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A HISTÓRIA DA ESCRITA

A escrita nem sempre existiu. Ela foi inventada na Suméria, um país que existia
onde hoje estão o Irã e o Iraque, numa região chamada Mesopotâmia, que quer dizer entre
rios. Os rios são o Tigre e o Eufrates.
Isso foi há muito tempo, há cerca de cinco mil anos. Naquela época, a escrita
começou a ser feita em tabletes de barro, ou seja, em pequenas almofadas de barro. Mais
tarde, usou-se também madeira, metal e pedra para escrever.
A ideia pegou e surgiram outras maneiras de escrever em vários pontos do mundo,
de acordo com a língua falada em cada região. Como as línguas eram bem diferentes,
apareceram formas de escrever bem variadas.
Há também a informação de que acha que na China, na América Central e no Egito
também foi bolado um sistema de escrita, mesmo sem saber o que acontecia na Suméria.
Todos os sistemas que apareceram depois vieram de um desses quatro primeiros – da
Suméria, da China, da América Central e do Egito.
No começo, a escrita era feita com o desenho das coisas.

A palavra olho podia ser :

Casa podia ser:

Mas logo vieram as dificuldades: por exemplo, como escrever o nome de uma
pessoa? Não bastava fazer o desenho de um homem ou de uma mulher!
Então, começaram-se a combinar os símbolos. Desse modo, para escrever algo
sobre alguém chamado Coelho, bastava desenhar um homem e um coelho.
Mas isso também nem sempre funcionava bem. Como a gente poderia representar
alguém chamado Henrique? Para resolver esse tipo de problema, começaram-se a
escrever os sons das palavras e não mais as idéias.
Para escrever “irmão”, desenhavam-se as pernas andando (ir) e uma mão. Um
soldado era representado por um sol junto com um dado. Ainda assim as dificuldades
apareciam.

Surgiu, então, uma maneira de escrever na qual eram observados os sons da fala. Se a
gente espichar a fala devagar, ao dizer cavalo, por exemplo, alguns sons chamados “vogais”
ficam destacados: caaa + vaaa + looo. Se a gente presta atenção nos movimentos da boca, os
sons chamados “consoantes” se sobressaem: ccca + vvva + lllo.
Juntando os dois tipos de sons, temos umas unidades chamadas sílabas: ca + va + lo.
Assim, os símbolos da escrita passam a ser as sílabas ou as vogais e as consoantes
separadamente, conforme a língua. Esse tipo de escrita que representa separadamente as vogais
e as consoantes, ou seja, cada letra, é chamado ALFABETO.
Mas até o alfabeto ser inventado, passaram-se 1800 anos na história da escrita. Antes
dele, os acadianos, que substituíram os sumérios na Mesopotâmia, escreviam sílabas.
Já os egípcios escreviam basicamente as consoantes das palavras. Por exemplo, se
fossem escrever bolo, eles colocariam só as letras BL. Ás vezes, quando a escrita era difícil de
ser entendida, eles colocavam também o desenho daquilo que estavam se referindo. Alguém
poderia achar que BL queria dizer bala, bela, bola ou bula... Esses desenhos que os egípcios
usavam são chamados de hieróglifos(escrita sagrada).
Os povos semitas, que viviam na região entre o Egito e a Mesopotâmia, escreviam suas
línguas usando letras da escrita egípcia.
Para ter uma escrita com poucas letras, como tinham os acadianos, os semitas fizeram
uma lista de palavras, de forma que todos os sons da língua pudessem ser representados e que
os sons não fossem repetidos. Para isso, eles usaram também algumas letras egípcias.
Depois, os gregos usaram o alfabeto semítico e fizeram algumas mudanças para escrever
a sua própria língua. Esse processo durou vários séculos.
Os etruscos, que moravam no centro da Itália, aprenderam a escrever com os gregos. Mais
tarde, os romanos, que tomaram o lugar deles, adaptaram a escrita etrusca para descrever o
latim. Isso se deu mais ou menos há 2800 anos.
Nesse momento, o segredo de saber ler estava em conhecer o nome das letras e não mais
o que os desenhos significavam. Por isso, os romanos simplificaram os nomes gregos das letras,
passando a chamá-las A, BÊ, CE, DÊ... e assim por diante.
No final da Idade Média, o alfabeto latino começou a ser usado para escrever várias
línguas, como o português, o francês, o espanhol e o italiano.
Esse alfabeto mostrou-se tão interessante, útil e prático que hoje em dia todas as línguas
do mundo podem ser escritas com esse sistema.

Materiais e Métodos de Escrita da Bíblia


HISTÓRIA
A evolução da representação da linguagem por sinais gráficos iniciou-se com inscrições gravadas
em plaquetas de barro, na região da Mesopotâmia, por volta de seis mil anos atrás.
Nessa época, os escribas contavam com o auxílio de cálamos, que seriam os “ancestrais de
nossas canetas-tinteiro e de nossas esferográficas” (JEAN, 2002: 15). Em seguida ao emprego da
pedra, do barro e da esteatita, aparece o papiro no Egito antigo, em forma de rolo, de couro ou
linho e que, ornado suntuosamente de vinhetas coloridas, eram utilizados para narrar os grandes
acontecimentos das dinastias faraônicas.
O emprego do papiro como suporte para escrever representou um grande avanço, pois o mesmo,
por ser leve, fino e mais facilmente manuseável, originou o que hoje conhecemos como “folha”.
Os antigos egípcios dominavam a técnica de colar até 20 folhas seguidas, resultando em rolos
com até 40 metros de comprimento. Para desenhar os símbolos, os escribas recorriam a uma
varinha de caniço de 20 centímetros cuja tinta preta “era composta de uma mistura de pó de
fuligem e água, mais um fixador como a goma-arábica” (JEAN, 2002: 41).
Com o passar do tempo, verificaram-se os inconvenientes do papiro: além de caro – o Egito
antigo, por exemplo, obtinha altos lucros com sua exportação –, ele caracterizava-se pela
fragilidade e dificuldade de transporte, obrigando os usuários a recorrerem tão somente a uma de
suas faces e, mesmo assim, com extremo cuidado. O pergaminho, a nova base da escrita que
emergiria na Ásia Menor, evitou algumas destas desvantagens, uma vez que, por ser feito de
couro, aceitava registros nos dois lados.
A escrita sobre o pergaminho, além de abrir espaço para criações artísticas antes impensáveis,
sendo :a produção de iluminuras uma delas, trouxe duas inovações decisivas: o aproveitamento
da pena de ganso, em substituição ao agora defasado pincel de caniço e a disposição desse
material no aspecto de folhas, de maneira que fosse possível dobrá-las e costurá-las. Este arranjo
forneceria o fulcro dos códe, a estrutura padrão sobre a qual os futuros livros produzidos pela
tecnologia impressa se fundamentariam.
SUPORTE USADOS NO PROCESSO DE ESCRITURAÇÃO
Segundo as religiões que têm a Bíblia como palavra de Deus, a comunicação de Deus com
os homens deu-se em diversos veículos tais como: anjos; o lançar de sortes, como
o Urim e Turim; vozes audíveis; sonhos; porém era necessário utilizar meios que pudessem
horizontalizar essa comunicação, isto é, atingir um número maior de pessoas, e com menos
limitações. Sobre os seguintes suportes, foi escrita a Palavra inspirada por Deus:
 Tabletes de Argila, ou tabuinhas de barro, que eram usadas na antiga Suméria, já em
3.500ª.C. No AT há referência delas em Jeremias 17:13 e Ezequiel 4:1;
 Pedras foram usadas na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, por exemplo, o código
de Hamurabi e as pedras de Roseta. Na Bíblia há citação de seu uso em Êxodo 24:12; 32:15
e Deuteronômio 27:2,3;
 Pedras preciosas, como o ônix, referidos em Êxodo 39:6-14;
 Metal, em lâminas de ouro, cuja referência bíblica encontra-se em Êxodo 28:36;
 Cera foi referida em Isaías 8:1;
 Madeira, tábuas, em Habacuque 2:2.
 Óstracos, pedaços de restos de cerâmicas e cascas de crustáceos, referidos em Jó 2:8;
 Linho foi usado no Egito, Grécia e Itália, mas não tem referência bíblica.
 Papiro foi usado na antiga Gebal, ou Biblos, e no Egito por volta de 2100 a.C. Era obtido
através da prensa de cascas coladas. Desse material faziam-se rolos. Foi esse o material
utilizado por João, o discípulo de Cristo, para escrever o Apocalipse.
 Pergaminho, surgiu pela primeira vez em Pérgamo, cidade grega da Mísia, daí a origem do
seu nome. O uso desse material se expandiu devido ao monopólio imposto pelos
exportadores de Papiro. Havia dois tipos: o pergaminho e o velino, o primeiro era feito com o
couro de animais menores, como as ovelhas e cabras, e o segundo com bois e antílopes, o
que encarecia o produto, diminuindo a sua utilização. Paulo se refere ao pergaminho em
2Timóteo 4:13;
 Palimpsesto, um pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efraimita em 345
d.C., costumava-se raspar o texto escrito para escrever sobre ele outro texto. O texto Sagrado
foi apagado para que nesses pergaminhos se escrevessem sermões de Efraim, pai da igreja
do século IV. Falta a esse códice a maior parte do Antigo Testamento, constando dele partes
de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares e dois livros apócrifos: sabedoria de Salomão e
eclesiástico. Ao Novo Testamento faltam 2Tessalonicenses, 2João e parte de outros livros.

 Estilo ou Estilete simples – feitos em pedra talhadas, no formato de pontas de lanças, e


usados sobre tabuinhas de argila ou cera. Alguns autores bíblicos também a denominavam
pena.
 Estilete ponta resistente – ponta feita em ferro ou diamante, usados em material de metal (Jr
17:1).
 Cinzel – ferramenta feita de ferro ou chumbo para escrever sobre pedra. Jó se refere ao cinzel
como pena de ferro (Jo 19:24).
 Canivete – Jeremias usa a expressão “canivete de escrivão” que era usado para documentos
oficiais.

TINTAS
 Base de fuligem – fuligem de madeira com goma-arábica; fuligem era uma substância
preta.
 Base de Plantas – da Anileira (cor azul anil) e da Garança ou Ruiva (cores vermelha,
violeta e marrom);
 Base Cefalópodes( são a classe de moluscos marinhos) – polvo e lula (cor sépia= cor de pele);

 Base de Ferro – Criada pelos romanos e que perdurou até o século XIX. Também
conhecida como tinta ferrogálica(A invenção da tinta composta de óxido de ferro e galha). Mais
durável.

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