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Mostre sua fé por meio de seus relacionamentos

Tiago 2.1-13

Introdução

Nós temos certa tendência de nos aproximarmos daqueles que têm algo a nos dar e nos
afastar daqueles a quem precisamos dar algo. Somos, com perdão da palavra, interesseiros.

Nos dias de Tiago, parece que a igreja estava selecionando as pessoas que participavam de
suas reuniões, fazendo os ricos sentarem-se nos bancos e nos melhroes lugares, enquanto os
pobres eram levados a sentar no chão.

Para Tiago a nossa fé também é vista em nossos relacionamentos, principalmente na maneira


como lidamos com as pessoas com quem nos relacionamos.

1. Não faça acepção de pessoas

Tiago inicia o texto falando novamente da vida de fé. Primeiro ele trata da sua base, que é
Senhor Jesus Cristo. Ele apresenta a realeza e a humanidade humilde de Cristo. Jesus é
apresentado como exemplo daquele que em humildade nasceu, mas que ao mesmo tempo era
o Senhor da glória. Tiago está dizendo algo muito simples. Se você fica tentado a dar mais
atenção a pessoas importantes, lembre-se do exemplo de Jesus. Ele era o homem mais
importante do universo. Mas se tivesse agido na base de quem é importante, ou ele ou os
outros, Cristo certamente não teria vindo ao mundo para salvar pessoas sem importância
como nós. Jesus também é o homem pobre que andou no meio dos pobres, fazendo o bem,
ensinando e morrendo pela salvação deles.

Sua ordem é a de não se fazer acepção de pessoas de qualquer espécie e não a de se desprezar
o rico pela sua riqueza e adular o pobre por sua pobreza. Todavia, ele sabe que naqueles dias
os cristãos eram perseguidos, principalmente, pelos ricos. É preciso o devido equilíbrio nesse
tema. É perigoso acreditar que o evangelho é primeiro para os pobres, fazendo crer que ele só
é para os pobres. É também perigoso achar que o evangelho deve ser para os ricos e
procurarmos atrair pessoas ricas ou famosas para nosso meio.

Alguns dizem que se alcançarmos pessoas importantes ou ricas para a igreja, outros virão por
meio de sua influência (algumas igrejas, ao receberem pessoas assim, logo lhes dão cargos de
liderança, oportunidades de testemunhar, pregar, etc, quando deveriam ser discipuladas)

Ao pensar no rico como fonte potencial de dinheiro para o nosso trabalho, algumas vezes
temos desperdiçado neles atenção e bajulação desnecessárias, enquanto tratamos o pobre
com limitada cortesia.

Quando essas ações são vistas na igreja acabam demonstrando verdadeira falta de fé.

Nós temos essa tendência. Às vezes encontramos pessoas ricas e famosas em locais públicos,
muitos deles blasfemadores de nossa fé, e pedimos um autógrafo ou tiramos foto com eles.
Deus salva ricos, mas na Bíblia ele parece dirigir uma atenção especial àqueles que são pobres
(viúva de Sarepta, etc.). O próprio ministério de Jesus é repleto de encontros com pobres,
humildes e sofredores que puderam contar com seu cuidado paternal e amoroso.

Se Deus se preocupou e preocupa com o pobre, não deveríamos nós também como povo de
Deus, demonstrar nossa fé ao nos preocuparmos com os irmãos mais pobres e com os
necessitados.

O sofrimento do povo de Deus na história e ao redor do mundo não vem, justamente, da parte
daqueles que detêm poder e riqueza em suas mãos? O livro de Atos demonstra isso. Em Atos 4
Pedro e João foram aprisionados pelos principais sacerdotes, saduceus e capitães do templo,
ou seja, pela camada superior daqueles dias, pois não podiam suportar a pregação que os fazia
parecer maus e ameaçava o privilégio que possuíam (aliás, normalmente a igreja é perseguida
porque ela representa uma ameaça a privilégios que pessoas têm e não querem perder).

A palavra pobre no grego também se refere a todo aquele que considera a si mesmo pobre,
humilde e manso, que depende completamente do Senhor e confia em sua salvação. Apesar
dele falar mais especificamente sobre os pobres materialmente falando.

Aos olhos do mundo. Muitas vezes usamos os critérios distorcidos do mundo para julgar as
pessoas, quando deveríamos usar os critérios de Deus no julgamento do nível social,
aparência, sucesso, etc.

Blasfemia é ligada aos próprios crentes pois esses estão ligados ao próprio Deus. Os ímpios
criticam-nos por não praticarmos a mesma imoralidade que eles praticam.

Em obediência a seu rei Jesus, os cristãos tem o dever de construir uma contracultura vivendo
segundo os valores do reino de Deus.

2. É uma exigência da lei

No vers. 8, Tiago deixa claro que qualquer favoritismo é, na verdade, pecado. Os cristãos que
demonstram favoritismo são transgressores da lei de Deus e estão pecados.

Afinal, a segunda tábua dos mandamentos diz respeito ao relacionamento com meu próximo.
Porém, a acepção de pessoas nos leva desobedecer as duas tábuas, uma vez que entronizamos
determinadas pessoas que assumem o lugar de Deus e desprezamos outras a quem
deveríamos amar como a nós mesmos. Assim é a lei de Deus. Ela revela o caráter do seu autor.
Os mandamentos são indivisíveis porque revelam a vontade indivisível de Deus.

Falar e portar-se estão no tempo contínuo exigindo algo que deve ser constante até a volta de
Cristo.

O dever de tratar a todos de igual modo é uma exigência de Deus aos seus filhos. Quando não
fazemos isso, contrariamos a sua Palavra e a ele mesmo e nos tornamos quebradores de toda
a lei do Senhor.

O verdadeiro crente se dirige às Escrituras e


3. Seja misericordioso

De certa forma não somos todos nós miseráveis, cegos e nus e, igualmente, necessitamos do
cuidado e misericórdia de Deus? Não devemos ter o mesmo sentimento para com os que
necessitam?

A grande realidade do texto é que ao olharmos para nós mesmos verificamos que não temos
condições de obedecer perfeitamente a lei. Ela nos iguala no padrão da desobediência. Você
pode obedecer 9 mandamentos, mas se desobedecer um é réu em todos.

Quando confrontado diante do pecado do favoritismo, o verdadeiro crente se quebranta,


lembra-se de que um dia Ele julgará a todos, igualando a todos os homens.

Os cristãos hão de julgar aos demais desde esta perspectiva espiritual, e não desde uma
perspectiva material. Os cristãos não deveriam julgar a ninguém, sejam crentes ou incrédulos,
segundo os valores desse mundo.

Conclusão

Quem são os seus amigos? Nós deveríamos nos interessar por aqueles que não têm amigos,
aqueles que não atraem a atenção do mundo, aqueles que seriam negligenciados a não ser
pelos cristãos. Deveríamos alcança-los por amor a Cristo e do Evangelho.

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