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Por Luís Morgensztern – MT3322

ARLS Manoel Tarnovschi 3322 – Rito YORK/Emulação


ALFABETO MACONICO

A história da escrita começou no período da pré-história, quando os homens faziam desenhos na parede
das cavernas como uma forma de se comunicar. Esses desenhos, chamados de pinturas rupestres,
consistiam na transmissão de ideias desses povos, pois representavam seus desejos e necessidades. A
arte rupestre, obviamente, não se trata de um tipo de escrita, uma vez que não havia uma padronização
e uma organização, contudo, foi o início da comunicação entre os seres humanos.

Segundo os historiadores, os
sistemas de escrita que se tem
conhecimento foram instituídos de
forma independente, em períodos
distintos, por civilizações diferentes,
entre elas a Mesopotâmia, China,
Egito e América Central.

Escrita cuneiforme feita pelos povos


sumérios. (Foto: Wikimedia Commons)
ALFABETO MACONICO

Início da escrita: Mesopotâmia

Sabe-se que a história da escrita começou na antiga civilização


mesopotâmica (atual Iraque) por meio dos povos sumérios. Essas
pessoas desenvolveram a escrita cuneiforme por volta de 4.000
a.C. Eles iniciaram o processo da escrita usando argila e a cunha
(uma ferramenta de metal ou madeira dura, em forma de prisma).
Geralmente os registros do cotidiano eram representados por
desenhos, feitos nessas placas de barros. Com esse material não
precisava um grande desenhista para fazer todos os caracteres. Na
escrita cuneiforme eram usados cerca de 2000 símbolos, todos
feitos da direita para a esquerda.

De acordo com os historiadores, no decorrer de três mil anos a


escrita cuneiforme foi usada por quinze línguas diferentes e entre
eles estava o sumério, o persa e o sírio. Conforme essa escrita se
difundia pelo Oriente Médio, outros estilos de escrita eram
elaborados nas civilizações do Egito e da China.
ALFABETO MACONICO

História da Escrita no Egito

Não muito distante do período em que os sumérios criaram a escrita


cuneiforme, na civilização egípcia, os povos antigos também
começaram a elaborar a própria escrita. Na sociedade deles foram
criadas duas formas de escrita. Uma representa uma técnica mais
simples e popular, chamada de escrita demótica e a outra escrita possui
uma prática mais complexa, formada por desenhos e símbolos,
denominada escrita hieroglífica (escrita sagrada dos túmulos e
templos).
Os povos egípcios usavam a parede das pirâmides para preencher de
textos que simbolizavam a vida dos faraós, sobretudo preces e
mensagens para afastar a invasão de prováveis saqueadores. Eles
utilizavam papiro, feito a partir de uma planta que possuía o mesmo
nome. A escrita no Egito, no início, era uma atribuição dos escribas,
uma classe de especialistas. Os escrivães, como também eram
designados, assumiam uma posição de destaque nessa sociedade. Eles
tinham que passar por um processo de formação e, além disso, eram o
elo entre o faraó, funcionários do governo, os sacerdotes e o povo.
ALFABETO MACONICO

História da escrita Fenícia e Grega

Por volta de 1000 a.C., os fenícios, marinheiros e comerciantes com sentido prático,
receberam o alfabeto egípcio e adotaram-no gradualmente até formar aquele que seria
a base de todos os alfabetos usados atualmente no Ocidente e para as línguas
indoeuropeias, como o latim e em consequência o português. Ele foi desenvolvido para
facilitar as transações comerciais em todo o vasto território por onde passavam.
Por sua vez, os gregos importaram o alfabeto fenício, ao qual adicionaram as suas
vogais. A versão usada em Atenas, o chamado alfabeto jónico, foi o padrão de
referência para a Grécia clássica. Dado que o alfabeto semítico não tinha símbolos para
as vogais, ao contrário da língua grega. Os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios
sem valor fonético em grego para representar as vogais.
Este fato fundamental e tornou possível a transcrição fonética das línguas europeias.
Dos gregos, o alfabeto (na variante ocidental) passou para os etruscos, cuja cultura foi
o berço da cultura latina. Por sua vez, para os romanos .
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História da escrita na Roma Antiga

Já na Roma Antiga, onde foi instituído o alfabeto romano, só existiam letras


maiúsculas, inicialmente. Após um tempo, as letras eram escritas em
pergaminhos - peles de animais, geralmente cabras, carneiro, ovelhas, cordeiro -
com o apoio de hastes de bambu, penas de patos e outras aves. Entretanto,
ocorreram algumas modificações no alfabeto romano, em sua forma original,
pois criou-se um novo estilo de escrita batizado escrita uncial, que perdurou até
o século VIII, muito usado na escritura de Bíblias escritas.
ALFABETO MACONICO

História da escrita Itália

Lodovico Arrighi, outro italiano letrado, realizou a publicação do primeiro


caderno de caligrafia. E sentindo uma necessidade de criar uma escrita mais
fluída e mais legível que a gótica, os intelectuais italianos promovem um novo
modelo de escrita baseado na facilidade e na velocidade de execução. Nasce aí a
escrita itálica ou Cancilleresca.
Esta letra, de traço contínuo, permite escrever palavras sem tirar a caneta do
papel e, graças à sua rápida execução, é completamente personalizável e
adaptável a qualquer registro que se queira dar, permitindo gerar formatos de
letras expressivos.
ALFABETO MACONICO

Por quê foram criados os


ALFABETOS?
- Certamente usamos o alfabeto para manter uma comunicação entre os povos e os indivíduos.
- A importância do alfabeto pode se traduzir neste ditado: Ver tudo Preto no Branco.
- Comunicados entre os membros de uma sociedade. Entre Reis, Dirigentes e profanos.
Ou seja, um elo de ligação. Uma forma de padronizar a informação, levando até mais distante e sem
desvio do sentido e esquecimento da informação. Uma forma dos seres humanos se comunicarem
através de um sistema complexo, do conjunto ordenado de sinais gráficos, as letras, que são
empregados na produção escrita.
- Os alfabetos são abstratos, sendo usados e adaptados a qualquer tipo de língua.
- O alfabeto transmite e perpetua o aprendizado, o legado de várias tradições e culturas. Fazendo com
que não se percam ou se deturpem. (Landmark´s)
- Ele também surgiu da necessidade de registro dos sons das palavras, das informações e inclusive,
para preservar segredos na forma de códigos específicos e para fins específicos.
ALFABETO MACONICO

História do alfabeto Maçônico

ORIGEM

A origem do alfabeto maçônico em várias fontes remete ao alquimista alemão Heinrich Cornelius Agrippa Von
Nettsheim. Nettsheim nasceu em 1486 em Colônia, na Alemanha e passou boa parte de sua vida na França e na
Itália, dedicando-se à teologia, medicina, direito e forças armadas. Era um estudioso em ciências ocultas. Em 1506,
ajudou a fundar uma sociedade secreta em Paris, voltada para os estudos da Astrologia, Magia e Cabala.
Em 1533, Nettsheim publica o “De Occulta Philosophia” e, no capítulo 30, descreve o nosso código. Nos dias de
hoje, esta (codificação) é conhecida como Codificação PigPen – tradução literal “Porco no Chiqueiro” – e deriva do
fato de que cada letra (os porcos) é colocada numa casa (chiqueiro).
Este alfabeto foi frequentemente utilizado nos séculos XVII (17) e XVIII (18).

A adoção do alfabeto maçônico parece ser uma inovação francesa que apareceu pouco depois da introdução da
maçonaria na França. Ele rapidamente se tornou muito popular e foi publicado em muitas divulgações.
Desde a sua introdução, o alfabeto maçônico evoluiu, e é por isso que existem muitas variações. A codificação de
uma carta torna difícil sua leitura, se você não tem a chave do código.
ALFABETO MACONICO

Um empréstimo aos Tempos Antigos

Mais uma vez a Maçonaria fez um empréstimo de algo que existia anteriormente. Na verdade, o
alfabeto maçônico é herdado dos quadrados mágicos que foram usados desde tempos antigos.
Porfírio fez uma referência nos registros criptografados e Honorius de Tebas deu seu nome a um
destes alfabetos. Eles foram encontrados pelos esoteristas árabes do final do século oitavo,
desenvolvidos e organizado pelo cabalistas judeus, e adaptados por ocultistas e hermetistas cristãos ao longo
da Idade Média e do Renascimento. Esse alfabeto é baseado em uma grade de criptografia diretamente
inspirada no quadrado de 3. Ele contém a chave geométrica que permite encontrar facilmente a todas as
formas elementares do triângulo, assim como a linha reta, os esquadros com o ponto no centro da estrutura.
Esse uso também é encontrado no livro A Filosofia Oculta ou a Magia de Henri Corneille Agrippa.
Este estudo mostra a prática dos cabalistas judeus que costumavam codificar a língua hebraica. Eles dividiam
os vinte e sete caracteres do alfabeto hebraico (22 + 5, contando as formas finais das letras) pelos nove
caixas em um quadrado, com três letras por caixa e usando uma dupla pontuação.
No século XVIII, esta prática correspondia a uma cultura que cultivava o gosto pelo oculto e o secreto. Ele já
não reflete a mentalidade atual.
ALFABETO MACONICO

História do alfabeto Maçônico

A ESTRUTURA
As cruzes tiveram influência vital na formação do Alfabeto Maçônico. Duas das
21 espécies de cruzes compõem o alfabeto maçônico da nossa Maçonaria
Especulativa ou Moderna: a cruz Quádrupla e a cruz de Santo André, sendo esta
uma das joias de um dos graus filosóficos do REAA.
O alfabeto é inscrito em um quadrado formado por duas linhas paralelas
verticais, cortadas por duas linhas horizontais igualmente paralelas. Este
quadrado produz nove caixas, tanto abertas quanto fechadas. Elas contêm o
alfabeto comum. Muitas letras são diferenciadas por um ou dois pontos.
Para tirar dessa figura o alfabeto maçônico, basta remover essas letras e
representar em seu lugar as caixas onde elas estão, seja sem ponto, ou com um
ou dois pontos. Estas nove caixas assim divididas formam, com a ajuda de
pontuação, que as distingue no seu uso duplo e triplo, os caracteres da escrita
maçônica. Estas foram rapidamente suplantadas por alfabetos, onde a dupla
pontuação foi abandonada em favor da cruz de St. André, onde as letras são
dispostas nas caixas segundo uma regra regular simples.
ALFABETO MACONICO
ALFABETO MACONICO

E porque foram criados os alfabetos maçônicos?

Eu acredito que o maçom deve tem que ter ao menos noção do Alfabeto Maçônico até para
preservar sua cultura dos nossos usos e costumes, que em geral, possui uma peculiaridade: ele é
lido sempre detrás para frente como o alfabeto hebraico.
A sua utilização começou a partir do início do milênio 1.600, como forma dos membros da
maçonaria operativa se comunicarem entre si, e assim, mantendo as suas mensagens confidenciais.
E foi, como no tempo dos Templários, que receberam perseguições da Igreja durante a época da
inquisição.
Hoje, o alfabeto maçônico tornou-se um elemento que parece folclórico, visto que não
assegura a confidencialidade de uma mensagem. Realmente quebrar o código da escrita maçônica
é muito simples. Mas serviu e fazia real sentido para uma época.
ALFABETO MACONICO

História do alfabeto Maçônico

ALGUMAS VERSÕES
PigPen – “Porco no Chiqueiro”
CURIOSIDADES
ALFABETO MACONICO

Bruno de Melo Silva Borges, que


ficou conhecido como Menino do
Acre.
Seu quarto com mensagens
cifradas ganhou o noticiário
nacional. Sumiu e deixou
mensagens criptografadas no
chão, nas paredes e no teto, a
estátua em tamanho real do
filósofo italiano Giordano Bruno
(1548-1600), todas as imagens
que viralizaram em 2017.
ALFABETO MACONICO

Da mesma forma que nossa


escrita, a escrita maçônica pode
ser cursiva também.
Na Marca sugere-se colocar as
iniciais do iniciado no sistema
cifrado, e devendo haver
continuidade das linhas, portanto:
ALFABETO MACONICO

E por falar no Menino do Acre.


Esta é uma publicação do Manual do
Escoteiro Mirim da década de 1970. Na
página 70 encontramos “O Código
Secreto Marciano”, que obviamente foi
inspirado no nosso alfabeto. E dizem
que o rapaz do Acre se inspirou aqui
para fazer toda a escrita no seu quarto.
ALFABETO MACONICO

E a palavra semestral é encaminhada


diretamente ao V.´.M.´. pela nossa
POTÊNCIA em ALFABETO MAÇÔNICO de
uma forma peculiar.
ALFABETO MACONICO
ALFABETO MACONICO

Apesar da grande dificuldade em


encontrar referências sobre a escrita
maçônica, talvez não seja do meu grau,
eu encontrei uma referência no Grau da
Marca. Trabalho baseado no Rito
YORK/Emulação
ALFABETO MACONICO

Por quê eu me interessei em conhecer o


alfabeto Maçônico?
ALFABETO MACONICO

Aqui nós temos representadas as


palavras de passe do Grau: T e C
ALFABETO MACONICO

Aqui nós temos representadas o nome


do Mestre HA e o ano de sua morte:
Hiram Abif Builder (Construtor) 3000
Anno Lucis.
ALFABETO MACONICO

Aqui nós temos representadas os


segredos substitutos: MB e MB
OBRIGADO
ALFABETO MACONICO

Bibliografia

- Alfabeto Maçônico: suas raízes e origens :: Loja "Alferes Tiradentes“


- O alfabeto maçônico: mensagem codificada, o legado do quadrado mágico do mundo antigo Por Irene Mainguy
Tradução José Filardo -Publicado originalmente em: http://www.fm-mag.fr/article/611/l%E2%80%99alphabet-
ma%C3%A7onnique-messagecod%C3%A9-h%C3%A9ritage-du-carr%C3%A9-magique-de-l%E2%80%99antiquit%C3%A9
- www.tipografos.net/
- Wikipedia

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