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• Cânon hebraico: “Primeiros Profetas” (Nevi'im)

• Estes seis livros são denominados como os “Primeiros Profetas”


(Josué, Juízes, 1 e 2Samuel, 1 e 2Reis), considerando-os,
porém, como quatro. São contrastados com os “Últimos
Profetas” (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os Doze Profetas
Menores), também considerados quatro livros.
• Os primeiros profetas são históricos; os últimos exortativos.
• Cânon cristão: “Livros Históricos”
• A denominação de “Históricos” classifica de forma geral os
doze livros de Josué a Ester. Diferem dos livros de Moisés
quanto a sua ênfase:

O Pentateuco traça a história redentora desde a criação até a


morte de Moisés, com destaque à aliança e aos alicerces
legislativos de Israel.
Os Livros Históricos retratam o movimento da nação durante
toda a sua história na terra prometida.
• Todos os doze livros são anônimos.
• Foram copilados e escritos por vários indivíduos que possuíam
o dom profético, reconhecidos como representantes de Deus.
• Segundo a tradição judaica, quatro deles são geralmente
considerados os autores principais: Josué, Samuel, Jeremias e
Esdras (este último com o auxílio do sumo sacerdote Eleazar),
além de Natã e Gade. Jeremias foi auxiliado por Baruque, seu
secretário
• As palavras finais de Moisés sobre a aliança (Dt 28-30)
constituem uma introdução aos livros históricos.
• A obediência à aliança traria bênçãos (Dt 28), porém a
desobediência levaria o povo à perda da terra prometida (Dt
30).
• Os discursos que relembram a redenção do povo do Egito e as
obras de Deus entre o povo são recorrentes em todos estes
livros (Dt 4; Js 23; Jz 2.11-23; 1Sm 12; 2Sm 7; 1Rs 8; 2Rs 17.7-
23).
• A mensagem de Dt 28-30 se repete em diferentes momentos
da história de Israel, onde a padrão de reprovação é dado por
Jeroboão, que não fez o que Javé estipulara na aliança. Em
contrapartida, o padrão de aprovação é o rei Davi, que seguiu
as estipulações da aliança.

• Durante este período houve intensa atividade profética, que


mostra a paciência e fidelidade de Javé à aliança estabelecida
com Israel.4

• Estes livros registram a história de Israel, desde a ocupação da


terra prometida, sob a liderança de Josué, passando pelos
exílios até a restauração parcial. O período coberto é de cerca
de mil anos, de 1400 a 425 a.C.
Narram parte significativa da história de Israel:

• Josué: conquista e divisão da terra (1400 a.C.)


• Juízes e Rute: instabilidade política (1050-1000 a.C.)
• 1 e 2 Samuel: fundação e apogeu da monarquia
(930 a.C.)
• 1 e 2 Reis: divisão do reino e queda da monarquia (930-586
a.C.)
• 1 e 2 Crônicas: breve história de Judá até o exílio
• Esdras, Neemias e Ester: retorno do exílio e reconstrução do
reino (425 a.C.)
• O nome bíblico para a área era Canaã, a terra onde Canaã, filho
de Cão, se estabeleceu, e que tinha sido prometida a Abraão.
• O nome Palestina não era usado nos tempos bíblicos. Derivou-
se mais tarde do termo “filisteus”, que identificam os povos
chamados de “palaistinos” pelos gregos, e de “palestinos” pelos
romanos.
• Área de aproximadamente 28.500 km, com grandes contrastes
topográficos.
• A principal característica geográfica da região talvez seja a
ponte que ela forma entre três continentes, e o fato de ter-se
constituído historicamente a ligação entre o Egito e a
Mesopotâmia.
• Território altamente cobiçado pelos conquistadores da região.
Antes do povo de Israel chegar, tinha sido ocupada pelos reis
da Mesopotâmia, pelos hititas e pelos egipcios.
XIII a.C.
Título: Diferente dos cinco primeiros livros este leva o nome do
principal personagem do livro, Josué o filho de Num, servo de
Moisés. O nome de Josué era Oséias (Nm 13.8; Dt 32.44) que
significa “salvação”. Mas durante a peregrinação pelo deserto
Moisés mudou seu nome para Josué, que significa “Javé é a
salvação” ou “Javé salva” (Nm 13.16). Isso equivale a uma
antecipação profética e uma lembrança para Josué, para os
espias e para o povo de que a vitória sobre os inimigos e a
posse da terra seria pelo poder do Senhor e não pela habilidade
ou sabedoria ou poder humanos.
Tema e propósito: Possuir, conquistar e dividir a terra prometida é
o tema e propósito de Josué. No livro vemos a fidelidade de
Deus à sua promessa, ao fazer por Israel exatamente o que
havia prometido (cf. Gn 15.18; Js 1.2-6; 21.43-45). Os eventos
registrados em Josué foram selecionados para mostrar a
intervenção especial de Deus em favor de seu povo diante de
todos os tipos de vantagens tremendas. O cumprimento da
promessa de Deus é obra dele mesmo, obra esta que homem
algum jamais poderia realizar.
JOSHUA COMMANDING THE SUN TO STAND STILL UPON GIDEON (JOHN MARTI N)
XI a.C.

Título: O livro traz em seu nome os líderes, chamados de juízes, a


quem Deus levantou para libertar Israel de seus opressores
(2.16). Olhando corretamente para o livro, percebe-se que Deus
era o libertador e o juiz de Israel. Era o próprio Deus que
deixava vir a opressão como uma disciplina para a apostasia de
Israel e então era ele quem suscitava juízes para libertar a nação
arrependida (11.27 e 8.23).
Tema e propósito: O contraste entre os livros de Josué e Juízes são
marcantes. Em todo o livro Israel oscila entre a vitória e a derrota.
Juízes é o elo entre o período de Josué e de Samuel, iniciando o
processo monárquico sob Saul e Davi. O livro registra sete ciclos
de declínio, opressão, súplica e libertação. Ao demonstrar isso o
livro parece ser uma explicação para a necessidade da monarquia
em Israel. Com cada um fazendo o que julgava ser reto aos seus
próprios olhos (21.25), a nação precisava de um rei justo. A
síntese deste livro é: quando Israel é infiel à aliança, Deus o
entrega a seus inimigos; quando se arrepende e volta à Deus,
pode gozar de novo livremente da terra.
DETAIL OF REMBRANDT'S PAINTING OF SAMSON AND DELILAH
X a.C.

Título: O nome do livro é o nome da personagem principal da


história, a jovem moabita Rute.
Tema e propósito: O livro narra a história de um casal, Elimeleque e
Naomi, que em Israel, durante um período de fome, mudou-se
para Moabe. Lá o marido de Naomi e seus dois filhos, Malom e
Quiliom, morrem. Ficam Naomi e suas duas noras, Rute e Orfa.
Naomi decide voltar para Israel e Rute decidiu ir com ela, se
tornando parte daquela terra e do Deus de Israel. O livro retrata a
redenção por um parente de sangue, a presença de um
remanescente fiel em meio à apostasia e a fidelidade de Deus
àqueles que andam com ele. Não podemos deixar de mencionar
também a preocupação de Deus com os gentios desde esse
tempo.
A principal finalidade do livro é transmitir uma historia referente às
origens da família de Davi.

Na Bíblia Hebraica Rute é um dos Hamesh Megilloth (‘cinco rolos’),


incluídos nos “Escritos” (Ketuvim), a terceira divisão do cânon
hebreu. É lido anualmente pelos judeus na Festa das Semanas.
.
NAOMI ENTREATING RUTH AND ORPAH TO RETURN TO THE LAND OF MOAB BY WILLIAM BLAKE, 1795
X a.C.

Título: Originalmente os livros de 1 e 2 Samuel formam apenas um livro


na Bíblia hebraica. Ao ser feita a tradução da Septuaginta eles foram
divididos em dois. Mais tarde Jerônimo seguiu essa divisão na Vulgata e
depois pelas versões posteriores. O título do livro não foi sempre esse.
Na Septuaginta tinha o nome de “Primeiro e Segundo Livros dos reinos”
e na Vulgata “Primeiro e Segundo Reis”.
Estes livros contam a história da monarquia em seu período inicial. O
primeiro livro é basicamente sobre Saul e o segundo sobre Davi. Os
livros levam o nome do profeta Samuel, que foi quem Deus escolheu
para realizar a transição do período dos juízes para a monarquia. O seu
tema central é a fidelidade à aliança.
.
Tema e propósito: Iniciando com o nascimento de Samuel e seu
treino no Templo, 1Samuel descreve como este homem de Deus
conduziu a Israel como profeta, sacerdote e último juiz. Mas o
povo de Israel desejou ser como as nações ao redor e ter um rei.
Samuel ungiu a Saul como o primeiro rei de Israel, mas este foi
rejeitado por sua desobediência. Samuel, então, ungiu a Davi, o
homem segundo o coração de Deus. A narrativa segue tratando
das lutas entre o ciumento e possessivo Saul e o piedoso Davi. O
livro trata da transição na nação, de uma teocracia para uma
monarquia.
.
O livro de 2Samuel continua a narrativa do período inicial do reino
de Israel com a morte de Saul e a ascensão e Davi que reina por
um período de 40 anos (5.4-5). Nesse livro lemos das vitórias, das
tragédias e das graves consequências que o pecado traz para o
indivíduo, para a família e para a sociedade. Quando Davi morreu
a unidade nacional estava em perigo, as tribos do Norte não se
harmonizavam com as do Sul. Tal rivalidade entre o Norte e o Sul
do pais explodiria no cisma das dez tribos setentrionais.
DETAIL OF DAVID AND KING SAUL, BY REMBRANDT. DAVID PLAYS THE LYR E (DEPICTED HERE AS A HARP) TO THE KING "TORMENTED BY AN EVIL SP IRIT."
Título: 1 e 2 Reis, originalmente um livro, é chamado apenas de
“Reis” na tradição hebraica. Este nome é devido a estes livros
delinearem a história dos reis de Israel e Judá, desde o tempo de
Salomão até o cativeiro babilônico.
.
Tema e propósito: Depois da morte de Davi, seu filho Salomão tornou-
se rei. É o período de glória da nação, tendo como ponto alto a
construção do Templo e o Palácio do rei em Jerusalém. Também
temos o registro dos últimos dias de Salomão, que se desviou do
Senhor Deus. Como resultado de um coração dividido, ele deixou
como herança também um reino dividido. O próximo rei, Roboão,
perdeu a parte norte do reino que incluía dez tribos do Norte e que na
divisão passou a chamar-se Israel. O reino do Sul, com as tribos de
Judá e Benjamin, foi chamado de Judá. O final do livro de 1 Reis dá
foco ao reinado de Acaz e ao profeta Elias, que faz denúncias da
impiedade de Acaz e da desobediência de Israel.
O tema central parece ser demonstrar como a desobediência
conduz ao desmantelamento do reino. O bem-estar da nação
dependia da fidelidade à aliança que Deus havia feito com Israel.
A infidelidade à aliança de Deus resultou em declínio e cativeiro.
O livro de 2Reis continua a história de Elias e de seu sucessor Eliseu, e
continua ainda a história dos dois reinos, até que sejam conquistados.
Israel foi capturado pela Assíria em 722 a.C. e Judá foi capturada pela
Babilônia em 586 a.C. Em ambos os reinos Deus não ficou sem
testemunho através dos profetas que chamavam o povo ao
arrependimento, de volta à aliança – caso contrário receberiam a
punição. Depois de centenas de anos chamando o povo através dos
profetas, Deus exerce a disciplina como havia prometido. O livro
ensina que a rebelião e a desobediência causaram a queda da
monarquia e trouxeram a disciplina de Deus. Os reinos falharam em
refletir o reino de Deus diante das nações.
Nestes livros cada rei é apresentado de forma bem definida: reis
maus, por terem praticados ou permitido a idolatria (Abias, Acaz,
Manassés, Jeoacaz); bons, por terem combatido a idolatria, mas
deixaram subsistir o culto a Javé nos bosques e colinas (Asa,
Josafá, Joás, Amasias, Azarias, Jotão); e ótimos, por terem
combatido a idolatria e o culto nas colinas (Ezequias e Josias).
DETAIL OF REMBRANDT, "JEREMIAH LAMENTING THE DESTRUCTION OF JERU SALEM", C. 1630
V a.C.

Título: Os livros das Crônicas cobrem o período da história de


Israel, de Adão até o cativeiro e a libertação. Na tradução da
Septuaginta o livro foi dividido em dois. Até aquele momento da
história o título era “As Coisas Omitidas,” referindo-se ao que
havia sido omitido nos livros de Samuel e Reis. O nome “Crônicas”
vem da Vulgata de Jerônimo, Chronicorum Liber.
Tema e propósito: No livro dos Reis a história é dada da
perspectiva do trono; o livro de Crônicas da perspectiva do altar,
do Templo. No livro dos Reis o palácio ocupa um lugar de
destaque; no livro das Crônicas é o Templo que se destaca. No
livro dos Reis o enfoque é a história política da nação; no livro das
Crônicas o enfoque está na espiritualidade da história de Israel.

Os livros atribuem grande importância a: genealogia, instituições


de culto, sacerdotes e levitas, principalmente músicos, cantores,
porteiros.
1Crônicas inicia com um esboço da história de Adão até a morte do rei
Saul. O restante do livro é acerca do rei Davi. Embora os livros de Crônicas
sejam similares aos de Samuel e Reis, eles foram escritos para aqueles que
retornavam do exílio. Eles estavam sendo lembrados de que procediam da
linhagem de Davi e que eram o povo que Deus escolhera. As genealogias
apontam para o fato de que as promessas a Davi provinham do juramento
feito a Abraão de que ele seria pai de uma grande nação e que através dele
as demais nações seriam abençoadas. Assim, o tema principal é a
fidelidade de Deus à sua aliança. Em 1Crônicas Davi é o ponto focal, já
em 2Crônicas é a casa davídica o centro. Em virtude disso, a ênfase de 2
Crônicas é no reino de Judá, na linhagem de Davi.
O autor de 1 e 2Crônicas trata do significado teológico dos
acontecimentos. O Cronista queria lembrar ao povo as promessas
feita a Davi para exercita-lo à confiança em Javé, levava também a
dizer que a vida da nação estava relacionada na fidelidade a Deus,
ao culto e ao cumprimento da lei.

Na Bíblia Hebraica é incluído nos “Escritos” (Ketuvim), a terceira


divisão do cânon hebreu.
JAMES TISSOT, THE FLIGHT OF THE PRISONERS - THE FALL OF JERUSALE M, 586 B.C.
V a.C.

Título: Na Bíblia Hebraica antiga os livros de Esdras e Neemias


eram chamados apenas “O Livro de Esdras”.
Tema e propósito: Esdras continua a narrativa a partir do final de
2Crônicas. O livro delineia o retorno dos judeus do exílio da Babilônia e a
reconstrução do Templo. Esdras, como sacerdote, mostra a centralidade
do Templo e do culto na vida da nação como povo de Deus. Essa realidade
começa com o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que permite o retorno. O
povo retornou e começou com entusiasmo as obras, mas foram atrasados
em dezoito anos pelos inimigos do norte. O decreto de Dario os permite
terminar a obra. Esdras ensinou a lei e reformou a vida espiritual da
nação. Os livros se referem à restauração da vida religiosa e civil desse
povo, um período de grandes lutas, de entusiasmo e a alegria, mas de
preocupação com os estrangeiros que lá estavam.
Na Bíblia Hebraica é incluído nos “Escritos” (Ketuvim), a terceira
divisão do cânon hebreu.
V a.C.

Título: Na Bíblia Hebraica antiga os livros de Esdras e Neemias


eram chamados apenas “O Livro de Esdras”.
Tema e propósito: Neemias continua a história do judeus que voltaram do
exílio. Ele deixou sua posição no palácio como copeiro para ser o
governador de Jerusalém, conduzindo o povo na restauração dos muros
da cidade. É importante perceber que Deus utiliza-se de pessoas com
dons diferentes para trabalhos diferentes. Neemias não era sacerdote,
entretanto, através de suas habilidades administrativas serviu bem ao
reino. O que deixou de ser feito em 94 anos, Neemias e seu grupo fizeram
em 52 dias. A restauração é central na historia do povo eleito: significa o
nascimento do judaísmo propriamente dito. Judaísmo vem de Judá; ora é
esta a tribo que volta do exílio para reconstruir a vida do povo messiânico
(era a tribo de Davi e do futuro Messias). Esdras é chamado o “pai do
judaísmo”.
Na Bíblia Hebraica é incluído nos “Escritos” (Ketuvim), a terceira
divisão do cânon hebreu.

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