Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com a expansão comercial, aumento demográfico e baixa mortalidade, mais terras para
cultivo e criação de animais eram necessárias para suprir a demanda exigida. Tal
expansão territorial também incluía a expansão da fé, mas é claro que outros
fatores externos contribuíram para tal movimento.
Condições externas
Como dissemos acima, e em outras aulas também, a expansão islâmica do século VIII
teve uma série de impactos na Europa feudal e católica, mas apenas no século XI os
Reinos europeus e a Igreja armaram uma contraofensiva mais enérgica contra tal
expansão. Em boa parte, tal ofensiva foi provocada pela conquista de Jerusalém
pelos turcos muçulmanos em 1076, proibindo a peregrinação de cristãos à cidade.
SAIBA MAIS.
Vários filmes já retrataram as Cruzadas nos cinemas. Um deles é a comédia italiana
O Incrível Exército de Brancaleone (Itália: Mario Monicelli; 1966) e sua sequência,
Brancaleone nas Cruzadas (Itália: Mario Monicelli; 1970), no qual o maltrapilho
Brancaleone de Norcia forma um exército improvável e atrapalhado de famintos e
ladrões, partindo em direção a terras que julga ter direito, deparando-se com a
peste negra, bruxas e bárbaros, até parar nas Cruzadas rumo ao Oriente e suas
promessas de riqueza e redenção.
Com o chamado às Cruzadas atendido por vários Reis, nobres e pobres, contando com
os investimentos de uma burguesia ávida por ampliar seus negócios e suas rotas
comerciais, a Igreja torna-se a maior força política e espiritual do continente.
Nas bandeiras que usavam para ir à luta, havia o desenho de uma cruz, simbolizando
os cristãos. Daí a denominação de Cruzadas.
O ano de 1096 marca a primeira Cruzada ao Oriente, sendo que, três anos depois, os
cristãos invadiram Jerusalém, matando muçulmanos, judeus e até cristãos ortodoxos
locais no caminho, tomando posse da cidade e confiscando os bens dos moradores,
provocando revoltas populares.
Muito diferente das Cruzadas Populares eram as chamadas Cruzadas dos Nobres, ou
cruzadas oficiais. Estas contavam com tropas fortemente armadas, soldados bem
treinados, liderados por uma nobreza guerreira rica e seus códigos de honra. Como
contavam também com a presença de representantes diretos do Papa, mantinham seus
objetivos iniciais com mais foco.
SAIBA MAIS.
As cruzadas e os Árabes.
As cruzadas eram vistas como um movimento para reconquistar a Terra Santa dos
infiéis, entretanto na visão do Oriente Médio, os cruzados eram visualizados como
invasores e bárbaros. Temos livros interessantes que destacam as fontes muçulmanas,
demonstrando que as versões orientais e ocidentais não coincidem. Nesse sentido,
a brutalidade dos cruzados conforme os árabes chocou os habitantes locais e
provocou revolta no mundo islâmico, sendo acusados de saques e massacres de
mulheres e crianças.
Como três dos quatro estados cruzados eram cidades portuárias, as frotas mercantis
de Gênova e Veneza, principalmente, foram as maiores responsáveis pela manutenção e
sobrevivência econômica de tais regiões. Isto tudo encorajou levas e levas de
peregrinos a formarem grupos menores (às vezes, monges membros de alguma Ordem
mendicante menor) em direção a Jerusalém.
SAIBA MAIS.
O filme "Cruzada", do diretor Ridley Scott, se passa durante a Terceira Cruzada,
ocorrida nos anos de 1189 a 1192. Nessa época, cristãos e muçulmanos conviviam
pacificamente na região, resultado dos esforços do sultão de origem curda Saladino
e Baldwin IV que governava o reino Latino de Jerusalém. A situação se modifica com
a morte do monarca cristão que padecia de lepra, seu sucessor provoca uma guerra
que resulta em uma vitória e a tomada de Jerusalém pelos muçulmanos.
Em "Arn o cavaleiro templário" filme dirigido por Peter Flinth. O personagem Arn
foi criado com o objetivo de ser um monge e um bravo guerreiro. Ao deixar sua
terra, em meio à guerra entre cristãos e muçulmanos, ele conhece Cecília e se
apaixona, mas acaba indo lutar na Terra Santa como um cavaleiro templário.
Após estes fracassos, poucos foram os reforços enviados da Europa, já que por terra
os turcos fecharam os caminhos, deixando apenas as vias marítimas disponíveis, com
navios saindo das cidades italianas. O Império Bizantino, aos poucos, foi retomando
o controle político e administrativos das áreas dos estados latinos. Até que o
líder militar muçulmano, Saladino, proclamado sultão do Egito em 1171, unifica esse
território à Síria, atingindo duramente os cruzados e os bizantinos. Até 1187,
Saladino já havia reconquistado a maioria dos territórios cruzados e, inclusive, a
cidade de Jerusalém, provocando a Terceira Cruzada.
Não vamos aqui expor os acontecimentos cruzada por cruzada. Basta dizer que mais
cinco cruzadas ocorrem além da Terceira, até 1270, apesar de muitos historiadores
apontarem que a reconquista da península ibérica, efetuada totalmente em 1492,
ainda fazia parte do combo. Mas nenhuma delas teve o mesmo êxito da Primeira no
Oriente. No fim das contas, os muçulmanos expulsaram os cristãos da região,
deixando apenas alguns acordos comerciais com cidades italianas como Veneza e
Gênova.
Produtos que iam desde a vestimenta (seda, linho, tintas para tingir tecidos,
técnicas de fiar) até os alimentos (açafrão, anis, cravo, pimentas, canela, açúcar)
não foram simplesmente mercadorias introduzidas aleatoriamente. Elas carregam toda
uma cultura distante em si mesmas, desde os nomes estrangeiros que ostentam até as
práticas de cultivo e a forma de preparar as comidas. Afinal, se gastronomia não é
cultura, nada é.
Para Karl Marx (1818-1883) a transição do feudalismo para o capitalismo ocorreu sob
o esfacelamento das instituições medievais que entravam em uma profunda crise com
as mudanças ocorridas. Essa crise na estrutura da sociedade feudal ocorreu quando
as relações de produção servis se tornaram um obstáculo para o desenvolvimento das
forças produtivas. Nesse cenário surgiu a classe burguesa e uma longa transição que
resultaria no modo de produção capitalista.
Segundo Max Weber (1864-1920) o Capitalismo deve ser entendido como modernidade, o
espírito do capitalismo seria uma ética ou código de valores que era diferente de
tudo que havia existido até então. Essa ética propiciou condições para que o
capitalismo viesse a se desenvolver em países protestantes. Em tal contexto,
explicava que o trabalho árduo e frugalidade são valores expostos pela
fé Protestante.
Marco Polo (1254-1324) foi um viajante italiano e suas aventuras entre a Europa e a
Ásia foram narradas no livro
Fonte:
Referências
MACDONALD, Fiona. O cotidiano europeu na Idade Média. São Paulo: Melhoramentos;
1995.
MACEDO, Jose Rivair. Movimentos populares na Idade Média. SP: Moderna, 1990
MAGNOLI, Demétrio (org.). Cruzadas na idade média. In: MAGNOLI, Demétrio (org.).
História das guerras. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. cap., p. 101-132. E-book.
Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021.
SENISE, Elaine; SENISE, Maria Helena. História fundamental. São Paulo: Atual
Editora; 2011.