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Fim da Era Patrística

• O fim da era dos pais da igreja, e do mundo antigo como um todo, se deu
por uma complexa conjuntura onde vários pontos foram fundamentais.
Podemos destacar:
1. Queda do império romano
2. Aumento de poder do bispo romano
3. Surgimento e expansão do islamismo
4. Instituição de um império cristão, sob o comando de Carlos Magno.
5. Grande Cisma entre a igreja Ocidental e Oriental.
Bispo Gregório I
• Gregório ( 540-604) nasceu em tempos turbulentos. Os reis bárbaros não
conseguiam se unir e estavam sempre guerreando entre si.
• Filho de uma nobre família romana, foi eleito prefeito de Roma em 573.
• Após a morte do pai, tornou-se monge e em 590 foi escolhido para substituir o
bispo de Roma.
• Foi instrumento na conquista dos ingleses ao cristianismo, além de promover a
evangelização das tribos bárbaras arianas da Europa.
• Aumentou consideravelmente o poder do bispo de Roma.
• Enriqueceu o episcopado romano, graças as suas habilidades administrativas.
• Seu conceito de salvação era semi-pelagiano, o que se demonstra na seguinte
declaração: “ Na realidade, [ ... ] Cristo não cumpriu tudo por nós. Certamente, ele
redimiu a todos na Cruz, mas ainda é necessário que aquele que se esforça para
ser redimido e para reinar com ele seja crucificado também.”
• O pontificado de Gregório é, sem dúvida, um marco fundamental na transição da
história da Igreja Antiga para a Medieval. Ao criarem o sistema hierárquico
sacramen- tal da Igreja institucionalizada da Idade Média, seus sucessores
edificaram sobre os fundamentos que ele deixou. Ele sistematizou a doutrina e fez
da Igreja uma potência na área política.
Islamismo
• De um obscuro canto do mundo, ao qual tanto o Império Romano como os reis persas
tinham prestado pouquíssima atenção, surgiu uma avalanche
que, impulsionada pela pregação do Corão, parecia destinada
a conquistar o mundo.
• O fundador do islã, Maomé, era membro de uma família respeitada na cidade de Meca, na
Arábia.
• Era um comerciante de caravanas.
• Por volta de 610, iniciou sua carreira de profeta.
• Maomé dizia que o que ele pregava não era uma nova religião, mas a continuação da
revelação que Deus tinha dado através dos profetas do Antigo Testamento e de Jesus.
• Os líderes de Meca foram contra sua pregação, e ele foi forçado a se exilar. Em 622 Maomé
se refugiou em um oásis das proximidades, onde ficava o povoado que depois recebeu o
nome de Medina. A partir desta data que os muçulmanos contam os anos.
• Depois de uma série de campanhas militares, negociações e pactos, Maomé e os seus
tomaram Meca em 630.
• Quando da sua morte, em 632, boa parte da península da Arábia tinha se tornado
muçulmana.
• Depois da morte de Maomé a direção da comunidade muçulmana caiu sobre
os califas.
• Estes iniciaram suas campanhas militares, conquistando todo o Império
Persa, Alexandria, o Egito, Cartago e Jerusalém.
• Em 711, conquistam a Espanha e dali partem para a conquista da França.
• Em 721 marcharam sobre Toulouse, e em 732 estavam perto de Poitiers
quando foram derrotados pelos francos, sob o comando de Carlos Martel.
• A batalha de Poitiers foi decisiva para deter o avanço do islamismo no
Ocidente.
Batalha de Poitiers por um cronista árabe
• “Os muçulmanos golpearam os seus inimigos e atravessaram o rio Garonne,
assolando o país e levando inúmeros cativos. Aquele exército passou por
todos os lugares como uma tempestade devastadora. A prosperidade tornou
esses guerreiros insaciáveis. (...) Todas as regiões do reino dos francos temiam
aquele exército terrível, assim, os francos recorreram a seu rei Caldus [Carlos
Martel] e lhes contaram sobre a destruição feita pelos cavaleiros
muçulmanos, e como subjugaram, ao atravessarem, toda a terra de
Narbonne, Toulouse e Bordeaux. Eles também relataram a morte do conde.
Então o rei alegrou-os, declarando que iria ajudá-los...
O rei montou em seu cavalo, e levou um exército que não pode ser
contado, e dirigiu-se contra os muçulmanos. Ele os encontrou na grande cidade
de Tours.
Próximo ao rio Owar [Loire], os dois grandes exércitos, de duas línguas e
de dois credos, estavam em ordem, um frente ao outro.
Próximo ao rio Owar [Loire], os dois grandes exércitos, de duas línguas e de
dois credos, estavam em ordem, um frente ao outro.
Os cavaleiros muçulmanos dirigiram-se com ferocidade contra os batalhões
dos francos, que resistiram virilmente. Muitos caíram mortos de ambos os lados,
até o pôr do sol.
A noite separou os dois exércitos: mas ao amanhecer os muçulmanos
voltaram à batalha. Os cavaleiros logo chegaram, sem muito esforço, no centro do
batalhão cristão. Mas muitos os muçulmanos estavam temerosos pela segurança
do espólio que tinham armazenado em suas barracas. Um falso grito surgiu nas
suas fileiras, alertando que alguns dentre os inimigos estavam saqueando o
acampamento; o que levou vários esquadrões da cavalaria muçulmana a voltarem
atrás para proteger suas barracas.
Porém, parecia que eles estavam fugindo dos cristãos e todo o exército
muçulmano ficou preocupado. E enquanto Abderrahman se esforçava para
controlar o tumulto e conduzir os seus homens novamente para a luta, guerreiros
francos o cercaram e ele foi perfurado por muitas lanças, de forma que morreu.
Então todo o exército muçulmano evadiu-se ante o inimigo e muitos morreram na
fuga (...)
Carlos Magno
• Foi coroado imperador pelo papa Leão III por volta do ano 800.
• Quase todos os territórios cristãos faziam parte de seu domínio.
• Foi um grande conquistador, empreendendo campanhas contra os saxões, os
frísios e os muçulmanos.
• Carlos Magno estava convicto de que se os saxões aceitassem o cristianismo eles
perderiam seu caráter guerreiro e aceitariam boa parte da cultura dos francos.
• Como ele se considerava rei (e depois imperador) pela graça de Deus,
parte da sua missão, na sua própria opinião, consistia em garantir que seus súditos
fossem cristãos.
• Dentro dos seus próprios territórios Carlos Magno também
se dedicou a organizar e supervisionar a vida da igreja. Parece
que o imperador tinha a convicção de ser chamado para governar seu povo, não só
em assuntos civis mas também nos eclesiáticos. Ainda mais, Carlos Magno parece
não ter feito nenhuma distinção entre estesdois campos. Os bispos eram
nomeados
pelo rei assim como os condes, e assim desapareceu o antigo
costume de os bispos serem eleitos pelo clero ou pelo povo.
• Além de nomear os bispos, Carlos Magno também legislou acerca da vida da
igreja. Esta legislação incluiu o descanso dominical obrigatório, a imposição do
dizimo como se fosse um imposto, e a ordem de pregar de maneira simples e na
Iíngua do povo.
• Após sua morte, seus sucessores se mostram incapazes de manter o império, que
acaba se esfacelando por conta de lutas fraticidas.
• A conquista do Oriente pelos muçulmanos obrigou o Ocidente a deixar de lado a
prática comercial.
• Dava-se início a valorização da própria terra, inaugurando-se o sistema feudal.
• Apesar dos conflitos políticos, a Igreja se mantém próspera e passa a
desempenhar um papel importante no jogo político, com o aumento do poder
dos bispos enquanto senhores de terras.
• Os contatos entre a igreja do Ocidente e do Oriente tornam-se cada vez mais
escassos, o que culmina com o Grande Cisma de 1054, onde o patriarca de
Constantinopla e o bispo romano excomungam-se mutuamente.

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