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Licenciatura em História

Aluno: Emerson Freire dos Santos.

Resumo do Livro “A Idade Média: Nascimento do Ocidente”.

De fato falamos em idade antiga ou média. Representa uma rotulação uma satisfação da
necessidade de se dar nome aos momentos passados.

Foi no século XVI que elaborou tal conceito ou preconceito, pois o termo expressava um
desprezo indisfarçado em relação à antiguidade clássica do próprio século XVI. Portanto tudo
que estivera entre aqueles picos de criatividade artísticos literários é claro não passará de um
intervalo um tempo intermediário, idade média. De qualquer forma, o critério era inicialmente
filosófico. Opunha se ao século XVI que buscava sua produção literária utilizar o latim nos
moldes clássicos aos séculos anteriores caracterizados por um latim bárbaro. A arte Medieval
por fugir aos padrões clássicos. Também era vista como grosseira, dai o grande pintor Rafael
Sanzio chama lá de gótica termo então sinônimo de Bárbara. Na mesma linha de François
Rebelais falava da idade média como a espera noite gótica. No século XVII, foi ainda com
aquele sentido filológico que passou a prevalecer à expressão médium aevum, usada pelo
francês Charles de frente Du Cange, mas o sucesso do termo veio com o manual escolar do
Alemão Christopher Keller conhecido também pela latinização do seu nome, Cellarius,
publicado em 1688, intitulado história medii aevieste livro completa outros dois do autor um
dedicados há tempos antigos e outro a modernos. Portanto, o sentido básico mantinha se
renascentista: a idade média teria sido uma interrupção no progresso humano, inaugurado
pelos gregos e romanos e retomado pelos homens do século XVI também para o século XVII os
tempos medievais teriam sido de barbárie ignorância e superação. Os homens ligados às
poderosas monarquias absolutistas lamentavam aquele período de Reis fracos de
fragmentação política. Os burgueses capitalistas desprezavam tais séculos de limitada
atividades comerciais.

No século XVIII antiaristocrático e anticomercial acentuou o menosprezo a idade média a


filosofia da época chamada de iluminista por se guiar pela luz da razão censurava, sobretudo a
forte religiosidade Medieval e pouco apego a idade média. Os papas eram símbolos do
fanatismo e do atraso daquela fase histórica por isso afirma irônico que é uma prova de seus
caracteres terem subsidiado a tantos crimes. A posição daquele pensador sobre a idade média
poderia ser sintetizada pelo tratamento que dispensava a igreja a infame.

O romantismo da primeira metade do século XIX inverteu, contudo o preconceito em relação à


idade média. O ponto de partida foi à questão da identidade nacional. A nostalgia romântica
pela idade média fazia com que ela fosse considerada o momento de origem das
nacionalidades do século XX. Vista como época de fé autoridade e tradição, a idade média
oferecia um remédio à insegurança e aos problemas decorrentes de um culto exagerado ao
cientificismo. Vista como fase histórica das liberdades das imunidades e dos privilégios,
reforçava o liberalismo burguês vitorioso no século XIX. Dessa maneira o equilíbrio e a
harmonia na literatura e nas artes, que o renascimento e o classicismo do século XXVII tinham
buscado sedia lugar à paixão à exuberância e à vitalidade encontráveis na idade média.

Essa idade média dos escritores e músicos românticos era tão preconceituosa quanto à dos
renascentistas e iluministas. Tal atração faz o romantismo restaurar inúmeros monumentos
medievais e construir palácios e igrejas neogóticas, mas inventando detalhes, modificando
concepções, criando a sua idade média. A historiografia também não ficou imune a isso, foi à
organização de grandes coleções documentais. De qualquer forma a idade média permanecia
incompreendida. Ela ainda oscilava entre o pessimismo renascentista iluminista e a exaltação
romântica. Definindo-a como aquilo que amamos que nos aumentou quando pequenos que
fora nossos pais, aquilo que os contavam tão docemente no berço. Finalmente passou a se
tentar ver a idade média com os olhos dela própria, não com os daqueles que viveram noutro
momento. Entendeu se que a função do historiador é compreender, não a de julgar o
passado, logo o único referencial possível para se ver na idade média é a própria idade média.
Inúmeras novas metodologias e técnicas historiográficas deu um enorme salto qualitativo.
Pode se dizer que o medievalismo se tornou uma espécie de carro chefe da historiografia
contemporânea, ao propor temas experimentar métodos, rever conceitos, dialogar
intimamente com outras ciências humanas. Isso não apenas deu um grande prestígio a
produção medievalística nos meios cultos como popularizou a idade média diante de um
público mais vasto e mais consciente do que o do século XIX. O que não significa que a imagem
negativa da idade média tenha desaparecido. No entanto, de forma geral os tradicionais juízes
de valor sobre aquele período pareciam recuar.

Isso não quer dizer, é claro que os historiadores do século XX tenham resgatado a verdadeira
idade média. Ao examinar qualquer período do passado, o estudioso necessariamente
trabalha com restos, com fragmentos as fontes primárias no jargão dos historiadores desse
passado jamais poderá ser integralmente reconstituído o olhar que o historiador lança sobre o
passado não pode deixar de ser um olhar influenciado pelo seu presente.

De fato a historiografia é um produto cultural que como qualquer outro, resulta de um


complexo conjunto de condições materiais e psicológicas do ambiente individual e do coletivo
que a ver nascer.

Logo a pesar de neste momento fazermos uma história medieval baseada em maior
disponibilidade de fontes e em técnicas mais rigorosas de interpretação dessas fontes, não
podemos afirmar que a leitura da idade média realizada pelo século XX é a definitiva. Trata-se
de um período da história europeia de cerca de um milênio, ainda que suas balizas
cronológicas continuem sendo discutíveis. Sendo a história um processo, naturalmente se
deve renunciar a busca de um fato específico que teria inaugurado ou encerrado um
determinado período, mesmo assim os problemas permanecem, pois não há unanimidade
sequer quanto ao século se deu a passagem da antiguidade para a idade média. Tão pouco há
acordo no que diz respeito a transição dela para a modernidade. Mas também não chega a
haver consenso entre os historiadores. A periodização que propomos a seguir não é uma
única aceitável, isto é, buscando a compreensão das estruturas não dos eventos medievais.
Apesar disso, talvez seja melhor chama lá de primeira idade média do que usar o velho rótulo
de antiguidade tardia, pois nela teve início convencia e a lenta interpretação dos três
elementos históricos que comporiam todo período medieval. Por isso chamamos de
fundamentos da idade média: herança clássica, herança germânica, cristianismo. Neste mundo
de transformação, a penetração germânica intensificou nas tendências estruturais anteriores,
mas sem alterá-las. O cristianismo por sua vez foi o elemento que possibilitou a articulação
entre romanos e germânicos, o elemento que ao fazer a síntese daquelas duas sociedades
forjou a unidade espiritual, essa essencial para a civilização medieval.

De um lado, ela negava aspectos importantes da civilização romana, com a divindade do


imperador, a hierarquia social, militarismo. De outro lado, ela era um prolongamento da
romanidade, com seu caráter universalista, com o cristianismo transformando em religião do
estado. O latim por intermédio da evangelização foi levado às regiões antes inatingidas.

Em contra partida os soberanos carolíngios entregaram um vasto bloco territorial italiano a


igreja. Vincularam na definitivamente a economia agrária da época. Por fim por resultado disso
tudo se deu a transformação do latim nos idiomas neolatinos, surgido em fins do século X, os
primeiros textos literários em língua vulgar. Mas a fase terminaria em crise, devido às
contradições dos Estados Carolíngios e uma nova onda de invasões muçulmanas. A idade
média central que então começou foi, grosso modo, a época do feudalismo, cuja montagem
representou uma resposta à crise geral do século X. Utilizando material histórico que vinha
desde o século IV aquela sociedade nasceu por volta do ano 1000, tendo conhecido seu
período clássico entre o século XI e XIII.

Mas aquelas transformações atingiram a própria essência do feudalismo sociedade fortemente


estratificada, fechada, agrária, fragmentada politicamente, denominada culturalmente pela
igreja. Aquela sociedade passava da etapa feudo clerical para o feudo burguesa na qual o
segundo elemento ia lenta, mas firmemente sobrepujando o primeiro: emergiam as cidades e
as universidades, a literatura vinculada à filosofia racionalista, a ciência empírica, as
monarquias nacionais. Em suma, o ritmo histórico d idade média foi acelerado, e com ele
nossos conhecimentos sobre o período sua influência e adolescência cobriram boa parte de
sua vida, no entanto as fontes que temos sobre elas são comparativamente poucas. Mas,
enfim que conceito tinha Idade Média os próprios medievos. Apesar dos progressos
metodológicos das últimas décadas. A resposta mesmo provisória é incompleta, precisaria ser
matizado no tempo e no espaço, e ainda considerar duas grandes vertentes, a partir de
interpretações teológicas, e dos leigos, presa as concepções antigas, pré-cristãs. Simplificando
essa bipolarização quanto à história partida de duas visões distintas quanto ao tempo.

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