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O Cumprimento

Os religiosos umbandistas, devem se cumprimentar sempre da maneira tradicional religiosa, que


deve se iniciar com um cumprimento de mãos envolvendo-se o polegar um do outro com um
rápido fechamento das mãos, complementado com a volta da posição normal de um cumprimento
feito com as mãos.
Conta a história de nossa religião que este cumprimento era como se fosse um código entre os
escravos que o usavam para significar, que naquela noite haveria trabalho espirita, que como
sabemos eram realizados às escondidas, dado o fato de sua prática ser proibida pelos senhores
seus donos, que então dormiam enquanto os rituais se desenvolviam.

O Pedido de Benção

O religioso espírita e umbandista, deve sempre que entrar ou sair de sua Casa Sagrada, saudar e
tomar a bênção de seus Sacerdotes, tomando entre suas mãos a mão de seu Pai Espiritual
beijando-a respeitosamente, levando-a até sua testa e trazendo-a de volta à posição normal.

Quando isto ocorre o filho está reconhecendo em seu Pai ou Mãe Espirituais, o seu orientador que
o conduzirá dentro da doutrina religiosa. Ao levar sua mão até a própria testa, representa neste
ato, seu desejo de que aquelas mãos preparadas o conduzam nos serviços de Deus, representando
ainda a humildade de que se serve para prosseguir em seu aprendizado e iniciação religiosa.

Ao tornar beijar essa mesma mão, de seu Sacerdote, está admitindo que o respeita como
intermediário entre ele e os Orixás, bem como os espíritos que o assistem, manifestando seu
desejo de ser abençoado pelos Orixás responsáveis pelos seus Sacerdotes e da Casa onde está se
iniciando.

O Ritual da Toalha

Este momento, que é desenvolvido pelo ato de bater a cabeça, colocando-se de bruços e deitado
em frente e aos pés de seu Sacerdote, com a cabeça voltada e prostrada na toalha, significa a
solicitação da benção do seu Pai Espiritual e do seu Orixá, significando num ato de humildade a
obediência e resignação aos preceitos religiosos, devendo significar a aceitação daquela Casa e
seus Mentores como seus condutores no caminho dos serviços de Deus e de nossa religião. É a
submissão aos ordenamentos divinos e o reconhecimento de sua opção religiosa.

As mãos voltadas com as palmas para cima neste momento, no mesmo nível que a cabeça, é que
vão complementar o recebimento das emanações vibratórias positivas de Deus, dos Orixás
cultuados na Umbanda e dos Orixás da Casa Sagrada daquele filho de fé. Neste instante deve o
filho e médium, em uma prece mental rápida, pedir auxílio aos Mentores espirituais, a Deus e aos
Orixás, para um melhor desempenho de suas funções mediúnicas, recebendo o axé dos Orixás
donos daquela Casa e Templo Sagrado. O respeito aos seus Sacerdotes é fundamental e definitivo
no caminho da espiritualidade, pois são eles que vão ser os condutores de sua vida espiritual e
religiosa.

Não insista em se achar uma exceção, porque não há exceções no caminho onde a humildade
deve ser seu precursor em busca do aprendizado religioso.
O Batismo na Umbanda

Batismo é o sacramento por onde se pretende afastar o pecado original, trocando o vinho pela
água. Na Umbanda não é diferente e carrega o mesmo ônus, de se escolher a fé que o conduzirá
ao Pai num ritual de opção pela adoção divina.

Assim, tem o Batismo o condão de iniciação onde no ato batismal se reconhece a aceitação da
religião umbandista como sua condutora nos caminhos divinos, é a aceitação definitiva, a opção e
a integração religiosa que abrirá suas portas para as obrigações e iniciações, que se seguem a
partir deste momento.

Não tem o Batismo uma relação de obrigatoriedade ou de compromisso irreversível, face seu
caráter religioso, contudo, recebe o iniciante e iniciado naquele ato a benção dos Orisas e dos
Mentores de Luz do contexto espiritual umbandista que lhe abrirão as portas da evolução no
caminho de nossa fé. É o florescimento e a coroação do umbandista como prova de sua
religiosidade e dedicação.

Assim, trata-se da primeira obrigação, um passo à frente e um degrau a mais na nossa causa e na
nossa religião.

EXPRESSÕES USADAS NA UMBANDA:

Abó - banho de odor desagradável, em cuja composição entram várias ervas.


Agô - licença, permissão.
Alguidá - bacia de barro para diverso usos e finalidades.
Amací - banho de ervas, feito para lavar a cabeça.
Amalá - comida que se dá aos Orixás.
Aruanda - astral superior, onde vivem os Orixás.
Atabaque - tambor usado para acentuar o ritmo dos pontos.

Baba ou Babalorixá - Mãe de Santo; Chefe de terreiro.


Baixar - incorporar, descer o Guia.
Burro - denominação dada aos médiuns por alguns Exús.
Búzios - conchas marítimas usadas por Pai de Santo do Candomblé para consultar os orixás.

Calunga grande - mar, oceano.


Calunga pequena - cemitério.
Cambone ou cambono - auxiliar ou assistente do Orixá.
Camutuê - cabeça
candomblé - ramos dos cultos afros-brasileiros.
Canela-preta - soldado de polícia.
Carregado - cheio de maus fluídos.
Catatau - charuto.
Despacho- ato de despachar as ofertas ou coisas de que se queira livrar.

Ebó - presente, oferenda.


Egum - espírito de morto.
Encosto - obsessão de espíritos perturbadores.
Erês, ibejeda ou ibeji - espíritos que conservam o psiquismo de criança.
Exús - espíritos neutros; Orixá de esquerda, identificado erroneamente por muitos como sendo o
diabo, qualquer espírito que faz o mal.

Filho- de-fé - adepto da Umbanda. Médium em desenvolvimento.


Filho de santo - médium com batismo na Umbanda, com o Guia Identificado.
Fundanga ou tuia – pólvora.

Guerreado - local de trabalho.


Gira ou engira - sessão de Umbanda; trabalhos espirituais.
Guia - protetor do médium; colar de contas, pedra ou metal.

Iabá - cozinheira especializada em preparar a comida de santo.

Jacutá - altar, terreiro.


Juremá - local na mata astral, onde vivem os Caboclos.

Mãe ou Pai pequeno - auxiliar imediata da Mãe ou Pai de Santo.


Mãe de Santo - mulher dirigente do terreiro, ou médium coroada.
Macaia - casa, lar, domicílio.
Maleime - perdão, desculpa.
Marafa ou marafo - aguardente, qualquer tipo de bebida alcoólica.
Médium - intermediário entre os Guias e os homens.
Mironga - segredo, mistério.
Moça ou moça bonita - Pomba Gira.

Oferenda - presente para os Orixás.


Ogan - tocador de atabaque.
Oló, ir a oló ou ir ao ló - ir embora, subir (a entidade).
Patuá - talismã usado para dar sorte ou proteção.
Pegí - altar, o mesmo que congá.
Pemba - giz especial com que se riscam os pontos.
Perna de calça - homem.
Piau - frango, galinha ou ave na linguagem dos Exús.
Ponteiro - punhal.
Ponto cantado - cântico entoado às entidades.
Ponto riscado - desenho feito no chão ou numa roda, que simboliza as armas da entidade; o mesmo
que a “assinatura” do Guia.

Quimbanda - conjunto de linhas a quem pertencem quiumbas, ou exús malévolos.


Quiumba - rabo de encruza, espírito trevoso, sofredor que só faz o mal.

Rabo de saia-mulher.

Saravá - cumprimento comum e geral na Umbanda, o mesmo que “salve”.

Tenda - templo, igreja ou local onde se realizam os cultos.


Terreiro - tenda, templo, local onde se realizam sessões de Umbanda.
Toco - vela, charuto, cigarro, banco.

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