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Introdução.
A biblia é uma história só, uma macro história, e dentro dessa macro história temos as
micro histórias, que são histórias pessoais que está dentro da macro história, contribuindo para
a compreensão do plano universal de Deus para a humanidade. Juntos, esses níveis nos
ajudam a entender como as histórias particulares servem à revelação universal do plano de
salvação de Deus. O Livro de Rute é bastante significativo, pois ele se encaixa na narrativa
maior da Bíblia como um elo importante na linhagem que leva ao Rei Davi e, posteriormente,
ao cumprimento das promessas messiânicas no Novo Testamento. A história de Rute está
relacionada a vários eventos e personagens bíblicos de maneira significativa. O narrador da
história de Rute começa com um drama familiar que tomou uma decisão aparentemente
equivocada de procurar pão longe da casa do pão (Belém). Destacando casamento misto, algo
não aceito pela lei Mosaica. A morte de três maridos, deixando três mulheres viúvas em uma
terra estrangeira e inimiga de Israel. Três mulheres enlutadas, e uma quase desistindo da vida.
Com uma amizade completamente vazia de interesse pessoal, e a conversão de uma pagã ao
judaísmo Em seu comentário desse livro Joyce W. Every diz assim:
Desse primeiro bloco temos uma introdução a todo o livro, tanto em relação aos
assuntos a serem abordados quanto a maneira de estruturar o texto. Essa parte inicial
do livro é descritiva, sem diálogo, escrita na terceira pessoa. E assim ficamos a
observar na tragédia de 4 pessoas que se encontram entre a vida e a morte sabemos
seus nomes, sua situação, sem porém conhece-la.1
Assim, o leitor fica amarrado ao desejo de saber como essa história termina. O autor
também tem em mente comunicar a história dos antepassados do grande Rei de Israel. (Esse
último é um pressuposto de que o autor conhecia o Rei Davi.)
A grande maioria dos comentaristas do livro de Rute como Joyce W. Clayton, Artur E.
Cundall, Leon Morris2, David Atkinson3, concorda que há uma dificuldade na hora de Saber
da autoria e data. Ficaremos a com possível data e autoria de John F. MacArthur.
1
CLAYTON, Joyce W. Em diálogo com a Bíblia. Curitiba: Encontro, 2004.
2
CUNDALL, Artur E.; MORRIS, Leon. Juízes e Rute: Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2008.
3
ATKINSON, David. A mensagem de Rute. São Paulo: ABU Editora, 1983.
A tradição judaica credita a autoria do livro a Samuel, o que é plausível já que ele
morreu (15m 25.1) somente depois de ter ungido Davi como o rei escolhido por
Deus (ISm 16.6-13). No entanto, nem referências nem testemunhos externos são
conclusivos na identificação do autor. Essa história extraordinária muito
provavelmente surgiu um pouco antes ou durante o reinado de Davi em Israel (1011-
971 a.C.), já que Davi é mencionado no livro (4.17,22), mas não Salomão.4
Deus conduziu uma situação de fome que assolou a terra de Judá, levando Elimeleque
e sua família a deixarem Belém e irem para Moabe em busca de alimento (Rt 1:1-2). Embora
essa decisão tenha sido tomada por Elimeleque, Deus estava no controle da situação e a usou
para trazer Noemi e Rute de volta a Belém mais tarde na história. Deus permitiu que
Elimeleque morresse em Moabe, deixando Noemi viúva com seus dois filhos (Rt 1:3-5).
Embora isso possa parecer uma tragédia, Deus estava trabalhando por trás das cenas para
trazer redenção e restauração para Noemi e posteriormente Rute. Deus permitiu que os dois
filhos de Noemi se casassem com mulheres moabitas, o que era contra a lei mosaica (Rt 1:4).
Embora isso possa parecer um erro, Deus estava usando essa situação para trazer Rute para a
história e, eventualmente, para a linhagem de Jesus. 4. Deus permitiu que os dois filhos de
Noemi morressem, deixando Noemi só e suas noras viúvas (Rute 1:5-6). 5. Deus permitiu que
Rute escolhesse seguir Noemi de volta a Belém, mesmo que isso significasse deixar sua
família e sua terra natal (Rute 1:16-17). Foi uma decisão difícil para Rute, mas Deus
encorajou-a diante dessa escolha trazendo-a para sua história, e para posteriormente redimi-
las.
A história é ambientada durante o período dos juízes de Israel, que ocorreu em 1210
a.C. a 1030 a.C. Este foi um tempo de grande instabilidade para Israel, com liderança
frequentemente mudando de mãos. Um tempo em que Hernandes Dias Lopes chama de
período de falsos arrependimentos:
O povo alternou sua vida oscilando entre sua rebeldia contra Deus e a volta para Ele.
A instabilidade política, o colapso moral e a infidelidade espiritual foram as marcas
distintivas desse tempo. Na verdade, a volta para Deus era superficial, pois o povo
só buscava a Deus para ser livre de suas angústias, mas, logo que a mão de Deus se
manifestava trazendo o Livramento, o povo voltava a se rebelar contra o altíssimo. 5
4
MacArthur, John. Biblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Sociedade Biblica do Brasil, 2010. P, 337.
5
Lopes, Hernandes Dias. Rute: Uma Perfeita História de Amor. São Paulo: 2007. Editora Hagnos, p.14.
1. Fome na terra: “houve fome na terra...”
A narrativa começa com uma fome na terra, que leva Elimeleque e sua família a se
mudarem para Moabe. Isso indica que a história ocorre durante um período de dificuldades
econômicas e políticas em Israel.
2. Moabe: “...e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, ...”
Os filhos de Elimeleque se casam com mulheres moabitas, Rute e Orfa. Isso indica
que casamentos mistos foram tolerados durante esse período, embora nem sempre fossem
bem vistos pela sociedade israelita. A lei mosaica dizia “...nem contrairás matrimônio com os
filhos dessas nações;” (Dt 7.3)
4. Deus cumprindo sua parte na aliança Mosaica. (Vs 6b) “...que o SENHOR se lembrara
do seu povo, dando-lhe pão.”
Seu retorno se dava em um momento em que a nação havia se arrependido, e Deus havia
restabelecida a ordem.
O primeiro capítulo do Livro de Rute apresenta várias lições importantes que podem
ser aplicadas aos cristãos no século XXI.
Referencias bibliográficas