como
esperado, exibiu uma camada lisa e acinzentada na base do corpo de prova, como
efeito do fluxo ascensional da água de amassamento à superfície, gerada pela
exsudação.
;
89: = ) < (4)
?
1
O ar aprisionado é aquele que pode ser reduzido com o adensamento do concreto, enquanto o ar incorporado é
definido como o somatório do ar que não foi eliminado durante o adensamento do concreto (ar aprisionado), e
também, aquele que pode ser introduzido por meio de aditivos (NBR 9833:2008).
50
Onde:
R é o rendimento do concreto, expresso em metros cúbicos (m³), que pode ser
definido como o volume resultante da mistura fresca adensada, e, seu cálculo é
realizado através da Equação 5;
VT é o volume total teórico dos componentes da betonada, expresso em metros
cúbicos, calculado pela Equação 6.
50
Resistência à compressão (MPa)
40
30
20
10
0
0 7 14 21 28
Idade (dias)
K1 K2 K3
(a)
52
45 0,113%
Resistência á compressão (MPa)
0,112%
40 0,111%
35 0,109%
30 0,107%
Ar incorporado
25 0,106% 0,105%
20 0,103%
15 0,101%
10 0,099%
0,098%
5 0,097%
0 0,095%
K1 K2 K3
(b)
Fonte: Autoria própria (2019).
4.3. ULTRASSOM
5.000
4.800
Velocidade de pulso (m/s)
4.600
4.400
4.200
4.000
3.800
3.600
3.400
3.200
3.000
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
Face A-B 4.150,00 4.407,50 4.521,20 4.523,00 4.582,00 4.276,80
Face C-D 4.181,70 4.332,80 4.429,90 4.531,00 4.578,50 4.193,88
Face E-F 4.021,80 4.218,10 4.300,10 4.377,70 4.445,90 4.142,60
Desv. Pad 69,13 77,89 90,72 70,46 63,35 55,29
5.000
4.800
Velocidade de pulso (m/s)
4.600
4.400
4.200
4.000
3.800
3.600
3.400
3.200
3.000
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
Face A-B 4.013,50 4.241,50 4.337,10 4.381,10 4.434,80 4.072,33
Face C-D 3.965,60 4.202,00 4.310,60 4.382,00 4.432,60 4.072,33
Face E-F 3.873,30 4.163,20 4.250,10 4.293,80 4.340,30 3.213,33
Desv. Pad 58,19 31,97 36,41 41,37 44,04 404,94
5.000
4.800
Velocidade de pulso (m/s)
4.600
4.400
4.200
4.000
3.800
3.600
3.400
3.200
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
Face A-B 4.334,90 4.616,80 4.737,00 4.789,40 4.841,80 4.609,70
Face C-D 4.448,50 4.646,10 4.795,10 4.847,40 4.904,40 4.467,44
Face E-F 4.369,63 4.536,27 4.625,78 4.668,59 4.725,47 4.309,79
Desv. Pad 47,53 46,44 70,25 74,49 74,14 122,49
Nota-se que nos três concretos a velocidade cresceu até os 28 dias e nas
leituras feitas aos 63 dias percebe-se um retardo do pulso. Isto possivelmente porque
até os 28 dias o concreto estava sendo curado submerso em água, e, portanto, os
ensaios eram realizados com o concreto na condição saturada, enquanto que após
essa idade o concreto foi exposto e mantido ao ar livre. Como é de senso comum, a
velocidade do som é maior na água do que no ar, então, uma vez que, aos 63 dias,
os poros do concreto estavam vazios, ocorreu o retardo das ondas nessa idade.
Autores como Bauer (1987), afirmam que quando se ensaia determinada peça
na direção em que a mesma foi concretada (neste caso, face E-F), estas apresentam,
em média, velocidades inferiores aos ensaios realizados na direção transversal à
concretagem pelo fato de que as camadas mais superficiais do concreto possuem
qualidade inferior devido aos fenômenos de segregação, efeito parede e exsudação.
Este fato ficou evidenciado em todos os concretos, onde, em praticamente todas as
idades de ensaio, a face E-F apresentou as menores medidas de velocidade média,
indicando uma maior porosidade e consequentemente, menor resistência nesta
direção.
Observa-se também que com apenas 3 dias de idade, o concreto K3 atingiu
medidas de VPU superiores a 4500 m/s, o que o caracteriza como um concreto de
56
5.000
4.800
Velocidade de pulso (m/s)
4.600
4.400
4.200
4.000
3.800
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
K1 K2 K3
5.000
4.800
Velocidade de pulso (m/s)
4.600
4.400
4.200
4.000
3.800
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
K1 K2 K3
5.000
4.800
4.600
Velocidade de pulso (m/s)
4.400
4.200
4.000
3.800
3.600
3.400
3.200
3.000
1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias
K1 K2 K3
Tabela 11: Classificação da qualidade dos concretos segundo a norma britânica BS EN 12504-
4:2000 – Testing concrete. Determination of ultrasonic pulse velocity
Figura 25: Correlação do ganho de resistência com o ganho de VPU – a) K1; b) K2; c) K3
45 5000
4500
Resistência à compressão (MPa)
40
(a)
35 5000
Resistência à compressão (MPa)
4500
30
Velocidade de pulso (m/s)
4000
25 3500
20 3000
2500
15 2000
10 1500
1000
5
500
0 0
0 7 14 21 28
Idade do concreto (dias)
(b)
60
45 5000
40 4500
Resistência à compressão (MPa)
4000
(c)
Fonte: Autoria própria (2019).
A Figura 26, mostra as medidas de velocidade de grupo (VG) nas três faces dos
três concretos estudados, calculados através da Equação 2.
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
K1 K2 K3
Face A-B 1556,42 1423,49 1652,89
Face C-D 1550,39 1509,43 1646,09
Face E-F 1538,46 1488,72 1048,39
125
100
AMPLITUDE (V)
75
50
25
0
K1 K2 K3
(a)
63
109,00
110,00
108,00
AMPLITUDE MÁXIMA (V)
106,00 103,50
104,00 101,38
102,00
100,00
98,00
96,00
K1 K2 K3
(b)
Fonte: Autoria própria (2019).
4.3.5. Energia
Figura 28: Aproximação por trapézios - Metodologia adotada para o cálculo da energia
aproximados por uma polinomial de 6º grau, como mostra a Figura 29. No modelo
utilizado para verificação, a precisão no ajuste entre a curva construída e os valores
reais obtidos com o ultrassom foi de quase 100% (R² = 0,9963).
100%
90%
70%
Energia Acumulada
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
100%
90%
70%
Energia Acumulada
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
100%
90%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
Com exceção do concreto K1, nota-se que a curva que representa a energia
acumulada na direção de lançamento do concreto, ou seja, face E-F, apresenta uma
inclinação inferior quando comparada as duas outras faces transversais. Carelli (2014)
e Hofmann (2015) estudaram o comportamento da energia em elementos de concreto
fissurados e concluíram que com o crescimento das fissuras, maior a atenuação na
chegada das primeiras amplitudes, ou seja, com o aumento do grau de fissuração,
observa-se um maior intervalo de tempo para atingir o mesmo percentual da energia
acumulada em uma amostra sã. Portanto, uma correlação nesse sentido para avaliar
a não-homogeneidade causada por diferentes graus de exsudação ou de porosidade
do concreto, pode ser válida.
Os resultados mostram o atraso na face E-F dos concretos K2 e K3 para atingir
o mesmo nível de energia acumulada de suas faces adjacentes, possivelmente, por
conta da heterogeneidade apresentada por estes concretos, através da porosidade
de um (K2) e da exsudação do outro (K3). Em K1 este fenômeno não ficou evidente,
uma vez que não houve segregação ou exsudação da mistura e a incorporação de ar,
por este concreto, foi muito menos abundante, portanto, a distribuição de energia se
mostrou mais uniforme e menos previsível.
68
100%
90%
80%
K1 K2 K3
70%
Energia Acumulada
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
100%
90%
80% K1 K2 K3
70%
Energia Acumulada
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
100%
90%
80% K1 K2 K3
70%
Energia Acumulada
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Tempo (μs)
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
Energia acumulada
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
K1 K2 K3
A partir destes resultados observa-se que na face E-F, do concreto K3, houve
um atraso ligeiramente maior para atingir o tempo correspondente a amplitude
máxima do sinal ultrassônico, uma vez que, neste concreto, a maior parte da energia
foi propagada antes do referido tempo, podendo indicar sensibilidade deste parâmetro
na presente análise.
Nos concretos K1 e K2, a energia inicial não apresenta regularidade em seu
comportamento, contudo as variações são muito menos expressivas da observada
pela face E-F, em K3. Esta variabilidade de dados pode ser considerada comum, pois
os resultados são fortemente influenciados pelas condições de acoplamento dos
transdutores (STURRUP et al., 1984; EVANGELISTA, 2002; CAMARA, 2017).
Portanto, sugere-se que neste tipo de análise seja utilizado uma gama maior de dados
para que seja realizada uma análise de variância e assim, a confiabilidade dos
resultados seja maior.
A energia também foi estudada em outras janelas temporais como T10 (tempo
referente a 10% da energia propagada), T25, T50 e T75, porém estes parâmetros não
trouxeram nenhuma significância no estudo da segregação e exsudação do concreto,
como trouxeram no estudo elementos com não-homogeneidades, realizado por
Camara (2017).
72
5. CONCLUSÃO
Mesmo com uma elevada dosagem de SP (1,15% em relação a massa de
cimento), acarretando em aproximadamente 3% da altura do elemento exsudada, o
concreto K3 apresentou excelente comportamento mecânico, o qual atingiu uma
resistência à compressão, aos 28 dias de idade, próximo a 40 MPa. Um fator
importante a ser levado em consideração sobre este fato é a excelente qualidade do
aditivo superplastificante empregado que promoveu uma alta fluidez sem perda
significativa da viscosidade da pasta, o que contribuiu com a estabilidade mecânica
deste concreto. Todavia, a dosagem adequada do SP e o controle sobre os
constituintes da mistura, é fundamental para se obter um CAA com máximo
desempenho possível.
A velocidade de pulso ultrassônico (VPU), parâmetro tradicionalmente utilizado
e já consolidado na ultrassonografia, apresentou resultados coerentes na avaliação
da homogeneidade e apresentou sensibilidade diante das variações internas
observadas no concreto, demonstrando sua excelente exequibilidade neste tipo de
ensaio.
A amplitude máxima e parâmetros referentes ao tempo, como T10, T25, T50 e T75,
não apresentaram sensibilidade na detecção da segregação e/ou exsudação atingida
neste estudo. A velocidade de grupo, embora tenha apresentado certa capacidade,
demonstrou ter a necessidade de maiores estudos sobre a sua utilização.
Dos parâmetros relacionados ao formato de onda, a energia inicial e acumulada
foram as que trouxeram os melhores resultados, demonstrando sensibilidade aos
efeitos provocados pelo incremento do aditivo superplastificante na mistura e seu
grande potencial no estudo de elementos de concreto com presença de não-
homogeneidades.
Por fim, a validação dos resultados obtidos neste estudo apresentou certas
limitações pelo fato do formato da onda ter sido estudada em apenas uma idade.
Sugere-se para trabalhos futuros, portanto, o estudo destes parâmetros de onda em
concretos segregados e exsudados com ensaios realizados nas idades previstas
neste trabalho, a fim de detectar variações na microestrutura do concreto causadas
pelas diferentes dosagens de aditivo superplastificante, bem como identificar
eventuais falhas internas nas primeiras idades, como por exemplo, a fissuração por
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUNGEY, J.H., 1989. The Testing of Concrete in Structures. 2ª ed., London, Surrey
University Press.
75
DAO, V.T.N.; DUX, P.F.; MORRIS, P.H.; O'MOORE, L. Plastic shrinkage cracking of
concrete. Australian Journal of Structural Engineering, v. 10, n. 3, p. 207-213, 2010.
DA SILVA FILHO, L.C.P. et al. Estudos de caso sobre avaliação de estruturas de concreto
através da utilização de ensaios não destrutivos. Revista ALCONPAT, Mérida - México, v.
1, n. 3, p.196-213, set. 2011.
NAIK, T.R., MALHOTRA, V.M. & POPOVICS, J.S., 2004. The Ultrasonic Pulse Velocity
Method. In CRC handbook on nondestructive testing of concrete. CRC Press, pp. 169–
189.
STURRUP, V. R., VECCHIO, F. J., and CARATIN, H., 1984, “Pulse Velocity as a Mesuare
of Concrete Compressive Strength”, In Situ/Nondestructive Testing of Concrete, Special
Publication SP-82, American Concrete Institute, Detroit, pp.201-228.
100
80
% Retida acumulada
60
40
20
0
0,01 0,1 1 10
Abertura da malha da peneira (mm)
79
100
80
% RETIDA ACUMULADA
60
40
20
0
1 10
ABERTURA DA MALHA DA PENEIRA (MM)