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A EUROPA MEDIEVAL E

O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
HISTÓRIA – Profe Marília Pimentel
A EUROPA MEDIEVAL E O
IMPÉRIO CAROLÍNGIO

• A primeira tentativa de
unificação da Europa após o
colapso do Império Romano do
ocidente ocorreu sob o governo
de Carlos Magno soberano do
Reino Franco entre 768 e 814
além de unificar grandes
extensões do território europeu
seu reinado se notabilizou pela
aproximação entre o estado e a
igreja católica.

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Vamos conhecer um pouco os
povos germânicos e os
francos?
Assista com atenção essa
rápida explicação!
1. OS POVOS
GERMÂNICOS

• Entre os diversos fatores que


contribuíram para a queda do
Império Romano do Ocidente
um dos mais importantes foi a
invasão de seu território por
povos vindos do exterior
dentre esses povos os que
conquistaram a maior parte
do Império foram os
germanos.
1. OS POVOS
GERMÂNICOS

• Os germanos se dividiam em
enormes conjuntos de tribos -
visigodos, ostrogodos,
burgúndios, anglos, saxões,
francos, hérulos, vândalos e
outros - com crenças, idiomas,
valores culturais e formas de
organização política variados.
• De sua miscigenação cultural com
os romanos surgiu um novo tipo
de sociedade que se tornaria a
base dos atuais povos europeu.

Após terem contribuído para a
desintegração do Império
Romano os povos germânicos
criaram diversos reinos a maioria
dos quais de curta duração.
• Segundo o historiador inglês
Perry Anderson em termos
político-administrativos ocorreu
nesses novos reinos um lento
processo de integração de
elementos romanos e
germânicos..
• Esse processo resultou na
formação de 2 grupos sociais
bem diferenciados e sobre os
quais se estruturou a sociedade:
• uma aristocracia rural formada
pelos grandes proprietários;
• e o campesinato completamente
dependente dos donos de Terra.
Uma sociedade
militarizada
• Os soberanos germânicos consideravam
seus reinos propriedade pessoal por isso
sentiam-se no direito de reparti-lo entre os
filhos ou doar extensões de terras a
pessoas que lhes prestavam serviços
importantes.
Uma sociedade
militarizada

• Para manter esses povos unidos


em torno de sua autoridade
procuravam mobilizá-los em
constantes campanhas militares.
• As guerras por sua vez davam
lugar que os nobres mais
poderosos organizassem seus
próprios exércitos, para tanto
recrutavam guerreiros aos quais
ofereciam um soldo ou a garantia
de subsistência.
Uma sociedade
militarizada
• Em troca de proteção muitos guerreiros
doavam suas pequenas propriedades a
um chefe poderoso que lhes assegurava
o direito de continuar trabalhando em
suas antigas terras.
• Embora livres, essas pessoas tornavam-
se dependentes dos senhores aos quais
se ligavam, de modo que a linha que
separava a servidão da liberdade passou
a ser muito tênue.
• Com o tempo o poder desses nobres
cresceu em detrimento do poder real.
2. O poder da
Igreja

• No século VI um surto de peste bubônica, doença


transmitida pela pulga dos ratos, assolou a Europa
reduzindo drasticamente sua população.
• Assustadas muitas pessoas abandonaram as
cidades onde os índices de mortalidade eram
maiores, e se estabeleceram nos campos.
• As cidades, abandonadas e em ruínas, embora
nunca totalmente despovoadas, passaram a receber
ocasionalmente, comerciantes e peregrinos durante
festas religiosas.
• Com a ruralização o comércio decaiu.
2. O poder da
Igreja

• Neste cenário de
enfraquecimento do poder
real, fortalecimento da
nobreza rural,
desaparecimento de
reinos, queda do
comércio, uma instituição
conseguiu superar as
adversidades e
permaneceu unida: a
igreja católica.
• Ao contrário dos bens
dos nobres ,que eram
• Religião oficial do repartidos após sua
império romano do morte em razão do
direito de herança, as
ocidente desde 380.
propriedades da Igreja
• O cristianismo foi não podiam ser
pouco a pouco adotado divididas, pois não
também pelos reinos pertenciam aos
germânicos surgidos na religiosos, mas a
Europa ocidental a própria instituição.
partir do século V
• Dessa forma, além do
• Nesse processo a Igreja poder espiritual, a igreja
passou a acumular passou a deter um
vastas extensões de vasto e sólido
Terra e outros bens patrimônio material.
materiais.
2. O poder da
Igreja

• Essa presença temporal ideológica da


instituição religiosa na sociedade
começou a se firmar quando alguns reis
germânicos originalmente pagãos se
converteram ao cristianismo.
• Como foi o caso de Clóvis, rei dos
francos, em 496.
• Essas conversões prepararam o terreno
para o surgimento no século VIII de um
Império amparado no cristianismo, o
Império carolíngio.
3. O Reino Franco

• Vindos da margem inferior do Rio Reno, os


francos se instalaram por volta do século VI
em quase toda a Gália (França atual). Eram
então um conjunto de tribos frouxamente
ligadas entre si.
• Em 481, o rei Clóvis da dinastia dos
merovíngios, deu início a unificação dessas
tribos.
• Alguns anos depois, Clóvis se converteu
ao cristianismo aumentando
consideravelmente seu poder.
• Esse gesto abriu para uma sólida
Aliança entre a igreja católica e o
poder real e foi significativo para
ambos os lados.
• Por meio dele, a Igreja obteve o
apoio de uma força política e
militar capaz de garantir a sua
sobrevivência.
• Já o rei, havia nele, uma forma
de legitimar seu poder e de
aproveitar a organização
administrativa do clero para
governar.
• Com a ajuda da Igreja, Clóvis
expulsou os visigodos da Gália.
3. O Reino Franco
• Após a morte do rei em 511, o Reino Franco
passou por um longo período de crise, durante o
qual a dinastia merovíngia se enfraqueceu
afastando-se das tarefas administrativas.
• O governo passou então a ser exercido pelo
principal funcionário do Reino, que ocupava o cargo
de major domus ou administrador do Palácio.
3. O Reino Franco
• Um dos administradores foi Carlos Martel, líder dos carolíngios,
família da alta nobreza.
• Em 732, Carlos Martel à frente de um forte exército de
cavaleiros couraçados, impediu que os muçulmanos invadissem
o Reino Franco, derrotando-os na Batalha de Poitiers.
• Após a vitória em Poitiers, os carolíngios passaram a ser vistos
como os grandes defensores do mundo cristão.
O cavaleiro couraçado
• O cavaleiro couraçado era um guerreiro que tinha o corpo
protegido por uma túnica curta de couro recoberta por placas de
metal, ou por pequenos anéis de ferro entrelaçados. Para
defender-se contava ainda com um elmo cônico e um escudo
triangular ambos de metal. Como armas ofensivas dispunha de
uma espada longa e larga com duplo gume e uma lança de ferro
com lâmina triangular. Completavam o equipamento uma sela de
altos bordos e um par de estribos.
• Como atuavam apenas como tropa de choque, esses cavaleiros
precisavam ser assistidos por outros guerreiros e alguns
serviçais, o que lhes forneciam montaria descansadas e armas
afiadas.
• Com o crescimento das tropas de cavaleiros couraçados, tornou-
se necessário recrutar e treinar infantes e cavaleiros auxiliaries,
desenvolver forja e ferrarias que produzissem armas e
armaduras, incrementar a criação de cavalos de batalha, cultivar
plantações de feno e providenciar a construção de estábulos e
silos para suprir as montarias durante os longos meses de
inverno.
• O atendimento a essas necessidades de ordem bélica levou a
vida social a uma extrema militarização.
3. O Reino Franco
• Em 751 os carolíngios depuseram o último
rei merovíngio colocando em seu lugar
Pepino III.
• 3 anos depois a pedido do papa Estêvão II,
Pepino enfrentou e venceu os lombardos
(um dos povos germânicos que invadiram o
Império Romano do Ocidente) na península
itálica, doando a igreja, as terras
conquistadas juntamente com o ducado de
Roma.
• Surgiram assim, os estados pontifícios,
governados pelo papa. Esses estados
existiram até a unificação italiana no século
XIX, quando o território papal ficou restrito
apenas ao Vaticano, na cidade de Roma.
4. O Império Carolíngio

• Em 771 Carlos, filho de Pepino III


assumiu o Reino dos francos.
• Iniciou uma política de conquistas
territoriais ao ampliar esses seus
territórios.
• O novo rei procurava converter ao
cristianismo a população dominada,
essa política expansionista era muito
bem vista pela igreja católica, pois o
crescimento do Reino dos francos
significava também a difusão da fé
cristã.
4. O Império
Carolíngio
• As relações entre o papado e o rei
Carlos estreitaram-se ainda mais em 25
de dezembro de 800.
• Durante a missa de Natal, na igreja de
São Pedro em Roma o papa Leão III
coroou Carlos, imperador dos romanos,
dando-lhe o título de Carlos Magno.
• Era uma tentativa de restaurar o antigo
Império Romano do ocidente e fazer de
Carlos, um representante de Deus na
Terra.
4. O Império Carolíngio

• No plano político administrativo


e jurídico, Carlos Magno
assumiu o controle dos
tribunais, padronizou o sistema
de cunhagem de moedas,
instalou a corte no Palácio Aix-
la- Chapelle,na atual Aachen, na
Alemanha - e passou a fazer uso
crescente de documentos
escritos.
4. O Império Carolíngio

• O vasto território carolíngio foi


dividido em cerca de 300
condados, governados por
condes.
• Nas áreas fronteiriças foram criadas
unidades administrativas
denominadas marcas.
• Seus administradores escolhidos
geralmente entre a nobreza local
eram conhecidos como
marqueses.
4. O Império
Carolíngio

• Outra categoria de nobres da confiança do


imperador era dos duques.
• Cada um deles tinha o poder de convocar e
comandar os exércitos de vários condados
juntos. Alguns condados formavam um
ducado.
• Para supervisionar o trabalho dos condes e
marqueses,Carlos Magno contava com os
missi dominici, agentes imperiais com plenos
poderes para resolver problemas considerados
difíceis e ouvir as queixas da população.
4. O Império
Carolíngio

• Com essa estrutura administrativa, Carlos


Magno mantinha o controle sobre todo o
Império.
• Também procurava governar a igreja
exercendo autoridade sobre o papa.
• Era ele quem praticamente escolhia
os bispos e os empregava como
simples funcionários do estado.
O renascimento
carolíngio

• A necessidade de contar com clero


mais bem qualificado e com nobres
capazes de garantir uma boa
administração, fez com que Carlos
Magno estimula-se a criação de
escolas em todo o Império, o que
acabou provocando uma intensa
renovação cultural frequentemente
chamada de renascimento
carolíngio.
O renascimento
carolíngio
• Ao mesmo tempo o imperador criou na corte de Aachen e
em diversos outros lugares do Império, as chamadas
escolas palatinas.
• Nesses lugares eram reunidos os melhores mestres da
época com a missão de instruir jovens da nobreza e preparar
aqueles que queriam seguir a carreira religiosa.
• Para pôr em prática esse projeto, Carlos trouxe da Inglaterra
o monge Alcuíno. Ele foi ficou encarregado de elaborar os
programas de ensino das escolas palatinas e também das
episcopais destinadas à formação de padres.
O renascimento carolíngio

• O projeto educacional desenvolvido por Alcuíno


prevê além do estudo da bíblia, o ensino de
gramática, retórica, dialética, matemática,
astronomia, música e mais tarde medicina.
• As disciplinas tinham por base textos clássicos da
antiguidade como as do pensador romano Cícero
(106 a 43 a.C) e as dos filósofos gregos Aristóteles
(384 a 322 a.C.).
• Preparava-se dessa forma o caminho para o
surgimento das primeiras universidades europeias.
O renascimento
carolíngio

• Alcuíno desenvolveu também a


transcrição desses e de outros
textos clássicos por meio de
cópias cuidadosamente
elaboradas por monges
copistas.
• Garantia-se, assim sua
preservação para a posteridade.
Os monges copistas
• Se hoje conhecemos importantes tratados filosóficos,
médicos ou textos literários da Antiguidade greco-
romana muito se deve ao trabalho realizado nos
mosteiros beneditinos durante a idade Média.
• Ali, os chamados monges copistas passavam seus
dias copiando, restaurando ou traduzindo os textos
clássicos que sobreviveram às invasões germânicas.
• Usavam para isso um novo tipo de escrita, a
minúscula Carolina, que facilitava sensivelmente a
leitura, pois empregava letras pequenas e
arredondadas.
• Os pergaminhos nos quais eram copiados os
manuscritos eram ricamente ilustrados com desenhos
em miniatura chamados iluminuras, retratando cenas
do cotidiano e imagens religiosas.
• Em uma época na qual a maior parte da população era
analfabeta, mosteiros e abadias funcionavam como um
dos poucos centros da cultura letrada.
• Suas bibliotecas reuniam os maiores acervos da
Europa medieval.
• Todo esse processo de
renascimento cultural,
entretanto, entrou em
crise após a morte de
Carlos Magno, em 814.
Uma geração depois de
5. A seu desaparecimento, a
unidade do Reino se .
fragmentação • Com a morte de Luís, o
do Império Piedoso, filho e sucessor
de Carlos Magno, em
840, o Império Carolíngio
foi dividido entre seus
três netos (Tratado de
Verdun, em 843)
5. A fragmentação do Império

• Surgiram, assim, a França Oriental, a França


Ocidental e a França Central.
• Disputas internas e invasões estrangeiras, como
a dos normandos, ou vikings, provenientes da
Escandinávia, levaram ao enfraquecimento do
poder central.
• Na França Oriental a dinastia carolíngia se extinguiu
em 911.
• Na Ocidental, os carolíngios permaneceram no tono até
987, época em que o poder local dos senhores de terra
passou a prevalecer sobre o governo central.

• A falência da centralização política administrativa


desses reinos deu origem à sociedade feudal.
Vamos resumir o Império
Carolíngio?
Assista com atenção essa
rápida explicação!
Os reinos anglo-saxões

• Enquanto a Gália encontrava-se sob o domínio dos merovíngios,


diversos reinos se formavam na atual Grã Bretanha.
• Na época das invasões germânicas, tanto a Inglaterra quanto a
Escócia e o país de Gales atuais foram ocupados por saxões,
ânglos, frisões e jutos.
• Apesar da forte resistência dos habitantes locais, os bretões, os
invasores conseguiram se impor e entre os séculos VII e VIII,
criaram ali diversos reinos: Kent, Mércia, Essex, Sussex, Wessex,
East Anglia, Nortúmria, etc.
• No final do século VIII novos conquistadores desembarcaram na
região:

Eram os vikings, povo originário da Escandinávia. experientes navegadores, eles


ocuparam também outras regiões da Europa e chegaram até a América do Norte.
Em 911 conquistaram a Normandia, na França atual, e passaram a ser
conhecidos também como normandos.
Em 1066 os normandos invadiram a Grã Bretanha, onde exerceram um papel
decisivo no processo de formação da sociedade feudal.

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