AS CRUZADAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS TEMPOS MEDIAVAIS
RESUMO
INTODUÇÃO
O trabalho pesquisado perpassa pelo movimento das cruzadas com o intuito de
observar e discutir tal movimento, nessa perspectiva, é extrema relevância se levar em consideração que a dita guerra santa foi um movimento pautado em expedições militares organizadas por católicos da Europa Ocidental, com o objetivo inicial de reconquistar para o mundo cristão lugares sagrados, como o Santo Sepulcro, em Jerusalém, na Palestina. A região era local de peregrinação para católicos europeus. Outrossim, a temática abordada também perpassa pelo viés econômico do movimento cruzadista ao salientar o interesse dos comerciantes, principalmente italianos, na reabertura das rotas de comércio no Mar Mediterrâneo, que também estavam controladas pelos árabes muçulmanos. As cruzadas representavam para esse setor social de parte da Europa uma possibilidade de ganhos econômicos.
Desse modo, ao reverberar essa discussão na pesquisa, o trabalho procura postular
vários aspectos elencados na movimentação cristã ao fomentar seu interesse em possuir terras e apoiar a burguesia em aspectos monetários, nesse sentido, outra característica salutar desse período é a movimentação dos membros da classe servil que poderiam se deslocar para o Oriente e assim diminuir os números de membros de uma família para serem alimentados, seguindo esse enfoque pode-se elencar as diversas faces do movimento e seus impactos de modo geral no mundo medieval .
Logo, ao decorrer do trabalho as abordagens pontuadas vão procurar caracterizar e
debater a realidade dos impactos culturais, sociais e econômicos a partir da explanação do movimento das cruzadas sobre o tempos medievais .
Fundamentação teórica
A busca pela liberdade da Terra Santa, pela tentativa de união da Igreja
Ocidental e da Igreja Oriental, e a proibição da peregrinação ao Santo Sepulcro em Jerusalém, resultaram no estopim das Cruzadas. Este movimento se deu pelas expedições religiosas e militares que ocorreram entre os séculos XI e XIII. Seu nome é uma referência ao símbolo da cruz que os cavaleiros tinham em suas roupas quando estavam em marcha da Europa até o Oriente. Mas, um dos seus grandes problemas se deu pelo fracasso do próprio plano militar que não conseguiu consumar a ocupação definitiva da cidade de Jerusalém.
A explicação da chamada para as cruzadas se dá por um série de motivos onde
encontram-se, por exemplo, o controle que os mulçumanos possuíam sob a cidade de Jerusalém desde 636 na mesma medida em que todos os países da Europa estavam passando também por um processo de expansão dos reinos mulçumanos; pela separação da Igreja Católica Apostólica Romana e da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, marcada no ano de 1054, que ocorreu após a excomunhão do patriarca Miguel Cerulário pelo Papa de Roma, questão esta que fez com que a cidade se afastasse das pregações originais de Jesus Cristo e a peregrinação daqueles que buscavam perdão aos seus pecados e ao mesmo tempo não possuíam dinheiro para ir até a Palestina e sofriam todo tipo de ameaças, foi o que fez a Igreja sentir a necessidade de retomar o controle da Terra Santa (área localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, atualmente é dividida entre Israel e o Estado da Palestina). Então no dia 25 de novembro de 1095, no Concílio de Clermont, houve a convocação das cruzadas onde o Papa Urbano II fez um discurso dizendo:
“Prometo que aqueles que se empenharem nessa causa com
um espírito de penitência terão seus pecados pregressos perdoados e obterão total remissão das penitências terrenas impostas pela Igreja”
E este foi o momento onde escancarou-se a promessa de dar a salvação a todos
aqueles que defendessem o cristianismo, de modo que a Igreja dava o aval para lutar e matar em sua própria defesa como bem pontuou Morisson:
“Estes, que eram antes de tudo peregrinos,
se consideravam como soldados de Cristo e ‘marcados pelo sinal da cruz’, sendo a partir desta última expressão que se formou, por volta da metade do século XIII, o termo “Cruzada”. Os textos medievais em geral designam essas expedições como ‘a viagem de Jerusalém’ ou ‘o caminho do Santo Sepulcro’ e, já no começo do século XIII, quando o movimento se tornou mais regular, sob o nome de ‘passagem’. Subjacente a todas essas expressões se encontra a ideia da peregrinação: ‘a peregrinação da cruz”. (MORRISON, 2009, p. 3)
Quatro anos após a primeira chamada formaram-se os exércitos cristãos que
vieram a conseguir a retomada da cidade de Jerusalém, porém, este feito gerou um grande massacre violentado. Houveram oito movimentos que se dividiram em: a primeira cruzada (1095 – 1099), a segunda cruzada (1145 – 1148), a terceira cruzada (1187 – 1192), a quarta cruzada (1202 – 1204), a quinta cruzada (1217 – 1221), a sexta cruzada (1228 – 1229), a sétima cruzada (1248 – 1250) e a oitava cruzada (1267 – 1272). Segundo o professor de História Islâmica da Universidade da Pennsylvania, Paul M. Cobb, este evento foi visto como um assalto aos centros mulçumanos no Mar Mediterrâneo. Isso faz com que este povo regue o pensamento de que as cruzadas deixaram apenas o legado de invasão ocidental e ameaça medieval.
‘Ocorrida em 16 de julho de 1212, a Batalha de Navas de Tolosa
é considerada um momento decisivo na história da Península Ibérica Medieval.’
As ordens dos cavaleiros também protagonizaram este momento e trouxeram a tona
muitos mitos e lendas, sendo estes: os Templários que protegiam os peregrinos que viajavam à Terra Santa e respondiam apenas as ordens do Papa em pessoa; os Teutônicos que eram formados por nobres alemãs e se tornaram uma ordem militar e os Hospitaleiros que eram formados por monges guerreiros e tiveram grande responsabilidade no avanço na área da enfermagem. Ao longo dos anos o exército cristão foi perdendo forças e todos os territórios que haviam conquistado, onde a Oitava Cruzada findou a queda da cidade do Acre (onde é Israel atualmente) e em 1291 encerrou-se a presença dos Estados Cruzados no Oriente Médio, assim trazendo o resultado da derrota. Religiosamente a consequência foi o insucesso, mas economicamente elas alavancaram o desenvolvimento comercial já que a dominação árabe no Mar Mediterrâneo chegou ao fim e pode-se reabrir à navegação e intensificar o comércio entre o Ocidente e o Oriente. Além disso, o mundo medieval sofreu uma série de transformações que incidiram diretamente sobre a ordem feudal. O crescimento demográfico experimentado nessa época estabeleceu uma conflitante relação com a baixa produtividade que marcavam a produção agrícola dessa época. Mesmo com o desenvolvimento de melhores técnicas de plantio ,principalmente, a partir da invenção do arado de ferro e a melhoria dos moinhos hidráulicos e a demanda por alimentos era maior que a produção.
Dessa maneira, muitos dos senhores feudais começaram a instituir o aumento
das obrigações servis cobradas sob a população campesina. A formação desse excedente populacional ainda seria responsável por um processo de marginalização onde muitos eram expulsos dos feudos e, por isso, passavam a se sustentar por meio da mendicância ou da realização de pequenos crimes. De fato, podemos perceber que o mundo medieval passava por uma visível transformação.
No interior da classe nobiliárquica houve uma importante mudança no que se
refere ao direito de posse das terras. Para que não tivesse seu poder diluído, os senhores feudais começaram a deixar suas propriedades como herança somente aos filhos mais velhos. Com isso, a instituição do chamado direito de primogenitura obrigava os filhos mais novos dos senhores feudais a buscarem outros meio de vida oferecendo serviços militares em troca de terras ou outras fontes de renda, como a cobrança de pedágio. Em meio a essas mudanças, podemos perceber que tanto nobres como camponeses se tornaram vítimas de um processo de marginalização que ameaçava a estabilidade da ordem feudal.
Outro aspecto relevante é a questão financeira com o surgimento do comércio
com o oriente e a inserção de produtos na Europa, sendo assim, esse movimento conduziu a Europa a um momento de renascimento comercial, ao voltarem das batalhas em terras orientais, os cruzados traziam consigo produtos de luxo, como tapetes persas, porcelanas chinesas, tecidos finos ou especiarias (temperos como cravo, canela e pimenta), que atraíam a população europeia com produtos diferentes e para sua região.
Por haverem estabelecido feitorias nessas regiões mais afastadas, os europeus
abriram um novo eixo comercial ligando o Ocidente ao Oriente. As principais rotas de comércio eram feitas pelo mar Mediterrâneo e estavam sob o controle de cidades como Gênova, Veneza, Pisa, Constantinopla, Barcelona e Marselha. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho e pesquisa foram realizados a partir da sondagem de livros, artigos,
jornais e vídeos e partir se utilizou a observação, comparação e os processos mentais como forma de metodologia científica, com a finalidade produzir um trabalho robusto e esclarecedor sobre o período medieval e seus impactos com as cruzadas. Além disso, a ajuda dos meios tecnológicos foi fundamental para abordagem e ensinamentos sobre a discussão levantada sobre as guerras santas e suas características.
A pesquisa ocorreu entre os dias 01/11/2022 e 30/11/2022, majoritariamente,
por meios eletrônicos mas com acesso ao acervo de livros para dirimir duvidas mais exaustivas, nesse aspecto, ainda se tem a abordagem de quadros pintados sobre o período e as citações de autores relevantes sobre a temática.
Resultados da discussão
A partir das abordagens metodológicas apresentados, o grupo em comum
acordo procurou discutir e debater sobre o tema, nesse sentido, os componentes observaram que as cruzadas foram de extrema importância para a era medieval e seu movimento se baseou em várias vertentes como a religiosa e econômica.
Outrossim, ao deixar de lado o anacronismo os autores da pesquisa salientam o
movimento de guerra santa como um fato de enorme relevância na história principalmente, dos povos europeus que começaram a ter contato com outras culturas e civilizações, contudo, tal movimento também perpassa por motivos intensamente expansionistas e de poder para obtenção de terras por parte da igreja e da nobreza.
CONCLUSÃO
A partir de todo debate feito no trabalho, pode-se concluir os diversos
interesses no movimento cruzadistas e seus efeitos para a sociedade europeia e o mundo medieval, logo, apesar de distantes cronologicamente as análises obtidas são de uma era de expansão e disputa de poder sobre as terras e poder econômico, mesmo com viés religioso o movimento continha outros interesses que se mitigavam em vários movimentos ao decorrer do tempo e do espaço.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
GALDINO, Luiz. As cruzadas. São Paulo: Quinteto (Coleção Vertentes)
FRANCO JR., Hilário. As Cruzadas. São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Tudo é História).
MELLO, José Roberto. As Cruzadas. São Paulo: Ática, 1989. (Coleção
Princípios).
MORRISSON, Cécile. Cruzadas. Porto Alegre: LP&M, 2009.