comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém (que se encontrava sob domínio dos turcos seldjúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. SITUAÇÃO A Europa do século XI prosperava. Com o fim das invasões bárbaras, teve início um período de estabilidade e um crescimento do comércio. Consequentemente, a população também cresceu. No mundo feudal, apenas o primogênito herdava os feudos, o que resultou em muitos homens para pouca terra. Os homens, sem terra para tirar seu sustento, se lançaram na criminalidade, roubando, saqueando e sequestrando. PROF. Thiago Pegorari 1 CONCEITO Chama-se Cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Esses movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos. No Médio Oriente, as cruzadas foram chamadas de "Invasões Francas", já que os povos locais viam esses movimentos armados como invasões e porque a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos. 2 CONCEITO O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, as expressões "peregrinação" e "guerra santa". O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz nas suas roupas. As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência 3 CONCEITO Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso, valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Naquela época, os três centros mais frequentados pelos peregrinos cristãos eram ROMA, SANTIAGO DE COMPOSTELA e JERUSALÉM. Sob o domínio dos turcos otomanos, em 1071 foi proibida a peregrinação de cristãos à Jerusalém, notícia que se espalhou pela Europa e alarmou a população cristã. Outro fator era a instabilidade do IMPÉRIO BIZANTINO, ameaçado pela expansão islâmica, onde o imperador de Bizâncio, superando divergências religiosas (Cisma do Oriente – 1054), solicita ajuda ao papa Urbano II. 4 INÍCIO – CONCÍLIO DE CLERMONT 1095 Papa Urbano II organiza o Concílio de Clermont na França, em 1095, no qual conclamou toda a população ocidental a libertar Jerusalém e lutar pela fé cristã. Incluiu entre suas decisões a de conceder a indulgência plenária aos que fossem ao Oriente para defender os peregrinos, cujas viagens tornavam-se cada vez mais perigosas. Ao pregar e prometer a salvação a todos os que morressem em combate contra os pagãos (sendo a maior parte muçulmanos), o Papa Urbano II criou uma nova etapa da História e deu início às cruzadas. 5 CAUSAS INTERESSES DOS IMPERADORES BIZANTINOS: busca de apoio ocidental para barrar o expansionismo dos turcos seldjúcidas (islâmicos) sobre o Oriente Europeu. INTERESSES DA IGREJA CATÓLICA: conter a expansão turco-islâmica; auxiliar o Império Bizantino; buscar a reintegração do Cristianismo (devido ao Cisma do Oriente). QUESTÃO DA PRIMOGENITURA: terras passavam por herança para o filho mais velho; estimulou baixa nobreza sem feudos a lutar nas Cruzadas. ESCOAR EXCEDENTES POPULACIONAIS DA EUROPA PARA O ORIENTE: interesses em terras e saques para a nobreza marginalizada. RECUPERAR O PRESTÍGIO DO PAPADO: desgastado diante de querelas (disputas) com o poder real. O ESPÍRITO RELIGIOSO MEDIEVAL: foi um fator fundamental para a articulação 6 do movimento cruzadista (fator estimulador-mental). IMPORTÂNCIA CAMPO ECONÔMICO: As Cruzadas se apresentavam como um contra-ataque da Europa Cristã para romper o cerco muçulmano a que estivera submetida desde o século VIII. CAMPO SOCIAL Foi, também, uma forma de aliviar a pressão demográfica no Continente, que ameaçava destruir o feudalismo. CAMPO RELIGIOSO Para a Igreja Católica, o movimento significou a possibilidade para expansão da sua fé. 7 8 CONSEQUÊNCIAS Considerando pelos objetivos, as Cruzadas foram um fracasso, seu custo foi muito caro em vidas e em bens. Não conquistaram de modo permanente a Terra Santa e não se tem certeza de ter evitado o avanço do Islamismo. Elas proporcionaram o renascimento do comércio na Europa com a reabertura do mar Mediterrâneo e o desenvolvimento do intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente e com isso o renascimento urbano. Fortalecimento do poder real em virtude 9 do empobrecimento dos senhores feudais.
RESENHA CRÍTICA: A Planta Central em Edifícios Católicos e Protestantes. Simbolismo, Tradição e Inovação para A Renovação Da Arquitetura Religiosa Do Século XX, de María Diéguez Melo.