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A IGREJA, OS JOGOS DE AZAR E AS LOTERIAS


PARTE 2

Salmo 62.10

Na lição anterior vimos como os jogos de azar, qual chaga incurável, estão
impregnando todas as camadas sociais, produzindo efeitos tremendamente maléficos
ao homem.

Vale lembrar que esse não é um problema especificamente brasileiro. Há países onde
os jogos de azar são legalizados e regulamentados, havendo plena liberdade para sua
prática.

Hoje vamos ver o que se pode saber através das Escrituras, na busca de argumentos
que nos auxiliem na luta contra esse grande mal.

1 - PROBLEMAS ÉTICOS
Temos visto com tristeza a proliferação em nosso país do jogo institucionalizado em
suas várias formas. Já mencionamos na lição anterior as Loterias, a Loto e outras de
iniciativa particular, porém amparadas pelas leis do país, tais como: as corridas de
cavalos, bingos "beneficentes", jogos de baralho, sinucas nos clubes e até jogo do
bicho.

É então que aparecem inúmeros problemas éticos envolvendo patrocinadores,


apostadores e, por extensão, governos e o povo em geral.

Se não, vejamos:

a) Trapaças - A começar pelas propagandas, nota-se toda a sorte de atitudes na


tentativa de enganar o apostador. Procuram-se meios de dificultar as coisas para o
apostador. Vale lembrar que a mudança de 13 para 16 jogos na Loteria Esportiva
reduziu enormemente as chances para o apostador; mas, pela propaganda, lhe parece
melhor.

b) A Avareza - Aparece logo em seguida, envolvendo o patrocinador e o apostador.


Busca-se o lucro, o dinheiro, o ganho fácil.

c) A Lei do Menor Esforço - Quanto mais, melhor; quanto menos esforço, melhor. É
evidente que, em certas atividades, é perfeitamente válida, porém é desleal e
desonesta nos jogos.

d) Roubo Disfarçado - Nenhum apostador faz o seu jogo para perder. Seu sonho é
ganhar. Logo, o ganhador está recebendo o que o outro perdeu; e muitas vezes é o
dinheiro que serviria para comprar o alimento ou o remédio para a família.

Por isso, Herbert Spencer dizia: "A sorte do que ganha envolve a miséria do que
perde." Pense nesse grave problema social: Crianças passam a noite com o estômago
vazio para que o pai arrisque dinheiro nos jogos de azar.

e) Vício - O jogo sempre conduz ao vício. O jogador que não ganha hoje arrisca de
novo amanhã; e o que ganhou, quer ganhar novamente. Isto, por fim, liga-se a outros
vícios e crimes da sociedade, tais como: egoísmo, preguiça, falta de amor ao trabalho,
consumo de bebidas alcoólicas, assassinatos, drogas.

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Sobre isso, veja o que dizia o grande Rui Barbosa: "...no jogo, o homem vai perdendo
aos poucos a energia, a fé, o juizo, a nobreza, a honra, a temperança e a caridade."

f) Crimes - Sabe-se que os jogos acham-se ligados aos mais hediondos crimes. Como
pode o crente sincero, o cristão fiel envolver-se em atividades desse gênero e receber,
muitas vezes, dinheiro que representa o sangue do seu próximo?

2 - VALOR MONETÁRIO
Adquirir muito dinheiro sem nenhum esforço. Eis o objetivo principal dos jogos de azar.
Aqui também está o grande problema do homem: a valorização dos bens materiais e
do dinheiro, em detrimento dos valores espirituais, permanentes e eternos.

Há textos bíblicos contundentes que condenam o amor ao dinheiro. Veja I Tm 6.10:


"Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males..."

Jesus mostra o problema da riqueza, confrontando-o com a entrada no céu (Mt


19.23b-24). Salomão mostra a tranquilidade do que trabalha, em contraste com a
preocupação do rico (Ec 5.12).

Por outro lado, deve-se lembrar que todas as coisas pertencem ao Senhor (SI 24.1; Ag
2.8). Ele é o verdadeiro dono de tudo, inclusive do homem. Nós somos apenas
mordomos dEle.

Não podemos esquecer da transitoriedade das riquezas. São efêmeras, passageiras,


e são constantes as advertências bíblicas sobre essa verdade. "As riquezas de nada
aproveitam no dia da ira..." (Pv 11.4).

Ao homem que confiou em suas fartas colheitas, diz Deus: "Louco, esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12.20).

Jó perdeu todos os seus bens materiais, nada obstante a sua grande riqueza. Res
taram-lhe, porém, a fé e a confiança no Todo-Poderoso.

Não se condenam as riquezas, condena-se o modo desonesto de adquiri-las, o mau


uso que se faz delas e o efeito que produzem sobre personalidades fracas,
provocando a inversão de valores. Primeiro Deus, depois as riquezas.

3 – TRABALHO: ESSE É O CAMINHO


Do ponto de vista Bíblico, o trabalho é o único meio pelo qual o homem deve ganhar o
seu sustento (Gn 3.17). Por outro lado, a sociedade depende daquilo que cada
indivíduo possa fazer para suprir as necessidades do meio em que vive.

Andando pela cidade, vemos que cada habitante está se movendo de um lado para o
outro; os carros, os ônibus, os caminhões de transporte, os aviões, os navios, etc, e
sabemos que, salvo raras exceções, cada qual está fazendo a sua parte nessa
máquina maravilhosa que é a sociedade.

Inconscientemente, cada um está contribuindo para o bem comum.

O jogos de azar são uma total inversão desse princípio. Eles são uma revolta contra o
trabalho. Por ele, o homem recebe sem trabalhar, sem produzir nada; sem cumprir o
seu papel dentro da sociedade em que vive.

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O trabalho é o meio lícito, sábio e verdadeiro deixado por Deus para que o homem
ganhe o seu sustento. "Seis dias trabalharás..." (Êx 20.9; SI 128). Alguém já disse que
"a divisa do jogo é a do egoísmo e do separatismo - Cada um para si"; a do trabalho é
a do altruísmo e da união - "Um por todos, todos por um."

O trabalho é uma preciosa dádiva de Deus ao homem. É uma rica bênção do Criador
para todos nós.

CONCLUSÃO
Participar dos jogos de azar é contrário aos grandes valores éticos; é contrário aos
ensinos bíblicos; e contraria os princípios sociais que regem a sociedade. Se os seus
colegas costumam praticá-los, ajude-os falando-lhes sobre esta lição. Faça- os ver
que a verdadeira riqueza é a graça do Deus vivo.

AUTOR: NODAN EMERIK LOURENÇO

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