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Resumos Idade Média I

Idade Média (Universidade do Minho)

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Resumos Idade Média I


1. Transformações e crises no final da Antiguidade:
1. Crise do Século III marcada por:
- Instabilidade Social (revoltas de camponeses e de escravos);

-Instabilidade Política (imperadores-soldados);

-Invasões Persas e Germânicas;

2. Imobilismos da Sociedade “Romana”:


- Sociedade crescentemente estratificada e imobilizadora: Cada um se mantém no seu lugar e esta ideia será herdade
fortemente na Idade Média;

- Deslocalização e Mobilização dos Comitatus devido a vários fatores (diminuição demográfica, pestes, etc.);
Consequentemente as fronteiras ficam desprotegidas e mais permeáveis.

- Perda do poder imperial nas civitates e crescente poder clerical; Os funcionários urbanos procuram o poder e legitimação
junto da instituição clerical, bem como maiores recompensas financeiras; Os servidores públicos afastam-se do estado imperial
face à Igreja; A ideia de serviço de bem comum é eliminada;

3. A crise do mundo urbano e a ruralização:


- Verifica-se uma atomização dos centros populacionais, com um consequente diminuir do comércio (a nível crescentemente
regional) e consequentemente uma crise da urbanidade; Deixa para a Idade Média uma sociedade profundamente rural;
Regionalização do Império;

4. Elementos de Permanência:
- Noção de diocese;

2. O projeto de institucionalização da Igreja:


- A igreja passa de uma religião proscrita, que vive não clandestinidade e não é reconhecida pelo poder, sendo por vezes até
perseguida; A partir do século IV verifica-se uma crescente institucionalização da Igreja;

- A liberdade religiosa e o fim das perseguições, bem como o futuro reconhecimento como religião do império, levam a um
expandir enorme da religião por todo o império e este crescimento implica a um crescimento e complexificação das estruturas
organizativas da religião, para além disso, vários concílios vão ser realizados para a discussão de diferentes
dogmas/interpretações -o que causa certos conflitos e ruturas por vezes;

Desenvolvimento de uma estrutura institucional na Igreja:


- Aumento da organização em dioceses e províncias;

- Cadeia de poder com arcebispos, bispos, presbíteros e diáconos.

- Surgir dos 5 patriarcas;

A Igreja como elemento de continuidade:


- A igreja age, após a queda do império romano, como um elemento de continuidade num mundo com um vácuo de poder e
torna-se no elemento central de governação ao qual a população recorre, sendo também a única instituição com uma linha de
poder e centros de poder definidos e ordeiros; Possui capacidade económica e de mobilização de recursos.

- Aquando das invasões bárbaras, verifica-se uma difusão do catolicismo através do topo: a conversão dos chefes Políticos, os
chefes convertem-se para assumir legitimidade e se poderem apoiar nas bases de poder do catolicismo; As igrejas são também
as grandes responsáveis pelo salvaguardar e transmitir da cultura greco-romana, como por exemplo a língua latina;

Dois grandes períodos da institucionalização da Igreja:

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- Clandestinidades séc. I-III:


- Pequenas comunidades decorrentes daqueles que viveram com Cristo e convertidos que vivem em segredo em grutas que vão
expandir a igreja por exemplo para Roma séc. I-II ;

- Evangelização séc. II;

- Perseguições séc. II-III ;

- Aumento da organização em dioceses e províncias, (1 província = várias dioceses) de influência romana; Importante papel
dos bispos/ Episcopus pois vão ter um direito de supervisão do clero mais especificamente sobre os diáconos e presbíteros,
“mandava” na comunidade e interferia no poder político e estava no comando das dioceses e províncias;

A partir de 380 o Império Romano torna-se cristão e legaliza a mesma, sendo ela institucionalizada;

Institucionalização (a partir do séc. IV ):


- Conversão de Constantino que vai permitir unificar um pouco um império 312; Édito de Milão decisão que acaba com as
perseguições aos cristãos 313; Definição dogmática (concílios) Exemplo: Niceia 325; 5 patriarcas (Constantinopla, Jerusalém,
Alexandria, Antioquia, Roma); Édito de Tessalónica 380 – Cristianismo torna-se religião oficial do Estado;

- A progressão das Comunidades Cristãs muito pelo oriente em primeiro e desenvolvendo-se, mas nunca passando muito a
Itália; A melhor forma de evangelizar era desde o topo até todos; A partir de que os reis passam a ser cristãos passam a dar
mais ênfase aos bispos;

A Igreja no Ocidente e no Oriente: (não se contrariam, completam-se)


- Ocidente: matriz latina; Patriarca de Roma é superior; Os padres não podem casar e não podem ter barba; diferenças
dogmáticas;

- Oriente: matriz grega; o Patriarca de Roma é igual aos outros; Os padres podem casar e podem ter barba; Diferenças
dogmáticas;

3.A formação de novas identidades alto-medievais – formação dos reinos germânicos:

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Transformações com estabelecimento dos reinos bárbaros:


- Automatização política: Reinos fecham-se a si próprios, dividindo o império Romano - fim das pretensões de governo
imperial;

- Enfraquecimento das cidades: estas não vão receber os produtos que necessitam e cada vez mais as pessoas vão
abandonar as cidades e vão se aproximar dos meios de produção e alguns pequenos grupos vão se implantar perto dos rios;

- Restrição das atividades económicas: devido á regionalização e também vai haver uma diminuição das exportações;
Esta restrição vai resultar menor circulação da moeda porque as trocas não se vão fazer a nível internacional, a moeda vai
perder o seu valor e voltam as trocas diretas;

- Ruralização: Apresenta um contraponto social que é quem tem dinheiro vai conseguir atrair as pessoas da cidade
para o campo e os pobres vão se colocar na dependência dos ricos;

Os Francos:
- São um povo germânico e que nos meados do século III estabelecem na zona do Reno; Quando chegam vão se dividir em dois
grupos: Francos Sálicos e os Francos Renanos; Distinguem-se a si mesmos pelas suas origens míticas - descendentes de Príamo
e de Troia. São, miticamente, conduzidos até ao Reno por um primo de Príamo que era Francion; Os francos sálicos vão para o
império e os francos renanos ficam nas margens do império; Os Sálicos defendem e servem o império, derrotando os Hunos nos
Campos Catalaunicos.

Clóvis:
- Rei franco sálico que se vai distinguir pois vai tentar unificar os dois grupos de francos e vaio tentar expandir o território
franco;

- Primeiro vai conquistar o reino de Syagrius; Vai casar com a herdeira dos francos renanos e vai juntar os dois grupos e
avança na sua conquista;

- Acaba por garantir o título de consolo do oriente e por isso não tem esta parte como oposição, tendo esta parte como inclusa
no seu império;

- Como ele é cristão, todo o seu povo converteu-se, chegando a impor a regra de que qualquer agressão a um cristão era
extremamente proibido e havia pena de morte;

- Os seus sucessores vão se denominar rei dos francos;

Partilhas:
Agnática: sucessão só a um; Cognática: sucessão a todos da mesma geração;

- Os francos funcionam num paradoxo, após a morte de Clóvis o rei dos Francos passa a ser só um, mas a lei dos francos obriga
a que os filhos tenham a herança do pai (cognática), ou seja, o território tem que ser divido pelos filhos, mas o reino só pode
ser um, perante estas divisões o reino é uno, porém divide-se a cada geração; Para assegurarem a fidelidade, estes reis vão
doar terrenos, rendas, oferecer garantias e privilégios, etc…

- A partir do século VII, o poder dos senhores e oficiais é muito grande; Pois existe uma rede de vassalagem paralela ao dos
reis, realizada pelos mordomos do palácio: o mestre do palácio trabalha na corte onde o rei está e dar terras aos seus vassalos
para administrar, mas como não têm terras vão buscar as terras á Igreja; Os bispos vão dar terras ao mestre e o mestre aos
vassalos; Os mestres vão ser eles que vão governar, têm os bispos na mão, são eles que administram, têm vassalos e ganham
cada vez mais poder; Os condes e os marqueses são delegados do rei nos territórios;

O poder é exercido por duas formas: Auctoritas: aquele que tem a legitimidade para governar por exemplo os reis;
Potestas: aquele que na realidade exerce o poder por exemplo os mestres;

Assim, o poder Merovíngio foi se decaindo. Os carolíngios, fação de mordomos, juntam-se em seu poder até Carlos Magno.
Carlos Magno vê-se como o rei único do Reino dos Francos, após a morte do pai e do irmão e procura expandir o reino em 3
direções: Itália, Península Ibérica (Marchas - Zonas Tampão) e Germânia; Alcuíno escreve uma carta a Carlos Magno em 799
com o objetivo de o projetar pois os outros dois poderes no mundo são “incertos” e também o papa arranjava um protetor
acima dos reis; Carlos Magno é legitimado pelo papa - que necessita do seu apoio legitimador - como imperador - cingido pela
coroa imperial. quid pro quo. O papa é legitimado na medida em que oferece a coroa a 25/12/800 em Roma e recebe o apoio
de Carlos Magno, enquanto Carlos Magno vê o seu poder legitimado pelo papa e vê força;

4.A organização e administração do Império Carlíngio:

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Problemas do Império:
- Extensão territorial: demora nas vias de comunicação;

- Diversidade étnica;

- Oficialato insuficiente: dificulta a administração do império (3000 oficiais face 5 milhões de pessoas);

É necessário impor a ideia central da governação – capacidade de ordenar e punir então são criadas medidas;

Medidas tomadas:
- Criação de laços de dependência: capacidade de "enformar" todos na sua sociedade à sua dependência com base na honra;

- Juramentos de fidelidade ao imperador; (só homens maiores de 12 anos; as 2 componentes do juramento eram não fazer mal
ao imperador e obedecer a ele mesmo todos os homens livre podem ser chamadas a mando do imperador);

- Laços de vassalidade (os vassalos recebem benefícios geralmente uma terra e em troca têm de prestar vassalidade ao
imperador);

- “Obediência” do clero (dando jurisdições aos clérigos para que estes cobrassem impostos nas suas terras em troca de
obediência);

- Reuniões anuais (Populus é a reunião e nela participavam nobre e do clero e que funcionava como instrumento de controlo);

Organização do território:
- Corte em Aix-en-Chapelle;

- Divisão em 200 condados dirigidos pelos nobres recolhem os impostos, ( subdivisão dos condados é o Pagus e normalmente é
o Vigário (civil) que a gerem);

- Missi dominici ( Era enviado para fiscalizar anualmente todas as regiões, geralmente 2 um nobre e um clérigo a mando do
imperador);

Funcionários da corte do imperador:


- Abastecimento de produtos: Senescal e escanação;

- Tesouro: Camareiro;

- Substituto do imperador: Conde do palácio

- Zelador religioso: Arquicapelão

Uniformização da legislação:
- Capitulares;

- Uso do escrito (usado para legislar o poder do imperador);

5. Causas internas e externas do desmembramento político do Império de Carlos Magno:

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- 814 morre Carlos Magno, mantém-se a separação cognática do reino entre os filhos, porém o império fica para o filho Luís o
Pio porque os outros irmãos morrem; Luís o pio é coroado em 816 e em 817 ainda em vida quer que o império seja dividido
pelos filhos (Lotário, o irmão mais velho; Pepino, o irmão do meio; Luís dito germânico, mais novo);

Surgem dois modos de pensamento à cerca da divisão:

- A nobreza defende que se mantenha a tradição germânica da divisão cognática;

- O clero diz que só pode haver um sucessor e Lotário vai ser intitulado de imperador e os outros irmãos administram
as suas partes do império, mas a nível militar têm de prestar ajuda ao irmão imperador;

- Em 823, nasce Carlos Calvo que é outro filho de Luís o Pio e este diz que os outros irmãos têm de dar também parte do
império a ele e desenrolam-se muitas guerras entre eles;

- Em 838, morre o Pepino e Carlos o Calvo fica com a parte que era dele do império;

- Em 840 morre Luís o Pio e depois os dois irmãos Luís e Carlos o Calvo juntam-se contra o irmão Lotário porque como o
imperador ainda era vivo ainda não tinha havido a partilha, era só ideias;

- Em 843 dá-se a partilha do império e Lotário fica imperador pois ele já tinha sido nomeado e concretizam-se as ideias
anteriores;

Queda do Império:
- 3 grandes invasões ao Império: Húngaros; Sarracenos; Vikings; Inicialmente era só para pilhar mas acabam por se
estabelecerem;

- Esgotamento de recursos;

-Problemas sociais;

- Razões económicas;

- Depois cada um dos reinos vão-se dividir e vão seguir individualmente; Desaparece a ideia de império na parte ocidental,
mas na parte oriental mais tarde vai haver outro império que é o Otoniano;

Renascimento carolíngio:
- Renovação da cultura e do estudo no ocidente favorecido pelos imperadores carolíngios do séc IX-XI;

- Escolarização: Queriam formar os funcionários, fortalecer o ensinamento do latim, sítios onde se ensinava a ler, contar e
cantar devido á formação dos clérigos; Difusão das obras antigas para não as perder; Promoção das artes liberais;

- Escolas catedrais e Escolas monásticas;

- Trivium: Gramática; Retórica; Dialética; linguagem

- Quadrivium: Aritmética; Geometria; Astronomia; Música; conhecimento do mundo

6. Religião islâmica – Expansão territorial islâmica - Presença islâmica no território:


- A religião islâmica é composta por Sunitas e Xiitas; Sunitas acreditam que os
Califas são os descendentes de Maomé ( Abu Bakr (632-634); Omar ( 634-644);
Otmar (644-656; Ali (656-661); Os xiitas acreditam que só o Ali é descendente de
Maomé e os outros são usurpadores;

Os 5 pilares da religião islâmica:


- Fé; - Peregrinação; - Jejum; - Oração; - Esmola;

Características:
-Alá: um só Deus – religião monoteísta;

- Corão: Verdade revelada a Maomé – conjunto de ensinamentos;

- Expansão muçulmana 632-750: 1ª etapa – Maomé era vivo;

A expansão muçulmana é iniciada por Maomé que procede á unificação da Arábia, mais tarde os Califas no seu governo vão
fazer grandes expansões;

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7.A Cristandade Medieval em Construção- monaquismo:


Monaquismo e a sua definição:
Etimológica:
- Monos em grego: (monge que faz parte do monaquismo);

- Monacus (Latim);

- Um;

Religiosa:
- Perfeição Evangélica (busca pela perfeição por si próprio);

- Fuga mundi (isolar-se);

- Comunhão com Cristo (Viver em sociedade; Domínio do corpo a nível sexual ou violência pois tem que ser o modelo);

Os monges tinham a função de rezar por eles e pelos outros;

Na definição podemos encontrar a ideia chave do monaquismo - o isolamento. Privilegiam-se também atividades que
promovem o domínio das pulsões, vontades e sentidos terrestres.

Esta ideia ganhou força pois -Tornava mais fácil a salvação própria; A ação de rezar pelos outros era uma "ação social"

Tipologia dos movimentos:


Surgiram vários movimentos do monaquismo e não foram todos iguais, pois os monges que partem não vão para os mesmos
sítios;

Experiências «orientais» (Padres do Deserto): Egito, Palestina e Síria:

- Anacoretismo (Estilistas): Anacoretas vivem isolados sob o domínio espiritual, não querem ter contactos e solidão extrema;
Renunciam todos os tipos de prazeres; Estilistas eram dentro dos anacoretas os mais extremos;

- Eremitismo (Sto. António o Grande 252-356): Eremitas têm a ideologia de estar isolado, mas sem nada á vista, sem nada ao
pé;

- Cenobitismo ( S. Pacómio 292-348): Cenobitas vivem para eles próprios mas vivem em comunidade que fazem a mesma coisa;

Entrada do monaquismo no Ocidente:


Alguns monges do ocidente viajam para o oriente, têm contacto com os monges de lá e regressam com esses ensinamentos e
começam a fundar mosteiros;

Áreas de desenvolvimento:
Gália; Provença; Norte de África; Gales; Irlanda; Escócia; Itália;

REGRAS:Começaram a existir muita variedade de regras com o objetivo de controlar a ideologia, mas a mais importante é de
S. Bento;

-
O

estabelecimento de diferentes regras e preceitos para a realização desta "salvação isolada" vão marcar as várias diferenças
entre certas regiões. Apesar destas diferenças, S.Bento de Núrsia vai propor uma "regra comum" - um conjunto de regras que

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vai conjugar o rigoroso com o exequível. Estas regras vão padronizar este fenómeno e, para além disso, facilitam o controlo
sobre os restantes. Surge daqui a ideia da clausura no mosteiro;

- Ordens que surgem a partir da de S.Bento (reformas perante degradar da Ordem):

- Cluny, que pertendem reformar os comportamentos corruptos por parte da ordem beneditina - instauram o hábito
de serem pagos para rezarem;

A sociedade carolíngia: Instauração da Ordem Medieval com o Estado Tripartido:


Clero: Regular ou Secular: Classe sagrada que contacta com Deus; Mediadores divinos;

Homens não livres: Escravos; Servos; Colonos; A principal fronteira é a que separa os livres dos servos, e muitos camponeses
ainda são livres;

O poder condal era respeitado, mas rapidamente as coisas mudaram e o feudalismo instala-se;

Com receio de fraqueza e sujeição a invasões, os reis exigiam aos seus vassalos ajuda militar, e a partir do séc. IX o termo miles
(soldado) era usado com frequência para designar vassalo; Os vassalos constituíram-se como classe social;

Com o tempo, a economia e o militarismo permitiram a grandes proprietários principalmente condes, marques ou duque a
tomar iniciativas, começavam a fazer do senhor um anteparo entre seus vassalos e rei; Os grandes, como condes, eram
investidos de poderes decorrentes da sua função pública;

Problemas:

Paragem das conquistas; Multiplicação dos laços de vassalidade; Hereditariedade patrimonial; Importância do laço material;
Passagem do benefício ao feudo;

8. Feudalismo:
- O feudalismo faz assim parte de um "ritual" social. É um conjunto de laços que ligam os senhores e os vassalos (sempre
homens livres - contrato entre homens livres) num certo conjunto de direitos e deveres - é uma relação vertical, em que existe
uma hierarquia em que os mais poderosos tem poder sobre os que estão abaixo.

- O feudalismo tem início com a desagregação do império romano, mas intensifica-se fortemente durante o império Carolíngio
- sistema vital para o domínio dos Carolíngios nos séc. XIII e IX.

- Importante destacar a diferença entre vassalismo (contratos entre nobres) e senhorialismo (contrato entre nobres e
camponeses).

- O ritual feudo-vassálico:

- Um ritual que se baseia num contrato entre dois indivíduos, com os seguintes passos:

- Immixtio mannum;

- Juramento;

- Beijo da Paz;

- Investidurum;

- Para este contrato ser válido é necessário ser feito de livre vontade pelas duas partes;

As obrigações:

- Senhores perante os vassalos: Feudo; Proteção; Ajuda material e militar;

- Vassalos perante Senhores: Serviços; Ajudas; Assistência judicial;

A evolução da sociedade feudal:

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- Problema: Multiplicação das homenagens,


- Solução: Reserva da homenagem; Homenagem lígia;

- Problema: Feudo mais importante que homenagem;

- Solução: Hereditariedade dos feudos;

A estruturação social das cidades sécs. X-XII:


- Clero;
- Nobreza,
- Elites urbanas;
- “Povo”;
Indigentes e excluídos;

A economia feudal:
- Impactos da restrição das atividades económicas (sécs. IX-X) - Regionalização das relações económicas:

- As trocas entre grandes blocos fragmentam-se e diminuem devido a um forte sentimento de insegurança e violência
(Invasões do Século X). Dão-se alterações no espaço urbano (abando das cidades) bem como uma ruralização da sociedade.
Apesar disto, o comércio mantém-se: é necessária a existência de trocas para colmatar a necessidade de produtos que não se
conseguem produzir localmente. Mantém-se ainda a necessidade de escoamento de produções por parte dos senhores - a nível
regional e próximo ainda assim.

- Em decorrência disto, por exemplo, dá-se o fenómeno de moedas bastantes locais, cunhadas em pequenos "atteliers" pelos
senhores.

- As viagens comerciais de longo alcance baseiam-se mais no Norte da Europa.

- Com este retrocesso e fragmentação económica, verifica-se um retorno ao comércio através das trocas de génes/bens.
- Uma altura em que as cidades da Europa se fortificam, bem como os mosteiros - época da arte românica - edifícios fortaleza.
Transferência dos burgos para locais mais altos - locais alcandorados.

Características das villae:

- As villae são grandes propriedades de exploração (com colonos, senhores, escravos, servos… etc) que formam um microcosmo
social - quase autossuficientes, que contribuem para a redução do uso da moeda.

- Funcionamento das senhorias - Compostas por duas dimensões:

- Organização territorial do feudo - Senhoria fundiária (com a reserva do senhor - pertence ao senhor em exclusivo, e
os mansos - podem ser livres (sem corveias), servis (obrigados a prestar corveias), emancipados (deixam de pagar corveias).
Estes 3 tipos de mansos são independentes das famílias que lá se encontram e da sua condição - ou seja, a qualidade da pessoa
não é necessariamente alinhada com a qualidade do manso - a condição do manso sobrepõe-se à condição da pessoa);

- Organização jurisdicional do feudo -


Senhoria banal - deveres que uma parte
presta em relação à outra;

Alódios – Propriedade que não está sujeita a


qualquer direito eclesiástico ou senhorial;

9. Renovações e renascimentos depois do Ano Mil – Evolução demográfica e técnica:

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- A terra como uma fonte de rendimento- posse de terra como indicador de riqueza;

- Sociedade regrada pelos anos agrícolas – tempo cíclico;

- Opus ruralium commodorum – exemplo de como o tempo era condicionado pela agricultura;

- Por volta dos anos mil, as terras estão muito mal aproveitadas agricolamente e mal exploradas;

- A transformação dos terrenos incultos vai ser uma causa e consequência para as mudanças que aconteceram a partir do séc.
XI;

- Fatores para o crescimento demográfico:

- Aumento da produção agrícola (excedentes; período mais ameno nos invernos);

- Redução da mortalidade;

- Acalmam as pestes e guerras;

- Saba-se de alguns dos dados demográficos a partir do “Domesday Book” , uma fonte importante que permitiu vereficar a
“triplicação” da sociedade de Inglaterra;

- Pode-se verificar também esse aumento demográfico da cristandade que no ano 950 possuia cerca de 22 milhoes de pessoas,
e nos incios do seculo XIV aumentou para 54 milhoes de pessoas;

- Consequências do aumento demográfico:

Territoriais:

- Desflorestação;

- Drenagem de pântanos;

- Crescimento das cidades;

- Aumento do espaço disponível;

- Aumento da produção de bens;

- Diminuição das terras incultas;

Económicas:

- Aumento da procura;

- Diminuição dos salários;

- Aumento do comércio;

- O aumento da produção agrícola deve-se ao desenvolvimento tecnológico:

- Domínio do ferro e do fogo (criação de ferramentas revestidas em metal);

- Utilização de ferradura nos animais (os bichinhos não se machucavam tanto);

- Criação dos estribos;

- Utilização dos animais para a agricultura;

- Mudança na atrelagem dos bois (ganhavam mais tração);

- Transformação do arado romano para a charrua (facilitava no “remecher” da terra);

- A nível de produção agrícola temos a utilização do afolhamento trienal;

- Domínio da água com a multiplicação de moinhos e um sistema de irrigação mais eficiente;

Socias:

- Famílias diminuem e vão á procura de novas fontes de rendimento; Destaca-se a profissão de ferreiro devido ao
desenvolvimento Tecnológico;

- Evoluções:

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Trabalho:

- Inicialmente, havia a mentalidade de que o trabalho era um ato de não privilegiados, ou seja, era basicamente uma
"humilhação". Só quem trabalhava eram as classes não privilegiadas;

- A partir do séc XII e do crescimento das cidades, essa mentalidade vai perdendo força, pois o trabalho começou a ser
visto com um "ato útil";

- "Reabilitação" do trabalho - começa a ser bem visto porque é útil;

Tempo:

- Tempo passa das horas canônicas regidas pela igreja, para um horário quantificado; Esse horário pode ser
exemplificados pelas atividades económicas (duração de uma mercadoria ir de um lugar para outro);

- Obviamente as horas canônicas não desapareceram;

Dinheiro:

- Ideia de que o lucro era "vil" (igreja condenava), altera-se para algo honesto;

- A partir do momento em que a ideia do trabalho altera-se, as pessoas que trabalhavam com o dinheiro e juros
começam a ser consideradas honestas;

9.1 Renovações e renascimentos depois do Ano Mil – O meio urbano:

Restrições das atividades económicas e comerciais séc. IX-X:

Medo das invasões + Regionalização das transações provocaram:

- Alteração do espaço urbano: deixa de haver quase comércio total;

- Ruralização da sociedade: as pessoas com medo dos assaltos ao urbano, fugiram para o campo;

Desenvolvimento urbano séc. X-XIII:

- A partir do séc. X há um desenvolvimento urbano de várias cidades, umas desenvolvem-se e outras criam-se; São criadas
muitas vezes sobre um bispo que tem jurisdição sobre um determinado espaço e algumas sofreram deslocação devido ao
governante eclesiástico;

- As pessoas que habitam na cidade vêm do campo, pessoas que estavam sobre o domínio dos senhores, que tinham uma vida
dura, de grandes obrigações, pagavam muitos tributos, e por tanto nestas novas cidades as pessoas que la chegam são libres e
incluídas nas sociedade;

- As pessoas com menos posses monetárias compravam terreno nos arredores da cidade, ou fora das muralhas;

Transformações nos governos urbanos:

- Governos locais;

Desenvolvimento do grande comércio Séc. XIII:

- Desenvolvimento dos italianos em companhias de comerciantes;

- São eles que concentram o grande comércio entre a Europa e Oriente, por exemplo: os italianos têm muito dinheiro e a
Europa gostava de bens de luxo produzidos no Oriente, então os italianos vão ao oriente comprar e vendem á Europa mais
caro;

- Italianos vão monopolizar os cruzeiros que vão ser utlizados para levar peregrinos e cruzados;

Feiras internacionais eram muito importantes para a venda e compra de produtos específicos vindos de países específicos;

Desenvolvimento técnico:

- Comércio desenvolveu-se devido ao desenvolvimento tecnológico, a Letra de Câmbio;

Sessão 18 – 24.04.2023

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9.2 Renovações e renascimentos depois do Ano Mil: Reinos e impérios depois do ano mil

Desagregação do Império Carolíngio:

- Desaparece a ideia de Império;

- Fragmentação da autoridade do «Estado»: o Imperador deixa de conseguir controlar, deixando de ter terras para
dar aos vassalos e estes deixam de ser fieis a ele e ficam com as terras governando-as, construindo castelos por causa da
ameaça sarracena, normanda e para defender os seus interesses, passam a gerir a vida social por exemplo recebendo os
impostos e vão aumentando as suas terras e poder devido às fragilidades de outros senhores; Os Principados territoriais
desenvolvem-se na França, Itália, Germânica e o mais importante Saxónia;

- Cristandade é a única instituição com pretensão universal: a Igreja é o elemento comum de todos;

Saxónia como Império:

- O seu príncipe Henrique torna-se rei da Germânia;

- O seu filho Otão (936) quer restaurar a herança carolíngia, coroa-se; Elege como capital Aix-la-Chapelle; Estanca o
fracionamento do reino em subjugando a aristocracia; Desenvolve ações de conquista; Em 951, aproveitando a anarquia
itálica, acapara-se da Coroa de Itália e casa com a última rainha legal do reino; Em 961, a pedido do papa, entra em Roma e
faz-se coroar imperador em 962 e dá-se a Fundação do Santo Império Romano Germânico;

- Problemas do Império:

- Limite geográfico de atuação: Borgonha; Itália; Germânia: Não houve expansão do espaço territorial;

- Dificuldade em manter a união: Itália e Germânia: conflitos de valores, culturais, políticas, linguistas;

- Necessidades financeiras: Drenagem de recursos: por exemplo despesas militares;

- Sistema de eleição: Grandes eleitores;

- Ideia do Império deixa de ter validade prática sobretudo após 1250;

Afirmação das monarquias:

- Procurar apoio na Igreja: Com o objetivo de transformar a função dos reis em sagrado, sacralizar os reis e o seu
poder e colocá-los numa posição tão superior que eles afirmam se serem curandeiros e a Igreja vai obter mais terras e mais
reinos em troca;

- Explorar os laços feudais: Á medida que os reis vão conseguindo estar no topo, eles vão exigir a homenagem lígia do
vassalo que pode ser vassalo do seu vassalo; Controla os territórios dos senhores através dos casamentos com filhos ou filhas
dos próprios; Desenvolver o direito de apelação ao rei;

- Nova concessão do «rei»: Mantem a paz; Torna-se responsável por todos, desenvolvimento da autoridade publica;
Ele é superior a tudo; Desenvolve competências de suserano;

- Imposição em matéria económica:

- Desenvolvimento de uma administração especializada: Letrados vindos das universidades preenchem o lugar nas
cortes, vão estar nos tribunais vão ter um papel fundamental para o rei, vão ser conselheiros dos reis; Vão surgir novos
funcionários, como o xerife, meirinhos….;

- Acordos com os «Grandes»: XXXXXXXXXXX

- Controlo dos governos urbanos:XXXXXXXXXXXXX

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