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A farsa do diabo

A farsa sobre o diabo é uma ferramenta de repressão, pressão e imposição de certas religiões
que nas mãos de seus fanáticos líderes vem se mostrando muito perigosa para a humanidade
no decorrer dos séculos. No entanto, podemos ver que esse conceito não é tão antigo. A ideia
de um ser maldoso que odeia a todos, muito utilizado no cristianismo antigo, principalmente
nas novas igrejas cristãs, além da sua utilização no islamismo, espiritismo etc.

Para compreendermos esse mio (no sentido popular de algo falso), devemos remontar às
tribos nômades que habitavam a Eurásia há mais de 6.000 anos para vermos como tal conceito
foi criado, além de muitas outras supostas declarações “religiosas” ou datas comemorativas
tidas como sagradas – como o Natal para s cristãos. Vale lembrar que, para as crenças cristãs, a
Terra tem nada mais que 6.000 anos, sendo que em alguns casos chegam a falar de, no
máximo, 4.000 anos apenas. Esses pastores da Eurásia, que cultuavam um deus-touro
chamado Mithra, eram nômades e já tinham alcançado terras distantes, chegando até a região
de Portugal na chamada era cristã, quando o culto a Mithra já era comum e popular no
Império Romano.

Porém, para barrar tal prática, a Igreja adotou sua data sagrada no mesmo dia de adoração a
Mithra, ou seja, 25 de dezembro, para desviar a atenção das pessoas daquela prática não-
cristã. Assim nasceu o Natal cristão. Essa conclusão também está embasada no fato de que
nem mesmo os cristãos antigos sabem realmente qual o dia do nascimento de Jesus, criando
muitas incertezas entre os estudiosos.

No entanto, depois do Concílio de Toledo em 447 d.C., a igreja publica então a sua primeira
descrição oficial do demônio, o que seria difundido como a encarnação absoluta do mal.
Nessas descrições constam a imagem de um ser medonho, grande e forte, de aparência
escura, chifres na cabeça – exatamente como o Deus-Touro Mithra da qual a igreja queria
impedir a adoração. Nasce aqui a farsa do demônio na cultura cristã que seria imensamente
utilizado no futuro para dominar povos, impor costumes, derrubar outras religiões e até
mesmo para plantar o modo nos corações de todas as pessoas que aderissem aos seus cultos
envoltos em dor, medo e arrependimento.

A busca pelo poder fez com que os cristãos no decorrer dos séculos mantivessem tal farsa
inventiva através de práticas absurdas, chegando a matar milhares de pessoas por serem
consideradas “tomadas pelo Diabo”. Isso ainda ocorre nos dias atuais, mas de modo bem
menos usual e clandestinamente, ou ainda no imaginário de alguns grupos sociais – assim
como o aparecimento de fenômenos arcaicos da demonização.

Além disso, algumas seitas cristãs chegaram a cometer assassinato de crianças baseados nessa
farsa como mostra a pesquisa publicada pela revista “tempo Social” em 2008 acerca do caso
do assassinato de crianças por um grupo de “parceiros” convertidos `Igreja Adventista da
Promessa em 1952. Sobre o surgimento dessa farsa também encontramos como ela se
constituiu, segundo alguns estudos e artigos:

“(...) a primeira representação do Rabudo teria surgido no século VI a.C., na Pérsia. O profeta
Zoroastro descreveu a figura Arimã – o “príncipe das Trevas” – em seu conflito com Mazda – o
príncipe da Luz. Eram essas duas divindades que expressavam a polaridade existente no
universo e dentro da própria alma humana que regiam o mundo do Zoroastro. Durante seu
cativeiro na Babilônia, os hebreus tiveram contato com o “masdeísmo persa”, religião que
divinizava seres naturais. Segundo alguns historiadores, isso foi fundamental para a concepção
do que viria a ser o Satã do judaísmo e do cristianismo. Na antiga língua hebraica, Satanás quer
dizer “acusador”, “caluniador”, aquele põe obstáculos. E foi assim, sem a face aterrorizante
que ganharia mais tarde, que o Diabo estreou no Velho testamento. Agia como um
colaborador de Jeová, o Deus judaico-cristão, para testar sua lealdade ou castigar os seus
escolhidos. Jeová, por exemplo, determinou a Satã que precipitasse o desobediente rei Saul no
poço da depressão”.

Assim também surge a noção de bem e mal dentro do cristianismo, difundido até hoje em
qualquer uma das milhares de vertentes, seitas e igrejas pelo mundo afora. Tem sua origem
em Zoroastro uma cultura religiosa e filosófica que viria a ser chamada e acusada pelos cristãos
de pagã (termo que ficou difundido como algo anticristão, com conotação claramente
pejorativa, ao contrário do seu real significado. Ou seja, uma religiosidade ou espiritualidade
pagã, relacionada ao cultivo do sagrado na natureza) dando a esse termo que geraria muitas
mortes e massacres durante as Inquisições.

Os nomes dados ao Diabo

É lamentável que exista uma difusão tão grande de uma farsa tão absurda como a do Mal
Personificado, ou seja, um demônio inimigo de Deus. Nesse sentido já podemos analisar o
quanto esse conceito passa a ser algo sem nenhum sentido do ponto de vista filosófico ou
ontológico pois, se Deus é absoluto e supremo – e nesse ponto todas as religiões concordam -,
não se pode aceitar que Ele possa ter um “concorrente” tal como um demônio. E mesmo nas
atribuições antigas dadas a este Ser, parece muito controverso que ele incuta medo nos
próprios seguidores de Deus. Ou seja: essa farsa mitológica é usada apenas para controlar os
membros da religião através do medo.

Sabemos hoje que a farsa do demônio, capeta, diabo, belzebu, azazel, belial etc. é algo
relativamente recente na humanidade, pois religiões muito antigas que remontam a milhares
de anos atrás não tinham qualquer relação com isso e, se analisarmos o significado da palavra
religião, de forma geral (aceito pela maioria dos religiosas). Ou seja: religar o homem ou
Homem Supremo, Deus, nada importaria um suposto diabo, ou iblis – como dizem os
muçulmanos ou arimã para os seguidores de Zoroastro.

No Brasil, temorosos de mencionar-lhe o nome, o chamam de rabudo, tinhoso, beiçudo, pai da


mentira, cão e mais uma imensa lista de nomes que são, no mínimo, irônicos, mas que nos
mostram a tendência a criar um ser que mistura homem e animal. Mesmo as religiões mais
recentes tiveram suas origens suas origens em conceitos muito diferentes dos que hoje se
apregoa. A palavra demônio (daemon, devil), por sinal, deriva do grego daimon, que significa
simplesmente “espírito”.

Espírito é algo que todos os seres vivos são, e esse é um conceito comum a qualquer religião.
Ou seja, está aí mais uma contradição dentre muitas que aparecem na lista dos supostos
“verdades reveladas” em torno desse mito que é a fonte de rendimentos financeiros para
muitos, especialmente para as novas igrejas cristãs evangélicas, chamadas tecnicamente de
neopentecostais.

Lembramos que as ideias de inferno (suposta morada do diabo), julgamento final, castigo
eterno e outros dogmas criados pelos líderes cristãos do passado, estão diretamente
relacionadas à farsa do demônio. Assim, como foram surgindo e se reformulando com o passar
do tempo e as devidas alterações nas escrituras – como a bíblia - inúmeras vezes alterada e
sem nenhuma comprovação até hoje de sua veracidade em qualquer época ou parte, seja
Velho ou Novo Testamento, seja em achados do Mar Morto ou novas revelações, como é
comum a algumas seitas cristãs, como os mórmons, criada nos Estados Unidos e concentrada
na cidade de Utah.

Onde se encontram a farsa do demônio

Os grandes santos e homens de verdadeira integridade espiritual sempre cultivam o amor de


Deus, aos outros, aos animais, à terra, assim como cultivavam, praticavam e ainda praticam em
suas vidas diariamente a bondade e a compaixão, a autorrealização, a felicidade interior plena
e a pureza de coração, mente e o total destemor. Essas são algumas das qualidade cultivada e
facilmente vistas nessas pessoas “santas”. Isso podemos encontrar em muitos homens e
mulheres em diferentes segmentos religiosos, seja no Oriente ou no Ocidente, até mesmo no
cristianismo na qual o mito do diabo foi – e ainda é – mais difundido e, segundo alguns, criado
por antigos reis e clérigos para arrebanhar mais fiéis através do medo.

De fato, outros segmentos utilizaram-se desse conceito também, tal como o islamismo em
suas vertentes diversas, o espiritismo, vertentes do judaísmo e até mesmo nas “new ages”.

No que se refere às linhas religiosas tidas como orientais, podemos encontrar menções a seres
malignos, mas não exatamente a um ser como o diabo como nas tradições acima citadas. É
muito raro encontrar esse tipo de conceito em linhas religiosas como as do chamado
“hinduísmo” e em suas diversas vertentes (como os monoteístas chamados vaishanava (hare
Krishna ou impersonalistas mayavadis). Ou no budismo (que embora não seja uma religião, do
ponto de vista de um conceito de deus, ou ligação com esse ser supremo, mas é vista como
tal). Muito pouco também se fala desse conceito do Mal personificado no Tainismo, e em
outras linhas espiritualistas de origem oriental, assim como nos segmentos do judaísmo
ortodoxo. Porém, sempre podemos encontrar essa ideia no cristianismo – derivado do
judaísmo – e mais explicitamente no cristianismo-protestante.

Mas, de forma geral, essa farsa é muito questionável quando levamos em consideração a
noção de Deus em qualquer religião ou vertente espiritualista, desde que baseadas em
escrituras autênticas em que caiba alguma discussão.

Epistemologia do Diabo

Como Deus – ou como quiser chamá-Lo – poderia ter um inimigo supremo? Isso é
incongruente. Não cabe na noção de Deus, pois Ele não estaria sujeito aos defeitos dos seres
humanos condicionados pelos modos da matéria. Ou seja: aceitar algum inimigo, ter um
inimigo ou a existência de algo que realmente se coloque perante Ele de forma contestadora
imediatamente o transformaria em um ser fraco, falível, emocionalmente volúvel e não um
Deus propriamente dito. Sentir esse ranço, mal-entendido com outro ser, que de uma forma
ou de outra foi criado por Ele, se sujeitar a tal postura seria absolutamente contraditório.

Um bom exemplo seriam os antigos Vedas, seguidos pela tradição hindu denominada
Vaishnava - popularmente conhecido como Hare Krishna. Devemos lembrar que os Vedas
foram referência para os estudos do famoso sociólogo Max Weber, considerado o fundador da
sociologia da religião. Além dele, muitos estudiosos se debruçaram nessa literatura, como
Skhopenhauer, dentro outros. Segundo essas sagradas escrituras védicas – tidas como as mais
antigas do mundo – embora Deus tenha vindo em pessoa à terra na Sua forma eterna e
original como Krishna (reconhecida por seus seguidores como a suprema forma de Deus), há
mais de 5.000 anos, Ele jamais é ou foi controlado ou influenciado pelos modos da natureza
material, a saber Bondade, Paixão e Ignorância conforme a filosofia Védica. Isso é claramente
afirmado no livro sagrado Bhagavada Guita, que registra a conversa entre Krishna e ser amigo
e devoto Arjuna.

Porém, independente da religião escolhido por alguém ou imposta por sua família ou
sociedade, qualquer pessoa religiosa que, por sua vez acredite em um Ser divino –
concordando que ele é o criador e origem de tudo -, aceite também a existência de um
demônio. Isso implicaria em uma noção religiosa, transcendental, espiritual, pois ela estaria
diretamente relacionada com o sutil e não exclusivamente com a matéria, já que essa farsa
requer aceitar que ele está em um inferno, controlando e influenciando as pessoas nesse
mundo. Assim, de certa forma, tanto Deus quanto o diabo estariam na mesma plataforma
numa lógica simples e facilmente aceita por seguidores pouco questionadores.

A ciência hoje aceita a ideia da existência de muitos planetas, sistemas e universos com vida.
Portanto, teríamos planetas superiores e inferiores. Dentro dessa ideia, encontramos nos
Vedas o conceito de que, nesses planetas inferiores, a vida é o que poderíamos caracterizar
como “infernal” – sem que com isso haja relação com a farsa do capeta ou satanás.

Sendo assim, toda noção do transcendente deve estar pautada em escrituras sagradas
autorizadas e comprovadas, conforme as próprias religiões apregoam, pois de outra forma
seriam apenas especulações e malabarismos filosóficos. Importante salientar que nós
utilizaremos aqui as escrituras védicas como referência por serem àquelas reveladas como as
mais antigas que se têm registro e por reconhecermos como as mais adequadas para essa
discussão. Por isso as temos como referência em outros aspectos, assim como a tiveram Max
Weber ao discutir alguns pontos pendentes em muitas religiões – como importante questão da
Teodiceia.

As fontes, as alterações e os absurdos

O nome dado a Deus nessa literatura sagrada védica – Krishna -, significa “aquele que atrai a
todos” ou “O todo-atrativo” batiza a Suprema personalidade de Deus, ou seja, o nome original
de Deus para os védicos. Logo, a frase acima afirma que Ele é o controlador supremo de tudo e
todos. Em muitas passagens das escrituras Krishna é o controlador e a origem de tudo –
material ou espiritual. O próprio Sri Krishna afirma no Shagavad-gita 10.8, aham sarvasya
prashuvo mattah sarvam pravartak: “eu sou a fonte de todos os mundos materiais e
espirituais. Tudo emana de mim”.

Também no Sri isopanishad – outro livro védico – no mantra de invocação, encontramos o


famoso verso que afirma que o “supremo é a origem e tudo, tudo provem d’Ele e Ele é o
absoluto e completo, e tudo que provém d’Ele é todo completo também e, mesmo assim, Ele
jamais deixa de ser todo completo”. Essa máxima das religiões deve ficar clara para
compreendermos como se enquadraria uma noção do Mal ou suposta existência do diabo.

Claro que nem vamos falar muito das inúmeras alterações em algumas escrituras –
principalmente bíblicas - que foram alteradas e modificadas de forma tão brutal em suas
traduções que perderam seu significado original. Segundo estudiosos o Alcorão também há
muitos pontos mal explicados em escritos segmentos como mórmons, judaísmo-místico,
budismo e nas interpretações espíritas e afros, dentre outras. Talvez isso tenha ocorrido por
não existir uma tradição de sucessão de mestres e líderes nessas linhas que não estivessem
ligados a poderes e simplesmente fossem dedicados aos rituais religiosos no que se refere à
Bíblia ou passagens suspeitas e interpretações de escrituras complementares. Dito isso, a única
explicação até agora que poderíamos ter acerca do dito “demônio” é que esse não passa de
uma criação humana com intuitos escusos, mesquinhos e desprezíveis, visando instigar o
medo às pessoas, tentando a conversão religiosa – como na Idade Média.

Desejando o poder, algumas instituições religiosas difundiram de diversas formas a farsa do


demônio para obter maior controle sobre cidadãos inocentes e carentes de proteção.
Infelizmente isso ainda é visto hoje em dia, em especial nas inúmeras igrejas neo-protestantes
ou neo-pentecostais – vertente protestante surgida nos anos 70, chamadas “crentes” criadas a
todo ano. Toda a multidão que frequenta essas igrejas busca a proteção pelas tais orações de
pastores enquanto esses têm suas contas bancárias cada dia mais gordas. Além disso, sabemos
que o cristianismo foi o maior difusor de suas doutrinas de força e persuasão armadas e
impostas através do medo. O Vaticano incentiva que os fiéis católicos considerem o “diabo”
como a “a causa do mal”, cuja presença estaria evidente desde a crença de que a felicidade
está no dinheiro, aceita pelos católicos após a cisma e surgimento do protestantismo na
Europa (em especial após Calvino), no poder e na concupiscência carnal até o relativismo que
induz homens a não atender “à vontade de Deus”. Tudo isso sai culpa de Satã e não do próprio
Homem, sua mente e suas fraquezas.

O diabo tornou-se - com o passar dos séculos - um ser sutil e requintado, com uma imagem
diferentes da antiga, mas ainda muito poderoso a ponto de apossar-se dos homens, como
esclarece o documento católico oficial “De exorcismis e suplicas”, que nada se diferencia das
ideias mais exageradas dos evangélicos.

A função do diabo para a religião cristã é forte e nota-se isso muito bem, por exemplo, no
Novo Testamento, base da doutrina cristã em que há mais citações ao mal do que ao bem,
mais referências a Satã que a Deus, o que é, no mínimo, contraditório para um livro que se diz
“sagrado”. No cristianismo a presença do mal é essencial como em nenhuma outra religião e
isso é facilmente visto por qualquer pessoa que estudar sobre o conceito das religiões. A
invenção completa do diabo cristão levou cerca de 400 anos de debates e transformações,
passando pelos anos citados acima e só veio a consolidar-se no século VII com a ajuda da arte
cristã que misturava motivos animalescos com a ideia de um ser horrível e assustador.

Até essa data, não havia uma caracterização física do diabo e, depois dela, tudo foi
desenvolvido de uma forma realmente tão cruel que seres humanos foram mortos pela
Inquisição por estarem com “o diabo no corpo”. Tudo isso apoiado na ideia absurda da
existência de um Mal que leva as pessoas e a sociedade ao caos. Mas será que quem levou de
fato a sociedade ao caos, destruindo famílias e indivíduos inocentes não teriam sido àqueles
que divulgaram a ideia do diabo e o fazem até hoje? Aqueles que culpam tudo e todos por
supostamente ter associação com ele e agem “em nome de Deus” para livrar o mundo de tal
peste? E sabemos quem são essas pessoas...

Vale lembrar que recentemente surgiu uma linha de estudiosos que tentam desvendar as
origens da “pessoa Jesus”, que seria a origem do cristianismo, pois de fato nada se sabe sobre
este homem. Nada se sabe com certeza sobre a bíblia e muito se mudou ou se escondeu.
Todos sabem que a Igreja Católica – e consequentemente, outras religiões cristãs – escondem
muito mais do que revelam.

A farsa filosófica-ideológica
Filosoficamente, alguns teóricos adeptos da farsa do demônio aceitam que ele também teria a
sua origem em Deus, tal como todo o resto, haja vista a superioridade, qualidades
caraterísticas inerentes à noção de Deus já explicadas acima. Então algumas perguntas nos
vêm imediatamente agredir nosso bom senso: como Deus poderia perder o controle de algo
ou alguém? Como e por que criaria, por sua própria vontade, um ser d’Ele mesmo tão vil? O
que levaria esse ser – o diabo – a ter tanto ódio de Deus (seu criador) e dos seres humanos?
Como poderia Deus ter um efêmero “concorrente” ou personificação do Mal, com tanto poder
sobre os humanos e capaz de encobrir ou separar o poder de Deus em muitos momentos?
Muitos malabarismos são necessários, pois como alguém poderia responder essas perguntas
sem usar a pressão ideológica de dogmas escriturais ultrapassados ou de especulações da
mente imperfeita do homem?

Está dito que o homem é imperfeito, ao menos no que se refere às suas atividades mundanas
e materiais, onde é terrivelmente influenciado pelos modos da natureza material. Ou seja: a
bondade, paixão e ignorância, e veja que isso nada tem a ver com a influência do satanás.
Aliás, já foi desvendado onde teria surgido o estereótipo de demônio na qual apresentamos
brevemente no início desta exposição. Uma junção de animal e homem, com bafo
insuportável, chifres de touro ou bode, tido como um animal demoníaco etc. No decorrer dos
anos alguns escritores e autores de filmes tiveram “excelente” de transformar a figura de
satanás em uma pessoa sedutora e bela, mais grande jogada de marketing. O famoso número
666, por exemplo, foi criado por escritores do século passado em seus livros de suspense e
terror. Poderíamos citar muitos exemplos de sua conotação pejorativa e popular.

Outro ponto interessante a ser levantado aqui são criações dogmáticas de ideias absurdas,
como o inferno. Um lugar onde a alma sofreria eternamente por seus erros. Isso não parece
fazer sentido. Que Deus deixaria que seus filhos sofrerem dores e castigos horríveis e
impensáveis por toda a eternidade por terem cometido um pequeno erro, um deslize!? Mais
ponto que o cristianismo sequer permite questionamento sobre. Bem, saiba que essas ideia
estão claramente expostas na bíblia – possivelmente inclusas durante o período da criação da
imagem do diabo -, e são seguidas à risca por seus divulgadores. Isso colabora com a ideia do
demônio, da maldade, do castigador, da imposição do medo. Para exemplificar, podemos
sugerir o seguinte: a imagem de um pai castigando um filho eternamente por ter cometido um
erro, esqueceu algo, infringiu uma regra imposta. Essa pessoa, ou esse filho “mal” seria
enviado ao inferno aos cuidados de um demônio após um suposto julgado final – outra farsa
cruel criadas pelas doutrinas cristãs – e pagaria com uma eternidade de sofrimentos terríveis
atrozes, castigos inimagináveis por técnicas que não foram usadas ne em campos de
concentrações nazistas ou na antiga União Soviética comunista.

A personificação do demônio é a verdadeira morada do mal.

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