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Entre os vários gêneros literários da Bíblia, a história, por sua extensão, ocupa o primeiro lugar. Esse fato
já prova quanto a história fosse cultivada pelo antigo povo de Israel. O fato é confirmado pelas fontes de
que logo falaremos. E comparando, sob esse aspecto, a Bíblia com a literatura dos demais povos do
Oriente antigo, notaremos o lugar preeminente e singular que cabe aos Livros Sagrados. A abundante
literatura histórica que os egípcios e os assírio-babilônios, os dois povos mais poderosos e evoluídos da
Antiguidade, nos transmitiram, consiste quase toda em documentos, tais como as inscrições dos
soberanos, onde se narram com intenção e estilo laudatórios, as façanhas dos mesmos. Mais tarde, entre
os babilônicos, surge o gênero, menos oficial e mais literário, da crônica que registra, ano por ano, os
acontecimentos mais importantes. Nenhum povo, porém, nos legou, como os israelitas, uma série de
escritos que, reunidos, formam como que uma história nacional desde as origens até os tempos do
cristianismo; tampouco quadros históricos de períodos particulares comparáveis aos dos Juízes e de
Samuel. Os escritos históricos da Bíblia propriamente ditos Livros históricos no Antigo Testamento são
doze: JOSUÉ, JUÍZES, RUTE, 1SAMUEL, 2SAMUEL, 1REIS, 2REIS, 1CRÔNICAS, 2CRÔNICAS,
ESDRAS, NEEMIAS E ESTER.
Maior parte do Antigo Testamento é formada por livros que os teólogos classificam sob a denominação
de Livros Históricos, pois eles contêm relatos que vão desde a conquista da Terra Prometida até quase a
época do Novo Testamento, cabendo ressaltar que tais livros não se reduzem apenas a relatos cronísticos
de fatos, pois contém uma interpretação dos acontecimentos a partir da fé, sendo possível dividi-los em
quatro grupos:
1. Obra Histórica Deuteronomista - Josué, Juízes, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis: contém um relato
mais ou menos contínuo, apresentando a história do Povo de Deus desde a conquista da Terra
Prometida até o exílio na Babilônia. Tais livros enfatizam que a situação vivida depende da atitude que o
povo toma na Aliança com Deus, sendo que quando há fidelidade, Deus concede a bênção, mas quando
há infidelidade, o povo atrai para si mesmo a maldição.
2. História do Cronista - I Crônicas, II Crônicas, que a Septuaginta e a Vulgata chamam
de Paralipômenos (vem do latim paralipomena; Parte do Velho Testamento mais conhecida por Crônicas,
em suplemento aos livros dos Reis. Suplemento a qualquer obra literária), relatam coisas que foram
deixadas de lado no relato contido em Reis e Samuel, ou seja são uma espécie de complemento.
3. Livro de Esdras e Neemias - relatam o tempo do pós-exílio babilônico até meados do séc. III a.C. O
objetivo principal destes dois últimos livros é fundamentar e organizar a comunidade depois do exílio
na Babilônia .
4. Rute e Ester - Mais do que história propriamente dita, esses livros são narrativas. Sua intenção é
apresentar modelos particulares de vivência e aplicação da fé dentro de situações difíceis, principalmente
as enfrentadas pelos judeus fora de sua terra.
LIVRO DE JOSUÉ
Autor: Josué – A maior parte desse livro foi escrito pelo próprio Josué, que conhecia os fatos em primeira
mão e era também escritor (24.26). Obviamente, um colaborador acrescentou mais tarde os últimos cinco
versículos sobre a morte de Josué e de Eleazar. Esse colaborador pode ter sido Fineias ou um dos
anciãos. O conteúdo do livro, que se limita à liderança de Josué, reforça a opinião de que tenha sido
escrito pelo sucessor de Moisés e no seu próprio tempo, mais do que por qualquer outra pessoa em época
posterior, que poderia ter continuado a história de Fé até a época de Otniel, em Juízes. Josué talvez tenha
sido o descendente mais ilustre de José. Era da tribo especialmente abençoada por Jacó (Gênesis 48.19).
Do mesmo modo que José foi o “salvador” dos seus irmãos no Egito, Josué conduziu o povo para o
livramento e descanso em Canaã.
TEMA: “A Conquista de Canaã”
DATA: Século XIV a.C.
O Livro tem 24 capítulos e 658 versículos
TÍTULO
O nome “JOSUÉ”, que se deve à principal figura do livro, significa “SALVAÇÃO DO SENHOR”. Os
gregos traduziram-no para “IESOUS” ou “JESUS”, como está na Vulgata Latina (A Vulgata foi produzida
para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos
a única, versão da Bíblia que verteu o Antigo Testamento diretamente do hebraico e não da tradução
grega conhecida como Septuaginta. No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos.
Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante
muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções).
CRISTOLOGIA EM JOSUÉ
Embora não haja profecias sobre Cristo no livro de Josué, diversos tipos podem ser observados. O
“cordão de escarlate à janela” de Raabe (2.18,21) é visto com frequência como tipo da obra redentora de
Cristo. Como o sangue nas ombreiras das portas no Egito livrou do anjo da morte os que estavam na casa,
também o cordão de escarlate em Jericó identificou os da casa de Raabe que tinham Fé (Hb. 9.19-22). Da
mesma forma, o “Príncipe do Exército” é uma cristofania, sem dúvida (Js.5.14). E o próprio Josué é, nesse
livro, o tipo por excelência de Cristo, tanto no seu nome (“Jesus” ou “salvação” do Senhor) e na sua obra
de trazer o povo ao descanso (Hb.4.6-10). A vida cristã está também retratada por Paulo em Efésios 6
como uma batalha que pode ser vencida pelo uso da armadura de Deus. Jesus no livro de Josué é o
“Príncipe dos exércitos do Senhor”.
LIVRO DE JUÍZES
Autor: O livro é anônimo, mas a tradição judaica o atribui a Samuel por diversas razões. Ele era escritor
e educador (1 Samuel 10.25). A ênfase dada à tribo de Benjamim sugere a época do rei Saul, quando
Samuel ainda julgava, antes de o nome da cidade de Jebus ter sido mudado para “Jerusalém” (Juízes
1.21; 19.10).
TÍTULO
O título “JUÌZES” (Shophetim) é devido aos líderes levantados intermitentemente por Deus, para que
houvesse liderança em épocas de emergência durante o período que vai de Josué até o reinado de Saul.
O nome “Juízes” descreve duas funções desses líderes: Livrar o povo dos seus opressores, na função de
líder militar. E a outra função foi de resolver disputas e defender a justiça, na função de líder civil. Sendo
assim, podemos afirmar que “juízes” significa “Libertador”.
CRISTOLOGIA EM JUÍZES
Se Jesus incluiu o livro de Juízes no seu estudo do Antigo Testamento, expondo o que a seu respeito
ali constava, dois itens podem ter sido debatidos:
1) A falta de um rei ou líder nacional em Israel para unifica-lo como uma real nação teocrática. O livro
de Juízes é uma preparação para a vinda de Davi, mas também para a vinda do próprio Messias.
2) Os juízes sobre os quais veio o Espírito poderiam prenunciar a vinda do Senhor, especialmente na
sua função futura de Juiz justo quando julgar o seu povo, destruir os inimigos e trouxer justiça para
a nação.
3) O livro de juízes revela um princípio divino imutável: quando Deus usa grandemente uma pessoa
no seu serviço, “vem sobre ele o Espírito do Senhor” (3.10; 6.34; 11.29; 14.6,19; 15.14). No início
do ministério de Jesus, o Espírito desceu sobre Ele por ocasião do seu batismo (Mt 3.16; Lc
3.21,22ª). Antes de subir ao Pai, Jesus mandou seus discípulos aguardarem a promessa do
Espírito (Atos 1.4,5); a razão para isso foi que receberiam poder quando o Espírito Santo viesse
sobre eles (Atos 1.8; 4.33). Em ambos os concertos, o modo de Deus derrotar o inimigo e promover
o avanço do seu reino é mediante a força e poder do Espírito Santo operando através de
instrumentos humanos submissos e obedientes. Jesus no livro de juízes é o nosso “Libertador”.
LIVRO DE RUTE
Autor : Anônimo. Mas existem suposições que Samuel, provável autor de Juízes, pode também ter
escrito Rute. Muitos classificam esse livro como um terceiro apêndice a Juízes (1-16), que proporciona um
agradável lenitivo de fé e amor numa época de infidelidade, idolatria e violência. Como a genealogia do
capítulo 4 vai até Davi, mas não até Salomão, o livro foi provavelmente escrito depois de Davi ser ungido
rei, mas antes de ele subir ao trono, ou antes de Salomão. Samuel ainda vivia, e é ele o escritor mais
provável do livro, na época em que os pais de Davi encontravam-se em Moabe.
TEMA : “Amor que Redime”
DATA : Século X a.C.
O Livro tem 4 capítulos e 85 versículos
TÍTULO
O nome “RUTE” significa “AMIZADE”, uma característica verdadeira daquela que deu nome ao livro. É
um dos seis livros histórico que levam o nome das principais figuras de ação e vida descritas neles (Josué,
Rute, Samuel, Esdras, Neemias e Ester). É um dos dois livros bíblicos que levam o nome de uma mulher:
1. Rute, a gentia que se casou com um rico judeu de linhagem real da promessa.
2. Ester, a judia que se casou com um rei gentio e desfrutou do palácio real.
CRISTOLOGIA EM RUTE
Há duas referências básicas a Cristo no livro de Rute, ambas relativas a Boaz:
a. Deduz-se que Boaz seja um tipo de Cristo como um parente redentor, qualificado e disposto a
redimir o seu povo. É esse um aspecto da obra de Cristo, ilustrado aqui e em nenhum outro lugar
da Bíblia. A expressão “resgatar” é usada seis vezes em Rute. Como Redentor do crente, Cristo
trona-se o seu Redentor para pagar todas as suas dívidas, seu Vingador para defendê-lo de todos
os adversários, seu Mediador para conseguir reconciliação, e seu Noivo para união e comunhão
perpétua.
b. O nome de Boaz está registrado em todas as genealogias de Jesus, mas somente em Mateus 1.5
Rute também é mencionada. Nesta genealogia Mateus menciona de propósito o nome de Rute e
de três outras mulheres estrangeiras. O Ponto Cristológico parece ter o objetivo de enfatizar a
ampla genealogia internacional do Messias que viria trazer salvação para todas as nações. Ele não
veio como um simples “Salvador” local. Jesus no livro de Rute é o nosso “Parente Divino”.
LIVRO DE 1º SAMUEL
Autor: Anônimo. Este livro, como a maioria dos livros históricos, são anônimos. Mas o profeta Samuel é
geralmente considerado o autor de 1ºSamuel 1-24, e Natã e Gade os autores da parte restante. As
descrições detalhadas e a minúcia sugerem que os autores foram testemunhas oculares dos
acontecimentos. Segundo observação do próprio Talmude Hebraico, a declaração de 1ºCrônicas 29.29
fornece provavelmente os melhores indícios de autoria desses livros: são “o livro de Samuel, o vidente”, “o
livro de Natã, o profeta”, e o “livro de Gade, o vidente”.
TÍTULO
Este livro tomou esse nome devido à primeira figura humana de destaque nele, Samuel, palavra que
significa “pedido a Deus”. Originalmente, no cânon hebraico, os dois livros 1 e 2 Samuel formavam um só
volume, “O Livro de Samuel”, mas foram divididos em dois pelos tradutores gregos (Septuaginta) que os
chamaram de “1 e 2 Reis”. Os livros que chamamos de 1 e 2 Reis tinham o nome de 3 e 4 Reis.
CRISTOLOGIA EM 1ºSAMUEL
Notam-se duas referências a Cristo nesse livro, ambas relativas a Davi. Algumas vezes Samuel é visto
como tipo de Cristo, como profeta, sacerdote e juiz, embora essa relação jamais tenha sido sugerida no
Novo Testamento. É considerado mais como tipo de João Batista, o sacerdote-profeta que ungiu a Jesus.
Em Davi vemos o tipo de Cristo como Rei. Uma profecia coloca o Messias como a semente da aliança
prometida a Davi. Muitas relações típicas entre Davi e Cristo são vistas tanto na unção e nos dias de
humilhação, como na posterior subida ao trono para estabelecer o reinado. A única profecia específica
sobre Cristo no livro de Samuel é a semente prometida de Davi, a qual viria através de Salomão e
estabeleceria o seu Reinado para sempre (2 Samuel 7.16.; Lucas 1.32-33). O Novo Testamento refere-se
a Jesus Cristo como “Filho de Davi” (Mateus 1.1;9.27;21.9), a “descendência de Davi segundo a
carne”(Rm 1.3) e “a Raiz e a Geração de Davi” (Ap 22.16).
LIVRO DE 2º SAMUEL
Autor: Anônimo. Mas o profeta Samuel é geralmente considerado o autor de 2º Samuel , e Natã e Gade
os autores da parte restante. As descrições detalhadas e a minúcia sugerem que os autores foram
testemunhas oculares dos acontecimentos. Segundo observação do próprio Talmude Hebraico, a
declaração de 1ºCrônicas 29.29 fornece provavelmente os melhores indícios de autoria desses livros: são
“o livro de Samuel, o vidente”, “o livro de Natã, o profeta”, e o “livro de Gade, o vidente”.
TÍTULO
O nome deste livro, “Samuel” significa “pedido a Deus”. Mostra a linda história de como Samuel veio ao
mundo. Sua mãe Ana era estérea, mas pediu a Deus que lhe concedesse um filho. Deus assim o fez.
CRISTOLOGIA EM 2º SAMUEL
O reinado de Davi nos capítulos 1-10 é uma prefiguração do reino messiânico de Cristo. O
estabelecimento de Jerusalém como a cidade santa, o recebimento do gracioso concerto davídico da parte
de Deus e a promessa profética de um reino eterno, apontavam para o perfeito “FILHO DE DAVI”, Jesus
Cristo, e seu reino presente e futuro conforme revela o Novo Testamento (Isaías 9.7; Mateus 21.9; 22.45;
Lucas 1.32,33). Nos livros de Samuel Jesus é representado como juiz, sacerdote e profeta em suas
atribuições messiânicas. Jesus nos livros de Samuel é o nosso “Sacerdote, Profeta e Juiz”.
LIVRO DE 1º REIS
Autor: Anônimo. Apesar de os livros de Reis serem anônimos, são tradicionalmente considerados como
tendo sido escritos por Jeremias, auxiliado pelo seu secretário, Baruque (Jr.45). É evidente que o autor era
pelo menos contemporâneo de Jeremias, e a ênfase dos livros sugere o ponto de vista dos profetas.
Assim, Jeremias, o profeta que viveu na época do exílio pode muito bem ter sido o autor.
TÍTULO
Esse nome foi dado a esse livro devido às primeiras palavras com que o primeiro deles se inicia,
“Wehammelek” em hebraico (“Sendo o rei”), nome que se adapta perfeitamente ao assunto, pois os livros
tratam do domínio dos reis dos dois reinos, o de Israel e o de Judá. Os hebreus consideravam-nos como
um livro único, pelo fato de constituírem uma história ininterrupta.
CRISTOLOGIA EM 1º REIS
Os livros de Reis não têm predições messiânicas, mas o rei Salomão é um notável tipo de Cristo no
papel de rei. Como o filho prometido a Davi, o qual construiria o templo e herdaria o reino, Salomão tipifica
Cristo especialmente na sua vinda em glória trazendo paz, prosperidade e justiça à terra (Mateus 12.42).
Os milagres realizados por Elias e Eliseu são também prefigurações do ministério profético de Cristo,
confirmando sua palavra com numerosos sinais.
No Novo Testamento, Jesus declarou à sua geração que a grandeza da sua vida e do seu reino
ultrapassam a sabedoria, autoridade, glória e esplendor de Salomão e do seu reinado: “Eis que está aqui
quem é mais do que Salomão” (Mateus 12.42). Além disso, a glória de Deus que encheu o templo de
Salomão, quando foi dedicado, veio habitar entre a raça humana, na pessoa de Jesus, o Filho Unigênito do
Pai (João 1.14). Jesus nos livros de Reis é o “Rei prometido as nações”.
LIVRO DE 2º REIS
Autor: Desconhecido. Apesar de os livros de Reis serem anônimos, são tradicionalmente considerados
como tendo sido escritos por Jeremias, auxiliado pelo seu secretário, Baruque (Jr.45). É evidente que o
autor era pelo menos contemporâneo de Jeremias, e a ênfase dos livros sugere o ponto de vista dos
profetas. Assim, Jeremias, o profeta que viveu na época do exílio pode muito bem ter sido o autor.
TÍTULO
Esse nome foi dado a esse livro devido às primeiras palavras com que o primeiro deles se inicia,
“Wehammelek” em hebraico (“Sendo o rei”), nome que se adapta perfeitamente ao assunto, pois os livros
tratam do domínio dos reis dos dois reinos, o de Israel e o de Judá. Os hebreus consideravam-nos como
um livro único, pelo fato de constituírem uma história ininterrupta. Reis significa amigável.
CRISTOLOGIA EM 2º REIS
Em 2 Reis deixa claro que o pecado e infidelidade dos reis de Judá, os descendentes de Davi,
resultaram na destruição de Jerusalém e do reino davídico. Não obstante, o Novo Testamento deixa
também claro que Deus, na sua fidelidade, cumpriu sua promessa segundo o concerto, feita a Davi,
através de Jesus Cristo, “O FILHO DE DAVI” (Mt.1.1;9.27-31;21.9), cujo reinado e reino não terão fim (Lc
1.32,33; cf.Is 9.7).
LIVRO DE 1º CRÔNICAS
Autor: Anônimo. Para os estudiosos bíblicos, esse livro é obra de Esdras, o sacerdote, de acordo com a
tradição hebraica. O estilo literário, o ponto de vista sacerdotal e o objetivo claro são coerentes com outros
obras de Esdras. Note-se que os últimos versículos de Crônicas são os primeiros versículos do livro que
leva o nome desse profeta, o que sugere uma continuação.
TÍTULO
“Crônicas” é um nome cristão dado a estes livros por Jerônimo no quarto século da era cristã. É um
título bem escolhido, pois sugere o propósito de fazer um registro cronológico da história sagrada. Os dois
livros 1 e 2 Crônicas, que formam um só volume no cânon hebraico, têm o nome de “Atos dos Dias” ou
“Atos dos Tempos”. Foram colocados no final do cânon, como uma retrospectiva analítica da conduta
divina para com a nação israelita.
Autor: Desconhecido. Para os estudiosos bíblicos, esse livro é obra de Esdras, o sacerdote, de acordo
com a tradição hebraica. O estilo literário, o ponto de vista sacerdotal e o objetivo claro são coerentes com
outras obras de Esdras. Note-se que os últimos versículos de Crônicas são os primeiros versículos do livro
que leva o nome desse profeta, o que sugere uma continuação.
TÍTULO
O Livro de 2 Crônicas não revela especificamente o nome do seu autor. A tradição é que 1 e 2 Crônicas
foram escritos por Esdras. O estilo literário, o ponto de vista sacerdotal e o objetivo claro são coerentes
com outros obras de Esdras. Note-se que os últimos versículos de Crônicas são os primeiros versículos do
livro que leva o nome desse profeta, o que sugere uma continuação.
Como 1 Crônicas, 2 Crônicas foi dirigido ao remanescente judaico que retornará, sentindo a urgente
necessidade de reaver sua herança espiritual. Ao invés de salientar o lado sombrio do passado de Israel, o
livro enfatiza o avivamento, a reforma e a recuperação da Fé para os exilados desalentados, que
buscavam na terra prometida um futuro e uma esperança redentora.
CRISTOLOGIA EM 2º CRÔNICAS
O reino davídico fora destruído, mas a sua linhagem permaneceu, tendo seu cumprimento em Jesus
Cristo (ver as genealogias em Mateus 1.1-17 e Lucas 3.23-38), Além disso, o Templo de Jerusalém tem
significado profético relacionado com “Jesus”, que declarou: “Pois Eu vos digo que está aqui quem é maior
do que o Templo” (Mateus 12.6). Jesus também fez uma comparação entre seu corpo e o Templo:
“Derribai este Templo, e em três dias o levantarei” (João 2.19). Finalmente, na nova Jerusalém, Deus e o
Cordeiro substituem o Templo: “E nela não vi Templo, porque o seu Templo é o Senhor, Deus Todo-
Poderoso, e o Cordeiro” (Ap.21.22). Jesus nos livros de Crônicas é o nosso Rei dos reis”
LIVRO DE ESDRAS
Autor: Esdras. Seu nome no hebraico significa “auxílio, socorro”. Esdras, o sacerdote, é geralmente
considerado o autor ou compilador dos quatro livros históricos desse período: 1 e 2 Crônicas, Esdras e
Neemias. Quanto a Neemias, é provável que Esdras usasse as memórias de Neemias, porquanto
Neemias fala na primeira pessoa de vez em quando. Esdras era filho de Seraías, o sumo sacerdote
assassinado por Nabucodonosor em 586 a.C. (Esdras 7.1; 2 Reis 25.18-22), e irmão de Jeozadaque, o
sumo sacerdote levado cativo (1 Crônicas 6.15). Sua importância como professor da Lei que concluiu o
Antigo Testamento é com frequência comparada com a de Moisés, o legislador, que começou a escrever o
Antigo Testamento. Ambos eram levitas. Moisés escreveu os primeiros cinco livros, Esdras escreveu ou
compilou os quatro últimos. As obrigações de Esdras para com os hebreus que voltaram do exílio incluíam
diversas tarefas grandiosas:
A) Reinstituir o devido culto no templo reconstruído em 457 a.C.;
B) Escrever ou compilar 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias e o Salmo 119.;
C) Presidir a “Grande Sinagoga” que presumivelmente determinou e organizou o cânon hebraico das
Escrituras.;
D) Instituir sinagogas locais em Judá para o estudo da Torá (a Lei de Moisés, os cinco primeiros livros
do Antigo Testamento), semelhantes àquelas fundadas na Babilônia (as quais se tornaram um
lugar de reunião regular dos judeus dispersos, conforme Ezequiel 20).
TEMA: “Restauração de um Remanescente”
DATA: Cerca de 450-420 a.C.
O Livro tem 10 capítulos e 280 versículos
TÍTULO
Os livros de Esdras e de Neemias eram considerados um só livro nos tempos antigos, conforme registro
do Talmude, de Flávio Josefo (historiador judeu) e de Jerônimo ( foi um sacerdote cristão, destacado como
teólogo e historiador e considerado confessor e Doutor da Igreja, pela Igreja Católica). Este fato facilitou a
limitação do número de livros canônicos para o número de letras do alfabeto hebraico.
A Bíblia evangélica e a hebraica moderna dividem-nos em dois, denominando-os Esdras e Neemias em
homenagem às suas figuras humanas principais.
CRISTOLOGIA EM ESDRAS
As duas figuras dominantes, Zorobabel e Josué, são consideradas nos dois livros proféticos do período,
Ageu e Zacarias, como prenúncio de Cristo, como o Rei-sacerdote (Zacarias 6.12-13): “ o homem cujo
nome é RENOVO! ... edificará o templo do Senhor, e será revestido de gloria; assentar-se-á no seu trono e
dominará, e será sacerdote no seu trono e reinará perfeita união entre ambos os ofícios.”
Ageu retrata Zorobabel como o antítipo notável de Cristo que recebe de Deus “um anel de selar” ou
autoridade para derrubar todos os reinos e governar as nações para Deus (Ageu 2.23). Zorobabel era
também da linhagem messiânica (Mateus1.12). Esdras e Neemias descrevem a grande necessidade dos
remanescentes de terem um governador tal que liderasse e dirigisse o povo de Deus no meio da oposição
crescente dos tempos pós-exílio. Jesus no livro de Esdras é “o Avivamento Espiritual”.
LIVRO DE NEEMIAS
Autor: Esdras e Neemias. Supondo que Esdras e Neemias sejam os autores-compiladores deste livro, os
estudiosos bíblicos mostram o seguinte material que foi usado para comprovação da autoria do livro:
a) As Memórias de Esdras (evidência baseada no fato de serem usadas tanto a primeira quanto a
terceira pessoa);
b) As Memórias de Neemias (pelo fato de ser usada a primeira pessoa);
c) Foram também utilizados outros documentos e catálogos oficiais, como se torna evidente nas
seções Esdras 4.6-7,18 e 7.12-26, escritas em aramaico, a língua oficial na época para a
correspondência internacional.
d) A historicidade do livro de Neemias é confirmada por documentos antigos descobertos em 1903,
chamados Papiros de Elefantina, que mencionavam Sambalate (2.19), Joanã (12.23), e a
substituição de Neemias como governador em cerca de 410 a.C.
TÍTULO
O nome Neemias no hebraico significa “Jeová conforta ou consola”(Esdras 2.2). O livro de Neemias
encerra a história do A.T., ocasião em que os expatriados judeus foram autorizados a retornarem a seu
país, estando cativos na Babilônia. Juntamente com o livro de Esdras (com o qual forma um só livro no
A.T. hebraico), Neemias relata os três retornos dos exilados a Jerusalém. Esdras trata de fatos dos dois
primeiros retornos(538 a.C.; 457 a.C.), e Neemias, de fatos ligados ao terceiro(444 a.C.). Enquanto o
enfoque de Esdras recai na reconstrução do Templo, o de Neemias recai na reconstrução dos muros de
Jerusalém. Os dois livros frisam a importância da renovação espiritual e da consagração a Deus e à
Palavra.
CONTEÚDO DO LIVRO DE NEEMIAS
Os capítulos 1-7 de Neemias, narram o desempenho de Neemias como governador e como
responsável pela reedificação dos muros de Jerusalém. O cap.1 revela a profunda espiritualidade de
Neemias como homem de oração. Estando a serviço do rei da Pérsia, foi informado da triste situação de
Jerusalém e começou zelosamente a interceder em oração, pedindo que Deus interviesse em favor da
cidade e dos habitantes. O cap.2 descreve como Deus usou Artaxerxes para nomear Neemias como
governador de Jerusalém, e como este chegou ali. Os caps.3.1-7.1 revelam a liderança corajosa, sábia e
decisiva de Neemias ao mobilizar Jerusalém para reconstruir seus muros, e isto em apenas cinquenta e
dois dias, a despeito de forte oposição dentro e fora da cidade.
A segunda metade do livro descreve:
(1) A restauração espiritual que teve lugar entre os habitantes de Jerusalém, liderada por Esdras, o
sacerdote(8-10), e;
(2) Certos problemas nacionais abordados por Neemias(11-13). De muita importância para a
renovação espiritual do povo, foram a leitura pública da “Lei de Deus”, o arrependimento do pecado
e uma nova resolução do remanescente no sentido de ter em memória o seu concerto com Deus e
de cumpri-lo. O último capítulo trata de reformas que Neemias iniciou durante seu segundo período
de governo (cap.13).
Portanto, tempos de provação exigem liderança divina. Esse livro narra, principalmente, a história
desse tipo de liderança na pessoa de Neemias, o qual, enfrentando críticas e oposição, resolutamente,
liderou a pequena comunidade israelita à medida que os muros de Jerusalém foram reconstruídos para
proteção física. Enquanto o escriba e sacerdote Esdras foi o líder religioso em Jerusalém, Neemias
tornou-se o líder político, o governador oficial da província persa de Judá (Ne 5.14).
CRISTOLOGIA EM NEEMIAS
Este livro registra o cumprimento de todos os passos básicos da restauração do judaísmo pós-exílio,
passos estes necessários à vinda de Cristo no início da era do Novo Testamento. Teve lugar a
reconstrução de Jerusalém e do templo, a restauração da Lei, a renovação do concerto e a devida
preservação da linhagem davídica. Exteriormente, tudo estava em condição para a vinda do Messias
(cf.Dn 9.25). O período retratado em Neemias termina com a esperança profética de que o Senhor em
breve viria ao seu templo (Ml 3.1). O Novo Testamento começa com o cumprimento dessa expectativa e
esperança pós-exílica. Entretanto, Jesus no livro de Neemias é “a Reconstrução da vida”. Aleluia!
LIVRO DE ESTER
Autor: Desconhecido. Desde os tempos antigos, Mordecai ou Mardoqueu tem sido considerado o autor
provável. Entretanto, Esdras e Neemias também têm sido sugeridos como possíveis autores. O último
capítulo parece desqualificar Mordecai. Embora pudesse ter sido escrito por um redator, como Esdras.
Todavia, o estilo com que o livro foi escrito não parece ser de Esdras ou de Neemias.
Embora o autor seja desconhecido, é evidente que ele, ou ela, conhecia bem os costumes e a corte da
Pérsia e tinha talento dramático. O Talmude atribui a autoria de “Ester” à grande Sinagoga, cujo provável
presidente, Esdras, poderia ter colaborado no livro.
TEMA: “O Cuidado Providencial de Deus”
DATA: Cerca de 460-400 a.C.
O Livro tem 10 capítulos e 166 versículos
TÍTULO
O título é devido à figura central do livro. “Ester” que significa “Estrela” era o seu persa, e “Hadassah”
significa “murta” era o seu nome judeu. Este é um dos dois livros do Antigo Testamento que levam o nome
de uma mulher:
a) Rute, gentia, que se casou com um rico judeu de linhagem real da promessa, “Boaz”;
b) Ester, judia que se casou com um rico gentio da realeza, “Assuero”.
CRISTOLOGIA EM ESTER
O livro não tem profecias específicas ou antítipos de Cristo, exceto pelo fato de Cristo fazer parte da raça
judia que se defrontou com a extinção. Ressalta-se a lição de que não importa quão ameaçador seja o
adversário. Não há Hamã, Herodes ou Hitler que possa destruir a semente de Abraão a quem Deus
prometeu abençoar. Pelo contrario, Deus tem sempre preservado o seu povo nas grandes perseguições,
dando-lhe benção ainda maior por intermédio de líderes por ele levantados: José e Moisés no Egito,
Mordecai(Mardoqueu) na Pérsia e Jesus na Galileia dos gentios. Desta maneira os três podem ser
considerados tipos de Cristo, o definitivo Salvador do seu povo. Jesus em Ester é o nosso “Advogado”.
LIVROS HISTÓRICOS DO ANTIGO TESTAMENTO
SÃO DOZE:
JOSUÉ – JUÍZES – RUTE – 1ºSAMUEL –
2ºSAMUEL – 1ºREIS 2ºREIS – 1ºCRÔNICAS –
2ºCRÔNICAS – ESDRAS – NEEMIAS - ESTER
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
3 – Coloque “C” para certo e “E” para errado, quanto ao Livro Histórico de Juízes:
( ) O Título Juízes significa “Libertador”;
( ) O Livro tem 21 Capítulos e 619 Versículos;
( ) O Livro de Juízes mostra como foi a abertura do Mar Vermelho.
5 – Os Livros Históricos 1 e 2 Samuel narra quem foi o primeiro rei de Israel. Marque com
“X” a resposta certa:
( ) Davi ( ) Salomão ( ) Saul ( ) Samuel
7 – Nos Livros Históricos 1 e 2 Crônicas, conforme a Cristologia dos livros, podemos dizer
que Jesus Cristo é:
( ) Senhor dos senhores ( ) Sacerdote Eterno ( ) Rei dos reis ( ) Justo Juiz
9 – O Livro de Neemias narra que ele teve uma missão de reconstruir algo em Jerusalém. O
que Neemias reconstruiu em benefício para Jerusalém?
( ) Reconstrução do Templo ( ) Reconstrução da Cidade ( ) Reconstrução dos Muros