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Relação Vassálica
Os camponeses (servos) trabalhavam, em média, três dias por semana nas reservas
feudais. Nos outros dias, se dedicavam ao manso- pequeníssima fatia do feudo. Era do manso
que os camponeses tiravam o próprio sustento. Embora se tenha uma ideia de liberdade, os
servos eram presos aos feudos, e parte da sua produção era destinada ao vassalo, além dos
impostos.
A Cavalaria
Rigoroso código moral e social, que pelo menos em tese, procuravam valorizar a
honra, a defesa dos valores cristãos e os mais fracos. Aos 18 anos, ao sagrar-se cavaleiro
(geralmente de origem nobre nobre, mas sem terras), o jovem se colocava a serviço de um
senhor. Ao passo do tempo, a cavalaria culminou nas Cruzadas.
As Cruzadas foram expedições militares abençoadas pela Igreja, que levaram europeus
ocidentais à Palestina. Promessas de vida eterna e lucros: o clero visava novos fiéis, a
nobreza visava mais terras e a burguesia (nova ordem social, que surgiu com o
desenvolvimento do comércio) - que financiou várias das expedições- tinha objetivos
mercantis. Todos ganhavam. Ou melhor, todos os que interessavam ganhavam.
O contato com o Oriente trouxe novos hábitos de consumo, o que fez com que os senhores
exigissem mais dos servos, aumentando a produtividade.
O desenvolvimento do comércio
Embora o comércio estivesse "esquecido" no princípio do feudalismo, a
comercialização não era nula. A partir do século XI, paralelamente às grandes mudanças
agrícolas, a atividade comercial voltou a se dinamizar, ao mesmo tempo em que a vida urbana
ganhou mais importância. Devido a explosão demográfica, a pouca disponibilidade de terras
para o cultivo fez com que milhares de trabalhadores deixassem os campos em busca de
novas atividades. Dedicando-se ao artesanato, os camponeses deram início a construções de
aldeias fora dos muros do castelo, nos cruzamento das rotas comerciais, aproveitando a
circulação de pessoas. Como reflexo da atividade comercial, essas aldeias, agora chamadas de
cidades, foram crescendo e enriquecendo, gerando assim, os burgueses.
O movimento comunal
As cidades lutavam pela autonomia. Não era para menos, elas haviam sido criadas
dentro dos feudos e os nobres ainda exerciam poder sobre elas. Buscando independência, os
moradores das cidades organizaram um amplo movimento - o movimento comunal -,
especialmente no fim da Idade Média, para conseguir a Carta de Franquia, que lhes dava
controle sobre a cidade. Em certos casos fez-se necessário recorrer a violência, uma vez que
muitos senhores, especialmente bispos, eram contrários à concessão da Carta de Franquia.
O movimento tinha como objetivo a liberdade das cidades e a preservação das conquistas
burguesas. Assim nascia uma cidade livre, que já não pagava mais taxas, que possuía
administração própria e força militar, além de gozar de uma jurisdição específica.
As atividades bancárias
Conforme o comércio crescia, o que fez com que a moeda voltasse a circular em peso,
as atividades bancarias iam surgindo. A primeira função era a de cambista, onde apenas se
trocavam moedas; depois, começou a realizar empréstimos de dinheiro; depois letra de
câmbio, enfim, a atividade foi se estruturando e ganhando novos trabalhos com o tempo. ノ de
se notar, que nesse período a Igreja condenava a cobrança de juros nos empréstimos.
A arte medieval
No campo artístico, o que se viu, durante a Alta Idade Média, foi a fusão entre
elementos culturais de diversas origens, como: romanas (técnicas, utilização de arcos na
arquitetura, pintura mural), orientais (formas rígidas marcadas por tradições sagradas),
germânicas (estilização geométrica) e célicas (utilização de linhas abstratas com finalidade
ornamental).
A arquitetura foi marcada por dois estilos principais: o romântico (séculos X-XII) e o
gótico (séculos XII-XIV).
Com a multiplicação das cidades no Ocidente, a vida cultural e as manifestações
artísticas deixaram de ser essencialmente eclesiásticas, embora o caráter religioso estivesse
presente.
As ordens mendicantes
No período final da Idade Média ampliou-se a distância entre os ricos e pobres, sendo
os ricos clérigos. Nesse contexto surgiu uma corrente de protesto contra a hierarquia
eclesiástica, defensora da pobreza e da indigência como virtudes máximas de um cristão.
Apesar do entusiasmo dessa nova corrente espiritualista, a Igreja a condenou, acusando os
seguidores de heresia. Com o tempo, assimilou-a e, já no século XIII, surgiram as Ordens
Mendicantes.
Duas importantes ordens mendicantes surgiram no século XII: a dos dominicanos -
fundada por Dominigos de Guzman, de família nobre castelhana – e a dos franciscanos –
fundada por Francisco de Assis, filho de um abastado comerciante da Itália. Essas duas ordens
não questionaram qualquer aspecto da doutrina católica ou a autoridade do papa. Enquanto os
dominicanos se dedicavam à pregação, propagando a doutrina cristã, os franciscanos
adotaram a imitação da vida dos apóstolos, baseando sua existência na humildade, na pobreza
e na oração. As duas ordens apresentavam ramos femininos (dominicanas e clarissas).
O êxito do movimento renovador e espiritual dos mendicantes foi enorme, dando novo
alento à Igreja, adiando, talvez, uma crise maior, que acabou emergindo no século XVI, com
a Reforma. As ordens mendicantes eram capazes de ver “a pobreza com outros olhos”, e com
essa visão, evitou uma segregação ainda maior dos pobres na Idade Média.
Os conflitos entre as esferas de poder
Haviam três esferas de poder: o poder universal, da Igreja; local, dos senhores
feudais; e nacional, dos reis. No início da Idade Média, as relações entre as monarquias
feudais e os poderes locais eram baseadas na vassalagem, e não era de se esperar que em
algum momento as coisas não saíssem como planejadas.
Os conflitos entre a Igreja e o Império atingiram seu clímax durante o século XI. As
divergências giraram em torno da intromissão do poder temporal nas questões do poder
espiritual, como a nomeação de bispos, o que dava ao imperador controle sobre os senhores
feudais eclesiásticos, além de poder interferir na escolha dos papas. Essa intromissão,
conhecida como cesaropapismo, contribuiu para desvirtuar os valores cristãos, uma vez que
para se tornar bispo não era necessário “ter o chamado de Deus”. Assim, muitos eram
casados, não levavam uma vida cristã e usavam de seus bispados (feudos eclesiásticos) para
obter lucro, muitas vezes comercializando os sacramentos (prática conhecida por simonia).
Práticas como essas deram início a um movimento renovador e reformador dentro da
própria Igreja, que se concretizou na fundação da Ordem de Cluny. Essa ordem, conhecida
também por Ordem Benedita, pretendia moralizar os costumes eclesiásticos, protegendo e
preservando a Igreja. A onda reformadora iniciada em Cluny rapidamente se espalhou por
várias regiões da Europa Ocidental, e, com a escolha de um antigo abade (papa Gregório VII)
da ordem para papa, os conflitos entre os poderes temporal e espiritual (império e papado)
chegaram ao auge. Ao condenar a prática da simonia, estimular o celibato clerical, subordinar
os bispos ao papado e definir que cabia ao papa a nomeação dos bispos, Gregório VII se
indispôs, definitivamente, com o Imperador.
Os conflitos se estenderam por longo tempo e só no século XIII foram resolvidos,
aparentemente a favor da Igreja. No entanto, as transformações sociais e econômicas que
ocorreram no final da Idade Média, comprometeram seriamente a autoridade eclesiástica e a
própria teocracia papal. Nesse período, não apenas as comunas se afirmaram, mas também as
emergentes monarquias nacionais. Essa nova realidade se revelou desastrosa aos poderes
locais, ao papado e suas pretensões de autoridade supranacional, e ao próprio Império, cujo
prestígio estava comprometido pela emergência dos Estados Nacionais.
A peste negra
Os camponeses respondiam à superexploração com maciças fugas, o que fazia com
que os rendimentos nobres diminuíssem ainda mais. De qualquer forma, a fome foi uma
constante, debilitando a população. Essa situação se agravou ainda mais, quando uma nova
epidemia atingiu a Europa. Era a peste bubônica, vinda do Oriente, transmitida pelas pulgas
dos ratos e que ficou conhecida como Peste Negra. Encontrando uma população já
organicamente debilitada, a peste eliminou ceca de 1/3 da população europeia. O desespero
passou a to,ar conta da população sobrevivente.
As revoltas camponesas
O recrudescimento da exploração feudal, as catástrofes naturais e a dizimação
provocada pela peste negra produziram um quadro crescente de instabilidade social, que se
traduziu em inúmeras revoltas camponesas. Milhares de camponeses se rebelaram contra os
nobres e os bispos, deixando-os temerosos. As revoltas buscavam, principalmente, eliminar o
domínio dos senhores.