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Tribos israelitas
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Tribo de Israel (do hebraico )שבטי ישראלé o conjunto de unidades tribais patriarcais ou clãs
familiares do antigo povo de Israel, que de acordo com a tradição judaica, se originaram dos
doze filhos de Yaacov (Jacó), neto de Avraham (Abraão).[1]
As doze tribos teriam o nome de dez filhos de Jacó. As outras duas tribos restantes
receberam os nomes dos filhos de Yossef (José), abençoados por Jacó como seus próprios
filhos. Os nomes das tribos são: Rúben, Simeão, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser,
Naftali, Benjamim, Levi e José,[2] sendo que Manassés e Efraim, filhos de José, receberam
porções de terra, porém podem ser considerados meia-tribos. Apesar desta suposta
irmandade as tribos não teriam sido sempre aliadas, o que ficaria manifesto na cisão do
reino após a morte do rei Salomão. Com a extinção do Reino de Israel ao norte, nove tribos
desapareceriam exiladas por Senaqueribe rei Império Neoassírio. As outras tribos restantes
(Judá, Benjamim e Levi) constituiriam o que hoje chama-se de judeus e serviria de base para
sua divisão comunitária (Yisrael, Levi e Cohen).
As "Doze Tribos", levando em consideração que os filhos de José (Manassés e Efraim), que
foram considerados parte das tribos de Israel ficando no lugar de Levi e José na posse de
terras, por seu avô Jacó, considerá-los como seus próprios filhos, formando assim, as Doze
Tribos de Israel.
Histórico Bíblico
O livro de Gênesis conta da descendência do patriarca Jacob, mais tarde batizado por Deus
como Israel, e de suas duas mulheres (Lia e Raquel) e duas concubinas (Bila e Zilpa). Jacó
teve ao todo 12 filhos e 1 filha (Dinah), cujos nomes estão acima citados. Neste momento da
narrativa, o cronista bíblico concentra-se no relato da história de José, de como ele foi
vendido pelos seus irmãos, como obteve importância política no Egito, e de como voltou a
reunir sua família. A narração conta também que os 13 filhos de Jacó e suas famílias e
criados obtiveram permissão para habitar a fértil região oriental do Delta do Nilo, onde
teriam se multiplicado grandemente. Cada uma das 12 famílias teria mantido uma
individualidade cultural, de forma que se identificassem entre si como tribos separadas. A
narrativa ainda destaca que José teve 2 filhos, Manassés e Efraim, e seus descendentes
seriam elevados ao status de tribos independentes. Contudo, a Bíblia se refere a tribo de
Manassés como "meia tribo". Ocorre que na conquista das terras a tribo de Manassés ficou
dividida, parte dela ocupou o oriente do rio Jordão, sendo assim, foi chamada de Manassés
Oriental e a outra parte ocupou o ocidente do rio. Pela leitura de Josué 13.14-33, pode-se
concluir que a meia tribo de Manassés a receber sua herdade foi a oriental, em seguida, no
texto de Josué 17.1-18, a ocidental. Todavia, apesar da referência de meia tribo e sua divisão
geográfica, a tribo era uma só. Em Josué 17.17 pode-se ler claramente o motivo, tratava-se
de uma tribo numerosa, e portanto, carecia de um espaço maior para habitar.Com isso
encerra-se um número fixo de 12 tribos. Ao final de Gênesis, Jacó, em sua velhice, abençoa a
cada um de seus filhos, prenunciando o destino que aguardavam os seus descendentes no
futuro.
Em Êxodo, a Bíblia conta como Moisés, membro da tribo de Levi, e seu irmão Aarão,
lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a narrativa, as tribos são
contadas, e seus líderes e representantes são nomeados, demonstrando um forte senso de
individualidade entre as tribos e as meio-tribos de José. À tribo de Levi são designadas por
Deus a todas as tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados inclusive seria a
única tribo que poderia carregar a arca da aliança. As demais mantiveram-se com os
mesmos direitos e obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já
pudessem gozar de alguma superioridade política.
Hipóteses históricas
Para os Judeus, não há dúvidas da veracidade do relato bíblico e, há pouco, o que se discutir
sobre a origem das Tribos de Israel fora do contexto bíblico. No entanto, arqueólogos,
historiadores e estudiosos da Bíblia argumentam sobre a origem das tribos.
Há teorias que sugerem que apenas algumas das tribos teriam realmente saído do Egito, e
se fixado por alguns anos no entorno de Canaã, onde teriam encontrado outras tribos de
origem hebraica autóctones da região. Sua afinidade linguística e racial, em contraste com
as diferenças encontradas nos vizinhos cananeus teria encorajado as tribos a agirem em
regime de coexistência, e em algumas vezes, de cooperação, o que teria favorecido a
conquista de Canaã (uma miríade de cidades-estado e pequenos reinos independentes)
pelos hebreus. Neste caso, as tribos do Êxodo teriam sido aquelas de maior destaque na
narrativa bíblica, ou seja, Judá, Levi, Simeão, Benjamim, e as meio-tribos de Efraim e
Manassés, o que enfraqueceria toda a base histórica da narrativa do Êxodo. Já os
arqueólogos notam que não há vestígios concretos da passagem de um povo, estimado em
mais de 600 000 pessoas, por 40 anos pelo deserto entre o Egito e a Terra de Israel. Assim, a
narrativa de Gênesis e Êxodo não tem uma base histórica, embora alguns pontos pudessem
ter sido moldados para justificar com raízes familiares a união das 12 tribos.
O território de algumas das tribos, como Simeão e Aser, correspondiam a áreas mais tarde
dominadas por filisteus e fenícios, respectivamente. Após a narrativa da conquista de Canaã,
os relatos acerca destas tribos se tornam confusos, e as suas referências geográficas são
praticamente inexistentes, ou inconsistentes, dando a entender que essas tribos deixaram
de existir geograficamente, e seu povo foi absorvido ou por povos estrangeiros, ou por
outras tribos israelitas, ou por ambos, embora ainda fossem contados como parte das 12
tribos.
A meia-tribo de Manassés ocupou um vasto território nos dois lados do Rio Jordão, do Mar
Mediterrâneo até a Síria, próximo a Damasco. Efraim foi posicionada na região central,
incluindo as importantes cidades de Siló, Gilgal e Betel, cuja importância remete às histórias.
Entretanto, apesar da identidade racial, linguística e religiosa, e das histórias que as uniam
desde a sua criação, aparentemente havia uma certa cisão entre a tribo de Judá e as demais,
visto que o profeta Samuel refere-se algumas vezes a Israel e Judá como entidades
independentes unidas apenas por um contexto histórico. O rei Saul pertencia à tribo de
Benjamim, e adquiriu inicialmente a simpatia de todas as tribos, mas um movimento em
Judá, liderado por David, terminou por ocupar o poder após a morte de Saul, em batalha
contra os filisteus. Davi foi coroado em Hebrom rei de Judá, enquanto o restante de Israel
deveu lealdade ao filho de Saul, Isbosete. Houve uma guerra civil, com vitória de Davi. Ao
poupar a Casa de Saul, Davi ganhou popularidade. Após vários feitos militares contra povos
estrangeiros, viu as 12 tribos se unirem firmemente sob seu cetro. Seu filho, Salomão,
manteve sua autoridade sobre toda a Israel até sua morte.
Apesar desta união política, a própria narrativa deste período faz transparecer as profundas
diferenças políticas e mesmo culturais entre Judá (e ao final do reinado de Salomão,
também de Benjamim, já que os reis de Judá reinaram em Jerusalém, cidade benjaminita) e
as demais tribos. Uma diferença marcante na carga de impostos aplicados a Judá e às
outras tribos, favorecendo a primeira, principalmente numa época de constante expansão
territorial e grandes obras, foi o estopim para a desunião que se seguiu.
A governação do povo hebreu passou por três períodos: patriarcas, seguidamente, juízes e,
finalmente, reis.
Israel dividida
Com a morte de Salomão, uma facção liderada por Jeroboão viu nesta uma oportunidade
para resgatar Israel do poderio de Judá. A aclamação de Jeroboão significou a divisão
indissolúvel entre Judá (e Benjamim) e as demais 10 tribos, uma vez que o filho de Salomão,
Roboão, foi confirmado rei em Jerusalém. Formou-se assim os reinos de Judá, ao sul, com
sede em Jerusalém, e Israel, ao norte, com capital em Samaria.
Neste período, as tribos de Judá e Benjamim aparecem quase inteiramente fundidas entre si
(ou seja, as referências a Benjamim desaparecem, embora seu território e suas cidades
estivessem no coração do território de Judá), e o mesmo acontece com as outras 10 tribos
do norte. Dentre as tribos do norte, ainda se observam traços de individualidade na meiatribo
de Manassés, mas de maneira geral não há mais distinção física ou cultural entre elas. A
partir deste momento, as 12 Tribos de Israel passaram a ser uma alegoria, referindo-se ao
seu estágio original de união em nome de Deus, representando o ideal do povo hebreu,
especialmente no Novo Testamento, e não mais entidades políticas diversas.
De qualquer modo, é possível que o sistema de tribos tenha permanecido, mesmo que
apenas ao nível familiar devido à tradição de traçar genealogias, remetendo indivíduos aos
filhos de Jacó.
Um dos elementos que mais intrigam os estudiosos é o destino das Tribos de Israel,
sobretudo as 10 tribos do norte, cuja referência cessa completamente após as invasões.
As tribos perdidas
As conquistas assírias no século VIII a.C. abriram caminho para a conquista do reino do
norte de Israel. A queda de Samaria significou o fim do estado Israelita. Seu povo, ou
aqueles que sobreviveram, foram deportados para a Assíria e redistribuídos por todo seu
território. Neste momento, as 10 tribos do norte desapareceram por completo do relato
bíblico. O mais provável é que qualquer traço de união tribal tenha desfalecido com a
fragmentação das comunidades israelitas, e que os hebreus que sobreviveram ao processo
tenham se unido a estrangeiros e abandonado suas tradições.
Passado o tempo previsto por Jeremias, Ciro, o Grande conquistou a Babilônia, e enviou os
judeus de volta à Terra de Israel, designando para eles a província de Yehud, de maneira
geral, o mesmo território do antigo reino de Judá. Os judeus ali habitaram até o século II da
Era Cristã. Sua religião passou a se chamar "judaísmo", a prática religiosa de Judá (distinta
havia muito das práticas religiosas mais populares no Reino de Israel).
Entre o fim do exílio babilônico e a diáspora, os judeus nutriram um forte senso de união e
resistência a dominação estrangeira, tão forte que, mesmo após sua expulsão definitiva da
Terra de Israel pelos romanos, os judeus mantiveram laços entre as distantes comunidades
formadas por toda Ásia, norte da África e Europa, verdadeiras redes através das quais
sobreviveram suas tradições. Durante este período, o termo "judeu" significando um
seguidor da religião judaica suplantou o significado tribal do termo, e muitos estrangeiros de
origem não semítica se declaravam judeus. De toda forma, através dos judeus e do
judaísmo, a tradição da tribo de Judá sobreviveu até os dias de hoje.
Referências
Lia Rúben (1) Simeão (2) Levi (3) Judá (4) Issacar (9) Zebulom (10) Diná (11)
Raquel José (11) Benjamim (12)
Bila (criada de Raquel) Dã (5) Naftali (6)
Zilpa (criada de Lia) Gade (7) Aser (8)
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