Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPÍTULO QUATRO
Tempo01:42
Carregado: 0%
Progresso: 0%
Duração24:37
Mudo
1, 2. (a) Descreva a viagem de Rute e Noemi e a dor que elas sentiam. (b) Em
que sentido as jornadas de Rute e Noemi eram diferentes?
2
As duas levavam no coração uma grande dor. Noemi era viúva já
por muitos anos, mas agora chorava a morte de seus dois filhos,
Quiliom e Malom. Rute também estava de luto. Malom era seu
marido. Ela e Noemi iam para o mesmo lugar, a cidade de Belém,
em Israel. Mas, de certa forma, suas jornadas eram diferentes.
Noemi estava voltando para casa, ao passo que Rute estava
partindo para o desconhecido, deixando para trás sua família,
bem como sua terra natal com todos os seus costumes, incluindo
seus deuses. — Leia Rute 1:3-6.
5
Por causa de uma fome em Israel, o marido de Noemi,
Elimeleque, tinha decidido sair de sua terra com a família. Foram
morar em Moabe como estrangeiros. Essa mudança deve ter sido
desafiadora para a fé de cada um deles, pois os israelitas
precisavam adorar regularmente no lugar sagrado escolhido por
Jeová. (Deut. 16:16, 17) Noemi conseguiu manter viva sua fé, mas
sofreu muito com a morte de seu marido. — Rute 1:2, 3.
6, 7. (a) Por que Noemi talvez tenha ficado preocupada quando seus filhos se
casaram com moabitas? (b) Por que é elogiável o modo como Noemi tratava
suas noras?
6
Noemi também deve ter sofrido quando seus filhos se casaram
com mulheres moabitas. (Rute 1:4) Ela sabia que Abraão,
antepassado de Israel, não havia medido esforços para procurar
entre seu povo alguém que adorasse a Jeová para se casar com
seu filho, Isaque. (Gên. 24:3, 4) Mais tarde, a Lei mosaica deixou
claro que os israelitas não deviam permitir que seus filhos e filhas
se casassem com estrangeiros, para que o povo de Deus não se
desviasse para a idolatria. — Deut. 7:3, 4.
7
Ainda assim, Malom e Quiliom se casaram com moabitas. Mesmo
que Noemi tenha ficado preocupada ou decepcionada, pelo visto
ela fez de tudo para mostrar bondade e amor às suas noras, Rute
e Orpa. Talvez esperasse que um dia elas também se tornassem
adoradoras de Jeová. De qualquer modo, tanto Rute como Orpa
gostavam muito de Noemi, e esse bom relacionamento foi de
grande ajuda quando a família foi atingida por uma tragédia.
Antes que tivessem filhos, as duas jovens mulheres ficaram viúvas.
— Rute 1:5.
9-11. (a) Que decisão Noemi, Rute e Orpa tomaram? (b) O que podemos
aprender das tragédias que Noemi, Rute e Orpa sofreram?
9
Noemi, por sua vez, estava ansiosa para ter notícias de sua terra.
Certo dia, ela ouviu, talvez de um comerciante viajante, que a
fome em Israel havia acabado. Jeová tinha voltado sua atenção
para seu povo. Belém novamente fazia jus a seu nome, que
significa “casa de pão”. Por isso, Noemi decidiu voltar. — Rute 1:6.
10
O que Rute e Orpa fariam? (Rute 1:7) Durante suas aflições, elas
haviam se achegado muito a Noemi. Parece que Rute, em
especial, havia se afeiçoado a Noemi por causa de sua bondade e
forte fé em Jeová. As três viúvas partiram juntas rumo a Judá.
11
O relato de Rute nos lembra que tragédias e perdas acontecem
tanto a pessoas boas e honestas como a pessoas más. (Ecl. 9:2, 11)
Mostra também que, diante de uma perda difícil de suportar, é
bom recorrer ao consolo de outros — especialmente dos que se
refugiam em Jeová, o Deus de Noemi. — Pro. 17:17.
12
Depois de muitos quilômetros de caminhada, Noemi começou a
ter outra preocupação. Ficou pensando naquelas duas jovens e no
amor que haviam mostrado por ela e por seus filhos. Noemi não
suportava a ideia de agora ser mais um fardo para elas. Se
deixassem sua terra natal e a acompanhassem até Belém, o que
Noemi poderia fazer por elas?
13
Por fim, Noemi disse: “Ide, voltai, cada uma à casa de sua mãe.
Que Jeová use de benevolência para convosco assim como vós
usastes de benevolência para com os homens agora já mortos e
para comigo.” Ela também expressou a esperança de que Jeová as
recompensaria com outros maridos e uma vida nova. O relato
continua: “Então as beijou, e elas começaram a levantar as suas
vozes e a chorar.” Não é difícil ver por que Rute e Orpa sentiam
tanta afeição por essa mulher altruísta e de bom coração. As duas
insistiam: “Não, mas voltaremos contigo ao teu povo.” — Rute
1:8-10.
14, 15. (a) Orpa voltou para o quê? (b) Como Noemi tentou convencer Rute a
voltar?
14
No entanto, Noemi não se deixou convencer facilmente.
Argumentou com insistência que não podia fazer muito pelas
duas em Israel. Ela não tinha marido para sustentá-la nem filhos
com quem elas pudessem se casar, e não havia nenhuma
perspectiva de isso mudar. Daí, disse que sua incapacidade de
cuidar delas era um motivo de amargura. Para Orpa, as palavras
de Noemi faziam sentido. Sua família, sua mãe e sua casa estavam
em Moabe, esperando por ela. Realmente parecia mais prático
permanecer em Moabe. Assim, com grande tristeza, ela beijou
Noemi e foi embora. — Rute 1:11-14.
15
O que dizer de Rute? Os argumentos de Noemi também valiam
para ela. Mas o relato diz: “Quanto a Rute, apegou-se a ela.”
Noemi talvez já tivesse retomado a viagem quando percebeu que
Rute a estava seguindo. Então disse: “Eis que a tua cunhada
enviuvada voltou ao seu povo e aos seus deuses. Volta com a tua
cunhada enviuvada.” (Rute 1:15) As palavras de Noemi revelam
um detalhe importante. Orpa tinha voltado não só para seu povo,
mas também para “seus deuses”. Ela não se importava de
continuar a adorar Quemós e outros deuses falsos. E Rute? Será
que também pensava assim?
16-18. (a) Como Rute demonstrou amor leal? (b) O que o exemplo de Rute nos
ensina sobre o amor leal? (Veja também a gravura das duas mulheres.)
16
Vendo Noemi naquela estrada deserta, Rute não tinha dúvida
do que sentia. Seu coração transbordava de amor por Noemi — e
pelo Deus a quem ela servia. Assim, Rute disse: “Não instes
comigo para te abandonar, para recuar de te acompanhar; pois,
aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pernoitares,
pernoitarei eu. Teu povo será o meu povo, e teu Deus, o meu
Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei enterrada.
Assim me faça Jeová e assim lhe acrescente mais, se outra coisa
senão a morte fizer separação entre mim e ti.” — Rute 1:16, 17.
“Teu povo será o meu povo, e teu Deus, o meu Deus”
17
As palavras de Rute são notáveis. Tanto é que ficaram para a
História, resistindo até os nossos dias — 3 mil anos depois. Elas
expressam de modo perfeito uma qualidade preciosa, o amor leal.
O amor de Rute era tão forte, tão leal, que ela iria com Noemi
para onde quer que ela fosse. Apenas a morte poderia separá-las.
O povo de Noemi se tornaria seu próprio povo, pois Rute estava
disposta a deixar para trás tudo que conhecia em Moabe
— incluindo os deuses moabitas. Ao contrário de Orpa, Rute
podia dizer com toda a sinceridade que queria que o Deus de
Noemi, Jeová, também fosse seu Deus.*
19. Como podemos imitar o amor leal de Rute na família, entre amigos e na
congregação?
20
Naturalmente, uma coisa é falar de amor leal; outra bem
diferente é colocá-lo em prática. Rute tinha diante de si a
oportunidade de mostrar seu amor leal não só por Noemi, mas
também pelo Deus a quem escolheu adorar, Jeová.
21
As duas por fim chegaram a Belém, uma pequena cidade uns
10 quilômetros ao sul de Jerusalém. Parece que Noemi e sua
família haviam tido algum destaque no passado, pois todos
estavam falando sobre seu retorno. As mulheres olhavam para ela
e diziam: “É esta Noemi?” Pelo visto, ela estava bem diferente de
quando partiu de Belém; os anos de dificuldades e sofrimento em
Moabe haviam deixado marcas em seu semblante e em seu corpo.
— Rute 1:19.
22
Noemi disse a essas mulheres como sua vida tinha se tornado
amarga. Ela até achava que seu nome devia ser mudado de
Noemi, que significa “minha agradabilidade”, para Mara, que
significa “amarga”. Pobre Noemi! Assim como Jó, que viveu antes
dela, Noemi achava que tinha sido Jeová Deus que havia causado
suas dificuldades. — Rute 1:20, 21; Jó 2:10; 13:24-26.
23. Em que Rute começou a pensar, e que provisão a Lei mosaica tinha para os
pobres? (Veja também a nota.)
23
Quando as duas se estabeleceram em Belém, Rute começou a
pensar em qual seria o melhor modo de cuidar de si mesma e de
Noemi. Ela soube que a Lei que Israel havia recebido de Jeová
incluía uma provisão amorosa para os pobres. Eles tinham
permissão de entrar nos campos na época da colheita e seguir os
ceifeiros, respigando o que fosse deixado para trás e o que crescia
nas beiradas dos campos.* — Lev. 19:9, 10; Deut. 24:19-21.
24, 25. O que Rute fez quando chegou aos campos de Boaz, e como era
respigar nesses campos?
24
Era a época da colheita da cevada, provavelmente abril em
nosso calendário atual, e Rute foi aos campos para ver quem a
deixaria respigar. Ela foi parar nos campos de Boaz, um rico
proprietário de terras e parente de Elimeleque, falecido marido de
Noemi. Embora a Lei lhe desse o direito de respigar, ela achou
melhor pedir permissão ao rapaz responsável pelos ceifeiros.
Então, Rute começou o trabalho imediatamente. — Rute 1:22–
2:3, 7.
25
Imagine Rute seguindo os ceifeiros. À medida que eles cortavam
a cevada com suas foices de pedra, ela se abaixava para pegar o
que caía ou o que eles deixavam para trás. Depois, amarrava as
hastes em feixes e os carregava para um lugar onde mais tarde
pudesse debulhar os grãos. Era um trabalho lento e cansativo que
ficava cada vez mais difícil com o passar do dia. Mas Rute
continuava a trabalhar, parando apenas para enxugar o suor do
rosto e tomar uma refeição simples “na casa”, talvez um abrigo
que provia sombra para os trabalhadores.
Rute estava disposta a trabalhar arduamente num serviço humilde
para sustentar a si mesma e a Noemi
26, 27. Que tipo de pessoa era Boaz, e como ele tratou Rute?
26
Rute provavelmente não esperava ser notada, mas foi. Boaz a
viu e perguntou ao jovem encarregado quem era ela. Boaz, um
notável homem de fé, cumprimentava todos os seus
trabalhadores — talvez incluindo os de um dia ou até os
estrangeiros. Ele dizia: “Jeová seja convosco.” E eles respondiam
da mesma maneira. Esse homem mais velho, de mentalidade
espiritual, mostrou um interesse paternal em Rute. — Rute 2:4-7.
27
Chamando Rute de “filha”, Boaz a aconselhou a continuar
respigando em seus campos e a permanecer perto das moças de
sua casa para que nenhum trabalhador a importunasse. Boaz se
certificou de que ela tivesse o que comer na hora do
almoço. (Leia Rute 2:8, 9,14.) Mas acima de tudo ele a elogiou e
encorajou. Como?
28, 29. (a) Qual era a reputação de Rute? (b) Assim como Rute, como você pode
se refugiar em Jeová?
28
Quando Rute perguntou a Boaz o que ela, uma estrangeira,
havia feito para merecer aquele gesto de bondade, ele respondeu
que tinha ouvido falar de tudo o que ela havia feito por sua sogra.
É provável que Noemi tenha falado bem de sua querida nora para
as mulheres de Belém e que isso tenha chegado aos ouvidos de
Boaz. Ele também sabia que Rute tinha aceitado a adoração de
Jeová, pois disse: “Jeová recompense teu modo de agir e haja
para ti um salário perfeito da parte de Jeová, o Deus de Israel,
debaixo de cujas asas vieste refugiar-te.” — Rute 2:12.
29
Como essas palavras devem ter encorajado Rute! Ela realmente
tinha decidido se refugiar debaixo das asas de Jeová Deus, como
um passarinho se aconchega no ninho sob a proteção de sua
mãe. Rute agradeceu a Boaz por suas palavras tranquilizadoras.
Daí, continuou trabalhando até anoitecer. — Rute 2:13, 17.
30, 31. O que o exemplo de Rute nos ensina sobre hábitos de trabalho, gratidão
e amor leal?
30
A fé demonstrada por Rute é um excelente exemplo para todos
os que lutam pelo sustento nesta época de dificuldades
econômicas. Ela não se achava no direito de exigir nada dos
outros e, por isso, era grata por tudo que faziam por ela. Não
sentia vergonha de trabalhar arduamente por várias horas para
cuidar de quem amava, mesmo que fosse num serviço humilde.
Com apreço, aceitou e aplicou conselhos sábios sobre como
trabalhar com segurança e em boa companhia. O mais importante
é que nunca perdeu de vista onde estava seu verdadeiro refúgio
— sob a proteção de seu Pai, Jeová Deus.
https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/verdadeira-fe/rute-e-boaz/
http://portal.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/o-livro-de-rute