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Origem do Feudalismo
O feudalismo tem suas origens no século IV a partir das invasões germânicas
(bárbaras) ao Império Romano do Ocidente (Europa).
Características
As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada
na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e sem comércio, onde
predomina a troca (escambo).
Tudo isso só será modificado com os primeiros indícios das Revoluções Burguesas[4].
Sociedade
A sociedade feudal era composta por três estamentos (o mesmo que grupos sociais
com status praticamente fixo): os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero (religiosos,
oratores), e os servos (mão de obra, laboratores). O que determinava o status social era o
nascimento, porém, não se pode dizer que a mudança de classe social não existia, pois alguns
camponeses tornavam-se padres e passavam a integrar o baixo clero, por exemplo, mas essa
mudança era rara e um servo dificilmente ascenderia à outra posição. Havia também a relação
de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doava um feudo para um outro nobre
(vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social (a Igreja
foi uma forma de promoção de mobilidade)[6].
O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político
sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a
política era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão
e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas[7].
A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de
guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes
cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos
à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-
lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora
geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria
imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe
fidelidade e trabalho. Por sua vez, os nobres, para obterem a posse do feudo faziam o mesmo
juramento aos reis.
Os Vassalos oferecem ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de
proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias
regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso[6].
Economia e prosperidade
A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de
escassa circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada
privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e
longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da
Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência[2]..
A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes
distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, em cujo
interior se erigia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de terras
arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda o manso
comunal, constituído por terras coletivas - pastos e bosques -, usadas tanto pelo senhor quanto
pelos servos[3].
Tributos e impostos
As principais obrigações dos servos consistiam em[4]:
Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias
da semana;
Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um terço
da produção;
Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o
moinho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas
Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado
para a manutenção da capela local;
Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, para a nobreza;
Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do
nobre;
Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma
taxa para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do nobre iria
casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano.
Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil,
em caso do falecimento do pai ou da família;
Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.
Muitas cidades europeias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do
predomínio dos nobres. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os
"burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam frequentemente o apoio dos reis que, muitas
vezes, estavam em conflito com os nobres[6]. Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei
("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se que certa
vez um servo escapou da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao
tentar reagir, ordenando que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos "burgueses" e
obrigado a sair da cidade. Desta maneira, o servo em questão tornou-se livre[5].
Ascensão e queda
O feudalismo europeu apresenta, portanto, fases bem diversas entre o século IX,
quando os pequenos agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos,
e o século XIII, quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir
Ver também
Jacquerie, uma revolta camponesa de 1358
Daimyo, para feudalismo no Japão
Europa Feudal, para feudalismo na Europa
Servidão na Rússia, para feudalismo na Rússia
Revolta camponesa de 1381
Grande revolta irmandinha de 1467
Guerra dos camponeses de 1525
Referências
HEERS, J. (1984). História Medieval. Rio de Janeiro: Publicação Difel
BURNS, Edward Macnall (1979). História da Civilização Ocidental - Volume 1.
Porto Alegre: Editora Globo
PIRENNE, H. (1964). História Econômica e Social da Idade Média. São Paulo:
Editora Mestre Jou
ARRUDA, J. Jobson (1982). História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática
CARVALHO, Delgado de (s/d). História Geral. Rio de Janeiro: Editora Record
Verifique data em: |ano= (ajuda)
ABRAHÃO, Miguel M. (1984). História Medieval. São Paulo: Editora Salesiana
PIRENNE, H. (1964). As Cidades na Idade Média. Lisboa: Publicação
Europa/América
Bibliografia
ARRUDA, J. Jobson - História Antiga e Medieval - Ed. Ática - 1982
PIRENNE, H. - As Cidades na Idade Média – Lisboa - Public. Europa - América-
1964
PIRENNE, H.- História Econômica e Social da Idade Média:- Ed. Mestre Jou - 6ª
Edição - 1982
ABRAHÃO, Miguel M. - História Medieval - 10ª Edição - Clube de Autores - 2009
DOBB, M. - A Evolução do Capitalismo - ed. Zahar.
CARVALHO, Delgado de - História Geral – Ed. Record - s/d
BURNS, Edward Mcnall - História da Civilização Ocidental (Volume 1) - Editora
Globo, 1979