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Resumo do capitulo
Escrita pelo próprio Francisco, a regra era mais rigorosa que a de São Bento, ao impedir a
propriedade de qualquer bem material. Previa ainda que os franciscanos se dedicassem ao
trabalho manual, podendo mendigar como os pobres para obter alimento; proibia qualquer
reação às hostilidades da população e restringia o uso de uma montaria a casos de extrema
necessidade, porque os frades deveriam andar a pé, tal como os apóstolos.
A crise do século XIV:
Durante o século XIV, após um longo período de crescimento e vitalidade econômica e social, a
Europa ocidental conheceu uma crise sem precedentes na história.
A desnutrição provocada pela escassez de alimentos deve ter contribuído para a disseminação
de epidemias que ceifaram outros milhões de vidas. A mais conhecida dessas epidemias foi a
peste negra, que, em três momentos – 1347, 1350 a 1359 e 1373 a 1375 –, matou
aproximadamente um terço da população europeia, na época estimada em 60 milhões de
pessoas. A fome e as epidemias reduziram de forma significativa a oferta de mão de obra, o
que é explicado pela maior exposição a que estiveram submetidas as camadas mais pobres da
população, tanto por causa da subnutrição quanto pelas péssimas condições sanitárias das
áreas pobres das cidades.
Em princípio, aquilo que poderia significar benefícios para os trabalhadores, como aumento da
oferta de emprego ou melhorias nas remunerações, representou maiores sacrifícios, pois tanto
os senhores da terra quanto os monarcas se incumbiram da criação de leis que prenderam os
camponeses à terra, elevaram os impostos e reduziram salários. Entre 1323 e 1328, aconteceu
a mais longa das revoltas, na região de Flandres, em consequência da elevação dos
impostos, determinada por um nobre da região. Os camponeses franceses externaram toda a
revolta que havia muito tempo vinham alimentando contra a nobreza, conduzindo um
movimento de grande significado para a história da Europa, pois, apesar de breve, conseguiu
mudar a postura dos senhores com relação aos servos.
A denominada Guerra dos Cem Anos
Essa guerra, que se estendeu de 1337 a 1453, foi também expressão da grande crise do
feudalismo. Tanto a França quanto a Inglaterra, países nela envolvidos, necessitavam manter
ou conquistar novos territórios para atender aos interesses da nobreza feudal, ou da
burguesia. Além disso, os dois países passavam por processos internos de fortalecimento do
poder político dos reis, o que exigia a definição de suas fronteiras.
Alguns monarcas e senhores da nobreza inglesa eram detentores de feudos no norte da
França, que, naquele momento, tentava unificar seu território, incluindo parte da região de
Flandres - importante centro produtor de tecidos de lã, cuja matéria-prima era comprada da
Inglaterra. Entretanto, o pretexto ou a causa imediata para a deflagração do conflito foi uma
questão sucessória envolvendo o rei da Inglaterra, Eduardo III, e o nobre francês Filipe de
Valois.
Destaca-se, no entanto, a última fase, em que, após cercarem a cidade francesa de Orléans,
quando parecia próxima a vitória inglesa, os ingleses acabaram derrotados pelas tropas
francesas, naquele momento estimuladas pela presença de uma camponesa chamada Joana
d’Arc, que viria a ser aprisionada e morta pelos inimigos. A necessidade de manutenção de
exércitos permanentemente armados e prontos para a guerra exigia certa concentração de
recursos nas mãos dos monarcas, aumentando seus poderes políticos, ao mesmo tempo que
eram reduzidos os poderes dos senhores feudais. Esses recursos acabaram sendo lentamente
canalizados para a Ásia, pois era grande a quantidade de mercadorias importadas das cidades
orientais sem que houvesse, nesse trato mercantil, uma correspondência de exportações
europeias.
Com a expansão do comércio durante e depois das Cruzadas, aumentou a quantidade de
moedas e metais preciosos que circulavam na economia europeia.
Transformando todo um sistema sustentado pela Igreja, em uma teia de aranha frágil, a Idade
Média caiu, mas deixou para nós patrimônio histórico-cultural e um repertório enorme para o
resto da humanidade.