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Integridade – sendo bom de dentro pra fora

Não aceitar suborno

(Êx 23:6-8 / Sl 15:5)

Ao longo desses encontros e estudos temos visto e aprendido como devemos


andar em retidão, diante de Deus, seguindo as orientações e princípios éticos
e morais dados pelo Senhor em sua palavra. Andar em retidão tem tudo a ver
com o tema de hoje, pois quem anda em retidão, nunca irá se dobrar às
propostas de suborno, sejam quais forem ou sejam de quem partirem essas
propostas.

O texto bíblico de referência de hoje é: Êx 23:6-8, “Não perverta o direito


do pobre que vem até você com a sua causa. Fique longe da falsa acusação.
Não mate o inocente e o justo, porque não justificarei o ímpio. Não aceite
suborno, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras dos
juntos”.

Por definição, suborno é um ato ilícito que consiste na ação de induzir


alguém a praticar determinado ato em troca de dinheiro, bens materiais ou
outros benefícios particulares.

No âmbito do direito, o suborno está tipificado como crime de corrupção no


Código Pena Brasileiro, com penas que variam entre os 2 (dois) e 12 (doze)
anos de reclusão, caso o suspeito seja condenado.

É considerado suborno qualquer oferecimento, pagamento ou promessa a


uma autoridade pública, governante, funcionário público e demais
profissionais em troca de favores feitos por estes que favoreça de modo
particular o corruptor.
Do ponto de vista social, o suborno é uma prática nociva que contribui para
a desestabilização de uma sociedade, seja no âmbito econômico, educativo,
cultural, etc.

No âmbito espiritual, desagrada e é condenada por Deus.

Você já se viu em situação na qual você evitou aceitar suborno?

Infelizmente, o suborno é parte de nossa cultura. Ele está enraizado no Brasil


desde o período colonial. Tanto que muitas expressões comuns, até os dias
de hoje são usadas de forma corriqueira pela população, tais como: alimentar
a base; “carteirada” ou você sabe com quem está falando?; conhecer o
caminho das pedras; “contrato de gaveta” ou “só no papel”; fazer vista
grossa; a famosa “Lei de Gérson” de levar vantagem em tudo; e por aí vai.....

Mas isso não é uma coisa exclusiva do Brasil, infelizmente está presente em
qualquer sociedade desse mundo. Especificamente no Brasil, esse ambiente
foi gerado, desde o início, pelo próprio modelo de colonização aplicado pela
coroa portuguesa. Esse modelo era explorador e não desenvolvimentista,
com objetivo trazer a coroa para o Brasil. Sendo assim, para convencer as
pessoas a virem para cá, uma série de vantagens e permissividades eram
liberadas. Essa postura, somada com a distância da corte, criou um clima
favorável à propagação de núcleos de “poder” dominantes que para
funcionar exigiam todo tipo de vantagem ilícita. Isso em todos os níveis
hierárquicos do serviço público.

Aceitar suborno é praticar a injustiça. Colocar-se contra a justiça é


posicionar-se contra Deus. É corrupção. E Deus condena veementemente o
suborno.

Is 1:23 “Os seus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões. Cada


um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Eles não defendem
o direito do órfão, e a causa das viúvas não chega diante deles”. Quando
os filhos de Deus agem dessa forma, Deus não tem outra alternativa, senão,
trata-los como inimigos e adversários.

Is 5:23 “...que por suborno justificam o ímpio, mas ao justo negam


justiça!”.

Ez 22:12 “Em seu meio, aceitam suborno para derramar sangue. Você
emprestou com usura e cobrou juros. Você explorou o seu próximo com
extorsão. Mas de mim você se esqueceu, diz o Senhor Deus”. Essa é uma
descrição de líderes egocêntricos que usam e abusam de outros. Tais líderes
são tremendamente perigosos.

Além do dinheiro, quais são as outras formas de suborno?

Toda vantagem oferecida, seja ela financeira, em forma de dinheiro, ou em


forma de favorecimento, pode ser considerado suborno. Por exemplo, em
troca de um favor pode ser oferecida uma promoção como recompensa, uma
viagem, um presente valioso, prestígio, etc.....

De qualquer forma, como está na palavra de Deus, “o suborno “cega” quem


enxerga com perfeição e perverte as palavras dos juntos”.

Assim como em Ez 22:12, no salmo 15:5, o suborno também é mencionado


junto com a “usura” (juro excessivo), “aquele que não empresta o seu
dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem age
assim não será jamais abalado”.

Podemos ver que, tanto quem suborna quanto quem empresta dinheiro com
usura, estão prejudicando um inocente. Nesse tipo de negócio sempre há uma
vítima ou uma parte prejudicada ou coletivo.
Como vemos, a corrupção é uma prática nociva e injusta, condenada por
Deus, e a cobrança de juro abusivo também se enquadra nisso.

Pv 22:7-8 diz assim: “O rico domina sobre o pobre, e o que pede emprestado
é servo de quem empresta. O que semeia a injustiça colhe a desgraça, e a
vara da sua indignação será destruída”.

O cristão deve evitar, a qualquer custo se endividar, especialmente quando


há cobrança de juros. Quando ele se endivida, desobedece ao ensinamento
bíblico que está em Rm 13:8 “Não fiquem devendo a ninguém, exceto o
amor de uns para com os outros”).

Como um só corpo, quando houver necessidade de recursos na igreja para


socorrer um irmão necessitado, um projeto missionário, uma obra de
construção de edificação ou obra social, temos o compromisso de nos
mobilizar para levantar esses recursos, sem, porém, lançar mão de
empréstimos a juros.

Na nossa vida pessoal, caso façamos planos de adquirirmos algum bem


material, o mais sábio é levantar esse valor através de uma poupança ou outro
investimento, por exemplo, ou fazer um planejamento financeiro, para
podermos quita-lo a vista. Fazendo assim, vamos ter até mais poder de
negociação e obtenção de desconto, reduzindo o preço para um valor mais
justo.

Finalmente, vivamos de acordo com nossos recursos, e não segundo nossas


fantasias ou nossos desejos, em geral inflamados pela propaganda e pelos
valores do mundo.

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