REFLEXÃO: DIANTE DE UMA CRISE EXISTENCIAL

INTRODUÇÃO:

O estudo de hoje tem como base o livro de Rute. (Vamos ler Rute 1)

Informações importantes: (1) o contexto histórico se dá nos dias de juízes – o livro base desta série; (2) nesse
tempo, Belém de Judá, cujo significado é “a casa do pão”, estava enfrentando a crise da fome; (3) uma família
decidiu sair daquela cidade para uma terra estrangeira onde a crise não havia chegado. Era uma mudança
temporária, até que voltasse o pão na casa do pão, em Belém.

DESENVOLVIMENTO DO ENSINO:

A história do livro move-se rapidamente nos 4 capítulos do livro. Mortes marcam a vida de três
famílias. Quando a desesperança parece dar fim a tudo para a já idosa Noemi, Rute, uma moabita, surpreende
com a sua decisão que contribuiu na história da redenção.

Longe de interpretar essa história numa alegoria, é interessante perceber como os nomes dos
personagens e os seus significados dão um tom especial na compreensão da mensagem.

 Elimeleque (marido de Noemi) significa “meu Deus é rei”. Apesar de carregar esse significado como
expressão do seu nome, ele é o primeiro a morrer na história; e pior, longe da sua terra.
 Noemi (esposa de Elimeleque) significa “minha alegria, meu prazer”. Toda a sua esperança estava
depositada junto à provisão do seu marido no lar. Mas as circunstâncias da vida com a perda do marido
e, anos depois, dos filhos, enche o coração dessa mulher de angústia. Por isso ela pede para ser chamada
de Mara (Rute 1:20), que significa “amarga”.
 Malom (filho de Noemi e Elimeleque) significa “doença”. Seu irmão, Quiliom, significa “fragilidade”.
Pode ser que os dois tiveram alguma debilidade desde o nascimento para terem esses nomes. O fato é
que, casados e vivendo em Moabe por quase 10 anos, morrem também.
 Orfa (nora de Noemi e Elimeleque) significa “costas, nuca”. Ela também ficou viúva nessa história.
Chorou com a sua sogra que voltava para Belém, mas preferiu permanecer em Moabe e reconstruir a
sua vida naquela terra.
 Rute (nora de Noemi e Elimeleque) significa “amiga, companheira”. Essa faz jus ao nome, ficando ao
lado de Noemi. Essa decisão demonstra claramente o impacto do caráter de Noemi e de sua fé sobre
Rute, que passa a crer em Deus e a ouvir a sua voz.
 Boaz (parente de Noemi) significa “pela força”. Foi ele quem levou a sério a Lei do Levirato (Dt 25: 5-10)
que prescrevia o cuidado com as viúvas desprotegidas e os filhos, caso houvesse a morte do marido.
 Interessante como alguns fatos históricos parecem querer dar um nó em Deus. Elimeleque fazia parte da
linhagem do Messias, Jesus. Com a sua morte e de seus filhos, o plano estava comprometido. Estava? Para
Deus, não! Rute, uma estrangeira, conhece em Belém um parente de Noemi, Boaz. E Boaz era filho de Raabe,
uma gentia e prostituta. Deus sempre nos surpreendendo com a sua graça.

COMPARTILHANDO NO GRUPO:

O objetivo aqui é reconhecer como a boa mão de Deus é capaz de conduzir as nossas histórias, independente
das circunstâncias que enfrentamos. O livro de Rute é um bom exemplo:

Diante da crise pode acontecer de buscarmos a solução para um bem-estar material e encontrarmos a tragédia
no caminho. Como o grupo entende isso a partir do que aconteceu com a família de Elimeleque?

Foi num momento de grande expectativa e ansiedade para a já idosa Noemi voltar para Belém. Como o grupo
avalia a decisão das noras, Orfa (Rute 1:15), e Rute (Rute 1:16-17). O que chama a atenção nessas decisões?

Rute era pobre, bem como a sogra Noemi. No entanto, agora em Belém, e consciente da sua condição e dos
direitos legais dos pobres (Dt 24:19), Rute vai logo trabalhar colhendo espigas que eram deixadas para trás
pelos ceifeiros, exatamente na propriedade de Boaz (Rute 2:2). Qual é a inspiração de Rute para os nossos
dias?

Noemi, apesar das perdas que teve na sua família, estava preocupada com o futuro familiar de Rute (Rute 3:1).
Mesmo sofrendo perdas e ganhando uma grande amargura, Noemi é o exemplo de que a tragédia não tem a
última palavra. Como o grupo vê essa atitude de Noemi?

Boaz preparou o seu casamento com Rute. Como parente mais próximo de Noemi, ele assume o direito de
resgatador (Rute 4:9-12). O fruto desse casamento foi o nascimento de Obede, que veio a ser o pai de Jessé,
pai de Davi, que era a linha real de Cristo.

A PERSPECTIVA DE DEUS E A NOSSA RESPOSTA

A história de Rute mostra que Deus é soberano nas questões do dia -a-dia de homens e mulheres comuns à
medida que Ele realiza os seus propósitos eternos na redenção da humanidade.

Dessa e de outras histórias se deduz que Deus deseja mostrar a graça e o seu poder, cumprindo os seus
propósitos e operando os seus milagres apesar das circunstâncias criadas pelo ser humano.

Rute era moabita, uma estrangeira, quem sabe uma idólatra junto ao seu povo. A história de Rute é a nossa
história. Sob esse prisma, em nosso grupo somos todos estrangeiros e, quem sabe, acreditamos em algo ou
alguém que não tem nada com Deus. Mas quando ouvimos a respeito de Jesus, compreendemos o que ele
fez na cruz e nos rendemos a ele, passamos a fazer parte do povo de Deus.

Lembre-se de que faltava pão na casa do pão (Belém), mas Deus usou Rute para trazer a cabo o nascimento,
naquela mesma cidade, do Pão da Vida, Jesus. E tudo isso aconteceu porque ela ouviu uma voz, tomou uma
decisão e fez parte da única solução de resgate do pecado da humanidade.

Reflexão adaptada da Igreja Presbiteriana Chácara Primavera, Campinas - SP