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AS DECIÇÕES DIFÍCEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Tema-chave: Em sua providência, Deus conduz e abençoa aqueles que nele


confiam. (Warren W. Wiersbe)

Uma família toma uma decisão errada e troca a escassez de alimento por três
funerais. (Warren W. Wiersbe)

1 . INCREDULIDADE: A TENTATIVA DE FUGIR DE NOSSOS PROBLEMAS (RT 1:1-5)


2 . DISSIMULAÇÃO: A TENTATIVA DE ESCONDER NOSSOS ERROS (RT 1 :6-18)
3. AMARGURA: CULPAR A DEUS POR NOSSAS PROVAÇÕES (RT 1:19-22)
(Divisão dada por Warren W. Wiersbe do capítulo 1)

“Os esforços que fazemos para escapar de nosso destino só servem para nos
conduzir até ele." Essas palavras são do ensaísta norte-americano Ralph Waldo
Emerson em seu livro The Conduct of Life e são tão verdadeiras hoje quanto na
época em que o livro foi publicado em 1860.

Bem-vindo a esta história bíblica que nos conduzirá ao livro de Rute, uma bela
história de amor, lealdade e redenção encontrada nas páginas da Bíblia. Embora
seja um livro curto, sua mensagem poderosa ecoa através dos séculos,
impactando nossas vidas e nos ensinando importantes lições sobre fé, esperança
e a providência de Deus.

O livro de Rute se passa em um contexto histórico conturbado, durante o período


dos juízes de Israel. Nesse tempo de instabilidade política e social, o povo de Israel
enfrentava desafios e adversidades constantes. É nesse contexto que somos
apresentados à história de uma família: Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom, que
viviam na cidade de Belém.

Uma fome assola a terra, levando Elimeleque a tomar uma decisão difícil: buscar
recursos em uma terra estrangeira, Moabe, considerada inimiga de Israel. Nessa
jornada, Elimeleque, tristemente, encontra a morte, deixando sua esposa Noemi
e seus dois filhos viúvos. Noemi se vê diante de uma situação desesperadora, sem
sustento, sem família e sem esperança.

É nesse momento de angústia e perda que a história de Rute realmente começa a


se desenrolar. Rute, uma mulher moabita, decide permanecer ao lado de Noemi,
demonstrando uma lealdade e amor excepcionais. Juntas, elas retornam a Belém,
enfrentando os desafios que a vida lhes apresenta.
Ao longo do livro, testemunhamos a providência divina agindo por meio das ações
de Rute e Noemi. Encontramos uma linda história de amor e casamento entre
Rute e Boaz, um parente próximo de Elimeleque, que se torna um redentor para
elas. Essa história culmina em uma surpreendente reviravolta, com Rute e Boaz se
casando e o nascimento de Obed, que se torna ancestral do rei Davi.

A mensagem inspiradora de Rute transcende sua narrativa histórica. Ela nos


ensina que Deus está presente mesmo nas situações mais difíceis e
aparentemente desesperadoras. Nos ensina sobre a importância da lealdade, do
amor e da fidelidade, que podem romper barreiras culturais e trazer bênçãos
inesperadas.

À medida que mergulhamos nas páginas do livro de Rute, somos convidados a


refletir sobre como a história dessas mulheres corajosas e a obra de Deus em suas
vidas podem impactar nossas próprias jornadas. Que possamos encontrar
encorajamento e inspiração, confiando na fidelidade de Deus e abraçando a
esperança que está disponível para nós, assim como Rute e Noemi fizeram. Que a
leitura deste livro nos aproxime mais de Deus e nos transforme em pessoas mais
leais, amorosas e cheias de fé.

UMA ABORDAGEM TEOLÓGICA

O livro de Rute pode ser explorado teologicamente de várias maneiras. Aqui estão
algumas perspectivas teológicas que podem ser exploradas ao estudar este livro:

Providência Divina: Uma das principais lições do livro de Rute é a evidente atuação
da providência divina nas vidas dos personagens. Mesmo em meio à adversidade,
Deus age silenciosamente para trazer redenção e restauração. Podemos explorar
a ideia de como Deus trabalha nos bastidores de nossas vidas, trazendo propósito
e cumprindo seus planos, mesmo quando não podemos ver claramente.

Lealdade e Amor Ágape: A relação entre Rute e Noemi é um exemplo poderoso


de lealdade e amor sacrificial. Podemos examinar o tema do amor ágape, um amor
incondicional e altruísta que transcende barreiras culturais e familiares. Isso nos
desafia a considerar como podemos demonstrar esse tipo de amor uns aos outros
e ao próximo.

Redenção e Inclusão: O livro de Rute retrata a inclusão de uma mulher moabita


na história da salvação de Israel. Isso tem implicações teológicas significativas,
mostrando que Deus não está limitado por fronteiras culturais ou étnicas.
Podemos explorar o tema da redenção universal e da graça de Deus que se
estende a todos, independentemente de sua origem ou histórico.

Linhagem de Davi: O livro de Rute estabelece a linhagem de Davi, o grande rei de


Israel, e, consequentemente, a linhagem de Jesus Cristo. Podemos explorar a
conexão entre Rute e a genealogia messiânica, destacando como Deus trabalha
através de histórias aparentemente comuns para cumprir seus propósitos
maiores.

Restauração e Renovação: O livro de Rute também traz uma mensagem de


restauração e renovação. Podemos refletir sobre como Deus pode transformar
situações de perda e desespero em esperança e bênçãos abundantes. Isso nos
leva a considerar a importância da confiança em Deus mesmo diante das
circunstâncias mais desafiadoras.

Ao explorar o livro de Rute teologicamente, podemos obter uma compreensão


mais profunda da natureza de Deus, de seus caminhos e de como podemos
responder a ele em nossa própria jornada de fé. O livro nos desafia a ser pessoas
de lealdade, amor e esperança, confiando na providência e na redenção divina
que se manifestam em nossas vidas.

PERSONAGENS DO LIVRO DE RUTE

No livro de Rute, existem vários personagens importantes, cada um com seu


significado e papel na história. Aqui estão os principais personagens e seus
significados:

Noemi: O nome Noemi significa "agradável" ou "agradável ao Senhor". Ela é uma


mulher israelita que sofreu grandes perdas, mas também experimenta a redenção
e a restauração ao longo da história.

Elimeleque: O nome Elimeleque significa "meu Deus é Rei". Ele é o marido de


Noemi e pai de Malom e Quiliom. Elimeleque toma a decisão de deixar sua terra
natal, Belém, em busca de recursos durante a fome, mas acaba falecendo em
Moabe.

Rute: O nome Rute significa "amizade" ou "companheirismo". Ela é uma mulher


moabita que se casa com Malom, filho de Noemi, e se torna uma personagem
central na história. Rute demonstra lealdade, amor e fé ao acompanhar Noemi de
volta a Belém.

Orfa: O nome Orfa significa "gazela". Ela é a outra nora de Noemi, que inicialmente
decide seguir Noemi, mas acaba voltando para Moabe. Orfa representa uma
escolha diferente diante das adversidades.

Boaz: O nome Boaz significa "força". Ele é um parente próximo de Elimeleque e se


torna o redentor de Rute e Noemi. Boaz se destaca como um homem generoso,
justo e temente a Deus. Ele se casa com Rute e é um ancestral do rei Davi.

Malom e Quiliom: Os nomes Malom e Quiliom não têm significados explícitos, mas
eles representam os filhos de Noemi e Elimeleque. Eles se casam com mulheres
moabitas, Rute e Orfa, respectivamente, e acabam falecendo em Moabe.

Esses personagens desempenham papéis importantes na narrativa de Rute, cada


um trazendo à tona temas como lealdade, fidelidade, redenção e esperança. Seus
nomes muitas vezes refletem características ou simbolismos que contribuem para
o significado mais amplo da história.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO SOBRE A DECISÃO DE MUDANÇA DA FAMÍLIA DE


ELIMELEQUE

Elimeleque, ao tomar a decisão de deixar Belém e buscar recursos em Moabe,


enfrentou uma escolha desafiadora. Ele optou por buscar provisão material em
um lugar aparentemente mais próspero, mas que também era uma cultura pagã.
Nesse contexto, existem alguns riscos que podemos refletir e aplicar em nossas
vidas hoje:

Comprometimento da fé: Ao se envolver com uma cultura pagã, há o risco de


comprometer nossa fé e os valores que nos são ensinados pela Palavra de Deus.
Podemos ser tentados a adotar práticas e crenças que não são alinhadas com os
princípios bíblicos.

Influência negativa: Ao entrar em contato com uma cultura pagã, podemos ficar
expostos a influências negativas que podem afetar nossa moralidade,
comportamento e estilo de vida. Isso pode levar a escolhas e decisões que não são
agradáveis a Deus e que podem nos afastar de uma vida piedosa.
Dificuldades de integração: Ao mudar para um ambiente culturalmente diferente,
podemos enfrentar desafios de adaptação e integração. Isso pode incluir barreiras
linguísticas, diferenças de costumes e tradições, e até mesmo discriminação ou
exclusão por parte da comunidade local.

Perda de identidade: Ao se afastar de sua terra natal, Elimeleque e sua família


corriam o risco de perder sua identidade como povo de Deus e sua conexão com
a promessa e a herança da Terra Prometida. Eles poderiam se tornar estrangeiros
em uma terra estranha, perdendo o senso de pertencimento e propósito.

Ao refletirmos sobre esses riscos, podemos aplicá-los em nossas vidas hoje,


reconhecendo a importância de buscar primeiro o Reino de Deus e a Sua vontade
em nossas decisões. Devemos ser cautelosos ao nos envolvermos com ambientes
e influências que possam comprometer nossa fé e nos afastar de um
relacionamento íntimo com Deus. Isso não significa que devemos evitar
completamente as culturas e pessoas diferentes, mas sim estar atentos aos riscos
envolvidos e buscar discernimento e sabedoria em nossas escolhas.

DANIEL X ELIMELEQUE

A conexão entre as histórias de Daniel e Elimeleque nos permite extrair


importantes aprendizados para a fé moderna em uma sociedade culturalmente
diversa, onde enfrentamos desafios em relação aos nossos valores e convicções.
Embora haja diferenças nas circunstâncias e contextos desses personagens,
podemos encontrar alguns pontos de reflexão comuns:

Fidelidade a Deus acima de tudo: Tanto Daniel quanto Elimeleque enfrentaram


situações em que suas convicções religiosas e valores estavam em risco. Ambos
foram desafiados a permanecer fiéis a Deus e não comprometerem sua fé, mesmo
em meio a pressões e tentações culturais. Podemos aprender a importância de
manter nossa lealdade a Deus acima de qualquer influência externa, mesmo
quando somos confrontados com uma sociedade que contradiz nossas crenças.

Sabedoria e discernimento: Daniel demonstrou sabedoria ao negociar sua


situação na corte do rei da Babilônia. Ele encontrou maneiras de obedecer a Deus
e manter sua integridade, sem ofender ou desrespeitar as autoridades. Essa
sabedoria e discernimento podem nos guiar em como interagir com uma
sociedade pluralista e multicultural, mantendo nossos valores e respeitando os
outros.
Busca por influência positiva: Tanto Daniel quanto Elimeleque buscaram
influenciar o ambiente em que foram colocados. Daniel, mesmo sendo
estrangeiro, se destacou pela sua sabedoria, integridade e fidelidade a Deus, o
que lhe permitiu exercer uma influência positiva sobre aqueles ao seu redor.
Elimeleque, por outro lado, optou por se integrar a uma cultura pagã,
abandonando sua identidade e valores. Podemos aprender a importância de
sermos influências positivas e sal e luz em nossa sociedade, mantendo nossos
princípios e compartilhando o amor e a verdade de Deus.

Consequências das escolhas: Ambas as histórias destacam as consequências das


escolhas feitas pelos personagens. Daniel colheu bênçãos e proteção divina por
sua fidelidade, enquanto Elimeleque e sua família enfrentaram tragédias e perdas
por sua decisão de buscar recursos em um ambiente pagão. Isso nos lembra que
nossas escolhas têm consequências e devemos buscar a sabedoria e a orientação
de Deus em todas as decisões que tomamos, especialmente quando nossos
valores estão em jogo.

Em uma sociedade multicultural e pluralista, é importante respeitar e valorizar a


diversidade, ao mesmo tempo em que permanecemos firmes em nossos
princípios e valores cristãos. Podemos aprender com as histórias de Daniel e
Elimeleque a importância da fidelidade a Deus, da sabedoria e do discernimento,
da busca por influência positiva e do reconhecimento das consequências de
nossas escolhas. Com a orientação do Espírito Santo e o estudo da Palavra de
Deus, podemos viver uma fé autêntica e impactante, mesmo em meio a um
ambiente culturalmente multifacetado.

DANIEL X ELIMELEQUE: COMO CHEGARAM À NAÇÃO PAGÃ

De fato, as razões que levaram Daniel e Elimeleque a mudar de nação são


distintas. No caso de Daniel, ele foi levado cativo juntamente com outros jovens
de Judá durante a invasão babilônica a Jerusalém. Ele não teve escolha nem
controle sobre essa situação, sendo forçado a viver em uma terra estrangeira e a
servir na corte do rei Nabucodonosor.

Já Elimeleque tomou a decisão de deixar sua terra natal, Belém, e buscar recursos
em Moabe devido à fome que ameaçava a integridade social e física de sua família.
Embora a fome seja uma razão compreensível e legítima para buscar meios de
sobrevivência, a decisão de Elimeleque levantou questões éticas e teve
consequências significativas.

Ao refletir sobre essas situações, podemos considerar os seguintes pontos:

Circunstâncias além do nosso controle: Nem sempre temos controle sobre as


circunstâncias que nos levam a mudar de nação ou enfrentar desafios em
ambientes culturais diferentes. Assim como Daniel, pode haver momentos em que
somos levados a situações desconhecidas e desafiadoras sem escolha. Nessas
situações, podemos confiar em Deus e buscar Sua orientação para viver fielmente,
mantendo nossos princípios e valores.

Avaliação cuidadosa das motivações: No caso de Elimeleque, é importante avaliar


as motivações por trás de nossas decisões. Embora a fome seja uma preocupação
legítima, devemos examinar se nossas escolhas estão alinhadas com os princípios
de Deus e se não comprometem nossa fé e integridade. Isso pode envolver buscar
alternativas, como buscar ajuda dentro da comunidade de fé ou confiar na
providência divina.

Confiança na providência divina: Tanto em situações fora do nosso controle


quanto nas decisões que tomamos, é fundamental confiar na providência divina.
Deus é capaz de nos sustentar, prover e guiar, mesmo em circunstâncias difíceis.
Podemos buscar a orientação e a sabedoria de Deus em todas as situações,
confiando que Ele está no controle e pode usar até mesmo as adversidades para
cumprir Seus propósitos.

Busca da glória de Deus: Em todas as situações, seja na terra natal ou em uma


cultura estrangeira, nosso objetivo deve ser buscar a glória de Deus e viver de
acordo com Seus princípios. Podemos ser luz e influência positiva,
independentemente das circunstâncias que nos cercam. Devemos buscar viver
uma vida piedosa, honrando a Deus em todas as áreas, mesmo quando somos
desafiados em um ambiente culturalmente multifacetado.

Em suma, ao refletir sobre as razões que levaram Daniel e Elimeleque a mudar de


nação, podemos aprender sobre confiança na providência de Deus, avaliação de
motivações, busca da glória de Deus e fidelidade em todas as circunstâncias.
Independentemente das razões específicas, podemos confiar em Deus e buscar
viver de forma fiel e coerente com nossos princípios e valores cristãos.

JOSÉ X ELIMELEQUE
A história de José e Elimeleque também nos oferece pontos de reflexão
interessantes sobre as razões que os levaram a deixar suas terras natais:

José foi levado ao Egito como escravo por seus próprios irmãos, que o venderam
por inveja. Sua situação não foi uma escolha pessoal, mas uma consequência dos
atos maliciosos de seus familiares. Por outro lado, Elimeleque decidiu por conta
própria deixar Belém e buscar recursos em Moabe devido à fome.

Em ambos os casos, a mudança para uma terra estrangeira foi desafiadora. José
teve que se adaptar a um novo ambiente, cultura e língua no Egito. Elimeleque e
sua família também enfrentaram dificuldades ao deixar Belém e se estabelecer
em Moabe, enfrentando barreiras culturais e adaptando-se a um contexto
diferente.

A fidelidade a Deus é uma constante em ambas as histórias. José manteve sua


devoção a Deus mesmo no Egito, o que o levou a ser honrado e abençoado.
Elimeleque, por outro lado, enfrentou desafios em sua decisão de buscar recursos
em Moabe, que era uma cultura pagã. Embora sua fome fosse uma preocupação
legítima, sua escolha de se integrar a uma cultura pagã levou a consequências
negativas para sua família.

A providência divina também é evidente nas duas histórias. Deus estava com José
no Egito, guiando-o, protegendo-o e usando-o para cumprir Seus propósitos.
Mesmo nas dificuldades e injustiças que José enfrentou, Deus estava presente e
trabalhando por trás das cenas. Da mesma forma, a fidelidade de Deus não foi
anulada pela decisão de Elimeleque. Deus continua soberano e pode trabalhar em
todas as circunstâncias, mesmo quando nossas escolhas são falhas.

Essas histórias nos ensinam sobre a importância de confiar em Deus em todas as


situações, mesmo quando nos encontramos em terras estrangeiras ou em
contextos desafiadores. Devemos buscar a fidelidade a Deus, independentemente
das circunstâncias, confiando em Sua providência e orientação. Ao mesmo tempo,
devemos avaliar cuidadosamente nossas motivações ao tomar decisões e buscar
a vontade de Deus em todas as áreas de nossas vidas.

Em resumo, as histórias de José e Elimeleque destacam a importância da


fidelidade a Deus, da confiança em Sua providência e da busca por Sua vontade,
mesmo em terras estrangeiras ou em meio a desafios. Podemos aprender com
esses exemplos bíblicos sobre como enfrentar as dificuldades, adaptar-se a
diferentes culturas e permanecer fiéis a Deus em todas as circunstâncias.

Existem diversos casos de fome mencionados no Antigo e Novo Testamentos. Vou


relacionar alguns deles:

Fome no Egito - A fome no Egito é mencionada no relato de José, quando ele


interpretou os sonhos de Faraó e previu sete anos de fartura seguidos por sete
anos de fome severa. Essa fome levou José a ser colocado no poder como
governador do Egito, e sua sabedoria e planejamento permitiram que o Egito e
outras nações sobrevivessem durante esse período difícil (Gênesis 41).

Fome durante o Êxodo - Durante a peregrinação dos israelitas no deserto após a


saída do Egito, eles enfrentaram várias situações de escassez de alimentos,
resultando em fome. Em um desses casos, Deus providenciou o maná do céu para
sustentá-los durante seu tempo no deserto (Êxodo 16).

Fome em Belém (Livro de Rute) - Como mencionado anteriormente, o livro de


Rute começa com a história de uma fome severa que ocorreu em Belém, levando
Elimeleque e sua família a buscar sustento em Moabe.

Fome profetizada por Amós - O profeta Amós profetizou uma fome na terra de
Israel como resultado do afastamento do povo de Deus e de sua injustiça social.
Ele descreveu uma fome não apenas de pão, mas também de ouvir as palavras do
Senhor (Amós 8:11-12).

Fome em Jerusalém - No Novo Testamento, o livro de Atos menciona uma fome


que ocorreu durante o tempo dos apóstolos. Os discípulos em Antioquia enviaram
ajuda financeira para a igreja em Jerusalém, a fim de aliviar a escassez de
alimentos entre os crentes (Atos 11:27-30).

Esses são apenas alguns exemplos de fomes mencionadas na Bíblia. Cada caso
carrega suas próprias implicações teológicas e desafios para a fé, ressaltando a
necessidade de confiar em Deus, buscar Sua orientação e cuidado durante tempos
de escassez e dificuldades.
Além dos casos de fome, as histórias de Abraão e Isaque também envolvem
mudanças territoriais que podem ser relacionadas a reflexões sobre a fé e a
confiança em Deus:

Abraão - Deus chamou Abraão para deixar sua terra natal, Ur dos Caldeus, e ir para
uma terra que Ele mostraria a ele (Gênesis 12:1). Abraão obedeceu e se tornou
um peregrino, vagando por diferentes territórios, incluindo Canaã e o Egito.
Durante suas jornadas, Abraão enfrentou desafios, como a fome e conflitos com
outras nações. No entanto, Deus cumpriu Suas promessas a Abraão, dando-lhe
uma descendência numerosa e a terra de Canaã como herança.

Isaque - Isaque, filho de Abraão, também enfrentou mudanças territoriais.


Durante uma grande fome em Canaã, Deus instruiu Isaque a não descer para o
Egito, como seu pai havia feito, mas a permanecer na terra que Ele lhe mostraria
(Gênesis 26:1-3). Isaque obedeceu e Deus o abençoou abundantemente na terra
de Gerar, onde ele se estabeleceu. No entanto, ele também enfrentou conflitos
com os habitantes locais e teve que cavar poços para garantir acesso à água.

Essas histórias de Abraão e Isaque destacam a importância de confiar em Deus e


seguir Sua liderança, mesmo em meio a mudanças territoriais e desafios. Ambos
os personagens enfrentaram situações de fome e incerteza, mas sua obediência a
Deus e confiança em Suas promessas foram recompensadas. Essas narrativas nos
lembram da importância de permanecermos fiéis a Deus em todas as
circunstâncias, confiando em Sua providência e guia, mesmo quando enfrentamos
mudanças territoriais, incertezas e desafios em nossas próprias vidas.

A FUGA DE ELIMELEQUE

A decisão de Elimeleque de fugir da fome, mesmo encontrando um lugar


aparentemente favorável em Moabe, revela uma perspectiva limitada e uma falta
de confiança no cuidado de Deus. Enquanto Elimeleque buscou resolver suas
necessidades imediatas, é importante considerar aqueles que permaneceram em
Belém, confiando na intervenção divina e na comunidade.

Ao refletir sobre essas pessoas em Belém, que enfrentaram a situação de fome


sem fugir, podemos aprender lições valiosas sobre confiança em Deus e a
importância da comunidade. Em vez de buscar soluções individuais, eles
confiaram no cuidado e provisão divina, buscando em Deus a resposta para suas
necessidades. Eles provavelmente buscaram encorajamento mútuo,
compartilhando suas dificuldades e orando uns pelos outros.
Essa reflexão nos lembra da importância de viver em comunidade, de
compartilhar nossas necessidades e preocupações uns com os outros. Em
momentos de crise, é fundamental buscar apoio mútuo, encorajamento e oração.
A comunidade de fé pode ser um lugar de suporte onde encontramos auxílio e
sustento espiritual e material.

Além disso, a atitude dessas pessoas em Belém também nos desafia a confiar em
Deus mesmo em meio às dificuldades. Eles demonstraram uma fé perseverante,
acreditando que Deus agiria em resposta às suas súplicas e arrependimento. Essa
confiança em Deus, mesmo em situações de escassez, nos leva a depender de Sua
provisão e a buscar Sua vontade em todas as circunstâncias.

Portanto, ao ponderarmos sobre aqueles que enfrentaram a situação em Belém e


escolheram confiar em Deus e na comunidade, somos encorajados a buscar uma
vida de fé e comunhão, compartilhando nossas necessidades uns com os outros e
confiando no cuidado e provisão divina.

A exposição anterior abordou temas como incredulidade, dissimulação e


amargura relacionados à decisão de Elimeleque de fugir da fome. Aqui estão
alguns textos bíblicos que fundamentam essas reflexões:

Incredulidade:
Provérbios 3:5-6: "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no
teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas."
Dissimulação:
Provérbios 28:13: "O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o
que as confessa e deixa, alcançará misericórdia."
Amargura:
Hebreus 12:15: "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de
que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem."
Esses versículos bíblicos nos fornecem princípios fundamentais para
compreendermos as consequências negativas da incredulidade, dissimulação e
amargura, e nos desafiam a confiar em Deus, sermos sinceros em nossas ações e
palavras, e evitar a amargura em nossos corações. Eles servem como base para a
reflexão proposta na exposição sobre a história de Elimeleque e suas decisões.

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