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História

Frente 2 (Geral)
Capítulo 4
Idade Média
Aula de História 22/03/2021
Professor: Sartô
 Conteúdo: Idade Média, Capítulo 2.

 Neste capítulo estudaremos o desenvolvimento do continente europeu no


período entre os anos de 476 até 1453.
 O período aborda o fim do protagonismo do império romano até a tomada de
Constantinopla pelos turcos-seldjúcidas.
Idade Média

 “Idade das Trevas” – uma visão pejorativa forjada no século XV por uma visão
iluminista. Esse período foi dominado pelo imaginário cristão criado pela Igreja
Católica. Os pensadores do século XV julgavam a Idade Média como um período de
pouca produção intelectual.

 Dividimos o período em: Alta Idade Média – Século V até meados do Século IX e
Baixa Idade Média – Século IX até o século XV (1453).

 Nessa definição enxergamos mais o fluxo comercial na Europa.


Queda do Império FLUXO COMERCIAL
Renascimento Comercial
Romano 476 d.C.

Alta Idade Média Baixa Idade Média

TEMPO

Feudalismo
As Cruzadas

Século IX
O Império Bizantino
 Manteve-se estável enquanto o Império Romano do Ocidente ruía com
as invasões bárbaras.
 Durou mil anos, até a invasão dos turcos otomanos.
 Economia: urbana, comercial e centralizadora.
 Localização favorecia
 Apogeu com Justiniano (527 – 565), promove um compilado grego e
romano.
 Abandona o título de Augusto, torna-se o Basileu.
 Religião: cesaropapismo
 Cisma da Igreja em 1054 (desentendimentos sobre os dogmas, a
natureza de cristo). Papa Leão IX x Patriarca Miguel Cerulário.
 Império multicultural (gregos, sírios, armênios e judeus)
Expansão Islâmica

 A civilização Árabe
 Unificação sob o domínio de Maomé (570 d.C.)
 Em 622 ele converte-se e passa a pregar a fé num único deus.
 Foge de Meca para Medina (hégira, Ano 1 do calendário muçulmano)
 Em 632 ele unifica as tribos árabes e conquista Meca.
 O cunhado expande os domínios após a morte de Maomé em 632 (sermão do
adeus). Poder passa para os Califas.
 Corão = 114 suratas (revelações divinas)
 670 já dominam o norte da África (Magreb)
 711 invadem a Península Ibérica e 732 são barrados na Batalha dos Pirineus
por Carlos Martel (Mordomo do Paço).
 *SEM MAOMÉ NÃO HAVERIA CARLOS MAGNO (Henri Pirenne – Historiador)
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC
 Aula de História, continuação: 29/03/2021
 Capítulo 2
Idade Média: Alta e Baixa, definições!
 Alta Idade Média: Período de pouca produção agrícola, a
produção servia para sustento próprio e não para
comércio. Também por isso a circulação de moeda
(dinheiro) vai praticamente desaparecer.
O poder político que era centralizado em Roma vai se
fragmentar, dando origens aos reinos.
A instituição que organiza a vida em sociedade e
politicamente é a Igreja. Ela constrói o imaginário
social.
 Nesse período serão os REIS que possuem grande poder.
A população vive em áreas rurais e as cidades estão
abandonadas.
 Tudo isso ocorre entre os séculos V e IX.
Reinos Bárbaros

 Povos que invadiram territórios romanos antes de sua queda. De origem


Germânica.
 São responsáveis pela ruralização da Europa. Levando a um processo de
declínio cultural e econômico.
 Darão uma nova realidade ao cenário europeu.
 O poder é descentralizado.
 Dessa descentralização e da ruralização (reinos), vai surgir a relação de
COMITATUS. (grupo de guerra)
 *Colonatus – regime de servidão (servo – ligado a terra)
 *Comitatus – aliança militar, proteção mútua (nobres – possuidores de terras)
Reinos Francos

 Dinastia Merovíngea: *cristãos, *herança romana, *conversão do Rei Clóvis


(496 d.C.)
 Período dos reis indolentes. Ascendem os Mordomos do Paço (prefeitos de
palácio ou Major Domus)
 Carlos Martel barra os muçulmanos em 732 (Batalha de Poitiers). Morte 741
 Pepino, o breve, assume. Ajuda a igreja a defender suas terras contra
bárbaros. O Papa o reconhece como verdadeiro rei.
 Nasce a dinastia Carolíngia.
 Carlos Magno (filho) inicia o processo de combate a lombardos, saxões e
muçulmanos (768 – 814). Extenso reino cristão.
 Intercede por Leão III, em 800 é coroado imperador do Ocidente. (poder
temporal e poder espiritual). Nasce o Medievo.
Império Carolíngio (Carlos Magno)

 Para melhor administrar funda as Marcas, Condados e Ducados. Marcas e


Ducados para defesa na fronteira. Condados para administração da igreja.
 Missi Dominici: fiscalização (1 religioso e 1 laico)
 814 morre Carlos Magno.
 Reinado de Luís, o Piedoso. Rei fraco, permite a fragmentação do reino.
 Conflito entre os filhos. Tratado de Verdun divide o império para:
 Carlos, o calvo.
 Luís, o Germânico.
 Lotário, ...?
 Germe do feudalismo: *poder descentralizado, *economia agrícola, *trabalho
servil, *amonetário, *comércio pouco desenvolvido.
 *Durante a Idade Média a Europa não faz boiar uma tábua no Mediterrâneo.
A queda carolíngia

 O período de reis fracos coincide com o período de novas invasões em solo


europeu.
 Vikings invadem a Normandia. Sarracenos invadem o litoral da Itália e França.
E os magiares (húngaros) norte da Itália e Alemanha.
 O poder vai se concentrando cada vez mais nos poderes locais, ignorando a
unidade central.
 Em 987, morre o último rei da dinastia carolíngia, Luís V.
 É escolhido Hugo Capeto como rei pelos aristocratas.
 Tem início a dinastia capetíngia.
O Feudalismo

 O processo consiste na fusão do mundo


romano com o germânico.
 Dos romanos: vilas, unidade de produção
rural tendendo a autossuficiência; o
regime de colonato (servos); declínio da
vida urbana; declínio do comércio e
Estado centralizado fraco.
 Dos Germânicos: economia amonetária;
relações de SUSERANIA e VASSALAGEM;
poder descentralizado e instabilidade
gerada pelas próprias invasões.
A sociedade Feudal

 Sociedade estamental
 A nobreza (possuidora de terras) se
torna a classe dominante e
passando o poder de forma
hereditária.
 Camponeses. Servos ligados a
terra. A vida do servo era produzir
e pagar impostos.
 Clero. Aristocracia da Igreja.
Domina o campo espiritual e forma
o imaginário da população local.
O imaginário social feudal

 A sociedade se organiza no
nascimento. Determinista.
 Em suma, não existe ascensão
social.
 A Igreja tem o papel de organizar o
imaginário da população e evitar
revoltas sobre a realidade.
 “Para que as ovelhas possam dar
lã, é preciso que o pastor as
guarde e os cães as protejam”.
O Feudo

 Feudo é o território do Senhor


Feudal (dono das terras), divide-se
em mansos:
 Manso Senhorial: metade da terra
agricultável e área do castelo.
 Manso Servil: outra metade da
terra agricultável, área de trabalho
dos servos.
 Manso Comunal: terras coletivas
(pastos e bosques)
A vida do Servo

 Os impostos:
 A Corveia: o servo trabalha de 3 a
4 dias na semana no manso
senhorial. Tudo produzido ali é do
senhor feudal.
 A Talha: metade da produção do
manso servil é do senhor feudal.
 Banalidade: pelo uso do
ferramental.
 Dízimo (tostão de Pedro): 10% da
produção para Igreja.
 Capitação: Por nascimento
 Mão-morta: caso servo morra, para
que sua família possa permanecer
trabalhando no feudo.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
A crise do feudalismo

 Segundo Marx, todo sistema de  Já no século X, o poder ia se


produção tem em si os germes da fragmentando com o fim dos
sua destruição. Carolíngios. Porém a Igreja assume
o papel centralizador.
 No caso do feudalismo, o
aperfeiçoamento de técnicas de  Ascende Henrique da Saxônia, e
produção produz um excedente ergue-se o Sacro Império Romano-
que dinamiza o comércio. Germânico. Mais germânico que
romano nesse momento.
 Isso leva um aumento populacional
também e a necessidade de
expansão territorial.
 *coloque no forno pré-aquecido e
espere a batata assar.
A Baixa Idade Média e a crise feudal

 O aumento da produção vai levar ao  Ocorre um processo de


dinamismo mercantil e ao urbanização bem
crescimento populacional. primitivo.
Desestabilizando o modelo
socioeconômico feudal.  Porém, existem alguns
empecilhos ao
 Esse dinamismo vai produzir feiras
desenvolvimento.
itinerantes.
 Também se produz uma
 Dentre eles, o vizinho. Os
centralização de poder. E dando muçulmanos controlam
estabilidade para que houvesse tanto o comércio do
desenvolvimento da parte Mediterrâneo quanto
tecnológica da produção. parte das terras
europeias.
As cruzadas

 Dispõe de 3 tipos de objetivos.  O discurso de Urbano II apela para


os 3 objetivos. Lutar contra o infiel
 Religioso: libertação do Santo
e adquirir terras que ele afirmava
Sepulcro.
ser mais ricas que a dos europeus.
 Político: Expansão territorial.
 Econômica: Expansão mercantil
(abertura do Mediterrâneo).
 1095, Concílio de Clermont. Papa
Urbano II convoca os cristãos para
uma retomada de Jerusalém dos
turcos seldjúcidas.
Cruzadas

 A cruzada dos Mendigos.  A 3º cruzada: Dos Reis. Organizada


Organizada por Pedro, o eremita e após o sultão Saladino retomar
por Gautier Sem-Vintém. Não Jerusalém. Ricardo I, coração de
possui apoio oficial da Igreja. São Leão (Inglaterra), Felipe II da
derrotados pelos turcos em 1096. França e Frederico Barba-ruiva do
Sacro Império são os financiadores.
 Em 1096, organizada pela Igreja, a
Sem sucesso, apenas trégua para
cruzada dos Nobres é conhecida
peregrinação cristã.
como a primeira Cruzada.
Conquista Jerusalém  4º cruzada: Comercial. Organizada
temporariamente. por comerciantes venezianos
contra Constantinopla. Vence em
 Cruzada das crianças. Realizada
1261 e toma o maior entreposto
sob a mística de que somente os
comercial entre Oriente e Europa.
puros de coração poderiam entrar
Império Latino do Oriente.
na cidade sagrada.
Cruzadas e o Renascimento Comercial e
Urbano
 O movimento imposto pelas  Da mesma forma o comércio se
cruzadas mostra que a Europa torna mais ativo na região de
havia se recuperado Flandres e na costa do Mar Báltico.
financeiramente e também a
 A região de Champagne também é
coloca disposta a um potencial
grande foco comercial.
comercio com o Oriente.
 Assim atingimos o famoso
 Assim, cidades como Gênova,
Renascimento comercial.
Veneza, Bari e Nápoles tornam-se
grandes impérios marítimos.  Os burgos vão ganhar destaque e os
Abastecendo a Europa com servos começam um processo de
perfumes, tecidos, café, marfim e acumulo primitivo de capital e
especiarias. Veneza também traz investimento em técnicas.
para a Europa arroz, frutas cítricas
e açúcar para Europa.
Rotas comerciais
Renascimento urbano

 O desenvolvimento das cidades contou com o desligamento das regiões dos


feudos. Para isso foi necessário pagar por elas ou lutar. Assim elas ganhavam
as cartas de franquia.
 Na Itália essas cidades eram chamadas de repúblicas ou senhorias, na
Alemanha cidades-livre, na Pen. Ibérica de conselhos e de comunas na
França.
 No século XI surgem as primeiras organizações de atividades comerciais. As
cidades alemãs, lideradas por Lübeck, formaram a Liga Hanseática.
 Corporações de Ofício: reunia todos os profissionais de um ofício afim de
assegurar o monopólio da produção. Controlam oferta e procura e
regulamentam a produção evitando concorrência. Guildas era o
equivalente para os comerciantes.
Formação das Monarquias Nacionais

 Essa organização econômica que  Com a fragmentação de reinos,


desenvolveu uma nova classe cada um com sua moeda e
enriquecida, permite uma tributação, desestimula a atividade
elaboração de estrutura que mercantil.
assegure essas atividades.
 O interesse agora é num Estado
 A nova classe que surgiu nos burgos centralizado, com unidade
(burguesia) começa a se articular monetária e tributária. Com
para ampliar seu poder. padrão de pesos e medidas para
facilitar o desenvolvimento
 O interesse num Estado unificado e
econômico dessa nova classe.
com o poder centralizado nas mãos
de uma pessoa, significa maior  O empecilho nesse momento se dá
tranquilidade e incentivo ao pela nobreza e pela Igreja.
comércio.

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