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14/02/2014

História da Educação e da
Pedagogia
A Importância da História da Educação e da
Pedagogia

Profa. Dra. Camila Beltrão Medina

Tema 1: A Importância da História da


Educação e da Pedagogia
Conteúdos:
1.A importância de se conhecer a História da
Educação.
2.História da Educação e da Pedagogia em
seus aspectos gerais e particulares.
3.As fragilidades e potencialidades, os
avanços e retrocessos da Educação e da
Pedagogia.

O Que é História?

• Modo em que o ser humano percebe a sua


realidade e a sua identidade em um
determinado tempo e espaço.

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1. Tempo e Espaço

• Não é possível diferenciar o tempo do


espaço.
• O tempo é um contínuo com o espaço.
• Aristóteles – “À medida que me movimento,
avanço no espaço”.

Tempo – João Oliveira Ramos Neto

Tempo da Física

Tempo da Filosofia

Tempo Histórico

Tempo da Física

• Definido como o número de movimentos


naturais.
• Não há diferença entre passado, presente e
futuro.
• O tempo é o número de posições que um
corpo ocupa no espaço ao longo de sua
trajetória, ele caracteriza-se naturalmente,
é exterior, imortal, reversível, homogêneo.

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Tempo da Filosofia

• Mudanças são vividas pela consciência.


• Separam-se passado, presente e futuro.
• Caracteriza-se pela irreversibilidade e pela
sucessividade.
• Será interior, sublunar, mortal.
• O tempo da vida, o tempo para o plantio, o
dia e a noite.

Antoine Prost (2008) – Tempo


Histórico
• Não é a memória, a qual é demasiadamente
envolvida afetivamente com o evento.

• A História = reflexão sobre o tempo, além


de se fazer a partir dele.

Daí o historiador precisará construir o tempo


histórico para não reviver, mas
compreender a experiência.

Tempo Histórico

• Ramos Neto (2013, p. 257), ao citar Reis


(2007), alude:

“deverá o historiador construir um terceiro


tempo, entre o tempo da Física, natural, e o
tempo da Filosofia, da consciência. Este
será o tempo histórico (...)”

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2. Identidade Humana

• O homem forma a sua identidade a partir


das representações que constrói sobre fatos
que acontecem em sua vida, ou ainda, que
lhe são transmitidos por representações e
poder.

Segundo Anna Giselle Garcia Alaniz

A identidade humana necessita do narrar


acontecimentos e da beleza.

Sempre que houve uma sociedade de homo


sapiens , houve narrativa.

Segundo Anna Giselle Garcia Alaniz


Quando são somadas as necessidades:

da do medo da
da beleza
narrativa da morte identidade

Temos História.
“A história é como contamos nossa
identidade. Ela junta desde os nossos mitos
de origem até o modo como acreditamos
que nossas nações foram construídas”.

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Nesse Sentido...

• A História é uma construção e não uma


verdade absoluta, pois essa verdade
também é uma construção que depende da
época, da cultura, do lugar de quem está
narrando.
• A História obedece teorias que em cada
época são alteradas e revistas, que em cada
época tem um modo diferente de se contar
e de se analisar.

A História é Feita pelos Seres


Humanos
• A história é o modo como nos vemos em
relação ao universo, à nossa trajetória e à
nossa sociedade, bem como a maneira que
narramos isso para o futuro.

• É a tomada de consciência, do homem,


daquilo que se viveu e vive. Uma consciência
repleta de representações.

As Representações

Representações – Ideologias e Poder

O homem é um ser histórico porque toma


consciência das representações, ou seja,
consciência de sua própria história (fatos
que ocorrem em sua vida). Esses fatos lhes
são transmitidos por representações e
poder.

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História da Educação e da
Pedagogia

Parte 2

Aspectos Gerais e Particulares

“A história resulta da necessidade de


reconstruirmos o passado, relatando os
acontecimentos que decorreram da ação
transformadora dos indivíduos no tempo, por
meio da seleção (e da construção) dos fatos
considerados relevantes”. (ARANHA, 2006, p.
20).

História da Educação
Com a História da Educação não é diferente:
1. Não restringi-la a uma disciplina escolar.
2. Compreendê-la como uma das ciências da
educação.
3. Compreendê-la como uma área do
conhecimento.
4. Compreendê-la como uma abordagem
científica de um importante recorte da
realidade.

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O Estudo da História da Educação

1. Não pode ser concebida como fenômeno


neutro – recebe influência de contextos
políticos, econômicos e sociais.

2. Não deve ser entendida apenas como um


apêndice da História Geral.

3. Possui caráter científico com base no


comprometimento com as fontes.

4. As investigações na História da Educação


devem ser relacionadas à política
educacional e ao contexto social da
atualidade.

A História e a História da Educação

• Metodologia investigativa própria.

• Cada tempo histórico e cada grupo cultural


preservaram sua história de modo único.

• Cada tempo histórico e cada grupo cultural


investigaram e agiram sobre a ciência
história de modo único.

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História da história
Tempo da Física
Os povos tribais faziam história, viviam
história recontando mitos, acontecimentos
sagrados.

Fonte: <http://www.istockphoto.com/stock-
photo-24707562-khanty-dance-antique-
wood-engraving.php?st=6540628>.

Sociedades Complexas – História


Cíclica
• Invenção da escrita.
• Momentos em que a história foi contada em
narrativas.
• Exemplo: A Guerra
de Tróia contada na
obra Ilíada.
• Ainda sob a forte
influência “divina”.
Fonte: <http://www.istockphoto.com/stock-photo-21415245-ancient-
hieroglyphics.php?st=4e1fd5a>.

Surgimento da Filosofia – História


Cíclica
• Maneira reflexiva de pensar o mundo.
• Rejeição à prevalência religiosa do mito.
• Pluralidade de interpretações racionais sobre
a realidade.
• Visão estática do
mundo.
• Concepção
essencialista do homem.
Fonte: <http://www.istockphoto.com/stock-photo-
14478202-academy-of-athens-greece-with-
socrates-plato-and-athena.php?st=c543a29>.

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Antiguidade e Idade Média – História


Cíclica
História
não tem status de ciência

Movimento
Mestra da vida
cíclico

Visão platônico‐
aristotélica

História Moderna – 1ª concepção


Iluminismo
História
A partir da ideia
Linear
de progresso, a
Revolução história passa a
Industrial ser concebida
como ciência

Positivismo
(História cíclica contestada pela descrição
linear; técnicas cientificamente objetivas –
fato histórico.)

Para a História Linear

• O historiador não se orienta pelo passado


como modelo a ser seguido, mas
desenvolve a noção de processo – investiga
buscando o “avanço da humanidade”.

O estudo do passado com o olhar para o


futuro.

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História Moderna – 2ª concepção

Dialética
Síntese
Antítese
Tese (superação
(negação da
(afirmação) da
tese)
contradição)

História Contemporânea

Escola de Annales – Nova História


• Intercâmbio da história com outras ciências
sociais e psicológicas.
• História das mentalidades (temas
antropológicos).
• Renovação da historiografia marxista.
• Articulação entre a micro-história e a
macro-história.

Escola de Annales
1ª geração:
• Fundada por Lucien Ferbvre e Marc Bloch –
1929.
• Objetivo – ir além da visão positivista da
história como crônica de acontecimentos.
• Substituição da história dos acontecimentos
pelos processos de longa duração, voltados
a tornar inteligíveis a civilização e as
"mentalidades"

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Escola de Annales
2ª geração: Fernand Braudel, Ernest Labrousse,
Pierre Goubert, Georges Duby, Pierre Chaunu,
Robert Mandrou.
• Perceber a renovação historiográfica
possibilitada pelo uso de documentação
seriada e desenvolvimento de método
específico.
• Geo-história (interdisciplinaridade).
• Não focar apenas na história política.
• História da cultura material.

Escola de Annales
3ª geração: Jacques Le Goff, Elmanuel Le Roy
Ladurie, Marc Ferro, Pierre Nora, Philippe Ariès.
• Multiplicidade de métodos, objetos e temas de
estudo.
• Mudança de estudos com base econômica para o
estudo das manifestações culturais.
• Retorno e renovação da história política, com a
incorporação da longa duração, do uso de fontes
seriadas e do diálogo com outras disciplinas, na
construção do conceito de cultura política.

3ª geração
• Houve o resgate do valor da narrativa e do
estudo biográfico.
• Fase marcada pela fragmentação e por sua
grande influência sobre a historiografia e
sobre o público leitor, em abordagens que
comumente chamamos de nova história ou
história cultural.

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Escola de Annales – Nova História


• Valoriza a micro-história, ou seja, a história
do cotidiano (dos pequenos grupos, dos
vencidos, a valorização dos sonhos, do
imaginário e do simbólico, tendo o indivíduo
como centro da visão).
• Determinismo cultural.
• Não existe a história, mas uma história ou
as histórias.
A proposta da Escola de Annales é a de uma
história total.

História da Educação e da
Pedagogia

Agora é sua vez

Questão 1

• Discuta a afirmação do escritor Laurentino


Gomes presente na obra 1808:

“O objetivo da história é iluminar o passado


para entender o presente e construir o
futuro.”

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Questão 2
• Discuta a afirmativa: “O homem é um ser
histórico”.

Questão 3
• O que Saviani (2000) pretendia apresentar
quando disse:
“Cabe ao historiador, com a percepção da
dimensão histórica dos problemas
enfrentados, não apenas manter e deixar
disponível o registro das informações, mas
alertar os responsáveis pelos rumos da
educação no país, trazendo à baila, nos
momentos oportunos, as informações que,
por ofício, eles detêm.”

Questão 4

• A história sempre foi considerada ciência?


Se sim, quais são as modificações
metodológicas que sofreu? Se não, quando
isso aconteceu e por quê?

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Questão 5

• Quais são os princípios da Escola de


Annales?

História da Educação e da
Pedagogia

Finalizando

Para que Saber História?


Concepções Tradicionalistas

• Para entender o passado, para vivermos o


presente e projetarmos futuro.
• Para entendermos nós mesmos, bem como
nossa sociedade e nossa cultura.
• Para perceber as fragilidades, as
potencialidades, os avanços e os retrocessos,
que poderão nortear nossas ações futuras.

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O Que é História

A história é o modo como nos vemos em


relação ao universo, à nossa trajetória e à
nossa sociedade, bem como a maneira que
narramos isso para o futuro.

Metáfora da Garrafa ao Mar:

Quando jogamos uma garrafa ao mar com


uma mensagem, esperamos que alguém do
outro lado do oceano não só abra a garrafa
e saiba que estamos vivos, mas também
que, ao lê-la, legitime a nossa identidade e
a nossa existência.

Para que Saber História da Educação?

Arruda (2006, p. 29):


• Para cultivar um saudável ceticismo.
• Para compreender a lógica das identidades
múltiplas.
• Para pensar os indivíduos como produtores
de história.
• Para explicar que não há mudança sem
história.

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O Fazer Histórico Hoje

• A ciência história foi alterando suas formas


de investigações no decorrer dos tempos.

• Isso está relacionado com as diferentes


formas de produzir e armazenar a cultura.

O Caminho da Ciência História:

O fazer histórico partiu da história oral,


passou pela história narrativa e
filosófica, caminhou até a história
positivista rebatida pela história
dialética e hoje chegou à História
Nova.

Fonte: <http://www.istockphoto.com/stock-photo-19797329-charleston-sc-plantation-
oak-trees-spanish-moss-azalea-spring-flowers.php?st=018631a>.

Cuidado

Para não conceber que esse caminho da


história ciência foi linear, isto é, que um
modelo foi substituindo o outro em tempo
cronológico.

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Nova História

• É a história das pessoas.


• Não conta a história a partir das relações de
poder.
• Não entende o fato histórico como absoluto.
• Não entende existir a história, mas uma
história.
• Trabalha com a micro-história e a macro-
história.

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