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Pesquisa: As 8 Cruzadas

Cruzada dos Mendigos (1096)


Essa Cruzada foi um movimento popular convocado pelo monge Pedro, o eremita.
O monge conseguiu reunir muitas pessoas, dentre elas crianças, mulheres, idosos e
mendigos. Como não tinham recursos, os cruzados começaram a roubar os infiéis.

"Em 1095, durante o Concílio de Clermont, o papa Urbano II convocou os exércitos de


toda a Europa para lutar contra os “infiéis” muçulmanos que haviam tomado o controle
da cidade de Jerusalém. A partir de seu pronunciamento, membros da classe
nobiliárquica1 de todo o Velho Mundo organizou os exércitos que integrariam a
Primeira Cruzada. Contudo, o peso da ordem dada pelo chefe supremo da Igreja não
causou efeito somente aos ouvidos dos nobres cavaleiros da época.

Enquanto os preparativos oficiais aconteciam, vários pregadores itinerantes correram o


território europeu dando notícia sobre a decisão tomada pela Santa Sé. Entre esses
propagadores do anúncio papal, Pedro, o Eremita, conseguiu mobilizar milhares de
pessoas para a Cruzada dos Mendigos ou Cruzada Popular. Sem reconhecimento papal,
uma verdadeira massa de pobres, ladrões e camponeses desvalidos se dispuseram a
marchar em direção à Terra Santa.

A concentração dessa cruzada aconteceu na cidade alemã de Colônia e contou com o


auxílio do cavaleiro Gautier Sans Avoir (“Galtério Sem Bens”). Costurando cruzes
vermelhas em suas roupas, esse exército desprovido de qualquer ordem, dinheiro ou
comida atravessou vários territórios realizando assaltos, pedindo esmolas ou realizando
furtos. Quando atingiram a Bulgária, os integrantes dessa infame cruzada foram
fortemente combatidos pelos exércitos locais.

Em julho de 1096, mesmo com tantos contratempos, a multidão de carentes conseguiu


chegar até a cidade de Constantinopla, onde realizaram uma série de saques que
deixaram a população em desespero. Visando contornar a situação, o imperador
bizantino Aleixo Commeno exigiu que o bando se alojasse nas fronteiras muçulmanas
da cidade. Para que outras desordens não ocorressem, este governante incentivou os
cruzados a se voltarem contra os mouros que ali viviam.

Apesar de bastante enfraquecidos, os seguidores de Pedro conseguiram chegar até a


Ásia Menor e lutar contra os exércitos turcos da cidade de Niceia. Após uma primeira
vitória, os cruzados tomaram uma fortaleza abandonada. Aproveitando da trégua, o
sultão Kilij Arslan organizou um eficiente cerco que deixou os cruzados sem água.
Passada uma semana, vários cruzados morreram ou saíram em luta desesperada contra
os soldados que os espreitavam.

Milhares de cristãos foram aniquilados sem maior dificuldade. Alguns remanescentes


foram capturados e vendidos como escravos aos mercadores. Os poucos que
conseguiram escapar realizaram o caminho de volta ou foram acolhidos pela cruzada de
cavaleiros que se preparava para adentrar o mundo oriental. Apesar de seu completo
insucesso, a Cruzada dos Mendigos expunha os problemas econômicos que também
motivaram o movimento cruzadista.
1
Nobiliárquica: Um título nobiliárquico ou título de nobreza é privilégio legal concedido
desde a Antiguidade a pessoas que assim passavam a fazer parte da nobreza

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Primeira Cruzada – Cruzada dos nobres (1096-1099)


A Primeira Cruzada (1096–1099) foi a primeira de uma série de guerras religiosas,
ou cruzadas, iniciadas, apoiadas e às vezes dirigidas pela Igreja Católica no
período medieval. O objetivo era recuperar a Terra Santa do domínio islâmico.

Convocação da primeira cruzada


A convocação da Primeira Cruzada inaugurou a série de expedições militares dos
europeus cristãos contra os muçulmanos que dominavam posições no Oriente, ao longo
de quase dois séculos. A Primeira Cruzada foi convocada pelo papa Urbano II em 1095,
durante o Concílio de Clermont que ocorreu na França.

Durante o discurso que oficializou a convocação da Cruzada, o papa Urbano II intimou


os cristãos para fazer a defesa dos locais sagrados existentes no Oriente, como o Santo
Sepulcro, localizado em Jerusalém. Esse discurso do papa prometeu riquezas a todos os
que aceitassem a jornada e, além disso, dava o perdão de todos os pecados e a garantia
de salvação.

O discurso de Urbano II foi realizado com grande fervor e foi recebido com grande
comoção pela comunidade cristã da Europa. Após essa fala, as pessoas que a estavam
assistindo começaram a gritar “Deus vult”, que significa “Deus o quer”, o que ressaltava
que a convocação era “vontade de Deus”.

Esse episódio deu início a um grande fervor entre a população e resultou em


movimentos espontâneos que caminharam em direção a Jerusalém, antes mesmo de a
Cruzada começar oficialmente. Em 1096, Pedro, o Eremita, liderou a Cruzada dos
Mendigos, um movimento popular em que pessoas espontaneamente marcharam para
Jerusalém.

A convocação da Cruzada, realizada por Urbano II, havia acontecido após um pedido de
ajuda do imperador bizantino Aleixo I, que estava lutando – e sendo derrotado – contra
os turcos seljúcidas. Urbano II também convocou as Cruzadas pelos seguintes motivos:

1. Canalizar a violência da nobreza europeia para fora da Europa e contra um inimigo


em comum. Essa violência era consequência da disputa por terras entre os nobres.
2. Reunificar as igrejas ocidental e oriental, oficialmente rompidas desde o Grande
Cisma de 1054. Naturalmente, essa reunificação deveria acontecer sob a autoridade
da Igreja de Roma.

Primeira Cruzada
A convocação da Primeira Cruzada, conforme dito, teve uma recepção extremamente
positiva e mobilizou milhares de pessoas. Por volta de 35 mil pessoas fizeram parte da
Primeira Cruzada, das quais, muitas pertenciam à nobreza europeia. Essa grande adesão
da nobreza, inclusive, fez com que essa cruzada também ficasse conhecida como a
Cruzada dos Nobres.

A Primeira Cruzada também ficou marcada pela quantidade de êxitos que foram obtidos
pelos cristãos. Os exércitos cruzados saíram da Europa, em meados de 1096, em direção
a Constantinopla. Nessa cidade, reuniram-se os cristãos vindos da Europa, mais as
tropas bizantinas, e iniciaram as ações contra os turcos ao atacar Niceia, capital do reino
desse povo.

Além disso, era importante, para efetuar a conquista Jerusalém, que a região da Ásia
Menor fosse retomada dos turcos para facilitar o contato com Constantinopla. Durante a
sequência dos acontecimentos, os cruzados conquistaram locais importantes como
Niceia, em 1097, e a cidade de Antioquia no ano seguinte, em 1098.

A grande conquista da Primeira Cruzada, no entanto, foi a cidade de Jerusalém em


1099. Mais de 10 mil soldados cruzadas cercaram essa cidade e realizaram o ataque
contra os dominadores conhecidos como fatímidas. Essa ofensiva levou à conquista de
Jerusalém em julho de 1099, em um ataque extremamente violento conduzido pelos
cristãos. Os relatos contam que um grande massacre aconteceu contra a população nas
ruas dessa cidade.

Após a conquista de Jerusalém e de outros locais no Oriente, os europeus fundaram uma


série de reinos, que existiram até aproximadamente o século XIII. No caso de
Jerusalém, o reino instalado foi chamado de Reino Latino de Jerusalém. Essa cidade
manteve-se sob posse dos cristãos até 1187, quando foi reconquistada pelos
muçulmanos liderados por Saladino.

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A Segunda Cruzada - cruzada contra os


eslavos(1147-1149)
A Segunda Cruzada (1147-1149) foi uma campanha militar, organizada pelo Papa
e nobres europeus, para retomar a cidade de Edessa na Mesopotâmia que havia
caído em 1144 para os turcos muçulmanos seljúcidas.

A Segunda Cruzada foi uma expedição dos cristãos europeus, proclamada pelo papa
Eugénio III e pregada por São Bernardo de Claraval em resposta à conquista de Edessa
em 1144 pelos muçulmanos. A cruzada liderada pelos monarcas Luís VII de França e
Conrado III da Germânia ocorreu entre 1147 e 1149 e foi um fracasso: Os cruzados não
reconquistaram Edessa e deixaram o Reino de Jerusalém politicamente mais fraco na
região. O único ponto positivo da campanha foi a recuperação de Lisboa em 1147.

Após a primeira cruzada, quatro reinos foram criados na região da Palestina: o


Condado de Edessa, o Principado de Antióquia, o Condado de Trípoli e o Reino de
Jerusalém. Em oposição à presença cristã nas Terra Santas, despontaram lideranças
muçulmanas como Zengi, senhor de Alepo e Mossul. Em 1144, Zengi iniciou o
processo de reconquista de Edessa. Depois de sua morte, o herdeiro Nur ad-Din
arrebatou definitivamente Edessa das mãos cristãs a 3 de novembro de 1146.

Em resposta, o papa Eugênio III lançou em 1145 o apelo por uma nova cruzada.
Conrado III, da Alemanha, e Luís VII, da França, assumiram a liderança da empreitada
cristã e partiram para o Oriente. Conrado foi quem primeiro atravessou o estreito e
passou para a Ásia Menor onde foi atacado pelos turcos seljúcidas na região de Dorileia,
em outubro de 1147. Tendo sofrido muitas perdas recuou para Niceia. Luís VII seguiu
pelo litoral da Anatólia, mas em janeiro de 1148 acabou cercado pelos turcos nos
desfiladeiros de Pisidia e perdeu muitos homens. Conseguiu chegar ao porto de Adalia,
e embarcou em direção a Antioquia com a cavalaria. A infantaria, que tentou continuar
por terra, foi massacrada pelos turcos em fevereiro.

Enfraquecidos após as primeiras derrotas, os monarcas se uniram e convenceram a


regente do Reino de Jerusalém Melisanda de Bolonha, mãe de Balduíno III, sobre a
necessidade de um ataque à Damasco, cidade árabe até então aliada dos cristãos. A
tática se mostrou malsucedida e apenas acelerou a unificação da Síria nas mãos de Nur
ad-Din, filho de Zengi. O atabaque de Alepo capturou, no ano seguinte, o castelo de
Artésia ao príncipe de Antioquia e, assimilou terras até o Egito. Seu sucessor, Saladino
continuou a reconquistar territórios e a expulsar cristãos da região, deixando-os
limitados a algumas cidades costeiras.

A Segunda Cruzada não obteve o sucesso esperado. A expedição acabou por complicar
a relação entre os reinos cruzados, bizantinos e governantes muçulmanos. A única
vitória cristã foi a reconquista de Lisboa em 1147 sob a solicitação de D. Afonso
Henriques, primeiro rei de Portugal. Nenhuma nova cruzada foi lançada até a conquista
de Jerusalém pelos muçulmanos em 1187. O condado de Edessa estava definitivamente
perdido e o principado de Antioquia ficou reduzida à metade do seu antigo território.

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A Terceira Cruzada – cruzada dos reis (1189-1192)


A Terceira Cruzada (1189-1192) foi lançada para a retomada de Jerusalém após
sua queda para o líder muçulmano Saladin em 1187. Lideravam a Cruzada três
monarcas europeus, surgindo daí o nome de “Cruzada dos Reis”. Os três líderes
eram: Frederick I Barbarossa, Rei da Alemanha e Sacro Imperador
A Terceira Cruzada pode ser compreendida como uma reação cristã à conquista de Jerusalém
pelo líder muçulmano Saladino em 1187. A expedição teve como principais condutores os reis
da Inglaterra e da França, respectivamente Ricardo I (Ricardo Coração de Leão) e Filipe
Augusto, além do imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Federico Barba Ruiva
(traduzido por alguns como Barbarossa ou Barba-Roxa), o que a levou a ser popularmente
conhecida como a Cruzada dos Reis. Embora tenha reunido inicialmente um grande exército,
ela se revelou um fracasso no seu objetivo principal.
Assim como as anteriores, a expedição foi organizada a pedido de um papa, na ocasião
Gregório VIII, e buscou construir e consolidar a supremacia europeia durante a Idade Média.
Além da participação ativa de monarcas cruzados, a Terceira Cruzada, ocorrida entre 1189 e
1192, tem como característica uma maior tolerância entre líderes cristãos e muçulmanos. O
período marcou também o surgimento e a participação dos Cavaleiros Teutônicos.

Após o apelo de Gregório VIII, Frederico Barba Ruiva deu início à campanha,
seguindo por terra à margem do Rio Danúbio. Durante o percurso conquistou Konya,
capital do sultanato turco da Ásia Menor, mas no decorrer da expedição acabou
morrendo afogado ao atravessar um rio na região da Cilícia. Com a perda de seu líder,
boa parte dos cruzados germânicos desistiu da empreitada. Aqueles que não retornaram
ao Império Romano-Germânico decidiram avançar até São João de Acre, agora sob
liderança de Frederico da Suábia, filho de Frederico.

Ricardo I e Filipe Augusto iniciaram a expedição pela Sicília em 1190, onde saquearam
algumas cidades e seguiram até a Terra Santa pelo mar. O líder britânico teve alguns
problemas com as embarcações e levou dois meses a mais que o rei francês para chegar
à Palestina. Nesse meio tempo, conquistou a Ilha de Chipre aos Bizantinos,
incorporando-a ao chamado Reino Latino.

Com a chegada dos britânicos ao Acre, os cruzados conseguiram sitiar a cidade e, em


julho de 1191, obtiveram a primeira vitória ao reconquistar a região. Apesar do sucesso
até então, Filipe Augusto desistiu da cruzada devido às más condições de saúde e
retornou à França prometendo não atacar as terras de Ricardo.

O rei inglês permaneceu na Palestina onde venceu as batalhas de Arsuf e de Jaffa diante
de Saladino, porém suas tropas, agora sem o apoio de Filipe e de grande parte do
exército alemão, não contavam com homens suficientes para sitiar a Cidade Santa. Com
o exército enfraquecido, Ricardo firma um acordo diplomático com o líder sarraceno:
Jerusalém permaneceria sob domínio muçulmano em troca da garantia da abertura da
Terra Santa aos peregrinos cristãos, desde que desarmados. Os cruzados mantiveram a
área conquistada, uma faixa costeira contínua de Tiro a Jafa, consolidando os estados
cristãos no Oriente.
Apesar de não conseguir o principal objetivo da Terceira Cruzada que era a reconquista
de Jerusalém, Ricardo ganhou prestígio e respeito dos povos cristão e muçulmano, o
mesmo acontecendo com Saladino, transformado em herói no Oriente e em exemplo de
cavalaria medieval na Europa.
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A Quarta Cruzada -Cruzada de Veneza (1202-1204)


A Quarta Cruzada (1202-1204) ou “Cruzada de Veneza” resultou no saque e na
tomada da cidade de Constantinopla (atual Istambul) e na instauração do Império
Latino, levando o mundo cristão da época a ter três impérios: além do Latino, o
Sacro Império Romano-Germânico e o Império Bizantino.

"A Quarta Cruzada (1202-1204) ou “Cruzada de Veneza” resultou no saque e na tomada


da cidade de Constantinopla (atual Istambul) e na instauração do Império Latino,
levando o mundo cristão da época a ter três impérios: além do Latino, o Sacro Império
Romano-Germânico e o Império Bizantino. Apesar de ter durado apenas meio século, o
Império Latino de Constantinopla, comandado por Veneza, contribuiu para o
ressurgimento do comércio entre o Ocidente e o Oriente.

O objetivo inicial da cruzada era tentar retomar a cidade de Jerusalém. Entretanto, os


comerciantes venezianos, liderados pelo Dodge Enrique Dandalo, que estavam
financiando essa cruzada, pretendiam desviar a rota da expedição. A pressão sobre os
comandantes dos navios fez com que o objetivo da cruzada fosse a cidade de
Constantinopla. Com esse desvio, os venezianos pretendiam atacar o principal porto
comercial do Mar Mediterrâneo.

O primeiro local tomado pelos cruzados foi o porto de Zara, no território da atual
Croácia, dominado pelos húngaros. Este local era um ponto estratégico na liberação da
navegação no mar Adriático. Depois, cerca de 150 navios e galeras se deslocaram para a
capital do Império Bizantino, tomando a cidade de assalto por duas vezes, em julho de
1203 e abril de 1204. Após longas e sangrentas batalhas, os cruzados tomaram a cidade
e formaram um parlamento de 12 votantes, que elegeram Balduíno, conde de Flandres,
como o novo monarca de Constantinopla, sendo coroado em maio de 1204, na Catedral
de Santa Sofia, conhecida como Hagia.

Os cruzados ainda infligiram pesados prejuízos financeiros à cidade, como o intenso


saque realizado em quase todos os templos da rica cidade bizantina. Ouro, prata, joias
preciosas e demais tesouros foram enviados a Veneza e comercializados na Europa. As
relíquias religiosas foram encaminhadas para Roma ou mesmo para outras cidades
europeias. A exibição dessas mesmas relíquias garantia visitas e peregrinações,
fomentando o comércio das cidades que as abrigavam.

A conquista de Constantinopla e a formação do Império Latino demonstraram que os


objetivos das cruzadas não eram apenas religiosos. Sendo o objetivo inicial a retirada
dos muçulmanos de Jerusalém, por que os europeus invadiram e saquearam um império
cristão, como o Bizantino? Talvez pelo fato de o Império Latino de Constantinopla ter
garantido aos venezianos o controle comercial no Mar Mediterrâneo. Essa situação
contribuiu também para o renascimento comercial europeu nos séculos XII e XIII e na
consequente desagregação do mundo feudal.

A cidade foi retomada pelos bizantinos em 1261, quando Miguel VIII Paleólogo
derrubou Beduíno II, pondo fim ao Império Latino de Constantinopla. Mas as marcas de
tal invasão ficaram impressas na relação entre as igrejas católicas do Ocidente e do
Oriente, que haviam se separado em 1054, no conhecido Cisma do Oriente. Os
ressentimentos gerados pela invasão à Constantinopla e a pilhagem de inúmeras
relíquias religiosas bizantinas só seriam amenizados quase 800 anos depois. Em 2004, o
papa João Paulo II devolveu as relíquias dos mártires da Igreja Cristã Ortodoxa, que
foram roubadas na Igreja de Santa Sofia, ao patriarca ecumênico ortodoxo.

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Cruzada das Crianças (1212)


A Cruzada das Crianças, ocorrida em 1212, é envolta de fatos inusitados e lendas.
Acreditava-se que apenas as almas puras poderiam libertar Jerusalém. Por causa
disso, milhares de crianças foram colocadas em navios saindo de Marselha, na
França, em direção ao Oriente. Essa ideia teria surgido em Constantinopla, uma
cidade cristã que havia sido saqueada por cruzados.

Dessa forma, de acordo com a crença popular, os adultos não eram confiáveis, e apenas
as crianças poderiam participar das expedições. Ao longo do caminho, várias crianças
morreram de fome e frio e as que sobreviveram foram vendidas como escravas."

Quinta cruzada (1217-1221)


"A Quinta Cruzada também foi convocada pelo papa Inocêncio III, em 1217, e teve
a participação do rei André II, da Hungria, e Leopoldo VI, duque da Áustria.
Desta vez, a tática dos cristãos era conquistar primeiramente o Egito para depois
atacar Jerusalém. Uma crise na liderança egípcia permitiu que os cristãos
dominassem a região. O sultão ofereceu o reino de Jerusalém e dinheiro para os
cristãos deixarem o Egito, mas a proposta foi recusada.
Os cristãos conquistaram a cidade de Damieta, mas conflitos entre os cruzados
fizeram com que se perdesse tempo, possibilitando o restabelecimento do exército
islâmico, que contra-atacou os cristãos e os derrotou em 1221.
"O fracasso vivido na Terceira e na Quarta Cruzada marcou uma grave crise no projeto
que defendia a hegemonia cristã na Terra Santa. Mesmo com a derrota, o papa
Inocêncio III realizou diversas pregações em favor de outras mobilizações militares
contra os que ameaçavam a hegemonia cristã pelo mundo. Em seu mandato, incentivou
a cruzada contra os albigenses, a organização de outra formação militar cristã na
Espanha e uma nova cruzada pelo Oriente, em 1215, no IV Concílio de Latrão.

Morrendo em 1216, o papa não presenciou o desenvolvimento da Quinta Cruzada. O


responsável por tal feito acabou sendo seu sucessor, Honório III, que enviou diversas
cartas aos nobres e monarcas da Europa em favor de um novo conflito. Formado o
exército, os novos cruzados reuniram-se na Itália, em 1217.
Em abril de 1218, os cruzados se encontravam na região de São João D’Acre, de onde
partiriam para o conflito direto com os muçulmanos. Nesse instante, as lideranças
militares reunidas decidiram atar o Egito, ponto estratégico e fundamental para que a
reconquista de Jerusalém se tornasse em um próximo passo viável no projeto dos
exércitos cristãos.
"O primeiro ataque foi imposto contra Damietta, uma cidade que poderia oferecer
acesso ao Cairo, o grande objetivo militar dos exércitos que ali se encontravam. "Nas
primeiras batalhas que marcaram a conquista de Damietta, vemos que os exércitos
cristãos bateram com eficácia as tropas do sultão, que acabaram preferindo reforçar a
sua defesa e, assim, retardar ao máximo o avanço cristão. Apesar dos esforços, a traição
de um dos emires que apoiavam Al-Kamil e a consequente fuga do sultão para o Cairo
incentivaram os exércitos cristãos em novos ataques que determinariam a conquista de
todo o território egípcio. "Observando a situação desfavorável, os egípcios ofereceram
uma boa parte do território de Jerusalém para que o conflito terminasse. Entretanto, o
cardeal Pelágio recusou a oferta esperando que a chegada de novos reforços pudesse
estender a conquista cristã por outros territórios não antes almejados.
"Assim que a estratégica cidade de Damietta estivesse nas mãos, tudo levava a crer
que a cruzada seria um sucesso. No entanto, a conquista da cidade acabou não sendo
destinada a nenhum dos barões, e o avanço até ao Cairo acabou sendo retardado em
virtude da ausência de uma grande autoridade militar que pudesse resolver as questões
práticas que o cardeal Pelágio não conseguia resolver".
"Mediante a indecisão dos exércitos cristãos, os árabes conseguiram se reorganizar a
fim de impedir o avanço dos exércitos cristãos. No momento em que os conflitos
começaram, os árabes se valeram da abertura de vários canais que inundaram o caminho
dos exércitos cristãos durante a cheia do Rio Nilo. "
"Mediante as negociações acabou sendo definida a saída pacífica dos cristãos de todo o
território egípcio e a assinatura de uma trégua de oito anos. Por fim, a derrota na Quinta
Cruzada, em 1221, acabou sendo decepcionante, já que os árabes chegaram a oferecer
Jerusalém, o grande objetivo da investida, para que o Egito fosse salvo."

https://brasilescola.uol.com.br/guerras/quinta-cruzada.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cruzadas.htm#Cruzada+das+Crian%C3%A7as+
%281212%29

SULTÃO: O termo, no entanto, passou a representar poder político ou governamental e,


a partir do século 11, foi usado como título por soberanos muçulmanos.
HEGEMONIA CRISTÃ :Um segmento religioso que se vê fortalecido como parcela
social que tem suas próprias reivindicações e pode eleger seus próprios representantes
para os espaços de poder público.
CONCILIO: É a reunião de bispos e outros dignitários eclesiásticos, feita com
regularidade, para tratar e legislar em matérias de interesse para as Igrejas de
determinada região.
CAIRO: Cairo é a capital do Egito e a cidade mais importante do país.
EMIRES: Emir ou amir é um título de origem árabe de natureza aristocrática, nobre,
militar ou política usado nos países árabes
Sexta Cruzada (1228–1229)
A Sexta Cruzada foi liderada pelo Sacro Império de Frederico II, que havia sido
excomungado pelo papa. Sua excomunhão fez com que seus soldados desertassem
a campanha ao longo do caminho até o Oriente.
Frederico II fez um acordo com o sultão Camil, que lhe garantiu a posse de
Jerusalém, Belém e Nazaré por dez anos. Porém, a derrota dos cristãos para os
islâmicos em Gaza, em 1224, fez com que sua conquista fosse perdida.
Ainda sofrendo as consequências pela derrota sofrida na Quinta Cruzada, Frederico II,
rei do Sacro Império Germânico, decidiu organizar um novo exército a fim de
reconquistar a cidade de Jerusalém. Antes disso, ele foi excomungado pelo papa
Honório III pela ausência das tropas germânicas na batalha que determinou a derrota
cristã na Quinta Cruzada. Mesmo excomungado, Frederico II valeu-se dos recursos do
próprio Sacro-Império para organizar as forças que tentariam reconquistar a Terra Santa.
No ano de 1228, ele partiu junto de seus comandados da Síria até alcançar a região de
São João D'Acre. Logo em seguida, optou por alocar as suas forças na ilha de Chipre,
visando prepará-las o suficiente para que sua nova investida militar fosse vitoriosa.
"Ao chegar na Terra Santa, Frederico II logo viu que o confronto contra as tropas
locais poderia selar uma nova derrota militar. Com isso, aproveitou das desavenças
políticas entre os sultões do Damasco e do Egito para negociar um acordo diplomático
capaz de atender aos seus interesses." "Expondo amplo conhecimento da cultura árabe e
garantindo a proteção dos territórios, Frederico II obteve essas regiões em um acordo
com dez anos de duração."
"Nesse mesmo acordo, Frederico comprometia-se em permitir a liberdade de culto para
cristãos e muçulmanos. Novamente, a atitude ponderada do monarca foi respondida
com uma nova excomunhão do papa Honório III. Empossado como rei de Jerusalém em
17 de março de 1229, Frederico II conseguiu uma conquista militar muito mais
significativa do que o restante de todas as outras cruzadas organizadas pela Igreja".
"A vitória diplomática de Frederico II só chegou ao seu fim quinze anos mais tarde,
quando os turcos retomaram Jerusalém no ano de 1244."
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cruzadas.htm#Cruzada+das+Crian%C3%A7as+
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https://brasilescola.uol.com.br/guerras/sexta-cruzada.htm

sacro império: Dá-se o nome de Sacro Império à união de alguns territórios da


Europa Central durante o final da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Sétima Cruzada (1248–1254)


Essa cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX, canonizado como São Luís. Em
1248, ele se dirigiu ao Egito e conquistou a cidade de Damieta. O exército cristão
foi derrotado, e o rei, preso. Os franceses pagaram pela sua libertação.
"A sétima cruzada teve como objetivo alcançar o Egito. Ricardo de Cornualha e
Teodoro IV de Champanhe liderava uma expedição militar cristã, com poucos homens e
poucos recursos."
" Em 1244, o Papa Inocêncio IV abriu o Concílio de Lyon, o rei da França Luís IX, se
ofereceu para ajudar os cristãos do Levante.
Em 1248, o monarca francês aproveitou as permutações causadas pelos mongóis no
Oriente e foram de Aigues – Mortes para o Egito. Em 1250, os cristãos quase
conquistaram o Cairo, mas foram impedidos por causa da inundação do rio Nilo, os
muçulmanos se apoderaram das previsões alimentares dos cruzados, o que provocou
fome e doença nas tropas de São Luís.

Em maio de 1250, o rei foi preso quando chegou a Mansurá, mas foi liberando após o
pagamento de um avultado resgate.
Depois de ser liberado do cativeiro, foi para a Palestina, ficou na Terra Santa por quatro
anos. Só deixou a Palestina em 1254, depois de conseguir recuperar todos os demais
prisioneiros cristãos e de ter concluído um esforço de fortificação das cidades fracas do
Levante."
https://brasilescola.uol.com.br/guerras/a-setima-cruzada.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cruzadas.htm#Cruzada+das+Crian%C3%A7as+
%281212%29

Oitava Cruzada (1270)


As últimas Cruzadas foram marcadas pela derrota dos cristãos para os islâmicos.
A Oitava Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX, que, novamente, se dirigiu
para o Egito. Os cruzados desembarcaram em Túnis e foram contaminados por
uma peste que matou inúmeros cristãos."
"Na década de 1260, o domínio cristão no Oriente Médio se mostrava seriamente
ameaçado pelas contendas políticas que envolviam as ordens religiosas e os
comerciantes cristãos do lugar."
"Não bastando a ameaça de uma guerra entre si, os cristãos tiveram sua hegemonia
ainda mais ameaçada quando os turcos e seus exércitos mamelucos se viram obrigados a
avançar pelo Oriente Médio após serem pressionados territorialmente pelos ataques do
lendário chefe militar mongol Gêngis Khan.
Nesse contexto de invasão e ameaça, Luís IX, rei da França, decidiu retomar o espírito
cruzadista com o objetivo de fortalecer a presença dos cristãos no Oriente Médio,
principalmente no território egípcio. Em 1270, o rei cristão desembarcou em terras
egípcias para então combater as tropas do sultão Bibars. Enquanto os cristãos
acreditavam converter a região com a força das armas, os muçulmanos apostavam em
uma resistência inspirada nos feitos fundadores de sua crença."
"Após atacarem no Egito, as tropas de Luís IX chegaram até a Tunísia, onde foram
violentamente recebidos pelas tropas do sultão Maomé. Não bastando o desgaste
natural, os soldados cristãos foram terrivelmente acometidos por uma peste que ceifou
um número ainda maior de vidas"
"Ainda em 1270, o príncipe Felipe, o Audaz, conseguiu negociar a retirada pacífica dos
exércitos cristãos do Oriente. Depois do fracasso vivido na Oitava Cruzada, o jovem
Felipe foi coroado como o mais novo rei da França. Desse modo, pelo menos a sucessão
da coroa francesa não ficou ameaçada após esse infeliz evento militar."
https://brasilescola.uol.com.br/guerras/oitava-cruzada.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cruzadas.htm#Cruzada+das+Crian%C3%A7as+
%281212%29

contenda: discussão

Nona Cruzada (1271–1272)


Com a morte do rei Luís IX, o rei da Inglaterra, Eduardo, decidiu lutar no
Oriente, mas a morte de seu pai, Henrique III, fez com que Eduardo retornasse
para a Inglaterra e assumisse o trono. Para alguns estudiosos, a Nona Cruzada é
considerada uma continuação da oitava. Problemas sucessórios na Monarquia
inglesa se sobrepuseram à retomada de Jerusalém, que, à época, estava nas mãos
dos islâmicos.
"No ano de 1271, uma nova Cruzada foi preparada pelo Príncipe Eduardo da Inglaterra.
De fato, em virtude de sua curta duração e própria ineficácia, a Nona Cruzada é vista
por muitos estudiosos como uma espécie de continuação da Oitava Cruzada. Na
verdade, as tropas do monarca inglês que se dirigiram até à região de Túnis estavam
atrasadas e, por tal razão, não chegaram a tempo de auxiliarem os soldados do rei
francês Luís IX, principal líder da Oitava Cruzada."
"Chegando ao Oriente Médio, os soldados de Eduardo se situaram na região de São
João d’Acre, um dos territórios próximos a Jerusalém que tinham sido dominados pelos
sultões mamelucos. Desde 1268, o sultão Bybars havia conquistado aquele espaço e
ameaçava seriamente a hegemonia dos cristãos. Com isso, a Nona Cruzada pretendia
impor a conversão religiosa dos muçulmanos ali situados para que a Terra Santa se
preservasse enquanto domínio cristão.
Consolidando algumas alianças militares junto aos inimigos do sultão, o príncipe
Eduardo I conseguiu derrotar as forças inimigas e ter um resultado satisfatório nas
batalhas inicialmente travadas. A vitória foi logo seguida por uma investida de soldados
italianos que atacaram outras regiões do Oriente Médio com o objetivo de dizimarem
populações muçulmanas. Deste modo, a Nona Cruzada ficava em aberto, mediante o
desejo dos sultões em se vingarem da ação violenta dos exércitos cristãos."
"No ano de 1282, novos confrontos estabeleceram a expulsão de italianos e ingleses da
Terra Santa, graças à ação de um poderoso exército composto por mais de 200 mil
muçulmanos. A vitória dos sultões determinou a expulsão definitiva dos cristãos do
Oriente Médio e, ao mesmo tempo, empreendeu o fim das inúmeras batalhas que
marcaram o movimento cruzadista."

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cruzadas.htm#Cruzada+das+Crian%C3%A7as+
%281212%29
https://brasilescola.uol.com.br/guerras/nona-cruzada.htm
ineficácia: Inutilidade

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