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A ALTA IDADE MÉDIA

O nascimento do
ocidente cristão.
Periodização histórica da Idade Média:

• 476, séc. V: Deposição do último imperador


romano. Início da Idade Média
• 1453, séc. XV: queda do Império Romano do
Oriente, tomada de Constantinopla pelos
turcos. Fim da Idade Média.
• Subperíodos:
• Alta Idade Média: séc. V ao X (período de formação)
• Baixa Idade Média: séc. XI ao XV (período de
consolidação e crise)
Processo de formação do mundo medieval
• Formação dos Reinos Germânicos, aos poucos convertidos ao cristianismo. O mais
importante deles: o reino franco
• Clóvis (séc V): rei franco que se converteu ao cristianismo, da dinastia merovíngia.
Das suas várias conquistas distribuiu terras à guerreiros e ao clero. Fez sólida
aliança com a igreja.
• Carlos Magno (séc VIII): da dinastia carolíngia, expandiu o domínio do império
franco. Coroado pelo papa, consolidou seu domínio junto à cristandade ocidental.
• Administrou concedendo poderes aos guerreiros que o auxiliaram nas conquistas.
Mantinha com seus subalternos relação de dependência pessoal, o que
possibilitou a centralização de poderes em suas mãos.
• Com sua morte o império foi dividido em três partes. Com o tempo, novos reinos
surgiram desse processo de fragmentação, em muitos pequenos reinos.
• Entre os séc. VIII e X, uma onda de novas invasões desestabilizaram o poder dos
reis. Do norte vinham os vikings, e pelo sul, na costa do Mar Mediterrâneo vinham
os árabes muçulmanos. Gradativamente a nobreza guerreira passou a exercer o
poder local, em especial, a proteção contra inimigos. É o início da formação da
chamada sociedade feudal que vai se consolidar nos século seguintes, do XI ao XIII.
O BATISMO DE CLÓVIS –
Representação iconográfica do batismo
do rei franco Clóvis. A conversão ao
cristianismo significava, além da profissão
de fé do rei que se batizava, uma aliança
entre ele e os líderes das comunidades
cristãs locais e, principalmente, com o
papa, bispo de Roma que se firmou como
líder maior de toda a cristandade.

Iluminura Medieval

Pintura a óleo renascentista


IMPÉRIO CAROLÍNGIO
Coroação do Imperador Carlos Magno – Rei
Franco coroado como Imperador. Iluminura do
período medieval. Simboliza a união entre
Estado e Igreja.
FRAGMENTAÇÃO DO IMÉRIO CAROLÍNGIO
Consolidação do feudalismo
• Resultante da combinação de instituições romanas e tradições germânicas.
• O colonato: se fortaleceu no séc. III com a crise do império romano. O trabalhador
livre tornava-se colono do proprietário e ao poucos foi proibido de abandonar as
terras. Foi a base do sistema de servidão.
• O comitatus: acordo celebrado entre os chefes militares e seus guerreiros, por
meio do estabelecimento de obrigações mutuas e prestação de serviços e
lealdade. Foi a base do sistema de vassalagem.
• Beneficium: tradição germânica que consistia na concessão de direito de uso da
terra em troca da prestação de serviços e de obrigações pessoais. Foi a base do
sistema de servidão, e também da corveia.
Conclusão: A insegurança política gerada pelas invasões acelerou o processo de
descentralização do poder (iniciado com a crise de Roma). O guerreiros tornaram-se
senhores de terras formando uma aristocracia rural. Camponeses e trabalhadores
livres ficaram subordinados ao senhor local. Muitos pequenos proprietários preferiam
entregar suas terras à igreja ou a senhores locais em troca de proteção. O comércio
ficou prejudicado no Mediterrâneo, por causa das invasões bárbaras e do domínio
árabe islâmico. Perda de importância política das cidades para o campo. A economia
ficou restrita ao âmbito regional e local.
Características do feudalismo
• Poder político descentralizado. O rei era reconhecido como suserano,
porem seu poder estava, na prática, limitado aos seus próprios domínios.
• O estatuto da vassalagem regia a sociedade.
• Predominava o direito consuetudinário, baseado nos usos e costumes de
cada sociedade. Entretanto, na medida em que surgia uma pequena
burocracia estatal, o direito romano passou a influenciar.
• Sociedade ruralizada, baseada nas relações de fidelidade e servidão.
• A terra era a principal riqueza e estava concentrada nas mãos de uma
aristocracia.
• Sociedade divida em estamentos ou classes sociais: de um lado senhores
laicos e eclesiásticos de outro os camponeses e homens livres.
• Pouca mobilidade social.
• Riqueza gerada pela terra. A atividade artesanal era restrita às
necessidades locais. O comércio existia mas era pouco importante.
• O cristianismo aliado ao poder temporal e influenciador dos preceitos e
valores morais e éticos. Controlava o conhecimento e a cultura.
• Economia local/regional tendendo a autossuficiência.
Iluminura do séc. XII
representado ritual
entre um Senhor, o
suserano, e seu
vassalo, um
cavaleiro. O cavaleiro
presta juramento de
fidelidade ao
suserano, em troca
recebe um feudo.
A organização do feudo (senhorio territorial)

• Denominação atribuída a área de terra sob


domínio de um senhor feudal.
• Feudo corresponde a área de terra sob
jurisdição de um senhor, detentor de
honrarias e títulos, descendente de família
aristocrática.
• Sobre essa área ele tinha plenos poderes para
aplicar a justiça, cobrar impostos, manter
estradas e pontes, garantir a proteção.
O FEUDO
• Constituía uma unidade territorial autossuficiente.
• o centro da vida política do feudo estava no castelo, construção
fortificada, dentro da qual ficava a vila.
• Subdividia-se em :
• Manso senhorial: parte das terras do feudo de uso exclusivo do
senhor (área de cultivo, pastagens e floresta). A terra era cultivada
pelos camponeses que nela trabalhavam por obrigação da corveia.
Toda a produção pertencia ao senhor feudal. Trabalhava-se de 3 a 4
dias por semana em diversos serviços prestados ao senhor
• Manso servil: parte do feudo divida em lotes para cultivo dos
camponeses. Pelo uso da terra o camponês estava obrigado à talha
, ou seja, entregar parte da produção ao senhor.
• Manso comum: terras de uso comum, geralmente, campos para
criação de gado, certa parte da floresta para caça e lenha.
Os impostos e obrigações

• Sobre qualquer servos residentes no feudo,


camponeses ou artesãos, recaia vários impostos e
obrigações:
• A corveia: prestação de serviços compulsório ao
senhor.
• A talha: pagamento com parte da produção
• A banalidade: taxa aplicada sobre uso de instalações
do feudo (moinho, forno, arado). Pago com parte da
produção.
• O Tostão de Pedro (dízimo): 10% à igreja.
• Mão-morta: taxa que o servo pagava ao senhor para permanecer no feudo após a
morte de seu pai.
A sociedade feudal

• Estratificada, hierarquizada e de pouca


mobilidade social. A posição social do
indivíduo era determinada pelo nascimento.
• Religiosos
• Nobreza
• Cavaleiros: braço armado dos senhores
feudais. Poderia ser nobre ou não.
• artesãos
• camponeses
Religiosos

• Mantinham monopólio da cultura erudita e da escrita.


• Intermediavam as relações com Deus.
• Mantinham estreita relação com a política e os reis.
• Em muitos casos e épocas, o papa tinha poder sobre
vários reis da Europa. Muitos, para sagrarem-se reis,
eram coroados pelos papas.
• Os religiosos estavam agrupados em várias ordens
religiosas (beneditinos, carmelitas, jesuítas)
• Dividiam-se em:
O clero regular: viviam em mosteiros, seguindo regras
próprias, afastados do mundo.
O clero secular: vivam em meio ao povo, cumprindo
funções na hierarquia da igreja ou nas paróquias.
Nobreza

• Os bem nascidos (teoria da eugenia)


• Possuíam a propriedade sobre os meios de
produção e o poder político.
• Dentro desse grupo social a diferença era
estabelecida pelo título nobiliárquico.
• Um nobre, para adquirir um título, deveria
provar sua descendência, ou fidalguia.
• Sua função social era dar proteção à
sociedade.
O Cavaleiro

- Pertencia a classe dos nobres, porém, em um


grau inferior.
- Também eram um senhor feudal.
- Era um especialista na guerra.
- Sua moral se baseava na fidelidade e no
código de honra.
- Inspirou a literatura, lendas e mitos da época.
artesãos

• Certos ofícios requeriam habilidades.


ferreiros.
carpinteiros.
marceneiros.
alfaiates.
sapateiros.
Padeiros
Geralmente eram vilões: trabalhadores livres
moradores na vila que não estavam presos ao
regime de servidão. Podiam enriquecer-se.
camponeses

• Estava preso à terra pelo regime da servidão


de gleba.
• Não poderia ser vendido, apenas transferido
de feudo.
• Estava sujeitos a impostos e obrigações (talha,
corveia, banalidades e outras taxas).
Os vilões

• Pessoas que não estavam presos ao regime de


servidão, porém estavam sujeitos e uma série
de obrigações. Poderiam ser moradores das
vilas ou do campo.

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