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HISTÓRIA GERAL

A História e o Conhecimento Histórico

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A HISTÓRIA E O CONHECIMENTO HISTÓRICO

Seja bem-vindo(a) ao pontapé inicial da matriz de História Geral. Essa matriz contem-
plará desde o entendimento sobre a teoria da história até a atualidade.

Esse curso contempla pessoas que estão fazendo concursos para ensino médio e cursos
superiores. Aos amigos de profissão que estão fazendo concurso para professor, é preciso
saber que trataremos de professores que integrem todas as pessoas.

Faremos a melhor aula possível para que você possa se preparar muito bem e possa
chegar tranquilamente para a prova que você irá realizar.

Observe o seguinte:
História inclui todo traço e vestígio de tudo o que o homem fez ou pensou desde seu primeiro apa-
recimento sobre a terra.
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo, Unesp, 1992.

Peter Burke traz a perspectiva do que vem a ser a história. Cuidado, pois não vamos
ficar falando que a história é um estudo do passado para compreender o presente e prever o
futuro. É mais do que isso! A história também é o estudo do presente, pois o historiador vive
no presente. Logicamente, nosso presente é regado do que o passado forneceu. As estru-
turas de hoje não são criadas sem que algo antes tenha existido. Erros e acertos podem ser
repetidos hoje. Às vezes, a história não ensina nada, pois os erros se repetem.

Peter Burke traz a ideia de que a história existe desde que existe o vestígio humano.
Então, onde há homem, há história.
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De antemão, alguns editais não trabalham o termo “pré-história”, pois parece que há algo
que existiu antes da história. Porém, na pré-história, temos o paleolítico e o neolítico. Esse
período só é conhecido como pré-história porque não existiu a escrita (determinação euro-
cêntrica). Mas, isso não é verdade, pois onde há vestígio e interação humanas, há história.
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Marc Bloch trabalha uma perspectiva dos objetos de estudo que a história tem. Vejamos:
“O passado é, por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado
é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa. (...)
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001. p. 75.

Hoje, no mundo, o conhecimento está armazenado. O “cara” que primeiro pensou o com-
putador morreu, mas o seu conhecimento construído não se perdeu; ficou registrado. Se
olharmos para civilizações muito antigas, não conseguimos explicar como elas faziam certas
coisas, pois o conhecimento não ficou armazenado em algum lugar. Então, é preciso olhar
para o passado e fazer interpretações e criar conexões.

Hoje, você acredita que há mais conhecimento ou informação? Nós possuímos mais
informações, pois saber que as coisas estão soltas é uma coisa; por outro lado, no momento
em que você interpreta, faz o link, junta, conecta, descarta ou inclui, você traz uma série
de informações e constrói o conhecimento. A história não é um estudo morto, mas sim um
estudo em constante evolução.
(...) Sabemos melhor que nossos predecessores interrogar as línguas acerca dos costumes, as fer-
ramentas acerca do artesão. Aprendemos sobretudo a mergulhar mais profundamente na análise
dos fatos sociais. (...) Tudo isso permite as mais vastas esperanças (e investigações).”
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001. p. 75.

Será que um historiador do século XVIII faria a mesma indagação do que nós que esta-
mos no século XXI? Será que os historiadores do século XXII farão as mesmas indagações
do que nós e os seus objetos de estudo serão os mesmos? Logicamente, não; nós seremos
estudados por eles.
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O QUE É HISTÓRIA

A história tem origem na palavra grega historiai. No século V a.C., Heródoto foi o primeiro
a usar “história” no sentido empregado atualmente.

O professor sempre estuda a história analisando os contextos político, econômico e


social. Salienta-se que a cultura está dentro de tudo isso. Além disso, o professor gosta
muito de um teórico que fala da complexidade, no sentido de uma coisa fazer sentido e estar
ligada a outra.

Portanto, a história não é morta e não é simplesmente o estudo de fatos que não têm
conexão com algo importante e com o sentido para a história da sociedade.

O historiador é aquele que se ocupa do estudo das ações, dos eventos e acontecimentos
relacionados à humanidade ao longo do tempo, produzindo o conhecimento histórico.

Destaca-se que movimento, processo, passagem do tempo são fundamentais para estu-
dar a ciência histórica.
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Na história, não existe uma verdade absoluta, mas sim uma verdade verossímil (algo que
é o mais próximo do que pode ser tratado com verdade absoluta).

Na divisão história, fazemos o seguinte:

Pré-história (Paleolítico, neolítico, idade dos metais) → Antiguidade → Idade Média →


Idade Moderna → Idade Contemporânea.
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Isso dá a sensação de que, em um dia, estamos na sociedade da antiguidade e, amanhã,


estaremos na Idade Média. Mas, não é assim, pois a sociedade não muda de uma hora para
outra. São processos.

Tecnicamente falando, o feudalismo ruiu no final da Idade Média. Porém, no século XX, a
Rússia, antes de viver a Revolução Russa, era semifeudal. Então, nem tudo se aplica a tudo
ao mesmo tempo.

Então, não se assuste se você encontrar uma característica de uma época anterior em
uma época que você estiver estudando. As coisas não são, a todo momento, rupturas, mas
sim também conexões e processos de transição.

No Brasil, em 1888, abolimos a escravidão. Mas, até hoje, temos denúncias em relação
a trabalhos análogos a escravidão. Então, tome muito cuidado com essas coisas imutáveis e
que não dão margem, muitas vezes, para a subjetividade.
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HERÓDOTO

Heródoto nasceu na cidade de Halicarnasso (atual Bodrum, na Turquia), por volta de 485
a.C. E morreu em 430 a.C. A principal obra, escrita por volta de 440 a.C., ganhou o nome de
Histórias e foi dividida em 9 livros: clio, euterpe, tália, melpômene, terpsícore, erato, polímnia,
urânia e calíope. A obra também é composta por um encerramento.

As guerras médicas, entre gregos e persas, é o tema de destaque em suas obras. No


livro II (euterpe), Heródoto fez um importante relato histórico sobre o Egito antigo, desta-
cando a geografia, história, religião, costumes e vida dos faraós.
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Perceba que, quando Heródoto afirmou que o Egito era a dádiva do Nilo, ele recebeu
bastantes críticas dos historiadores mais jovens. Esses críticos entenderam que Heródoto
foi eurocêntrico e etnocêntrico, pois não conseguiu compreender a capacidade inventiva,
intelectual e criativa dos egípcios, que tiravam água do Rio Nilo e levavam para regiões dis-
tantes, para promover a irrigação e a agricultura. Ele afirmava que o Egito era uma dádiva do
Nilo por causa do húmus.
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Cuidado, pois todo ponto de vista é visto de um ponto. Muitos apregoam e levantam as
suas bandeiras, afirmando que o historiador, em si, é um ser imparcial. Desconfie dessa
imparcialidade. Basta olhar o que os historiadores europeus escreveram sobre os africanos
e o que os africanos escreveram sobre eles mesmos. Então, cuidado, pois existem inten-
cionalidades na escrita. Logicamente, isso não deveria ser muito forte, pois você, enquanto
cientista e historiador, deve buscar um conceito imparcial no sentido das análises. Você não
pode pender para um lado e desconsiderar totalmente o outro.

O ESTUDO DA HISTÓRIA E AS FONTES HISTÓRICAS

Uma fonte histórica pode ser escrita, visual, material ou oral. Hoje, vídeos ou documen-
tários são fontes históricas.
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No Brasil, Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta e mandou para o rei de Portu-
gal. Mas, uma moeda da época pode ser uma fonte histórica. Ademais, uma pintura rupes-
tre também traz informações e interpretações. Além disso, uma foto pode mostrar como os
homens e as mulheres se vestiam, por exemplo.
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É preciso ressaltar que essas interpretações não podem ser ao léu. É preciso saber o que
fazer com elas.

Ao selecionar e estudar uma fonte histórica, os pesquisadores conferem sentido ao docu-


mento. Pode ser que uma fonte seja histórica para mim, mas não seja uma fonte histórica
para você.
O conhecimento histórico produzido pelo historiador apresenta a visão de sua época, as
teorias do período em que vive, seu ponto de vista sobre o objeto de estudo. Lembre-se de
que todo ponto de vista é visto de um ponto. A história é muito mais do que ler e decorar; ela
é interpretativa e crítica. Não se pode ser anacrônico! É preciso criar laços de conhecimento.

O registro escrito da história, a história como ciência e a produção do conhecimento his-


tórico pelo historiador são chamados de historiografia (escrever história). Isso se dá de diver-
sas maneiras, as quais serão, inclusive, objeto da nossa próxima aula.
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Assim, a historiografia se ocupa da maneira como a história foi e é escrita, e também dos
enfoques e métodos usados pelos historiadores ao longo do tempo.

Ressalta-se que o professor é alguém voltado para a história analítica, a qual conhece-
remos na próxima aula.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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