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INTRODUÇÃO

Este trabalho é um estudo da instituição da Monarquia no Antigo Israel - séculos XI a


VI a.C. considerando os relatos da Historiografia Deuteronomista, bem como o seu
contexto de produção. Conforme a narrativa bíblica, o juiz Samuel recebeu dos anciãos
do povo o pedido de que houvesse um rei para Israel, assim como nas demais nações.

Segundo a Bíblia, Samuel tinha uma conduta recta, mas seus filhos não seguiam o seu
exemplo. Ele já estava em idade avançada, e não havia quem o substituísse à altura.
Havia, também, a ameaça militar do povo filisteu. Israel buscou, com a monarquia, uma
organização política para formar um exército que enfrentasse os inimigos, consolidando
a posse da “Terra Prometida”. E por sua vez, Samuel ungiu Saul como o primeiro rei, .
Saul tinha-se já distinguido em diversas batalhas contra os inimigos vizinhos, oque mais
facilitou a escolha e a oportunidade da unção aos o «consentimento» de Javé, segundo
critério da «história. Com a morte de Saul, as tribos do Sul elegeram David como seu
rei (2Sam 2). David, foi consagrado rei de Judá em Hebron. Para a Bíblia, é David,
autentico fundador da Monarquia em Israel.

Salomão foi filho de David e de Betsabé, que fora a esposa de Urías. Para a segurança
do seu trono, começou por eliminar de maneira sangrenta, aos seus competidores.
Depois, passo a passo, foi organizado o reino e engrandecendo-o, até este atingir um
esplendor que nunca mais será atingido pelo Israel e Judá.

Com a morte de Salomão, a monarquia ficou fatalmente desagregada. A dinastia de


Davi continuou a controlar Judá e uma área flutuante de Benjamim. Todas as outras
tribos se retiraram a fim de formarem sua própria monarquia, a qual levava o nome
nacional abrangente de "Israel", em contraste com a conservação do nome tribal de
"Judá" para o reino do sul.

Ob E para terminar, o trabalho está estruturado de seguinte forma: introdução,


desenvolvimento, conclusão e a respectiva referência bibliográfica.
HISTÓRIA DA BÍBLIA: MONARQUIA

1. o conceito e origem da monarquia

Etimologicamente a palavra monarquia, vem do Grego monarkhia: monós =um, arkhia=


poder, logo Monarquia, é um governo de uma só pessoa. Segundo A. R. Queiró «
monarquia é o governo supremo de uma só pessoa, governo que degenera em tirania se
é exército, não de acordo com interesse geral, mas de acordo com interesse particular do
governante».1

Portanto, compreende-se a Monarquia como sendo um governo concentrado numa e


única pessoa, que tem como o responsavel,ele é o responsavel de elaborar as leis.

Monarquia é o regime que, para sua fundamentação, justificação e legitimação mais tem
recorrido à metafisica política. E esta define-se pela conexão do poder soberano com
transcendência, qualquer que seja o seu nome. Desde o rei- Sacerdote das sociedades
primitivas até ao rei constitucional das sociedades mais evoluídas, passando.

A. R. Queiró, no seu livro afirma que: « A Monarquia começa, à época dos juízes
mencionando o que teria contribuído para a instituição da realeza, bem como a oposição
que se faz a esta forma de governo. O foco analítico é a monarquia Unida de Israel sob
os reis Saul, Davi e Salomão2».

Como afirma N.K .Gottwald: «A monarquia de Israel abrangiu quatro séculos, duas
vezes a extensão da era intertribal. Os três primeiros reis governaram sobre um reino
unido. Afirma-se que Davi e Salomão reinaram quarenta anos cada um (2Sm 5,4; 1Rs
11,42), mas estes podem ser números redondos para exprimir reinados longos e amplos.
Num texto perturbado (1Sm 13,1), afirma-se do predecessor deles, Saul, que reinou
durante dois anos; possivelmente um número adicional desapareceu e o reinado
verdadeiro de Saul foi algo como doze ou vinte e dois anos. A monarquia unida durou
aproximadamente um século».3

Com a morte de Salomão, a monarquia ficou fatalmente desagregada. A dinastia de


Davi continuou a controlar Judá e uma área flutuante de Benjamim. Todas as outras

1
A. R. QUEIRÓ, Monarquia, enciclopédia Luso - Brasileira de Cultura: em A. P.D. Magalhaes, Braga,
Lisboa: editor verbo,
2
L. S. LEONARDO, Monarquia de Israel: um caso singular de realeza, porto,2018, p.27
3
N.K .GOTTWALD, Introdução Socioliterária à Bíblia Hebraica, São Paulo,Paulinas,1988, p.219
tribos se retiraram a fim de formarem sua própria monarquia, a qual levava o nome
nacional abrangente de "Israel", em contraste com a conservação do nome tribal de
"Judá" para o reino do sul. Ambos os reinos se estenderam paralelamente por 212 anos,
até a queda de Israel para a Assíria em 722 a.C. Judá sobreviveu outros 136 anos antes
de sucumbir para a Neobabilônica em 586 a.C.

SAUL (C.1033-1012)

O 1 livro de Samuel reflete-nos as oposições a instituição real. Em (1Sm 8, 10, 17-


24 .12), neste capitulo, encontramos os inconvenientes da realeza, temos a oposição
adversa, as dos que preferiam que Israel continua-se a ser dirigido em nome de Deus,
por chefes carismáticos. Em (1Sm 9, 1-10. 16; 11) etc., vemos a posição dos que
preferiam ver Israel governado como as outras nações. E parece que aquela seria a
posição de Samuel por temer que a monarquia a conduzisse o povo a apostasia.

Finalmente, encontramos Samuel a ungir Saul como o primeiro rei de Israel. Saul tinha-
se já distinguido em diversas batalhas contra os inimigos vizinhos, oque mais facilitou a
escolha e a oportunidade da unção aos o «consentimento» de Javé, segundo critério da
«história religiosa». Do início, lutou corajosamente e levou de vencida os inimigos de
Israel, contando com a preciosa ajuda de seu filho Jonatas. Pouco a pouco, o povo foi-se
distanciando dele, e também, lentamente, os filisteus de novo se foram apoderando da
palestina e Saul, com seu filho Jonatas, termina por ser morto na batalha de Guilboaa,
contra os mesmos filisteus (1Samuel 31).4

Operava Saul com um corpo de guerreiros, benjaminitas amadurecidos, ao qual foram


acrescentadas, quando necessárias, as levas de outras tribos. Possuía ele um quartel-
general em vez de uma capital no uso comum. Não há sinal algum de que ele tivesse
montado um aparato de estado para taxar ou alistar potencial humano ou para cobrar
tributo dos povos conquistados. No que se afiguram os segmentos mais antigos das
tradições de Saul, ele é denominado nagid "príncipe/comandante", em vez de melek,
"rei". Parece que Saul exerceu liderança militar central "durante a duração" da
emergência filisteia, a qual, no seu caso, resultou ser "por toda a vida". Os poderes
desempenhados fazem com que ele pareça mais "chefe" militar intertribal do que "rei"
no sentido comum do antigo Oriente Próximo. Por outro lado, já cedo se supunha que
um de seus filhos lhe sucederia no trono, de maneira que uma tendência dinástica se não

4
3 R. N. WHYBRAY, The Succession Narrative, SBT, 2 sér., 9 (Londres, SCM Press, 1968), 50-55
uma legitimação dinástica completa pelas tribos surgiu ao menos pela época de sua
morte.5

DAVID (1012-1972)

David, foi consagrado rei de Judá em Hebron. Para a Bíblia, é David, autentico
fundador da Monarquia em Israel. Começou como soldado de Saul, que inicialmente o
admirava e, sobretudo, o temia (cena de Golias: 1Sam 17,1ss). Pouco a pouco, foi-se
impondo como estratega, e os seus golpes contra os filisteus granjeiam-lhe a admiração
popular. Talvez por isso, esmo, Saul vai lhe retirando a confiança, e termina por querer
elimina-lo a todo o custo. A sagrada escritura marra-nos ao vivo a oposição dramática
entre estes dois homens (1Sam 18, 6ss). Por fim, David tem de fugir para o deserto,
sendo acompanhado por um grupo de guerreiros seus amigos devotados. Durante cerca
de sete anos tem de se manter a luta contra a casa de Saul.

Com a morte de Saul, as tribos do Sul elegeram David como seu rei (2Sam 2), enquanto
as tribos do norte obedeciam ao filho de Saul, Isboset, que ao fim de dois anos é
assassinado, durante sete anos, David reina somente sobre (a casa de Judá 2Sam 2,11),
tendo como capital a cidade de Hebron. Por fim, também as tribos de norte vieram pedir
a David para reinar sobre elas, afim de que as proteger dos filisteus: e assim se dá a
unificação dos dois reinos. Começa então a sério a guerra contra os filisteus, que David
consegue vencer, confiando os a algumas cidades costeiras.6

Depois reúne seu exercito pessoal e conquista a cidade de Jerusalém, até então habitada
pelos Jebuseus (2Sam 5,6-11). E daí imediatamente a sua capital, no ofel, (monte Sião),
preocupando em dar à cidade a máxima importância, quer pessoal, quer política, quer
religiosa. Para lá transladou a arca da aliança, convertendo assim Jerusalém na cidade
santa.

Embora sem ter podido construir templo para Javé, como pretendia, o seu reino
começou a assumir a devida importância nos confins da Síria- palestina. Conquistou
todo território de Canaã na terra prometida; dominou, igualmente, as Amonitas, os
Moabitas, e os Edomitas. Morreu após 40 anos do reinado, já velho e cansado, tendo
ainda nas vésperas da morte, nomeado Salomão para o seu sucessor no ano 972 a.C. Já
5

6
no fim dos seus dias, David teve de sofrer imenso por causa de seus filhos, e sobretudo
pela revolta de Absalão (2Sam 15), em que se advinha uma luta, mesmo sangrenta, de
sucessão ao trono.7

Salomão (972-931).

Salomão foi filho de David e de Betsabé, que fora a esposa de Urías. Para a segurança
do seu trono, começou por eliminar de maneira sangrenta, aos seus competidores.
Depois, passo a passo, foi organizado o reino e engrandecendo-o, até este atingir um
esplendor que nunca mais será atingido pelo Israel e Judá.

Dividindo o reino em 12 distritos geográficos, conseguiu suprimir os antigos limites


tribais. Em cada um desses distritos construiu cidades fortificadas, e nelas colocou
representantes reais homens da sua confiança quem, além de manter a autoridade real,
cobravam também os impostos anuais com que se mantinha o fausto deste reinado.
Construiu complexo templo -palácio real, o chamado primeiro templo e seu palácio real.
Depois continuou as construções, até reunir este complexo à chamada cidade de David.
Entretanto, explorou as minas do Sinai, e construiu um porto de mar no golfo de
Aqaba(Esion - Gaber) , desenvolveu enormemente o negócio de cavalos (comprava-os
no Egipto e vendia aos hititas e aos sírios), e conseguiu estender a sua influência à
África e a Arábia.

Entretanto, a vida privada de Salomão foi-se deteriorando progressivamente: o rei forma


um enorme hareem de mulheres estrangeiras, que paulatinamente espalham a idolatria.
Para lhe agradar, o próprio rei manda construir em Jerusalém templos pagãos.

Por outro lado, o problema dos impostos foi complicando cada vez mais no seu reinado,
tanto mais que as tribos meridionais, sobre tudo a de Judá, eram as favorecidas. Tudo
isto vai preparando os espíritos para a cisma que vemos já deflectido na passagem do
encontro de Jeroboão com profeta Aias (1Rs 11,26-40). Após reinar durante quarente
anos, morreu na cidade de David, onde foi sepultado.8

8
2. DIVISÃO DOS REINOS

2.1 O REINO DO NORTE (OU DE ISRAEL) E O REINO DO SUL (OU DO JUDÁ)

No período da divisão, no ano 931 a.C até no ano 843, há evidenciais arqueológicas.
Com a morte de Salomão Roboão tomou o poder e chamou o ancião de Judá para
confirmar a sua realiza. No mesmo encontro os anciãos apresentaram-lhe uma surpresa
pedindo-lhe que se diminui-se os impostos. Então Roboão, filho de Salomão pediu
tempo pra se aconselhar. Dirigindo- se aos amigos de infância que eram da nova escola
administrativa decidiu fazer mais do que o pai havia feito. Perante a resposta de Roboão
aos anciãos, as tribos do norte decidiram separar-se do reino de Roboão (1Rs.12),
perante esta situação Jeroboão foi eleito rei das tribos do norte no ano (1930-1900). a.C.
a divisão foi permanente.

A partir deste tempo o reino de Israel referia-se ao norte que estabeleceu a capital em
Siquém, Tirsa e finalmente em Samaria.

Assim, a palestina estava dividida em dois reinos reino do norte (de Israel) e o reino do
sul (Judá) que se considerava reino legítimo o reino de Israel que se separou os reis
fizeram pecar todo povo.

A história dos dois reinos, mistura-se com acontecimento internacionais. E até o


Egipto, a Síria, a Babilônia, mistura-se com a palestina. Além dos acontecimentos
internacionais, havia as misturas com políticas locais: Síria Edom, Filestia e Fenícia.

A casa de Amri (885-884)

Amri, significa vida dada pelo senhor, neste período, Amri foi nomeado rei pela tropa e
estabeleceu a capital em Tersa. Mais tarde transferiu a capital de Tersa para Samaria, e
posso real era a casa de marfim. O seu filho Acab, reinou entre 874-853 a. C, teve a
política activa na Fenícia, e casou-se com a filha do rei Jezebel.

Acab, faz parte da coalizão dos reis da palestina e a Síria, contra Salmansaser II, REI
DA Síria. Em 853 a. C, o rei da Síria ganhou, mas não conseguiu destruir a colisão. Os
sofrimentos causados pelas guerras, criaram descontentamentos pós a presença
estrangeira criou problemas de religião. Os círculos encorajaram uma rebelião contra o
rei Jeu, (841-814).
Jorão continuo a reinar. Portanto em Judá matou o rei de Israel e Jezebel. Que lhe levou
a continuar a pagar o tributo ao rei Salamanasar III (841 a.C), entretanto em 853-842
a.C, encontra-se a descrição do rei Mesha de Moab ao povo. Com o tributo de Jeu, o
território foi diminuído. A integridade territorial foi estabelecida pelo Jeroboao II em
783-743 numa era de paz e prosperidade.
Conclusão

Enfim, a Bíblia como fonte é uma possibilidade de estudos para a História do Antigo
Israel. Entretanto, para este objetivo, devemos analisar tal fonte com técnicas
empregadas na análise da literatura secular tal como afirmam Alter e Kermode (ALTER
e KERMODE, 1997, p.13).

Quanto à monarquia, forma de governo estranha para as tribos nômades israelitas, foi
considerada maléfica e pagã, pois era uma referência dos povos cananeus. A instituição
da realeza foi uma violação da Aliança do Sinai, à época de Moisés: Agora, se ouvirdes
a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade peculiar
entre todos os povos, porque toda a terra é minha. Vós sereis para mim um reino de
sacerdotes e uma nação santa. Estas são as palavras que dirás aos filhos de Israel. (Ex
19, 5 s.).A monarquia também foi o palco de muitas intrigas dinásticas na corte do rei
Davi, as quais não teriam motivo algum para ocorrer não fosse a opção pela via
monárquica. (2Sm 15, 1-12); (2Sm 16, 1-4) (2Sm 19, 40-43).

Contudo, ela foi uma escolha para o exercício de um governo pretensamente mais
organizado, que transformou um povo nômade em uma nação, recebendo,
posteriormente, o beneplácito de Yahweh no pacto feito com Davi, cuja promessa foi
estabelecer a “Casa de Davi para sempre em Israel.” Ou seja, haveria uma dinastia real a
partir de Davi. Seria a consolidação ou aceitação da realeza.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

ALTER, Robert e KERMODE, Frank. Guia Literário da Bíblia. São Paulo, Unesp,
1997. BERLESI, Josué. História, Arqueologia e a Cronologia do Êxodo: Historiografia
e Problematizações. Cidade: Sinodal, 2008.

CARVALHO, Tiago Samuel Lopes. A Origem do Conceito de Reino na História de


Israel. Anais do Congresso ANPTECRE, 2015.

CLEMENTS, R.E. (Org). O Mundo do Antigo Israel. São Paulo: Paulus,1995.

ATLAS BIBLICOS........................................

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