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CONVENÇÃO BATISTA DO TOCANTINS

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO TOCANTINS

PRÁTICAS MINISTERIAIS

Palmas, Outubro de 2020


Organizador:
Pr. Edvaldo Araújo de Sousa – Diretor do STBT

Facilitadores:
Pr. Marcos Levi Barbosa Rios – Araguatins
Pr. Manoel Messias Alencar Rangel – Araguaina
Pr. Jarbas Magalhães Pereira – Conceição Araguaia
Pr. Walter José Pitteri – Palmas
Pr. Willian Araújo de Rodrigues – Natividade e Gurupi

@2020
I – Ementa:

Ementa: A disciplina se propõe analisar as bases bíblicas do ministério.


Conceito do ministério cristão. Vocação e preparo. Qualificações para
o ministério. A vida devocional do ministro. O sofrimento e as
recompensas do ministério. Verificar - A vida do ministro, seu trabalho,
suas mensagens, sua administração – da igreja, das ordenanças (ceia
e batismo), seu relacionamento com Deus, com a Igreja e com o
mundo. Observar - O ministro e sua família. Saúde e higiene (estresse,
descanso, cuidados físicos, etc), examinar, em perspectiva inter e
transdisciplinar, práticas pastorais contemporâneas. Estudar fatores
culturais, antropológicos e psicossociais que interagem com essas
práticas e analisa os elementos teológicos que lhes correspondam ou
são pressupostos.

II – OBJETIVOS

Objetivo geral: O alvo da disciplina é validar os absolutos bíblicos do


ministério pastoral exigidos por Deus. Elucidar as qualificações bíblicas
para o ministério. Delinear as prioridades do ministério.

Objetivos específicos:
1. Estudar conceitos de práticas pastorais no contexto brasileiros a
partir de perspectivas bíblicas; examinar pressupostos teóricos das
práticas pastorais na sociedade contemporânea.
2. Identificar as práticas pastorais contemporâneas e seu caráter inter
e transdisciplinar; analisando a passagem de uma prática pastoral
de manutenção para uma nova estrutura de ações pastorais em
uma sociedade marcada pelo processo da modernidade.
3. Analisar os elementos teológicos que correspondam ou são
pressupostos das práticas pastorais contemporâneas,
possibilitando também entender quais são as esferas de atuação do
agente pastoral.
4. Identificar as influências das práticas religiosas na sociedade
através dos recursos oferecidos pela mídia como veículo de
formação de opiniões e facilitador do trânsito religioso.

5. Estabelecer chaves de leituras de metodologia pastoral e das


ciências sociais, para entender as diferentes práticas pastorais
contemporâneas como expressão sociológica de serviço e
comunhão.

III – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


O conteúdo programático será apresentado no decorrer do semestre
em cinco partes a saber:

1. Primeira parte – PERSPECTIVAS BÍBLICAS: Redescobrindo o


Ministério Pastoral, O que o Pastor deve ser e fazer, O ministério
pastoral na história, Concepção Bíblica do Ministério Pastoral

2. Segunda Parte – PERSPECTIVAS PREPARATÓRIAS: O Caráter


do Pastor, O chamado para o Ministério Pastoral, O treinamento
para o Ministério Pastoral, A ordenação para o Ministério Pastoral,

3. Terceira Parte - PERSPECTIVAS PESSOAIS: A Família do pastor,


A vida de oração do pastor: aspecto pessoal, A vida de oração do
pastor: aspecto ministerial, O estudo do pastor, A compaixão do
pastor,

4. Quarta Parte - PERSPECTIVAS PASTORAIS: O Culto, A


Pregação, O exemplo, A liderança, A evangelização, O discipulado,
A vigilância e o alerta, Observação as ordenanças.

5. Quinta Parte: PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS: Passos de


construção metodológica na elaboração de uma ação pastoral
refletida a partir de uma metodologia participativa. Estudo de
referenciais teóricos críticos de diferentes paradigmas de práticas
pastorais contemporâneas e sua relação com os procedimentos
metodológicos. E a elaboração de um projeto pastoral.

IV – ESTRATÉGIAS DE ENSINO
A metodologia de ensino constará de:
• Exposição do professor;
• Exposição de convidados que possibilite a reflexão e
aprofundamento de temas relacionados à disciplina;
• Seminários preparados e apresentados pelos estudantes, que
possibilitem a imersão no conteúdo da disciplina e na pesquisa;
• Discussão e participação dos estudantes em classe;
• Pesquisa de campo e/ou bibliográfica com resultados apresentados
em classe.
• Prática observada e avaliada pelo professor (ou mentor)

V – AVALIAÇÃO
• A avaliação da disciplina, como um processo contínuo se dará
através da:
• Verificação da presença e participação dos alunos nos
temas tratados em sala de aula.
• Realização das leituras indicadas com apresentação de
resenha crítica;
• Preparação e apresentação de seminários a partir do
universo da disciplina e observação in loco.
• Entrega de um trabalho acadêmico, ao final do semestre,
de 12 a 15 laudas A4, como resultado de pesquisa, reflexão
e criatividade.

VI – BIBLIOGRAFIA
CARTER, James E. & TRULL, Joe E. Ética Ministerial: Guia para a
formação moral de líderes cristãos. São Paulo: Vida Nova, 2010.
DURKHEIM, É. As Formas Elementares de Vida Religiosa. São Paulo:
Paulus, 1989.
POIRIER, Alfred, O Pastor Pacificador: Um guia Bíblico para a solução
de conflitos na Igreja. São Paulo: Vida Nova, 2011
ROMEIRO, P. Decepcionados com a graça: esperanças e frustrações
no Brasil neopentecostal. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.
SILVA, G. J. (org.) Itinerário para uma pastoral Urbana. São Bernardo
do Campo: Fateo – Metodista, 2008.
___________. Educação Teológica e Pietismo. Influência da Educação
Teológica na formação pastoral 1930 a 1980. S.B. Campo: Editeo –
Metodista, 2010.
BOSCH, Davi, Missão Transformadora, São Leopoldo: Sinodal, 2002.
FLORISTÁN, Casiano, Teologia Práctica, Salamanca: Ediciones
Sígueme, 2002.
HARRISON, William, Sermões pelo Reverendo João Wesley, São
Paulo, Imprensa Metodista, 1954.
LEONARD, Émile, O Protestantismo brasileiro, 3ª ed: São Paulo: Aste,
2002.
LIBÂNIO, João Batista. As lógicas da cidade, São Paulo: Loyola, 2001
MENDONÇA, Antônio Gouvêa & VELASQUES FILHO, Prócoro,
Introdução ao Protestantismo no Brasil, São Paulo: Loyola, 1990
NELSON, Reed Elliott, Modelos organizacionais, crescimento e conflito
no protestantismo brasileiro, In: Estudos de Religião, nº 17
SILVA, Geoval Jacinto, Desafios do ministério pastoral em uma
sociedade em processo de globalização, In: Dialogar, p.38
Práticas pastorai na Bíblia, In Caminhando, ano VVII/2, 2002. p 164

VII - ESTÁGIOS:

Estágio 1
Pré-requisito: Instrui os alunos a preparar relatórios. Inclui atividade
prática ministerial supervisionada, com apresentação de relatório.

Estágio 2
Pré-requisito: Estágio 1 Ementa: Consiste em atividade prática
ministerial supervisionada. Inclui apresentação e avaliação de relatório.

Estágio 3
Pré-requisito: Estágio 2 Ementa: Consiste em atividade prática
ministerial supervisionada. Inclui apresentação e avaliação de relatório

Estágio 4
Pré-requisito: Estágio 3 Ementa: Consiste em atividade prática
ministerial supervisionada. Inclui apresentação e avaliação de relatório.
ESTÁGIO 1
PRÁTICA MINISTERIAL

DESAFIOS DA PRÁTICA PASTORAL: Porque precisamos dessa disciplina


by Pr. Edvaldo Araújo de Sousa

Ministrar na igreja constitui-se o maior dos privilégios. Nada poderia ser mais
honroso ou ter maior significado eterno que servir ao nosso Senhor Jesus Cristo
em sua igreja. Mas o cumprimento desse privilégio e o desencargo dessa
responsabilidade exigem que a compreensão da igreja e de seus ministérios seja
correta e de acordo com a Palavra de Deus.
O pastoreio de animais é um trabalho semiprofissional. Nenhuma faculdade oferece
diploma de pastor. Não é um difícil; até um cão pode aprender a guardar um
rebanho de ovelhas. Até menino, Davi, por exemplo – apascentava as ovelhas de
seu pai.
Mas pastorear o “rebanho espiritual” não é tão simples. Os padrões e as exigências
são altos e difíceis de satisfazer (1 Timóteo 3:1-7). Exige um homem primeiro
chamado por Deus, íntegro, piedoso, dotado de muitas habilidades. Habilidades
que vocês terão oportunidade de aprender com seus líderes nessa disciplina.
Por isso, o objetivo desta disciplina – Prática Ministerial - é apresentar de maneira
prática os fundamentos da ação pastoral, com vistas a compreender que a ação
pastoral e a formação acadêmica são interdependentes, cuja relevância está
intimamente ligada no envolvimento diário
com aqueles que estão no “raio de alcance”
pastoral. Dando um entendimento prático
àqueles que compreendem e amam a igreja
do Senhor Jesus de tal modo que possam
servir esse “corpo” com sabedoria,
inteligência, desempenhando biblicamente
o ministério.
“E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com
ciência e com inteligência” (Jr. 3:15). Com essas palavras fortes do profeta
Jeremias, tendo-se a convicção de que o trabalho pastoral é uma questão de
vocação, e não de carreira. Enquanto na construção de uma carreira sempre há a
imagem de um profissional, na vida pastoral vocacionada sempre há a imagem
pastoral suscitada no salmo 23. A igreja atual está clamando por pastores, está
cansada de líderes, terapeutas e profissionais.
De forma que a necessidade dessa disciplina é essencial para a formação do
pastor, para a prática do ministério em nossas igrejas.
Um pastor que não foge para Társis, mas encara o desafio de permanecer fiel em
Nínive e a Nínive. É preciso compreender as surpresas da graça, por do Senhor
vem a salvação” (Jn. 2:9)
I - Títulos: Teologia Pastoral, Teologia Prática, Prática Ministerial

Teologia Prática, Teologia Ministerial… Nos séculos XVIII e XIX é que se


desenvolve a teologia pastoral ou “teologia aplicada”, sob influência do
iluminismo1. Em 1810 Friederich Schleiermacher 2 cria a cátedra de Teologia
Prática, na faculdade de Teologia na Universidade de Berlim. A terminologia que
tem prevalecido na teologia católica não distingue com suficiente clareza entre
pastoral e teologia pastoral; os dois termos são frequentemente utilizados como
sinônimos e seus significados podem até ser confundidos de fato. Mais
corretamente, no catolicismo “pastoral” indica o complexo de atividades
desenvolvidas na igreja para a consecução de seus próprios objetivos; “teologia
pastoral” indica a reflexão, criticamente fundamentada, sobre o acontecimento
pastoral. Na área protestante alemã percebe-se a distinção, pelo contrário, entre
teologia pastoral e teologia prática; “teologia pastoral” indica a reflexão sobre a
atitude do pastor em geral, a respeito de sua própria profissão e à ajuda prestada
ao incremento das aptidões pessoais do pastor (prudentia pastoralis), enquanto que
“teologia prática” designa a reflexão crítica sobre a tarefa eclesial. A proposta feita
recentemente no âmbito católico de se substituir a expressão “teologia pastoral” por
“teologia prática” se situa em correspondência ao deslocamento da reflexão sobre
a atividade do pastor na igreja para a reflexão sobre o agir da igreja em suas
dimensões.3 Para o pensamento das igrejas que surgiram a partir da Reforma do
século XVI, falar de “pastoral” tem significado, principalmente, referir-se à função
do pastor [no entanto] os reformadores do século XVI nunca falaram de “pastoral”,
quando muito, referiram-se ao ministério do pastor e sua ordem própria. É óbvio
que, com o correr do tempo, produziu-se no pensamento protestante uma redução
do conceito, que foi ficando limitado à pessoa (ou à figura, como se queira) do
ministro ordenado [...] esta tendência, fortemente arraigada no protestantismo, influi
fortemente para que a compreensão da pastoral siga focalizando a figura do
“pastor”.4

1
Movimento filosófico e literário do séc. XVIII, caracterizado por profunda crença no poder da razão
humana e da ciência como forças propulsoras do progresso da humanidade; ILUSTRAÇÃO;
FILOSOFIA DAS LUZES - Dicionário Aulete.
2
Friederich foi um Teólogo e Filosofo alemão.
3
PACOMIO, L et alli (orgs.). Diccionário teológico multidisciplinar. Salamanca: Sigueme, 1997, 2
volumes (vocábulo: Teologia Pastoral), p. 84
4
SANT’ANA, Julio de. Pelas trilhas do mundo, a serviço do Reino. São Bernardo do Campo: Imprensa
Metodista e Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, 1985, p. 31.
II - Entendendo o Ministério Pastoral na Bíblia

1. No Antigo Testamento:

Vê-se na história dos hebreus a criação de rebanhos de ovelhas. Quando Deus é


chamado de pastor faz-se menção ao cotidiano dos pastores que cuidavam,
guiavam e protegiam esses rebanhos. O salmo 23 retrata a excelência do pastoreio
divino por Israel. “O pastor é autoridade e solicitude, poder e carinho, vigor e ternura
...” (Ronaldo Sathler - Rosa citando Libanio, p.17).

“Ser pastor em Israel é ser fiel a vocação do povo. Daí que os dirigentes da nação
eram chamados pastores: Jeremias, por exemplo, critica os maus pastores de
Israel, culminando com um discurso através do qual foi fustigando, sucessivamente
a família real de Judá, aos reis Joacaz, Joaquim e Jeconias (cf. Jr 21.11 - 23.2)”
(Julio de Santa Ana, p.35).

Para Julio de Sant’Ana, a figura pastoral vetero–testamentário tem a ver com a


liderança política da época, pois esses tinham condições de guiar, proteger e cuidar
do povo ou rebanho. (Livro: Pelas Trilhas do Mundo a Caminho do Reino).

2. No Novo Testamento:

No novo pacto ou aliança Jesus Cristo é o Bom pastor. Toda sua vida é a atividade
pastoral. Ele é o modelo excelente e perfeito “A pessoa e prática de Jesus é modelo
por excelência do ministério da igreja e do ministério do pastor e da pastora”
(Ronaldo Sather-Rosa, p.29).

“O Objetivo central de toda ação pastoral é que Cristo seja formado, ou seja, que
Cristo permeie toda a vida das pessoas e seus múltiplos relacionamentos: com
Deus, com o próximo, com a natureza e com elas mesmas (cf João 10.10)”.
Ronaldo Sather-Rosa p.31 citando Bonhoeffer, 1955, p.55-78).

Não tem como entender o ministério pastoral na Bíblia sem refletir na atuação de
Iavé ( ‫ ) יְהו‬em Israel e de Cristo no mundo. Deus presente na história, cuidando do
seu rebanho.

a) Lendo Sobre o Dom

• “Ele mesmo concedeu uns para (...) pastores e mestres.” Ef 4.11


“Neste texto parece se referir a mesma função. Pastorear e ensinar são habilidades
que se sobrepõem, no entanto são distintas. Emissários (apóstolos) fundavam
congregações. Profetas falavam a palavra de Deus. Proclamadores das boas-
novas (evangelistas) comunicam as boas-novas de modo que as pessoas se voltem
do pecado e aceitam o perdão de Deus por intermédio do messias. Pastores
prosseguem a partir desse ponto, discipulando e aconselhando os crentes novos e
maduros para viverem a vida messiânica. Mestres comunicam e aplicam a verdade
bíblica. Nenhum deve se orgulhar quanto a sua posição, mas sim preparar o povo
de Deus, conforme explicado nos vv. 12-13”. (David H Stern, p.637.)

b) Vocação Pastoral
• Vocação é: chamamento, ato de convidar ou solicitar.

• Vocação Geral: Toda humanidade, de maneira indistinta, é convocada a


participar gratuitamente dos benefícios do Evangelho com base nos méritos da
morte de Cristo.

• Vocação Específico: Embora todos sejam convidados a usufruir dos meios da


graça, nem todos serão convidados a exercer o ministério da Palavra. É um
chamado que depende única e exclusivamente dos desígnios e da soberania
de Deus.5

c) Liderança Espiritual
• Liderança e serviço estão intimamente ligados na proposta bíblica espiritual.
Aqueles a qual Deus chama para o ministério da Palavra, i.é., Pastoral,
exercem liderança espiritual. Essa liderança é algo que de alguma maneira
relaciona-se com a vida e missão dos crentes. A ação dessa liderança muitas
vezes não está clara no meio evangélico, na maioria das vezes é relacionada
a administração, organização e preocupações institucional e não com a
palavra.

• Liderança terrena tem a ver com chefia, comando, representante de um grupo


de pessoas, aquele que exerce influência sob outros. Liderança espiritual tem
a ver com conduzir, guiar, orientar, influenciar, tudo com base na palavra de
Deus.

5
Definições de vocação extraído do Dicionário Teológico, p.289
III - Preparo Para Pastorear
• A necessidade de uma preparação a vocacionados é muito mais exigida hoje
do que antes. Dennis Bickers tratando sobre esse assunto afirma: “O ministério
é árduo. Os pastores de hoje se deparam com questões que seus
predecessores nunca enfrentaram: AIDS, cristãos divorciados, aborto,
problemas sociais, pandemias, violência entre jovens e distorção de valores
são apenas algumas das questões difíceis que devem ser tratadas pelos
pastores de hoje.”6

• “Fomos chamados para pastorear, para conduzir homens e mulheres a Cristo,


a se conformarem à imagem dele. Esta é a nossa tarefa, é para isso que nos
preparamos, estudamos e ministramos. Para ver pessoas sendo cada vez mais
semelhante ao filho de Deus, refletindo sua glória, sua humanidade perfeita”.7

• A igreja sempre teve a preocupação de ter pastores preparados na sua


edificação. Caso contrário não teríamos tantas orientações no Novo
Testamento dirigida exclusivamente a essas pessoas que pastoreiam.
Podemos afirmar que preparação é a exigência do Senhor (dono) da Igreja para
o pastor.

1. Preparo significa:
• Obedecer aos Princípios Bíblicos pastorais
• Manter a espiritualidade através da Oração, Leitura e Meditação bíblica.
• Cito aqui também leituras extras: livros e jornais.
• Estar contextualizado e atualizado.
• Estudar Teologia.

O estudo da teologia é o estudo sobre a palavra de Deus. O dom pastoral é o


ministério da palavra. Como sou ministro (servo) daquilo que não conheço? O que
vou falar daquilo que não estudei e não tenho conhecimento?

IV - Entendendo o pastorado e seus requisitos:

1. Qual o Significado do Termo

6
Extraído do livro Pastor e Profissional, p.61
7
Extraído do livro Nova Liderança, autor Ricardo Barbosa, p.102
“Pastor” tem sua origem no grego poimen (ποιμήν) cujo significado é simplesmente
“proteger”.8 Esta palavra se utiliza dezoito vezes no Novo Testamento, sendo:

• Oito vezes se usa para descrever o pastor de ovelhas (Mt 9:36; 25:32; Mc 6:34;
Lc 2:8, 20; J0 10:2).

• Sete vezes se usa simbolicamente para referir-se a Jesus (Mt 26:31; Mc 14.27;
Jo 10:11,12, 14,16).

• Uma vez aparece para descrever a nosso Senhor Grande Pastor das ovelhas
(Hb 13:20).

• Uma vez assinala Jesus como Pastor e Bispo de nossas almas (1 Pe 2:25).

O termo “pastor” se utilizou descritivamente para designar os líderes da


Igreja Primitiva, possivelmente pela primeira vez na igreja de Éfeso, ao final
do primeiro século.

2. Palavras do Novo Testamento relacionadas ao Ministério Pastoral


O Novo Testamento usa diversas palavras para descrever a dimensão e ocupação
do ministério pastoral.

a) Epískopos: Traduzida por “bispos”; a palavra indica a ação de vigiar e


supervisionar. Bispo, é um termo grego; outras referências desta palavra
aparecem em Fil. 1:1; 1 Tm 3:2; Tt 1:7; 1 Pe 2:25; At 1:20; 1 Tm 3:1 e 1 Pe
2.12, onde são traduzidas por bispado. Fundamentalmente “epískopos”
descreve o cuidado que se requer para desenvolver o ministério pastoral.

b) Presbíteros: Que significa “ancião”; é uma palavra semítica ou hebraica. Três


vezes se utiliza em Lc 22:66; Atos 22:5; 1 Tm 4:14. Aparece cerca de sessenta
e seis vezes no N T.9

c) Poimen: Significa “pastorear, apascentar e guardar”. Encontramos cerca de


vinte e nove referências no Novo Testamento.
Em Atos 20.17,28, se utilizam os três termos (Pastor, ancião e bispo) para
descrever o mesmo ministério.

8
Ralph Turnbull, Baker ‘s Handbook of Practical Theology (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House,
1967), pp 292-293
9
Veja Atos 6:12; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17. Além dos sessenta e seis usos do Novo Testamento,
doze deles aparecem no capítulo vinte em Atos e vinte nas epístolas.
3. O ministério e sua chamada
A chamada ao ministério pastoral se pode discernir e reconhecer internamente e
externamente.

• A chamada interna produz na pessoa uma inquietação física e enérgica para


participar do ministério de compartilhar a Palavra (1 Tm 3:1; 1 Co 9:16).

• A chamada externa se reconhece por parte da igreja local, dos familiares e


amizades, e por cumprir com as exigências mencionadas em 1 Tm 3:1-7; 2 Co
4:2; 6:3.

O verbo “chamar”, é um dos mais familiares que aparecem usados na Palavra de


Deus. Em sua variedade de formas, este verbo aparece mencionado por vinte e
quatro formas distintas no idioma Hebraico e Grego. O verbo grego “kaleo”, que
significa chamar, aparece utilizado cerca de sessenta vezes em todas as suas
variedades no Novo Testamento, “kaleo” é a palavra básica que inclui: (1) Nome;
(2) Direção; (3) Desígnio; (4) Convite e (5) Exigência legal.10

A chamada de Deus é uma chamada “seletiva”, “pessoal”, “individual” e “exclusiva”.

Observe At 13.2; e 1 Co 12.11,28. As Sagradas Escrituras nos apresentam uma


variedade de conceitos e propósitos que envolve a chamada: É uma chamada para
ter companheirismo com Cristo (1 Co 1:9); o companheirismo na Igreja de Cristo
(Cl. 3:15); à santidade (1 Pe 1:15-16; Rm 1:6,7); à liberdade (Gl 5:1,13); a fazer
parte do Real Sacerdócio (1 Pe 2:9,10); a testificar (1 Pe 2:9,10); a padecer (1 Pe
2:21); a nos gloriar (1 Pe 5:10); a herdar bênçãos (1 Pe 3:9).

4. Requisitos para exercer o ministério pastoral


O ofício pastoral antecipa um envolvimento adequado e um entendimento correto
que se baseia na Palavra de Deus. Os requisitos mencionados e estabelecidos na
Bíblia para desempenhar o ofício pastoral não são conceitos pré-escritos por
grupos denominacionais, antes são as normas que garantem que quem representa
a Deus também atue com Deus para honrá-lo e para cumprir a missão de Deus
neste mundo usando como veículo a igreja local. As passagens que mencionam
tais requisitos no Novo Testamento são: 1 Tm 3.1-7; 2 Tm 2.1- 13; Tt 1.5-9 e 1 Pe
5.1- 3; basicamente estas passagens descrevem e examinam o caráter, convicção,
capacidade e compromisso do ministro.

10
Walter Bauer, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 4th
rev. ed. pp 399-400
4.1 Lista dos requisitos

Aparecem mencionados em 1 Tm 3.2-7; Tt 1.6-9 e 1 Pe 5.1-3, sobre as quais


realizaremos uma reflexão e umas considerações:

1) “Irrepreensível” (1 Tm 3.2; Tt 1.6). Significa estar livre de qualquer ofensa


que possa ofuscar o caráter ou a conduta. Implica gozar de um bom
testemunho. Alguns observam que a palavra envolve uma limpeza moral e
espiritual.11

2) “Marido de uma só mulher” (1 Tm 3.2; Tt 1.6). Para o apóstolo Paulo, a


primeira área onde o ministro deve ser irrepreensível é na relação marital e
sexual.
Observe a sequência e a ênfase deste requisito nas outras
passagens: “Porque é necessário que o bispo seja irrepreensível,
marido de uma só mulher” (1 Tm 3.2), “Os diáconos sejam maridos
de uma só mulher” (1 Tm 3.12), “Nenhuma mulher deve ser inscrita
na lista de viúvas, a não ser que tenha mais de sessenta anos de
idade, tenha sido fiel a seu marido” (1 Tm 5:9), “E preciso que o
presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher” (Tt 1:6).

A preocupação do Apostolo Paulo tem a ver com o caráter moral do pastor.

3) “Sóbrio” (1 Tm 3.2; Tt 1.8). Implica ter domínio e controle de si mesmo, possuir


equilíbrio para discernir e julgar. Paulo adverte isto para evitar o perigo de
qualquer desordem pessoal que afete a conduta do indivíduo; também para
discernir uma pessoa estável emocional e espiritualmente.

4) “Prudente” (1 Tm 3.2; Tt 1.8). Indica também domínio próprio quanto a julgar


e ser discreto. Ser prudente significa ser sensível e capaz de manter o objetivo
e perspectiva quando se enfrentam os problemas e desacordos.

5) “Moderado” (1 Tm 3.2).Tem a ver com o respeito no proceder e na forma de


comportar-se do indivíduo. Está estreitamente ligado com a reputação e o
caráter do ministro.

6) “Hospitaleiro” (1 Tm 3.2; Tito 1.8). A hospitalidade é uma expressão evidente,


visível e tangível do amor e vida familiar do ministro. O Novo Testamento exorta
aos líderes da igreja a ser hospitaleiros. (1 Tm 3:2; Tt 1:8). Os pastores e
ministros da Igreja primitiva aceitaram este desafio. Examine as seguintes
passagens (Ex 22:21; Dt 10:19; Rm 12:13; Hb 13:2).

11
Alexander Strauch, Biblical Eldership, (Littleton, Colorado: Lewis and Roth Publishers,
1995), p. 189.
7) “Apto para ensinar” (1 Tm 3.2). O ensino da Palavra de Deus é um aspecto
prioritário do ministério pastoral. Temos que considerar três aspectos ou
ingredientes necessários para desempenhar o ensino: o conhecimento das
escrituras, capacidade para ensinar e capacidade para comunicar.

8) “Não dado ao vinho” (1 Tm 3.3, Tito 1.7). A linguagem do apóstolo Paulo


adverte sobre o perigo do consumo de bebidas fortes (considere Is 5:11; Pv
20:1; 23:30-35; Os 4:11). O pastor como líder espiritual deve conservar-se dono
de si mesmo, e não viciado em álcool.

9) “Não briguento” (1 Tm 3.3; Tito 1.7). A palavra descreve uma pessoa


dominada por um mau temperamento, irritável, fora de controle.

10) “Não ganancioso” (1 Tm 3.3; Tito 1.7). Observe as seguintes citações: lPe
5:2; Tt 1:7; 1 Tm 6:5; Tt 1:11; Lc 16:14; Mc 12:40; Mc 11:15-17. O ministro que
serve como pastor não deve descuidar o rebanho por ganância desonesta (1
Pe. 5:2).

11) “Amável” (1 Tm 3.3). A palavra descreve um caráter agradável e doce. A


amabilidade do ministro o capacita para escutar os demais e para saber como
responder e atuar ante as críticas sem tomar-se violento.

12) “Pacífico” (1 Tm 3.3). O grego utiliza uma palavra para apontar e descrever
uma conduta pacífica do ministro.

13) “Não avarento” (1 Tm 3.3). Refere-se ao desejo, ânsia e afã pelas riquezas e
pelos bens materiais. A avareza é um mal universal, contagia a maioria dos
homens. A avareza pode levar o indivíduo a desejar e possuir o alheio (tanto
coisas como pessoas). Observe as seguintes passagens que tratam sobre o
tema: Ex 20.17; is. 7.21; Dt 5.21; Pv 21.26; Rm 7.7-8; 1 Tm 6.10; Lc 12.15; Mc
7:22; Lc 12.15; Rm 1.29; 2 Co 9.5; Ef 4.19;5.3; Cl 3.5; 1 Ts 2.5; 2 Pe 2.3,14.

14) “Que governe bem sua própria casa, que tenha seus filhos em sujeição”
(1 Tm 3.4). Governar bem o lar inclui tanto a esposa, como os filhos e a casa.
Temos que levar em conta que a menção dos filhos no versículo quatro, se
refere aos filhos que estão ainda debaixo do cuidado do pastor em casa.

15) “Não neófito” (1 Tm 3.6). As Escrituras proíbem radicalmente ao «novo


convertido» de servir na posição de pastor, porque o novo crente recém se
inicia na fé.
16) “Que tenha bom testemunho” (1 Tm 3:7). O ministro que serve na qualidade
de pastor deve gozar de boa reputação. Observe as seguintes passagens: 1
Pe 2.12,15; 3.1,16; 1 Co 10.32; Fi 2.15; Cl 4.5,6; 1 Ts. 4.11,12; 1 Tm 2.1,2;
5.14; 6.1; Tt 2.5,8,10; 3.1-2.

4.2 A conduta a educação pastoral


O comportamento do ministro tem a ver com a ética. Esta palavra no idioma original
significa costume ou moral. A ênfase e ensino neo-testamentário sobre ética
pastoral exige que ministros devidamente qualificados, preencham os requisitos
morais e espirituais descritos em 1 Tm 3.1-7, e Tt 1.5-9 antes de desenvolver o
ministério pastoral. A ética pastoral observa o moral e pessoal do ministro.
Moralidade pessoal é uma expressão neutra que descreve a conduta, seja boa, má
ou regular. Observe as seguintes passagens que tratam com este assunto (1 Pe
2:5, 9; At 20:27; 1 Tm 3:4-5).

a) A educação e treinamento ministerial. Um dos propósitos determinantes do


treinamento e preparação acadêmica do pregador é a de expressar conceitos
coerentes e perfeitamente analisáveis.

b) Benefícios da educação e treinamento:

• Permitirá que o ministro saiba tratar adequadamente com a administração


da congregação.

• Reforçará o entendimento do ministério.

• Adestrará o ministro para reconhecer suas áreas de responsabilidades


ministeriais.

• Ajudará o ministro a balancear seu tempo para cumprir com suas


responsabilidades familiares (esposa e filhos).

• O ministro melhorará sua amizade e trato com os membros de sua igreja e


vizinhança “bairro” onde se desenvolve profissionalmente.

• Ampliará a capacidade do ministro para lidar com os diversos aspectos do


ministério eclesiástico.

• Permitirá que o ministro saiba comunicar efetiva e adequadamente na área


do ensino e da pregação. Para conseguir isso, se requer que o pregador
saiba escolher seu material cuidadosamente de modo que seja:
interessante, informativo, apropriado e convincente. É muito bom e efetivo
que o pastor, como expositor bíblico, se discipline em ensaiar sua
mensagem pelo método que Geler denomina “método extemporâneo”, o
qual nos diz:

Uma vez que temos preparado o esboço e reunido material


de apoio, pratiquemos a mensagem «falando-a», ou seja,
repassando em voz alta as idéias que queremos expor, até
que sejamos capazes de cristalizar nosso pensamento e
linguagem. Como primeiro passo, memorizemos o
pensamento central, assim como os pontos principais. 12

Geler amplia seu ponto de vista, ao dizer que é: 1) Importante a preparação mental;
2) A postura e ação corporal; 3) A voz e 4) A importância de evitar certos vícios e
cacoetes. Sobre cada uma destas observações nos oferece um resumo:

1) A preparação mental: Vejamos como fazer para ser mais atrativa nossa
exposição, cultivemos a ansiedade de falar do nosso tema.

2) Postura e ação corporal: Um bom orador demonstra seu entusiasmo e


consciência no
que está fazendo através de sua postura; adote uma postura direita e airosa,
mas não tensa, sempre olhe para o seu auditório.

3) Voz: Se contamos com uma voz rica e cheia de tonalidades, é seguro que
cativaremos o nosso auditório. Temos que cuidar com a claridade e a
audibilidade, sempre evitando a monotonia.

4) Vícios e cacoetes: Os cacoetes individuais revelam o nervosismo e outras


atitudes que atrapalham. Temos que evitar retorcer as mãos, dobrar papéis,
abotoar e desabotoar o paletó, colocar as mãos na cintura, colocar os dedos
polegares debaixo do cinto, olhar constantemente para o piso, cruzar os braços,
risos de nervoso, estalar os dedos, coçar as orelhas ou o nariz, mover-se de
um lado para o outro, caminhar em excesso, segurar constantemente o
prendedor de gravata, fazer soar as chaves ou as moedas, coçar-se, umedecer
os lábios com demasiada frequência, mover o olhar constantemente sem detê-
lo em nenhum lugar, brincar com um lápis, manter as pernas demasiado
separadas, ou demasiado juntas, alisar os cabelos repetidamente.

12
Orlando Geler, Sea un Bueno Orador (México: Editorial Pax, 1986), pp.22-23
O treinamento é um fator importante para o ministério pastoral, especialmente na
área da pregação. Se o pastor deseja causar impacto na apresentação de sua
mensagem, deve cuidar de sua educação. A preparação teológica ajudará o pastor
como expositor em áreas vitais:

a) Controle de suas emoções: tem a ver com a eliminação do temor ante o público
ao qual se apresenta.

b) Cuidado com sua dicção: isto o ajudará a evitar os defeitos que embaçam e
escurecem a voz.

c) Serenidade: isto o ajudará a manter sua mente alerta, lúcida e eficiente, para o
domínio de seu tema.

d) Domínio: para manter idéias brilhantes que cumprem o papel de embelezar a


apresentação de seu sermão.

e) Habilidade: para utilizar o humor como ferramenta eficaz para desarmar ao


público da hostilidade que lhe caracteriza. Esta habilidade lhe permitirá
introduzir-se amigavelmente a seu auditório. O pastor como pregador deve dar
prioridade a sua educação teológica para evitar ter que se apresentar com
desculpas por falta de preparação. Koller assinala: “Quando Felipe Brooks
ganhou a fama de ser um dos melhores pregadores do mundo, continuou
tomando lições de homilética”.

Vivemos em uma época de oportunidades para ampliar e progredir no campo da


preparação acadêmica. Não há desculpas para que um ministro que representa o
Reino de Deus na qualidade de embaixador se desculpe por falta de educação.

5. As responsabilidades do ministro
As áreas de maior responsabilidade do ministro têm a ver primeiramente com sua
igreja e comunidade, sua família e sua vida devocional. Nesta ordem podemos dizer
que é sumamente importante a administração interna eclesiástica e o impacto
comunitário. O apóstolo Paulo nos mostra a maneira como pôde ocupar-se e atuar
nestes dois aspectos porque os ministros representam ante a igreja e a comunidade
um sacerdócio real (1 Pe 2.5,9), são pregadores das boas notícias de salvação (Mc
1.15), soldados no exército do Senhor (2 Co 2.11; Ef 6.10-20), administradores da
casa de Deus (1 Tm 3.4,5), são os que capacitam os crentes para continuar a obra
de Deus (Ef 4:12), são pedras vivas no edifício de Deus (1 Pe 2.4), são os que
constantemente exortam aos crentes para que se ajudem uns aos outros. As igrejas
e as comunidades esperam ver realizados no ministro de Deus os ideais mais
elevados.

1) A responsabilidade do ministro ante sua família. Um ministro que não


pastoreia e não cuida de sua família, fracassará em sua efetividade e
credibilidade para guiar a congregação. A Palavra de Deus estabelece como
norma que o pastor deve “governar bem sua casa e ter a seus filhos em
sujeição” (1 Tm 3.4,5). Um ministro que descuida de sua família não pode ser
nem bom pastor, nem bom administrador das coisas de Deus. Supõe-se que
na ordem de prioridades quanto a nossas relações, Deus está em primeiro
lugar, a família em segundo, e o ministério em terceiro. Algumas medidas a
tomar para ajudar neste assunto são:

a) Depois de terminar as atividades do dia, trate de chegar à casa com uma


boa atitude.

b) Evite levar à sua casa os problemas com os quais tratou em seu escritório.

c) Aproveite os bons momentos com sua família, evite que outras ocupações o
impeçam de recrear-se com sua família.

d) Determine um dia da semana para dedicar-se a sua família.

e) Dedique tempo para estar com sua esposa. Pense em algumas maneiras de
criar um bom ambiente para dialogar e conviver.

f) Cultive a devoção familiar cada dia. Cada família deve utilizar o método que
produza melhores resultados.

g) Dedique tempo às crianças. Pratique algum esporte (ir pescar, nadar,


acampar, etc.). Acompanhe seus filhos aos eventos de importância (escola,
clubes, retiros, congressos juvenis, etc.)

2) A responsabilidade do ministro em sua vida devocional. O devocional tem


a ver com a relação pessoal, íntima e privada do pastor com o Senhor. Inclui a
leitura, a oração e intercessão como partes importantes do devocional do
ministro. Busque a dependência do Espírito, que tem a ver com o governo e
direção de Deus na vida.
6. O ministro e a pregação

1. Os ingredientes da pregação bíblica. Todo pastor deve saber que o recurso


principal que Deus utiliza para produzir crescimento na Igreja é a «pregação».
Em geral, as congregações mais crescentes são aquelas nas quais o pastor é
um comunicador eficiente da Palavra. Conseguir que um pastor seja efetivo na
pregação não se produz por acidente, senão que toma anos de preparação e
disciplina. Normalmente, os pastores eficientes na pregação se caracterizam
pelo seguinte:

1) Pregam biblicamente,

2) Pregam em termos que as pessoas possam entender,

3) O púlpito se caracteriza pela frescura da mensagem,

4) Apresentam mensagens práticas e relevantes com exemplos do diário viver,

5) Transmitem mensagens que produzem entusiasmo na congregação;

6) Apresentam mensagens que produzem decisões sólidas.

2. As demandas da pregação bíblica. A necessidade da exposição da Palavra


de Deus no ministério pastoral é urgente em nossos dias. Vivemos em tempos
em que muitos púlpitos carecem de autoridade devido a várias razões:

1) Descuido do pastor em dar importância à exposição da Palavra,

2) Apatia e indiferença à Palavra em si,

3) Falta de disciplina na elaboração de sermões contemporâneos e efetivos;

4) Desinteresse em cultivar um método de exposição sistemático da Palavra


de Deus. Hoje em dia se demanda renovação zelosa da boa exposição.

As congregações de hoje clamam por um avivamento espiritual, mas tal avivamento


não se fará realidade a não ser que se produza uma renovação significativa no
estudo da Palavra de Deus por parte dos pastores. Expor a Palavra de Deus com
clareza e precisão, é um imperativo para todo pastor. A opinião dos mais
experientes nos diz:

O pranto e clamor de pastores e líderes evangélicos no mundo de


língua latina é que precisamos edificar o Corpo de Cristo. A Igreja
está anêmica espiritualmente, o povo de Deus se sente impotente
ante as demandas atuais, a não ser que edifiquemos essas
congregações pregando-lhes expositivamente.13

13
Luis Palau, Como preparar sermões dinâmicos (Miami, Florida: Editorial Logoi, 1974), p. 23.
Elmer Town é dos que pensam que os pastores atuais, como nunca antes, devem
pôr maior atendimento à preparação de suas mensagens. 14 Ainda quando o
interesse pela pregação decaiu, as pessoas, no entanto estão dispostas a escutar.
O maior problema está no que transmite, e não no receptor. Tanto os pastores
como as congregações sabem que o momento que se vive na Comunidade Latina,
demanda uma mensagem dinâmica que mobilize as pessoas de seu “status quo”.

Uma mensagem que produza vigor, renovação e avivamento espiritual.

3) O significado da pregação. A palavra pregação, “kerussein”, utiliza-se ao


redor de sessenta vezes no Novo Testamento. Seu significado básico é o de
pregar, proclamar, “kerigma”, enfatiza o conteúdo do que se prega (Lc 11.32;
16.25; 1 Co 1.21; 2.4; 15.14; 2 Tm 4.17; Tt 1.3). Pregar é simplesmente falar e
é nesse sentido que a palavra grega “kaleo” se utiliza em At 11.19; 13.42; e
16.6.

3) Definindo conceitos:

1) Sermão: Define-se o sermão como o lugar de encontro da alma com Deus.


No entanto, a Real Academia Espanhola da Língua, define-o como discurso
cristão ou oração evangélica que se prega para o ensino da sã doutrina.
Outros dizem que o sermão é um discurso cristão feito para o púlpito. 15

2) Oratória: as palavras dirigidas sobre um tema determinado num auditório.

3) Pregação: é esse procedimento especial e único pelo qual Deus, por meio
de seus mensageiros escolhidos, penetra na família humana e encara as
pessoas com ele. A pregação é a ferramenta principal para a edificação da
Igreja. Robinson define a pregação dizendo: “A pregação é um processo
vivente que envolve a Deus, ao pregador, e à congregação”. 16

A melhor forma de provar a qualidade e efetividade da pregação pastoral, é sobre


a base do que acontece com as pessoas que a escutam. A pregação de João o
Batista, por exemplo, produziu tremendo resultado em seus ouvintes: “No dia
seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para
Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Aqueles dois discípulos
ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus”. (Jo 1:35-37).

14
Elmer Town, The Complete Book of Church Growth (Wheaton, Illinois: Tyndale Publishers, 1962), p24.
15
Mariano Velázquez, New Revised Velázquez Spanish and English Dictionary (Chicago: FoIlet Publishing
Company, 1962), p. 601.
16
Haddon Robinson, Biblical Preaching, (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1980), p. 19.
4) Comunicação: comunicar é compartilhar uma informação com o propósito de
afetar ao que ocupa o lugar de ouvinte.

No processo da comunicação, o pastor se envolve e enfrenta um mundo muito


complexo, por assim dizê-lo, enfrenta-se com quatro coisas elementares:

a) O pastor se enfrenta consigo mesmo na área de sua preparação e disciplina.


Deve recordar continuamente o que costumavam dizer os romanos: Orator
fit, non nascitur, que quer dizer “O pregador ou orador se faz, não nasce”. O
pastor deve estar bem preparado quando ocupa o púlpito para apresentar
seu tema ante a congregação que ministra.

b) Seu mundo: o mundo do pastor é o auditório com o qual se enfrenta cada


semana. Esse mundo é muito diverso, pois tem a ver com a experiência
cotidiana, a qual o leva às emoções, relações, avaliações, símbolos e
imaginações.

c) A ocasião: é esse fator vital que ajuda ao pastor a escolher cuidadosamente


o tema que desenvolverá. Isto o ajuda a manter harmonia com a mensagem
que tenta apresentar. O tema deve ser um que o pastor domine, e que esteja
de acordo com o volume de experiências e convicções pessoais.

d) A preparação: sua educação. Que tenha estudos cursados.

5) O ministro e a pregação expositiva. A pregação expositiva, deve ser motivo


de prioridade por parte dos pastores. Este método de expor as Escrituras
demanda do pastor energia, imaginação, talento, e sobretudo, completa
dependência e consagração ao Senhor. A pregação expositiva data pelo menos
desde os tempos de Esdras.

a) Definindo pregação expositiva:

• Para alguns, a pregação expositiva significa que a luz de qualquer


sermão obtém-se diretamente de uma passagem da Bíblia, geralmente a
mais de três versículos consecutivos. 17

• Na opinião de Jeff a pregação expositiva é a arte de abrir as Escrituras e


colocá-las, reproduzindo seu significado e espírito, de forma tal que
resulte revitalizada pela personalidade do pregador.18

17
Andrew Blackwood, Expository Preachingfor Today (New York: Abingdon-Cokesbury Press, 1952), p13.
18
H Jeff, The Art of Exposition (London: the Pilgrirn Press, 1952), p. 13.
• Mas, que significa exatamente pregar expositivamente? É dar um
tratamento consecutivo, aplicado a um livro ou passagem extensa das
Escrituras, no qual o pregador se concentra de coração e mente.

• Knott é dos que opina que «o sermão expositivo é um esforço para


explicar, ilustrar e aplicar as Escrituras à vida».19

Mas pregar é simplesmente declarar a graça de Deus a uma humanidade


necessitada. É singelamente comunicar a verdade divina, e isto é muito mais sério
do que possamos imaginar, pois demanda:

• Uma experiência vital entre a verdade que se prega e o pregador,

• Uma relação intrínseca com a Palavra de Deus e o pregador,

• Que a verdade de Deus se encarne na experiência cotidiana do expositor

A pregação é a comunicação verbal da verdade divina com o fim de persuadir.


Outros pensam que «a pregação expositiva, é o método de discurso no púlpito, que
consiste na interpretação consecutiva e a aplicação prática de algum livro do
cânon”.20

Podemos dizer categoricamente que todo sermão expositivo é aquele cujo tema se
desprende do texto que se analisa, e que se desenvolve com uma interpretação
correta. É uma explicação que trata com o centro da passagem, o primordial e o
básico. Não se interessa no superficial nem nos detalhes excessivos.

Scroggie diz: “Quando o púlpito retomar a erudita e apaixonada pregação


expositiva, os bancos dos templos se encherão de novo”.21

O sermão expositivo consiste em apresentar uma passagem das Escrituras,


expondo-o, aplicando-o e persuadindo. Robinson escreve: “A pregação de um
conceito bíblico depende do estudo gramático histórico de certa passagem dentro
de seu contexto, e que o Espírito Santo provavelmente fez da passagem uma parte
vital na pessoa do pregador, e que através do pregador o aplica acertadamente na
experiência da congregação”. 22

19
Harold Knott, How to Prepare an Expository Sermon (Cincinatti, Ohio: The Standard Publishing
Company), p.11.
20
William Taylor, The Ministry of the Word (London: Nelson and Sons, Publishing, 1876), p115.
21
Graham Scroggie, Pregação expositiva (El Passo, Texas: Casa Bautista de Publicaciones, 1982), p33.
22
Robinson, p.20.
Este conceito estabelece a prioridade por parte do pastor, não só de disciplinar-se
no método para elaborar o sermão expositivo, senão na necessidade vital de
depender do Espírito Santo.

Que constitui fundamentalmente o sermão expositivo? Robinson amplia e sustenta:


“A passagem governa o sermão. O expositor comunica um conceito, o conceito se
origina no texto; o conceito é aplicado à vida e experiência do expositor: o conceito
é aplicado aos ouvintes”.23
Processo do sermão expositivo: Que deve fazer um pastor para iniciar-se na
elaboração do sermão expositivo? Por onde deve começar? Há cinco passos
básicos que devem considerar-se:

1) A mensagem deve desprender-se diretamente de uma passagem das


Sagradas Escrituras.

2) Ter em conta a gramática e a história, e aplicar uma interpretação literal.

3) Ter em conta três coisas fundamentais:


a) Que todo sermão esteja composto por um elemento que denominaremos
“ethos”.24 Implica a credibilidade do pregador. O pregador se examina
a si mesmo para ver se está com Deus. Este elemento caracteriza sua
relação pessoal e confidencial com Deus.
b) Que todo sermão deve estar integrado por um segundo elemento que
chamaremos “logos». Originalmente significa «razão». Implica que toda
mensagem deve ter uma razão, lógica e propósito.
c) Que todo sermão deve estar iluminado por um terceiro elemento que
chamaremos, “pathos”. Significa que o pregador ilustra vividamente sua
mensagem com uma situação real de sua vida.

4) O expositor deve pensar na importância da exegese. Isto o ocupará na


investigação e busca do significado do escrito bíblico.

5) O expositor deve levar em conta perguntas fundamentais que o ajudarão na


preparação: Que significa esta passagem? E verdade? Como a aplico?

Vantagens do sermão expositivo. Que vantagens oferece a um pastor e sua


congregação o disciplinar-se em pregar expositivamente? Qual benefício oferece o

23
Ibid, pp. 20-26.
24
Ethosse origina na retórica clássica, e se refere à credibilidade do pregador. Num pregador, “ethos” é a
opinião que o auditório forma do pregador “ethos”, tem duas dimensões: 1) a capacidade do pregador e 2) o
caráter do pregador.
método expositivo de pregação em relação aos outros métodos? Este escritor
descobriu dezoito vantagens para o pastor e sua congregação:
1) Redescobre a Bíblia.
2) Oferece maior crescimento no conhecimento da Palavra de Deus.
3) Salva o pregador de cair na rotina semanal.
4) Ajuda o pregador a expor temas interessantes.
5) Desperta interesse no estudo das Escrituras.
6) Alimenta a congregação e o pregador.
7) Especializa-se em tratar de toda a Bíblia e não só de uma parte.
8) Trata os problemas existentes por si mesmo sem ter o pastor que se envolver
neles.
9) Livra o pastor do desespero semanal do que tem que pregar.
10) Livra o pastor de cair em heresias.
11) Produz lealdade à Bíblia.
12) Dá significado à Palavra de
13) Os recursos se fazem inesgotáveis.
14) Provê autoridade e poder ao pastor.
15) Produz maturidade espiritual.
16) Elimina as deficiências.
17) Livra o pastor de pregar temas favoritos.
18) Produz conversões sólidas.

Estrutura do sermão expositivo. A estrutura do sermão expositivo é o esqueleto


de nossa investigação e discussão. A estrutura ou esquema é a síntese
hierarquizada de conceitos sobre o conjunto de conhecimentos que temos em
relação ao tema. A estrutura de um sermão compõe-se em geral das seguintes
partes: 1) Introdução, 2) Tema, 3) Discussão do tema com suas divisões, e 4) A
conclusão.
1) A Introdução: Deve ser a parte mais lida do sermão. Demanda uma
elaboração cuidadosa. A introdução tenta obter a atenção do público,
despertar interesse, e sobretudo estabelecer e acelerar o tema central. Para
que a introdução cause impacto, faz-se imprescindível que seja: breve,
interessante e apropriada. Isto em geral se consegue por meio da narração
de um episódio, ou simplesmente um fato da atualidade.
2) O Tema: Desprende-se da passagem que estudamos. Surge da
investigação que se faz do texto escolhido. Um sermão é como uma
pequena tese que tentamos discutir e demonstrar. Portanto, seu tema é o
produto de uma análise e investigação de uma porção dada nas Escrituras.
A investigação em si mesma pode ser:
a) Descritiva: esta abrange temas gerais;
b) Analítica: Considera temas periódicos, e
c) Previsiva: considera temas concretos.
Os passos essenciais para chegar ao tema são: Eleição da passagem,
investigação, proposta do problema, realizar perguntas vitais.
Resumindo podemos dizer que o tema deve ser dominado pelo pastor, é o
resultado de uma idéia, é como uma pequena tese. É o resultado de uma análise
ou investigação que propõe o esquema ou esboço.

3) A discussão ou corpo do sermão: contém as divisões e pontos básicos


sobressalentes. Aqui se elabora e se discute a idéia principal e central do tema.
A divisão ou corpo do sermão nos ajuda a manter a unidade do mesmo, a
harmonia, a clareza e a progressão.

4) A conclusão: é o climáx do mesmo. E importante ter em conta como concluir


um sermão. Algumas recomendações podem ser: utilizar um episódio, resumir
as divisões, formular perguntas e fazer uma oração.

6. O ministro interpretando a Bíblia. Um bom pregador sabe tratar corretamente


a interpretação das passagens bíblicas. A ciência da interpretação 25 tem duas
grandes divisões:
a) A geral: Põe sua atenção na totalidade da Bíblia.
b) A especial: Põe sua atenção em certas partes especiais e específicas.
O pastor como pregador, precisa familiarizar-se com certos princípios básicos e
indispensáveis que todo intérprete da Bíblia deve levar cm conta ao preparar seus
sermões e estudos. Eles são:
• Iluminação espiritual: Implica que o intérprete deve ser uma pessoa
regenerada pelo Espírito Santo para poder entender e interpretar
corretamente as Escrituras (Jo3:l-8; At8:34; 1 Co 2:14).

25
Hermenêutica, ou ciência da interpretação, significa “interpretar, expor, explicar”.
• Prioridade aos idiomas originais: O intérprete deve procurar no estudo do
texto sagrado, dar prioridade ao significado de qualquer cláusula em sua
forma original.
• Interpretação cultural: Cada parte das Escrituras deve ser interpretada
culturalmente, cada estado da revelação precisa interpretar-se dentro de sua
cultura. Exemplo disto temos no caso da história de Boaz e Rute. 26
• O Novo Testamento interpreta o Antigo Testamento: Este princípio é
sumamente importante em nosso trato com as Escrituras. Os princípios do
Antigo Testamento são eternos, mas sua aplicação ou administração são de
caráter temporário, e devem ser interpretados à luz do Novo Testamento.
• As Epístolas interpretam os Evangelhos. (Jo 16:12,13).
• As passagens sistemáticas interpretam os incidentes.
• As passagens didáticas interpretam as simbólicas. Observe a passagem de
Ex 17:6 e Nm 20:11 interpretados por 1 Co 10:4.
• As passagens universais interpretam as locais. Observe o caso de disciplina
local aplicado em At 5. A disciplina neste caso se aplicou nestes termos mas
não para estabelecer uma norma universal em cada caso de disciplina.
• A Escritura interpreta a Escritura: Este foi o princípio que caracterizou os
reformadores. O melhor comentário da Bíblia é a Bíblia mesma.
• Levar em conta a perspectiva e momento histórico: Toda passagem deve
ser interpretada à luz da profundidade histórica que a acompanha.
• Construção: O exegeta bíblico deve pôr atendimento estrito à linguagem e
às palavras utilizadas numa passagem que se estuda. Quando falamos de
observar as palavras, Lund opina: “Os escritores das Sagradas Escrituras
escreveram, naturalmente, com o objetivo de fazer-se compreender,
portanto, tiveram de valer-se de palavras conhecidas que usaram em seu
sentido correto”.27

Ampliando seu enfoque, o mesmo autor faz o seguinte resumo:

“É preciso, quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido


usual e ordinário. É necessário tomar as palavras no sentido que
indica o conjunto da frase. É necessário tomar as palavras no
sentido que indica o contexto, a saber: Os versículos que precedem
e seguem ao texto que se estuda. É preciso levar em consideração

26
Note a distinção cultural da época. Nos dias de Boaz e Ruth, um contrato se garantia por meio da entrega
de um sapato (Rt 4:7). Hoje não sucede assim.
27
E. Lund. Hermenêutica (Miami, Florida: Editorial Vida. 1975), pp. 3 1-80
o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as
palavras ou expressões obscuras”.28

Por sua vez, o Dr. Pentecost adiciona: “Toda exegese ortodoxa necessariamente
deve começar com uma interpretação das palavras mesmas”. 29

O mesmo escritor enfatiza certas regras que devem ser observadas ao tratar com
palavras e nos diz que devemos estar seguros:
a) Do uso local ou noção das pessoas que falaram essa língua;
b) Que o significado de uma palavra deve ser mantido a não ser que por razões
necessárias e de importância deva ser abandonado ou omitido;
c) Onde uma palavra tenha vários significados em seu uso comum, deve
selecionar-se aquele que melhor se ajuste à passagem em questão e do que
seja consequente com o caráter, os sentimentos e a situação conhecida do
escritor;
d) Ainda que a força de algumas palavras em particular, só possam derivar-se
da etimologia, no entanto não deve dar-se demasiada confiança nessa
ciência frequentemente incerta. 30 Realmente as palavras devem ser
estudadas desde três pontos de vista: etimologicamente, comparativamente
e culturalmente.

• Contexto: Este princípio requer que os versículos anteriores e posteriores se


levem em consideração. O contexto é esse princípio por meio do qual Deus nos
da a luz sobre um tema por meio de uma passagem remota ou próxima que
trata o mesmo tema. Por isto é importante estudar cada versículo à luz de seu
contexto. Isto se faz ao considerar quatro áreas:
a) A raiz do texto.
b) O contexto dispensacional;
c) O argumento do livro onde ocorre a passagem;
d) O contexto imediato.

• Entendimento: este princípio estabelece insistentemente que todos os


versículos relacionados a um tema em particular devem ser considerados antes
de se formular doutrinas
• Comparação: demanda que toda passagem paralela ou relativa seja
comparada.

28
Ibid., pp.31-8O.
29
Dwight Pentecost, Eventos del Porvernir (Maracaibo, Venezuela: Editorial Libertador, 1977), p. 27.
30
Ibid., pp. 26-27
• Contraste: convida o intérprete a estabelecer uma consideração às coisas que
superficialmente aparentam ser iguais, mas que são diferentes.
• Continuidade: exige observar e notar o plano de Deus através das idades nas
diversas partes das Bíblia.
• Cristo: recorda-nos que Cristo é a clave e a chave para interpretar corretamente
as Escrituras.
O pastor como pessoa dedicada ao estudo da Palavra de Deus deve familiarizar-
se com as figuras retóricas: símil, metáfora, metonímia, sinédoque, ironia,
hipérbole, apóstrofe, personificação, fábula, tipo, símbolo, parábolas e profecia.

7. O ministro como mestre


A importância do pastor como mestre é sumamente essencial, pois tem a ver com
a habilidade do ministro para ensinar e instruir a congregação. A Palavra de Deus
dá preferência ao ministério do ensino ministerial. Um dos requisitos básicos para
ocupar a posição do pastorado tem a ver com sua capacidade de ensinar. Este
elemento do ensino se registra na carta aos Efésios, onde pastorear e ensinar se
refere ao mesmo.31
Temos que deixar bem claro que nem todo mestre é pastor, mas que todo pastor
deve ser um mestre. As epistolas pastorais fazem referência a três áreas de
ocupação ministerial a saber: leitura, exortação e ensino (1 Tm 4.13) para
desenvolver o ministério pastoral.
Outra passagem importante que assinala este aspecto ministerial aparece em 2 Tm
1.11. O pastor como mestre deve criar e desenvolver seu próprio método de
instrução. “Método” no original grego significa via de acesso, caminho. Requer-se
que o pastor como mestre cultive uma metodologia orientada e adaptada à
exposição prática das Escrituras. Os pastores devem dar preferência ao método
indutivo de ensino bíblico, pela forma em que se acerca e analisa o texto sagrado.
Para que o método de ensino pastoral seja efetivo, deve tentar a variedade, 32 que
seja específico, ilustrado com ajudas visuais.33
Quando falamos de metodologia e variedade de métodos, queremos acentuar a
sistematização que regula tanto o pastor como o aluno. Existem métodos de ensino
muito vantajosos para ajudar na consulta e verificação do tema que se estuda. O

31
Em Ef 4:11 a “e” que aparece em nossa versão não aparece não texto original. De maneira que a melhor
leitura do texto é: “pastor-mestre”.
32
Hb 1:1 nos mostra o interesse de Deus em utilizar variedade de métodos para comunicar sua mensagem.
Observe Jó 33.14 e Os 12.10.
33
Observe como as seguintes passagens ilustram o ensino: Mt l8.2; Ez 3.1; 4.1-4; 5.1-4; Am 7.7-9 e Tg 5.17
pastor deve evitar converter-se num autocrata34 quando ensina, pois, esta atitude
cria desvantagem no aluno ao fomentar por um lado a indiferença e desânimo para
a aprendizagem e por outro lado fomenta a dependência. O mestre deve ser:
1) Benevolente; isto é, amável e cordial;
2) Democrático: é o que todo aluno deseja porque se trata os mesmos como
colaboradores e permite que compartilhem seus critérios e decisões.

7.1 O ministro ensinando objetivamente: O ensino com objetivos consta de três


aspectos:

a) Uma explicação, para transmitir aos discípulos os planos e metas da igreja em


termos precisos. Este aspecto é muito importante para toda organização que
deseja a participação de todo o grupo;
b) Uma definição para guiar os discípulos a fixar e estabelecer objetivos;
c) Uma adaptação prática do ensino dado.

O pastor como mestre analisa e pensa em quatro perguntas essenciais:


• Que ensinar? 1 Tm 1.3; 4.6, 11,13; 6.3; 2 Tm 2.2; Tt 2.7
• Como ensinar? Individual e coletivamente.
• Quando ensinar? Geralmente fixando o dia, a hora e o lugar.
• A quem ensinar? 2 Tm 2.2 menciona pessoas que sejam idôneas. Esta
palavra
idônea “ikanoi”, tem a idéia de tratar com alguém competente
intelectualmente, suficiente e disposto. Uma pessoa com potencial. Para
tratar com cada uma destas quatro perguntas essenciais, o pastor deve
desenvolver uma metodologia balanceada, funcional e que responda às
necessidades da congregação.

8. O ministro aconselhando e oficiando cerimônias civis e religiosas

8.1 Que é aconselhar?

Aconselhar é um processo contínuo que demanda motivação, discrição e interesse


por parte do conselheiro para que as pessoas tomem decisões corretas. O
aconselhamento cristão encontra sua base na Palavra de Deus. Para aconselhar

34
O autocrata é o mestre que ensina e exerce o controle total de idéias e tem o poder absoluto sobre seus
discípulos. Não permite que o aluno expresse suas próprias idéias.
efetivamente é importante manter presente que o aconselhamento é um dos
trabalhos exclusivos do Espírito Santo.
Ao aconselhar se tratam com áreas vitais da pessoa como são: o intelecto, as
emoções, a sensibilidade, a vontade, a confissão, a conduta e toda a personalidade
do indivíduo. O ministério do aconselhamento demanda que o conselheiro saiba
discernir, escutar e responder, esclarecer e interpretar, conduzir e dirigir as pessoas
para tomar decisões corretas. Um bom conselheiro é aquele que:
1) Não se escandaliza com o que escuta;
2) Não pressiona nem apressa o aconselhado para tratar seu assunto;
3) Não se apressa a corrigir sem antes analisar a situação;
4) Não divulga as coisas que lhe são confiadas;
5) Ora enquanto escuta o problema que se propõe;
6) Mantém uma boa ética profissional.
O ministro como conselheiro descobrirá que as áreas que lhe tomarão a maior parte
de seu tempo têm a que ver com problemas de: divórcios, depressão, suicídio,
infidelidade, lesbianismo e homossexualidade, vícios, abuso de menores, sodomia,
gravidez de menores, abortos, alcoolismo, etc. Para isto, o ministro deve preparar-
se em oração e recorrer à autoridade da Palavra de Deus. Nela encontramos
conselhos e recursos incomparáveis: salmos de confiança, passagens que tratam
com sofrimentos, culpabilidade, velhice, insônia, temores, ansiedades, desespero,
desânimo, etc. (Leia Sl 23, 27, 46, 91, Rm 8.38-39).

8.2 O pastor oficiando cerimônias civis:

8.2.1 Casamentos:

O casamento foi a primeira instituição criada, ordenada e aprovada por Deus (Gn
1-2). Como tal, tem como objetivo três coisas:
a) Resolver o problema da solidão;
b) Promover a união e ajuda dos cônjuges (Gn 2:18);
c) Motivar a propagação da raça.
O casamento é uma cerimônia que serve para ilustrar o amor de Cristo por sua
Igreja, por esta razão, é imprescindível que o pastor aconselhe o casal que deseja
casar-se sobre a seriedade dos votos que se fazem ao contrair casamento. As
cerimônias nupciais proveem uma oportunidade única para a proclamação do
evangelho e a evangelização dos não crentes. Para evitar confusão e problemas
de caráter legal, é sumamente importante que o pastor conheça os procedimentos
estabelecidos pela lei e todo tipo de arranjos pertinentes a um casamento. Para
evitar o imprevisto e o desagradável, o pastor deve levar em conta o seguinte:

1) O Pastor deve pesquisar as leis da localidade onde se realizará a união


matrimonial (certificados, licença, exames médicos). Cada nação e região
diferem em leis e procedimentos. Não levar isto em conta poderia atrapalhar e
ainda impedir a ponto de anular a união matrimonial. O casamento é uma
instituição civil bem como religiosa e, portanto, sujeita aos regulamentos legais.

2) A cerimônia nupcial deve buscar a adoração e louvor a Deus. Para oficiar um


casamento é importante que o ministro se assegure de que existe:
a) O consentimento livre e mútuo da vontade do casal para unir suas vidas nos
laços sagrados do casamento;
b) A permissão dos pais dos cônjuges (Gn 21:1; 34:4-6; 38:6; Js 15:16; 1 Sm
17:25; 18:20-27);
c) A participação de testemunhas (Gn 29:25,26; 34:12);
d) A realização ou consumação do casamento por meio da união física dos
cônjuges (Gn 2:24).

A ordem da cerimônia é muito variada, no entanto se devem tomar certas medidas


que têm a ver com a mesma:
a) Em primeiro lugar, a entrada dos noivos no templo;
b) Chamado à adoração: Aclaração do significado do casamento no sermão
pastoral e os votos do casal. Estes votos são realmente a parte especial da
cerimônia porque por meio deles os cônjuges proclamam e prometem, ante
Deus e a comunidade, seu amor e fidelidade na união. O pastor deve
aproveitar a oportunidade para aclarar e enfatizar a diferença que existe
entre os votos e o contrato matrimonial. Os votos se fazem diante de Deus
e da congregação, o contrato ou “certificado” se faz diante das autoridades
civis e legais.
c) O sermão deve buscar provocar uma reflexão adequada dos presentes por
meio do evangelho de salvação. Algumas passagens que se utilizam com
frequência para estes casos são: Ef 5; Cl 3, 1 Ts 4 e Hb 13.
d) Exposição e aclaração do simbolismo dos objetos que se entregam aos
noivos durante a cerimônia (anéis, cálices, velas, Bíblia).
e) O pronunciamento oficial do ministro no qual os cônjuges se declaram
esposos.
f) A bênção: faz-se por meio de uma oração dedicando o casal e pedindo a
bênção de Deus sobre eles.

3) Funerais:

A presença e assistência pastoral em casos de falecimento é profunda e vital para


a família enlutada. A assistência do ministro servirá para garantir a boa organização
e planejamento do serviço fúnebre. Os pastores devem sempre ter alguns sermões
preparados para estes casos. O ministro deve coordenar e estar atento aos
procedimentos antes, durante e depois do serviço fúnebre. E importante coordenar
a música especial levando em consideração o lugar ou lugares do serviço (templo,
cemitério, casa). O sermão deve conter certos elementos indispensáveis: a) breve,
b) prático, c) singelo, d) desafiante e e) iluminador, que vise o benefício dos vivos
por meio de acentuar a brevidade da vida e que proclame o poder da morte e a
esperança na ressurreição de Jesus Cristo.

4) A administração das ordenanças:

Na Igreja, os ritos exteriores que Cristo instituiu para serem administrados,


representam símbolos visíveis da realidade do poder do evangelho. A Igreja
Evangélica administra duas ordenanças: 1º) o Batismo e 2º) a Ceia do Senhor.

a) O Batismo. A palavra grega quer dizer “submergir”. Esta palavra aparece


empregada no Novo Testamento mais de cem vezes, O batismo é uma
cerimônia especial divinamente ordenada. O batismo simboliza várias coisas:
a) A união do crente com Cristo em sua morte e ressurreição; b) A confissão
pública de Cristo como Salvador, e c) A identificação do crente com seu
Salvador. O ensino e a ênfase da Palavra de Deus sobre o batismo são:
• Representa uma resposta genuína de fé à mensagem do evangelho (At 2.38;
8.16; 10.48; 19.5; Rm 6.3; Mt28.19);
• Administra-se por imersão em água acompanhada da fórmula Trinitária “no
Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”;
• Representa a obra de perdão e regeneração que Deus outorga;
• É um ato de fé, em obediência à Palavra de Deus. Os cultos de batismos
devem aproveitar-se para evangelizar e chamar pessoas ao
arrependimento.
b) A Ceia do Senhor. É outra ordenança estabelecida pelo Senhor Jesus Cristo.
Tem a ver com a consagração do pão e do vinho que simbolicamente
representam o corpo e o sangue de Jesus Cristo. A Ceia do Senhor enfatiza e
acentua sua Segunda Vinda. Os primeiros cristãos celebravam a Ceia
implorando o pronto regresso do Senhor “Maranatha” (1 Co 16:22).

Diversas são as interpretações do significado da Ceia do Senhor. Quatro


interpretações principais quanto ao significado da Ceia do Senhor se mantiveram
na história da Igreja:

1) Transubstanciação: É a posição do Catolicismo Romano. É a ideia de que


os elementos, pão e vinho, mudam de substância e se transformam em
carne, sangue e divindade de Cristo na hora da consagração dos elementos.

2) Consubstanciação: É a posição dos Luteranos: É a ideia de que Cristo está


presente fisicamente nos elementos pão e vinho.

3) Memorial: É a posição de Zwuinglio. É a ideia de que a Ceia é a apenas um


memorial, ou seja, uma recordação da morte de Cristo. Posição dos Batistas.

4) Meio da Graça: É a posição calvinista. É a ideia de que Cristo está presente


espiritualmente na Ceia, como alimento para nossa alma. Portanto, é um
meio de graça. Posição dos Presbiterianos.

9. O ministro entendendo o ministério da Igreja

9.1 O ministério da Igreja


A palavra grega “ecclesía” que se traduz por “Igreja”, significa simplesmente
“chamar fora”. Aplicava-se o termo para designar qualquer assembléia onde se
faziam discussões. Um estudo da palavra “ecclesía” no Novo Testamento
demonstra que a mesma não aparece empregada em Marcos, Lucas, João, II
Timóteo, I e II Pedro, I e II João, nem na carta de Judas. 35 De maneira particular,
emprega-se no livro dos Atos nas seguintes passagens: 2.47; 5.11; 7.38; 8.1;3;
9.31.36 O termo hebreu equivalente a “ecclesía” é “qahal”, que se traduz por
congregação. A diferença básica no uso da palavra entre o mundo secular e o
mundo cristão consistia em que os cristãos adicionavam o uso de “ecclesía”, a
afirmação de que era de Deus ou de Cristo. 37 A palavra “ecclesía” aparece
aproximadamente cem vezes na versão dos setenta. Barclay opina:

35
Gerhard Kittel, Theologicai Dictionary of The New Testament (Grand Rapids, Michigan: Eerdmans
Publishing Company, 1982), p504.
36
Ibid., p. 504
37
Ibid., p. 513
“Na Septuaginta, ecclesía traduz a palavra hebréia qahal, que
provém de uma raiz que também significa “convocar”.
Normalmente, é usada para significar a “assembléia” ou
“congregação” do povo de Israel”.38

Declarações explícitas em relação à doutrina da Igreja aparecem nas epístolas aos


Efésios e Colossenses.39 “A Igreja, o Corpo de Cristo”, e “Cristo a Cabeça do
Corpo”. A primeira vez que aparece esta palavra no Novo Testamento, foi utilizada
pelo Senhor Jesus Cristo em Mt 16:18: “E eu também te digo, que tu és Pedro, e
sobre esta rocha edificarei minha Igreja; e as portas do Hades no prevalecerão
contra ela”.

9.2 . Três referencias da Igreja


No Novo Testamento, as referências às Igrejas são de três classes:

1) A Igreja invisível: É a que integram todos os crentes em Cristo, sejam vivos


ou mortos (Ef 1:22,23; 5:23,25-27);

2) A Igreja universal: Inclui todos os crentes em Cristo que vivem no mundo


(At 8.3; 9:31);

3) A Igreja visível local: Representa a comunhão de crentes em Cristo que se


reúnem num lugar específico para adorar ao Senhor (At 13:1, 1 Co 1:2; 2 Co
1:1; Fl 1:1). Para ter um ministério pastoral efetivo, é necessário que tanto o
pastor como a congregação conheçam o que ensina a Palavra de Deus
quanto à igreja e seu propósito e missão

9.3 . Propósito e missão da Igreja


Todo pastor deve saber que o propósito e razão de ser da Igreja Cristã é tríplice:

1) A igreja existe para que em sua missão possa oferecer a Deus a Glória
e o Louvor (Ef. 1:6; 2:7);

2) A igreja existe para que cumpra a missão de anunciar o Senhorio de


Jesus Cristo (1 Tm 3:15);

3) A igreja existe para que, no cumprimento de sua missão, possa ser


instrumento de salvação e esperança para o homem pecador (1 Co 4:1;
2 Co 5:19)

38
William Barclay, Palabras Griegas del Nuevo Testamento (El Passo, Texas: Casa Bautista de Publicaciones,
1977), p54. O autor cita as seguintes passagens onde ocorre a palavra (Dt 18.16; Jz 20.2; 1 Rs 8.14; Lv 10.17;
Nm 1.16).
39
Ef 1.22, 23, Cl .118.
O desafio pastoral é mobilizar a igreja para persuadir os homens que se convertam
em discípulos e membros responsáveis da igreja. Sob o ministério pastoral
apostólico, o livro de Atos nos mostra com luxo de detalhes a expansão agressiva,
efetiva e dinâmica da igreja. Apesar da crise e da perseguição a que foi submetida,
a igreja manteve a efetividade de seu ministério. Em At 1.1-7:60, encontramos a
igreja estabelecida por uns anos em Jerusalém; em At 8.1-12:25, observamos que
o avanço chega a impactar em Judéia e Samaria; e em At 13.1 - 28:31,
encontramos a igreja expandida por todas as partes. A efetividade do ministério
pastoral apostólico, sob a dependência do Espírito Santo, consegue manter um
crescimento consistente e ascendente. Lucas lhe dá bastante importância ao
observar minuciosamente o crescimento numérico.

9.4 . Ministério pastoral efetivo


Quando observamos o ministério pastoral da Igreja primitiva segundo o livro dos
Atos, como era esta Igreja? Que tipo de ministério pastoral se desenvolveu nela?
Qual foi o estilo de vida de seus membros? Que métodos e princípios podemos
aprender com ela para um ministério pastoral efetivo? São aplicáveis esses
princípios a nossa época? Observamos:
1) Foi uma Igreja que manteve a unidade (At 1:4, 14; 2:1,44,46; 3:1)
2) Foi uma Igreja que manteve a unanimidade (At 1:14;
2:1,2,4,12,43,44,45,46,47; 4:24,32; 5:12; 8:6).
3) Foi uma Igreja consistente (At 1:14; 2: 42,46).
4) Uma Igreja que praticava o ministério da oração (At 1:14; 2:42; 3:1; 4:24-
31; 12:5, 12; 13:3).
5) Uma Igreja com uma liderança pastoral efetiva (At 1:15-9:43 com Pedro;
At 3:1,3,4; 4:13; 8:14 com João; At 9:20-28 com Paulo; At 6:8-7:60 com
Estevão; At 8:4-40 com Felipe; At 13:2 com Barnabé)
6) Uma Igreja com uma mensagem cristocêntrica.
7) Uma Igreja controlada pelo Espírito Santo (At 1:8; 2:4; 4:8, 31; 11:24;
13:2).
8) Uma Igreja respeitada por sua comunidade (At 2:43).
9) Uma Igreja identificada com o povo (At 2:47).
10) Uma Igreja de impacto na comunidade (At 2:7, 12; 3:11; 4:13,14; 5:11;
12:16).
11) Uma Igreja que manteve a unidade (At 1:4,14; 2:1, 44, 46; 3:1; 4:24, 32;
5:12).
12) Uma Igreja onde a perseverança sobressaía (At 1:14; 2:42; 2:46; 5:42;
12:5; 13:43).
13) Uma Igreja com uma mensagem prática e dinâmica (At 2:23,24, 30-
32,36,38; 3:15,19,20,26; 4:2,10,12,33; 5:30,31; 8.22; 9.20,22; 10.39,40;
13:29-34; 17:3,18,30,31; 26:23).
14) Urna Igreja com ênfase missionária (At 13:4-14; 14:1-26; 15:3,9-41; 16:1-
12; 17:1-16; 18:1-24; 19:1; 20:1-15; 21:1-8; 23.31; 27:3-8; 28:1-14).

A Igreja primitiva se destacou por sua liderança pastoral apostólica, da qual


podemos aplicar alguns princípios para nossos dias:

1) O primeiro elemento que chama nossa atenção é o que tem a ver com a
efetividade da liderança pastoral. Um elemento crítico contemporâneo com que
sofre a igreja reside na ausência de liderança agressiva e dinâmica. O
ministério eclesiástico exige liderança com visão definida, que possa ver o
invisível, que possa perceber áreas fundamentais de necessidade e supri-las.

2) A visão pastoral para experimentar um crescimento da igreja precisa ter


propósito e destino. Um entendimento claro do ministério da igreja é
imprescindível para experimentar crescimento. Nossa época demanda que os
princípios e modelos estabelecidos pela Palavra de Deus sejam aplicados com
uma nova metodologia que se acerque da sociedade do presente século.
Devido a esta falta estratégica, nos Estados Unidos da América 85% das igrejas
estão paralisadas ou morrendo.40

3) A exposição da mensagem foi relevante e fácil de entender. Nosso problema


atual que está impedindo ou detendo o crescimento e impacto do ministério
eclesiástico, reside em que se pôs muita ênfase na revelação e pouca na
relevância da mesma.41 A Igreja e sua liderança, precisam descobrir o segredo
da relevância contextualizada. Na década dos anos de cinquenta e sete surgiu
um novo despertar sobre efetividade pastoral e crescimento da igreja. O
movimento optava por uma aplicação contemporânea dos princípios bíblicos
encontrados na Igreja primitiva, os quais resultaram em crescimento da igreja.
Donald McGavran, catalogado como «o pai» do movimento moderno de
“igrecrescimento” e Peter Wagner, provocaram o despertar da liderança
eclesiástica para descobrir suas possibilidades de crescer. Atualmente

40
Leith Anderson, Dying For Change (Minneapolis, Minnesota: Bethany House Publishers, 1990), p.l0.
41
Ibid,p,17.
estudam-se mais de cento cinquenta princípios de crescimento da igreja
baseados nos princípios bíblicos adaptados à época. O estudo revela que
atualmente:

a) As pessoas desejam converter-se ao cristianismo sem ter que cruzar


barreiras raciais, linguísticas ou de classe social. Em outras palavras,
desejam manter sua identidade;

b) Para experimentar crescimento na igreja, é necessário levar em conta os


fenômenos sociais e antropológicos;

c) A proclamação do evangelho deve provocar a assimilação e


estabelecimento das pessoas na assembleia local. Temos que admitir que
muitos métodos contemporâneos também representam um perigo quando
só enfatizam o aspecto numérico, (1 Co 21), quando tratam de substituir o
programa de Deus por filosofia humana e quando tratam de implementar
conceitos sociológicos, psicológicos e políticos divorciados da teologia.

9.5 Resumo
Podemos dizer que:
1) A doutrina do ministério consiste em servir, buscando a edificação dos
demais
2) É oferecer direção à congregação.
3) É o compromisso dos chamados a servir.
4) O segredo do sucesso ministerial depende da aplicação do modelo de Jesus.
5) Deus deseja que cada pastor tenha sucesso ministerial.
6) Que a doutrina do ministério deve ser respaldada pelo aspecto espiritual,
informativo e de crescimento eclesiástico.
7) Que este ministério eclesiástico se manifesta em três esferas “espiritual,
universal e local”.
8) Que o propósito da igreja é tríplice: “Dar glória a Deus, anunciar o Senhorio
de Jesus Cristo e cumprir a missão de Deus no mundo perdido”.
9) Que o ministério pastoral efetivo é aquele que aplica os princípios bíblicos
em termos contemporâneos e relevantes, levando em conta a época que se
vive, e as mudanças sociológicas e antropológicas da comunidade, para
uma melhor efetividade da proclamação da Palavra de Deus.
10. O ministro analisando a situação atual do mundo
Todo ministro sabe que a condição espiritual do mundo que se tenta impactar com
a mensagem do evangelho é decadente. As estatísticas contemporâneas revelam
cifras assustadoras de uma deterioração da sociedade. Há no mundo moderno pelo
menos cento e sessenta e cinco países independentes que precisam
desesperadamente escutar as Boas Novas de Jesus. A grande tragédia e vergonha
é a que apresentou um artigo onde se afirmava que “menos de cinco por cento dos
cristãos guiaram alguma vez, uma pessoa a Jesus Cristo”.42 Há aproximadamente
milhões de pessoas que se identificam nominalmente como cristãos. Não obstante,
há aproximadamente 3.700 milhões da população mundial que recusa a fé cristã.
A revista Christianity Today apresentou a seguinte informação:

“Os norte americanos com a idade de 18 anos em 1979


acreditavam em Deus ou num Espírito universal a que
chamavam Deus. Deles, 47% afirmavam que se sentiam
muito confortáveis em suas crenças. Outros 25% cria que
Jesus era Deus e homem. E 45% cria que a única esperança
é a fé em Cristo. A membresia das igrejas nos Estados Unidos
da América atingia 67% de sua população, da qual a metade
deles congregava uma vez por mês. Dentro do 67% se
incluíam os protestantes católicos e outras denominações. 43

10.1 Definindo Evangelismo:


O Concílio Missionário de Madras o definiu assim:
“Evangelismo é apresentar a Jesus Cristo ao mundo no poder
do Espírito Santo, de maneira que os homens possam pôr sua
confiança em Deus por meio dele, aceitando-o como o
Salvador, servindo-o como o Senhor na comunhão de sua
Igreja”.44
Evangelismo, em termos práticos, significa dar testemunho com a alma acesa.
Petersen define-o como um processo no qual se semeia, irriga-se e se cultiva a
Palavra de Deus.45

10.2 Que significa evangelizar?


Existem no Novo Testamento pelo menos cinco palavras que nos dão a idéia do
que significa evangelizar; elas são:
1) Ewaggelidzo: Em seu idioma original grego significa “eu prego boas notícias”.
Daqui se deriva nossa palavra “evangelho” (Boas Notícias). A palavra aparece

42
Hollis Green, Why Churches Die (Minneapolis, Minnesota: Bethany Fellowship.1977) p.44
43
Jim Petersen, Evangelism AS a Lifestyle (Colorado: Navpress, 1978), p.l 9.
44
George Sweazey, Effective Evangelism (New York: Harper Publishers, 1953), p. 20.
45
Petersen, p. 25.
utilizada no Novo Testamento cinquenta e quatro vezes com o significado de
“anuncio, prego”.
2) Kerusso: Significa proclamar, pregar. No contexto de Mt 4.23 tem a idéia de
ser um arauto ou atalaia. Kerusso também significa “publico, prego”. Emprega-
se no Novo Testamento sessenta e uma vezes. (Mt 3:1; 4:17, 23; 10:7; Mc 14:7,
38,39).
3) Didasko: Quer dizer “ensinar”. É a palavra que com maior frequência se utiliza
em conexão com a atividade evangelística de Jesus. O Novo Testamento
emprega a palavra noventa e sete vezes (Mt 4:23; 7:29; Mc 4:1,2; Jo 7:35).
4) Martus: Significa “testemunha”. Implica não só o dever, senão também o risco
que corre todo aquele que proclama as boas de salvação. Desta palavra se
deriva a nossa palavra mártir. O Novo Testamento a emprega trinta e cinco
vezes (At 1:8, 22; 2:32; 3:15).
5) Mathetes: Traduz-se por discípulo (Mt 28:19). No Novo Testamento se
emprega duzentas sessenta e urna vezes.

10.3 Métodos contemporâneos para evangelizar:


Qual é o método pastoral ideal para evangelizar o mundo? Descobrimos que no
ministério de Jesus um de seus métodos favoritos foi o de selecionar homens para
desenvolver a grande tarefa. Jesus não se preocupou com programas com os quais
chegar às multidões, senão, pelos homens a quem as multidões teriam de chegar.
O propósito inicial do plano de Jesus, foi recrutar homens que pudessem dar
depoimento de sua vida, e completar sua obra depois que ele regressasse ao Pai.
Jesus se concentrou em uns poucos lhes dando de seu tempo, compartilhando se
ensinos, O método empregado por Jesus em seu evangelismo pode resumir-se
segundo a observação de Coleman da seguinte maneira:

1) Seleção: Chamou um grupo para a grande empresa (Lc 6:13).

2) Associação: permaneceu com os que escolheu, e foi muito íntimo deles (Mc
3:14).

3) Consagração: Exigiu-lhes obediência (Mt 11:29).

4) Comunicação: Ensinou-lhes tudo quanto podiam aprender e entender (Jo 15:1


17:4,8,14).

5) Demonstração: mostrou-lhes como viver no meio de uma comunidade


corrompida e incrédula (Jo 13:15).
6) Delegação: Encomendou-lhes tarefas (Mt. 4.1; Mc. 6.7)

7) Reprodução: Ensino-os a multiplicar-se (Jo 15.16)46


Não há nada mais prático e efetivo do que seguir empregando os mesmos métodos
que utilizou Jesus, mas com uma adaptação contemporânea, contextualizada ao
setor ao qual vai dirigindo o evangelismo, e em termos relevantes. Creio que o
problema básico que enfrenta o pastor em seu ministério evangelístico não está
necessariamente nos métodos, senão na falha de pôr em prática os que existem.
Por quê falham os métodos contemporâneos, se têm em mente atingir a milhares
de pessoas com o evangelho de Jesus? A razão é que muitos métodos nem são
pertinentes, nem são funcionais ante a realidade e a época em que vivemos. Win
Arn fez uma análise de alguns esforços que se realizaram na tarefa evangelística
e observou:
“140 líderes treinados; 7.200 chamadas telefônicas para fazer
conexões; literatura distribuídas a umas 1.827 pessoas; 525
profissões de fé; das quais 72 delas se interessaram em
envolver-se em estudos da Bíblia; 20 deles chegaram a ser
membros das igrejas, dos quais 16 deles tinham filiação
prévia em outras igrejas.47

Isto nos faz pensar na necessidade e importância de que cada pastor e


congregação desenhem seu próprio estilo e metodologia de evangelismo, de
maneira que se ajuste à necessidade do grupo que se deseja atingir com o
evangelho.

10.4 O método ministerial para a Igreja moderna:


O método ministerial ideal e efetivo é aquele que se implementa em sua situação
em particular, e que lhe produz resultados, sempre que siga uma linha dentro do
marco bíblico. Algumas sugestões de caráter prático e de atualidade são:

1) O ministro deve praticar um evangelismo que não esteja divorciado da teologia.


Evangelismo e teologia são complementares um do outro, cada um depende
outro. Teologia e evangelismo são relevantes. 48 Autrey amplia seu comentário
dizendo que, «não pode ser efetivo nem permanente o evangelismo sem
teologia”.49
Pensa o escritor que o evangelismo deve seguir dois objetivos:

46
Robert Coleman, Plan Supremo Evangelización (Miami, Florida: Editorial Caribe, 1964), p. 15-85
47
Win Arn, A Church Growth at “Hereá Life America” (1977).
48
C.E Autrey, Basic Evangelism Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1959), p13.
49
Ibid., p.13
a) Confrontar o mundo com o evangelho de Jesus Cristo, o qual requer que
quem o pregue tenha domínio do evangelho;
b) Assegurar claramente a decisão de aceitar a Jesus Cristo como o
Salvador, e recrutar a todos os convertidos para serem seguidores
efetivos de Cristo.50 A grande falha do evangelismo que se pratica
atualmente se acha no fato de que muitos convertidos não se mantêm. 51

2) O ministro deve praticar um evangelismo que conserve os evangelizados. Isto


se consegue, envolvendo-se ativamente os laicos da igreja a tomar seriamente
esta responsabilidade.

3) O ministro deve ter uma visão clara da meta do evangelismo. O líder deve
recordar que a meta do evangelismo não se consegue até que estes novos
convertidos cheguem a ser cristãos reprodutivos que completem o ciclo e
garantam o processo contínuo da evangelização do mundo. A luz do Novo
Testamento descobrimos que a meta fundamental do evangelismo é dupla:
a) fazer cristãos responsáveis e reprodutivos,
b) formar ou estabelecer congregações responsáveis e reprodutivas.

No Novo Testamento a efetividade da evangelização se mede em termos


qualitativos como quantitativos. 52

4) O ministro deve desenvolver uma estratégia de visitação que garanta que os


visitados virão à igreja. Na visitação se devem evitar cinco coisas:
a) Não se precipitar em fazer um convite para receber o evangelho;
b) Não argumentar;
c) Evitar falar demasiadamente;
d) Evitar perder tempo em coisas não fundamentais;
e) não mudar o tema da conversa rapidamente.53

5) O ministro deve evitar converter a Grande Comissão na “Grande


Omissão”.

Paulo exortou a Timóteo a envolver-se na tarefa evangelística (2Tm 4.5). A tarefa


evangelística não é algo opcional para o ministério pastoral, o desafio e mandato
de praticar o evangelismo está claramente marcado nos Quatro Evangelhos (Mt

50
Ibid., pp. 16-17
51
Ibid., p.18
52
Virgilio Gerber, Manual Para Evangelismo y Crecimiento de la Iglesia (Maracaibo, Venezuela: Editorial
Libertador, 1974), p20
53
1 Sweazey, pp.122-123
28:16-20; Mc 16:14-18; Lc 22:44- 49; Jo 20:19-23). O pastor, portanto, deve fazer
do evangelismo uma prioridade apaixonante do ministério sobretudo no meio de
um mundo e sociedade que sofre os impactos de vítimas de abusos (físicos,
emocionais e sexuais). A Aids, abandono da educação, vícios, gravidez de jovens
violentadas, abortos, divórcios, suicídios e outras tantas coisas afetam a nossa
sociedade.
Exercícios de revisão:

1) Comente sobre as palavras que utiliza o Novo Testamento para descrever o


trabalho ministerial ou pastoral.

2) Comente sobre a chamada ministerial.

3) Escreva a lista dos requisitos neo-testamentários para exercer o ministério


pastoral.

4) Comente sobre a importância da conduta e educação pastoral ou ministerial.

5) Comente sobre as áreas de maior responsabilidade do ministro:


a) Família:
c) Vida devocional:
d) Igreja e comunidade:

6) Comente sobre as demandas da pregação bíblica para a efetividade ministerial.

7) Escreva as definições que se oferecem neste manual sobre: Sermão, oratória,


pregação e comunicação.

8) Comente sobre a pregação expositiva.

9) Pode mencionar os passos necessários para desenvolver sermões


expositivos?

10) Comente sobre:


a) Estrutura do sermão
b) Introdução
c) Tema
d) Corpo do sermão
e) Conclusão

11) Comente tudo o que possa sobre a importância de interpretar corretamente a


Palavra de Deus.

12) Comente sobre o papel do ministro como mestre.

13) Comente sobre o papel do ministro no aconselhamento. Que se entende por


aconselhar

14) O ministro oficializando cerimônias civis:


a) Casamentos
b) Funerais
c) Batismo
d) Santa Ceia

15) Comente tudo o que possa sobre:


a) Ministério da Igreja
b) Propósito e missão da Igreja
c) Ministério pastoral efetivo
16) Comente tudo o que possa sobre a condição atual do mundo, a necessidade
da evangelização e métodos contemporâneos para evangelizar.
CONVENÇÃO BATISTA DO TOCANTINS
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO TOCANTINS

ANEXOS

DOCUMENTOS PARA CONSULTAS PELAS IGREJAS


CONSELHOS AOS PASTORES INICIANTES
Pr. João Falcão Sobrinho: Reciclagem no ministério pastoral

Ao iniciar o seu primeiro, ou um novo pastorado:

1. Leve em consideração a palavra dos membros da igreja, especialmente dos que têm
responsabilidades de liderança. Não se mostre auto-suficiente. Ouça antes de julgar,
pois a primeira impressão, muitas vezes, é enganosa. Quem ouve mais erra menos,
além de poder contar com mais simpatia no caso de errar. Reúna a igreja em grupos
de interesse (os musicistas, os professores da EBD, os diáconos, etc.) e converse
informalmente sobre o que cada grupo acha que a Igreja espera do novo pastor.
Pergunte também o que eles acham que o novo pastor pode esperar dos obreiros.

2. Procure inteirar-se da história da Igreja. A história formal, através da documentação


disponível (atas, boletins, etc.) e a história informal, conversando com os membros mais
antigos. Se a igreja não possui um histórico, escreva-o, nem que seja em resumo, para
o seu uso. É indispensável conhecer a história da Igreja onde você vai trabalhar. Isso
demonstra interesse e evita gafes e constrangimentos.

3. Procure inteirar-se da situação legal da igreja. Procure colocar tudo em ordem no menor
tempo possível: estatutos, escrituras de propriedade, obrigações trabalhistas, plantas
das edificações, etc. Reúna toda a documentação em pastas próprias. Acione a
diretoria e outros membros para ajudá-lo. Dá trabalho, mas compensa, pois você fica
logo de posse dos instrumentos legais que facilitarão o seu trabalho, além de adquirir
segurança e firmar o seu conceito como um obreiro responsável.

4. Procure conhecer, logo de saída, o seu campo de trabalho. Visite escolas, jornais,
rádios, repartições públicas da cidade ou do bairro. Ofereça a sua colaboração no que
couber. Apresente-se nos cartórios da cidade ou região, deixe ali a sua firma logo nos
primeiros dias após a sua chegada. Deixe seu nome e endereço pastoral com gerentes
de bancos, nos cartórios e repartições, etc. Não espere que a cidade venha ao seu
encontro para conhecê-lo. Vá ao encontro da cidade.

5. Não hostilize o passado. Não suba pisando sobre cinzas. Ou seja: não tenha ciúmes
dos bons, nem critique os maus obreiros que o precederam. Nunca aceite referências
desairosas a obreiros anteriores, nem a pastores de outras igrejas, pois essas
referências visam atingir a sua própria imagem como ministro. Não procure os culpados
pelos problemas que encontrar. Procure soluções. Você vai formar o seu próprio
conceito.

6. Tome por princípio não mudar nada que não seja indispensável mudar no primeiro ano
do seu ministério. A melhor época para efetuar mudanças estruturais é por ocasião da
eleição da nova diretoria. Se a sua posse for logo no início de um novo ano eclesiástico,
ajude a nova diretoria e procure conhecer bem como e por que cada trabalho é feito do
modo como é feito. Se achar que algo deve mudar, estude a melhor maneira de fazer
as mudanças, discuta o assunto com os obreiros e leve os planos para a assembléia
da igreja antes de efetivar qualquer alteração que interfira no trabalho dos outros.

7. Não estimule a formação de grupos por faixas etárias, por interesses, por famílias nem
por nível econômico, cultural ou espiritual. Faça amizade com todos. Há aqueles que
não manifestam de pronto a sua amizade e seu apoio, mas muitas vezes vão ser mais
solidários e eficientes colaboradores que os aduladores e extrovertidos. Nunca
demonstre preferências, por exemplo, chamando sempre as mesmas pessoas para
orar em público, etc. Na visitação, nos cumprimentos, em tudo procure ser imparcial.
Use franqueza temperada com amor, para evitar que algum crente do tipo “adesivo”
monopolize as suas atenções e o seu tempo.

8. Jamais hostilize, jamais use a tática imatura e descaridosa de “pôr na geladeira”, ou


seja, marginalizar, um membro da igreja que discorde de uma opinião sua ou mesmo
que se ponha contra algum dos seus planos. Nunca veja a discordância como se fosse
agressão, pois isso revela falta de humildade e imaturidade. Ou seja, um cristão
amadurecido sabe conviver com pessoas que pensam de modo diferente e esse é o
primeiro item de um roteiro de procedimentos para conquistar alguém para o seu ponto
de vista, se este realmente for o melhor. Geralmente, as pessoas que acabam se
colocando contra a pessoa do pastor, inicialmente estavam apenas contra alguma das
suas idéias e por isso foram hostilizadas. Quem se manifesta contra sua opinião pode
estar mais ao seu lado do que o bajulador que diz amém a tudo, mas com quem você
nunca pode contar.

9. Não ponha a sua autoridade funcional acima da sua autoridade espiritual. Não manipule
a sua congregação pelo uso de regras parlamentares, técnicas de condução de massas
(Amém, irmãos?), nem por ameaças ou promessas que não serão cumpridas. Use os
seus conhecimentos, seus dons e sua autoridade para ajudar as pessoas, não para
manipulá-las.

10. Quando tiver pela frente problemas para os quais você ainda não tenha solução,
procure entrar em contato com outros pastores que tenham mais experiência, pedindo-
lhes ajuda.

11. Não queira passar para a igreja a imagem de um ser perfeito e irretocável, que você
nunca será, mas acredite na unção e capacitação do Espírito para o ministério. Não
viva chorando suas fraquezas, mas não deixe de reconhecer quando errar, e de voltar
atrás. Disponha a sua mente para aprender as lições que cada fracasso encerra,
lembrando-se de que o pior de uma queda é não aproveitá-la para aprender a caminhar.
Um simples pedido de desculpas, produzirá um efeito muito mais benéfico para a sua
imagem e autoridade de pastor, do que muitos argumentos tentando justificar um erro.
Lembre-se de que “o fardo do meu irmão é parte do meu fardo” e isso vale tanto para
os outros como para você.

12. Não vista a capa da falsa modéstia, mas também não recuse o reconhecimento
sincero. Se alguém elogiar o seu sermão, não faça outro sermão para provar que “não
é nada disso”. Diga apenas “muito obrigado” e as pessoas verão que foi válida a
tentativa de encorajá-lo. Mantenha a sua compreensão de dependência da graça de
Jesus para não se tornar arrogante, nem perder a humildade sincera diante dos elogios.

13. Ensine a Bíblia. Obviamente, para ensinar a Bíblia é preciso estudá-la sempre e viver
seus ensinos. Ao criar interesse pelo estudo bíblico, você estará focalizando as
atenções da igreja nas verdades e nos fatos bíblicos, estará formando uma base sólida
para fortalecer a igreja e baseando a sua autoridade na Palavra de Deus e não na sua
própria palavra. Nunca deprecie um irmão com ironia por não saber ele aquilo que você
mesmo deveria ensinar-lhe. Não condene a igreja por não saber manusear a Bíblia.
Ensine-a a fazê-lo.

14. Fale pessoalmente com os membros da igreja que tenham problemas. Não mande
recados nem ataque os crentes do púlpito, pois isso os coloca na defensiva, que resulta
em ataques contra você. Nunca leve para o púlpito os problemas pessoais dos
membros da igreja, nem mesmo como ilustração anônima, pois isso tira a sua
autoridade para ajudá-los. Cobrar virtudes do púlpito é muito fácil. Dar o exemplo e
exortar pessoalmente com amor exige autoridade moral, mas esse é o método que dá
bons resultados e gera gratidão.

15. Aprenda a depender de Deus em oração, na realidade secreta da sua própria vida
espiritual. Não use a oração como recurso para intimidar os ouvintes, para exibir seus
conhecimentos, nem para passar a impressão de uma piedade inexistente de fato. Não
faça da oração apenas um item da liturgia, nem pense na oração como um fenômeno
psico-cultural-emocional, mas como a súplica fervorosa de um filho do Rei que faz
desencadear os poderes reais. Não demore para dominar essa arma que lhe será
indispensável na pregação, no aconselhamento, no ensino, na administração, na
beneficência. Sem oração, você terá que confiar em si mesmo. Seu trabalho será na
força da carne e não no poder do Espírito. Logo, logo os crentes saberão a diferença.

16. Nunca se queixe de sua igreja para os colegas. Nunca se queixe de um membro da
igreja para outro membro, nem de uma família para outra família. Ao fazê-lo, você
estaria demonstrando não possuir confiança em si mesmo, nos seus próprios valores
e critérios. Não se queixe dos problemas. Resolva-os.

17. Não coma o pão da preguiça. Talento não substitui trabalho. Prepare
cuidadosamente os seus sermões. Não leia a Bíblia apenas homileticamente, mas leia-
a devocionalmente. As melhores mensagens, as que produzem melhores efeitos, não
saem da mente, mas do coração. Nem por isso caia na tentação de pensar que você
pode alcançar grandes resultados com pouca ou nenhuma preparação. Dedique tempo
a ler bons livros para aumentar e aprofundar seus conhecimentos e aperfeiçoar a sua
forma de elaborar e transmitir seu pensamento. Invista em comentários bíblicos,
dicionários, literatura secular, filosofia, boas revistas. Se você gastar mais tempo vendo
televisão ou navegando pela internet do que lendo bons livros, sua mensagem poderá
ter boa contextualização, mas certamente não terá profundidade. Você será sempre o
juiz e o fiscal da mordomia do seu tempo, mas a Igreja saberá ver a diferença.

18. Seja cuidadoso com sua aparência, com o seu vocabulário, com sua saúde. Na
aparência, nem luxo nem desleixo. No vocabulário, nem afetação e exibicionismo, nem
vulgaridade e desrespeito. Na saúde, nem cuidados exagerados, nem desmazelo.

19. Cuide bem da sua principal ferramenta de trabalho: sua fala. Aprenda a usar a sua
voz sem prejudicar seu aparelho fonador e sem deixar de ser entendido. Use
corretamente a respiração, fale no seu tom natural de voz, mova os lábios e a língua
para pronunciar os sons corretamente. Se tiver algum problema na sua fala, não hesite
em procurar ajuda profissional. Os crentes poderão até se acostumar com suas
dislalias. Os visitantes, não!

20. Ame cada ovelha. Quando for difícil amar uma ovelha em particular, recorra ao seu
próprio Pastor. Jesus ama a todas as suas ovelhas, mesmo às enfermas, às
machucadas, às rebeldes, às mancas ou com uma pata quebrada. Ele diz a Pedro: 1º
“Apascenta os meus cordeirinhos”. 2º “Apascenta as minhas ovelhas”. 3º “Apascenta
as minhas ovelhas”. Apascentar é nutrir o rebanho, não nutrir-se do rebanho.

21. Evangelize. Traga sangue novo para a igreja. Nada enriquece mais o conceito de
um ministério do que um batistério sempre cheio. Nada desanima tanto uma igreja
como um batistério seco. Às vezes, a igreja já está de tal modo acomodada, que a única
forma de dinamizá-la é criar uma nova igreja através do evangelismo. Somente depois
é que alguns dos antigos membros serão despertados.

22. Desenvolva na igreja o espírito missionário. O dinheiro dos crentes é parte da vida
deles. Aplicando parte desses dízimos e ofertas na obra missionária, a igreja está
dando uma dimensão mundial a uma parte da vida dos seus membros. Como “a luz
que brilha mais longe, perto brilha mais” (Oswald Smith), quanto mais os crentes derem
para missões, maior visão e motivação terão para contribuir para os fins da própria
igreja, sustento ministerial inclusive. Reduza a visão missionária da igreja pela redução
dos percentuais do Plano Cooperativo e das ofertas para Missões Estaduais, Nacionais
e Mundiais e você mesmo será a primeira vítima da sua falta de visão pela redução da
visão da igreja no sustento pastoral. Qual é o limite da cosmovisão dos membros da
sua igreja? Amplie a visão de mundo e de humanidade da sua igreja e a própria igreja
será beneficiada.

23. Faça os seus planos cuidadosamente para viver dentro do seu orçamento. Só peça
vales ou adiantamentos salariais ao tesoureiro se for absolutamente necessário para
cobrir gastos imprevistos e justificáveis. Jamais lance mão de qualquer dinheiro da
igreja para fins pessoais ou mesmo para fins não autorizados previamente pela igreja.
Já se disse que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Cuidado! Não seja
do tipo de empregado que põe a reivindicação de melhoria salarial sempre à frente de
melhores resultados do seu trabalho. Reivindique sempre em favor da igreja e a igreja
reivindicará em seu favor. Se a sua igreja não reconhecer concretamente o seu valor,
continue trabalhando e dando o melhor de si e logo outra igreja irá reconhecê-lo.

24. Dê o devido valor à família, a começar pela sua própria, que sempre será tomada
como exemplo pelos crentes, queira você ou não. Jamais se queixe da sua esposa ou
dos filhos para membros da igreja. Jamais insinue uma crítica à sua esposa em público.
Não fique elogiando as outras senhoras e as moças da igreja perante a sua esposa,
especialmente em relação à aparência, aos dotes culinários e nos dons que sua esposa
possa não ter. Não considere a sua esposa como um apêndice do seu ministério, mas
permita que ela desenvolva o seu próprio ministério de mulher cristã, de acordo com os
seus dons pessoais. Nunca ponha sobre os ombros da sua família um peso maior do
que ela possa carregar. Não manipule a sua família para alcançar seus fins pessoais
no ministério. Se algum dia tiver que escolher entre dar tempo à sua família ou à igreja,
por amor à igreja, coloque sua família em primeiro lugar.

Aproveite, adapte, desenvolva o que puder destes parágrafos. Muito provavelmente, eu não
sentiria hoje tanta necessidade de dar estes conselhos, se os tivesse recebido em tempo,
em 1953.
AO JOVEM PASTOR

Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar; (1 Timóteo 3:1,2)

Ser pastor tem sido o chamado mais humilhante, desafiador, gratificante e


maravilhoso da minha vida. Foi no ministério pastoral que aprendi - e ainda estou
aprendendo - que o verdadeiro sucesso não é medido pelo tamanho do seu salário ou pelo
seu nível de notoriedade. É medido pela fidelidade que você exibe ao servir a Cristo e sua
igreja. Eu não trocaria ser pastor por nada, e aprendi que o melhor lugar da bolsa é no
púlpito. Como o pastorado não é um endereço temporário ou um “ponto de partida” onde
um homem espera por maiores e mais gloriosas oportunidades pessoais, um pastor
aprende a ser servo de Deus e seu próprio homem. Como pastores, é nosso trabalho
cumprir as ordens do Senhor onde Ele nos chama, de acordo com seus propósitos, e
enquanto Ele exigir nossos serviços lá. Em geral, aqui está o que eu aprendi até agora:

1. Pregue sermões expositivos do Antigo e do Novo Testamentos.

A principal tarefa do pregador é pregar o Evangelho. Muitas vozes do cristianismo


hoje nos tentam a esquecer isso. Eles nos incentivam a fazer o que atrai os não salvos. No
entanto, o pastor é chamado principalmente a proclamar as riquezas de Cristo através da
pregação da Palavra e da clara exposição das Escrituras. Dessa maneira, ele equipa os
santos e os prepara para apresentar o verdadeiro e puro evangelho aos perdidos. A
pregação expositiva tem três vantagens decididas para qualquer pastor:
a) Primeiro, leva a congregação através de um livro da Bíblia para que eles possam
observar e entender os vários temas da aliança contidos nela.
b) Segundo, esse tipo de pregação em “série” protege a congregação dos “cavalos do
passatempo” do pastor. Portanto, em vez de pregar em vários de seus tópicos favoritos,
ele é obrigado pelo texto a pregar e ensinar a variedade de doutrinas encontradas na
Palavra de Deus. Além disso, na história da pregação, tem sido essa abordagem
expositiva que provou ser a mais benéfica espiritualmente para as comunidades de
aliança de Deus.
c) Terceiro, isso resolverá o problema do pastor mais jovem de escolher um texto toda
semana. Sendo guiado pelo texto e sua exegese, você sabe o que está pregando na
próxima semana.

2. Um pastor fiel leva a adoração a sério.

Para os cristãos, como adoramos a Deus é uma consideração importante. Adorar a


Deus corretamente significa adorá-lo segundo as Escrituras. O pastor e sua congregação
devem prestar muita atenção ao que Deus exige em sua Palavra. Se o povo de Deus deve
adorá-Lo em espírito e em verdade - e eles são -, devemos olhar para as Escrituras para
formar e informar nosso estilo de adoração. Ao usar os meios comuns de graça que Deus
nos deu, a adoração oferece a oportunidade de pregar a Palavra, cantar a Palavra, orar a
Palavra e ler a Palavra. A verdadeira adoração é centrada em Cristo e centrada na Palavra.

3. Gerencie seu tempo para a glória de Deus.

Esse é um componente crucial e essencial da vida e do chamado do pastor. Muitos


pastores perdem um tempo precioso realizando uma “rede” sempre nebulosa. O tempo,
uma vez gasto, não pode ser recuperado. Portanto, a maneira como usamos nosso tempo
é muito importante. Como somos responsáveis perante Deus, os pastores devem ter uma
ética de trabalho exemplar. Entre outras tarefas, o pastor deve reservar um tempo para o
estudo bíblico – (teológico e manter o uso do grego e do hebraico), deve estar totalmente
familiarizado com o conteúdo das Escrituras, dedicar o tempo necessário para a preparação
e entrega do sermão e reservar um tempo para a oração e a leitura. a Bíblia
devocionalmente para si e para sua própria instrução e edificação.
O pastor também deve liderar bem sua própria casa. Isso requer uma vida
disciplinada. Ele presta atenção ao seu casamento e às instruções espirituais de toda a sua
família. Ele é um bom amigo e vizinho. Ele constrói relacionamentos sólidos com sua
sessão e diáconos e com outros membros da igreja que servem em várias outras posições
de liderança.

4. Mantenha o horário de expediente e seja acessível.

Há menos coisas que me destacam mais do que um pastor distante e inacessível.


Uma maneira de permanecer acessível para sua congregação é manter o horário de
expediente. A maioria das igrejas fornece estudos adequados para seus pastores. Faça
bom uso do seu estudo e esteja disponível por telefone, para visitas pessoais ou um “olá”
espontâneo. Mantenha sua porta de estudo sempre aberta, é bom ter as pessoas enfiando
a cabeça e dizendo
- Olá pastor.
- Conversando com Deus e estudando sua palavra? Ao qual você responde
- Sim! Para transmitir a vocês o que ele me diz e ensina na sua palavra.
Cada pessoa é um pouco diferente nessa área. Meu dia de folga é segunda-feira.
Minha esposa e eu temos um “dia de encontro” para tomar um açaí, e fazemos uma longa
caminhada, simplesmente para ficarmos juntos. Isso significa que chego cedo na segunda-
feira de manhã e tenho uma programação por escrito do que farei todos os dias. Quinta-
feira é dia de sermão e ninguém chega até mim, exceto minha família, meus anciãos ou
uma emergência de boa-fé. Sem interrupções na quinta-feira!

5. Visite o rebanho.

Pastores e seus diáconos precisam visitar a congregação, e os congregantes devem


esperar que seus líderes espirituais os visitem e perguntem sobre seu bem-estar espiritual,
incluindo leitura da Bíblia, vida de oração, devoção familiar, devoção familiar e
memorização de catecismo, apenas para mencionar as coisas importantes e óbvias. A visita
domiciliar colhe recompensas espirituais ricas. É um momento de responsabilidade
pessoal, equipamento e ensino que muitas vezes falta nas igrejas de hoje. Membros em
luto, membros do hospital e idosos precisam de visitas pastorais e não devem ser
negligenciados.
Assessoria Jurídica

ASSEMBLEIAS
INFORMAÇÕES E ROTEIRO PRÁTICO

Com o nome técnico de Assembleia Geral, a igreja se reúne tantas vezes quanto for
estabelecido em seu estatuto. As assembleias podem ser ordinárias e extraordinárias e devem
ser registradas no cartório de pessoas jurídicas onde está a assentamento do Estatuto Social
da igreja.

CAPÍTULO I
DAS SESSÕES REGULARES
Adotamos há muito as chamadas “sessões regulares”. Estas sessões, se não constar de
matéria estatutária, não devem ser registradas e recomendamos que sejam feitas em livro
próprio, distinto daqueles que são encaminhados para o cartório. Elas tem efeito prático de
administração, não necessitando o registro cartorário, exceto se estiver contemplada no
estatuto da igreja.

Importante questão por ser nova, é a necessidade de se constar a movimentação de


membros, tanto para comprovar os critérios de admissão quanto de exclusão, em atenção
aos princípios estatutários e ao Código Civil Brasileiro. Recomendamos, para tanto, que a
movimentação seja feita em uma Assembleia Geral Extraordinária - AGE, ainda que o assunto
tenha sido tratado em uma sessão regular, se insira este assunto na pauta da AGE, com o
nome das pessoas na convocação seja para a admissão ou o desligamento. Recomendamos
que se utilize apenas os termos estatutário para admissão e desligamento: Ex: Admissão de
novos membros/associados: Arlécio Franco Costa Júnior, pelo art. X, inciso Y do Estatuto
Social; Desligamento do rol de membros: Arlécio Franco Costa Júnior, por infração ao art. XI,
inciso Z do estatuto. Assim se descaracteriza qualquer espécie de ofensa à honra da pessoa.

Recomendamos que os estatutos contemplem 3 (três) convocações para a


instauração da Assembleia Geral, com intervalos de 15’ (quinze minutos) até 30’ (trinta
minutos) entre cada uma das chamadas para aferição do quórum.

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA

A convocação da Assembleia obedecerá as regras estabelecidas no estatuto da


igreja e deverá ser convocada pelos administradores e na ausência, pelos substitutos legais,
podendo ser promovida por 1/5 dos membros de igreja em obediência ao art. 60 do Código
Civil. Deve constar obrigatoriamente a data, hora, lugar e as “chamadas para abertura da
assembleia”, como também a pauta e o quórum.

É importante dizer que, se não houver, no estatuto dispensa das formalidades previstas
em lei, a convocação obedecerá ao disposto no art. 1.152 do NCC, a saber: publicação do
anúncio da assembleia por três vezes, devendo mediar entre a data da primeira publicação
e da realização o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias,

CONVENÇÃO BATISTA MINEIRA | Mineira Baptist Convention – Brazil Endereço | Address


CNPJ: 17.357.898/0001-52 | Declarada Entidade de Fins Filantrópicos pelo Processo nº 232.838/76 Rua Plombagina, # 250 | Floresta|
CEP: 31110-090 | Belo Horizonte | MG
Declarada de Utilidade Pública Federal pelo Decreto | Lei nº 82.47 de 23 de Outubro de 1978 Tel.: + 55 (31) 3429-2000
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Assessoria Jurídica

para as posteriores. As publicações deverão ser feitas no órgão oficial da União ou do Estado,
conforme o local da sede da sociedade e em jornal de grande circulação.
A convocação deverá ser sempre escrita, assinada e conter a pauta que norteará a
reunião. Qualquer assunto não discutido invalida a assembleia como também aqueles que
não estão na pauta pois, no último caso, estão “fora de ordem”.

QUEM PODE VOTAR – COMO DEMONSTRAR

Temos muitos irmãos em Cristo batizados e, portanto, membros de nossas igrejas, pois é
o critério principal de admissão de membros. Contudo, para efeitos legais, nas assembleias
gerais ordinária e extraordinárias somente os civilmente capazes podem votar e ser votados.

Para cumprir o que estabelece a lei e as exigência dos cartórios, recomendamos que
se faça uma lista de presença que conste no cabeçalho o dia e hora da assembleia, onde
constará a assinatura do presente – pode ser rubrica – o CPF e a data de aniversário
completa. Na ata da assembleia conste que a determinada decisão foi tomada por “X”
votos dos presentes com civilmente capazes com “Y” presentes de um total de “Z” membros
(total geral de membros presentes e faltantes).

CAPÍTULO II
DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Embora pouco regulamentada, recomendamos que uma igreja tenha sempre um


mínimo de duas assembleias gerais ordinárias anual e extraordinárias tantas quanto
necessário com os seguintes destaques:

APROVAÇÃO DE CONTAS

A Lei 10.406/02 (Novo Código Civil Brasileiro - NCC) estabeleceu expressamente a


obrigatoriedade dos sócios ou associados, em reunião ou assembleia, deliberarem sobre a
aprovação das contas da administração e entendemos como perfeitamente aplicada ao
contexto da igreja, respeitando opiniões contrárias.

A assembleia anual deverá ocorrer nos quatro meses seguintes ao término do


exercício social (de janeiro a março), com o objetivo de tomar as contas dos administradores
e deliberar sobre o balanço patrimonial e de resultado econômico.
Ressalte-se que a aprovação do balanço patrimonial, sem reservas, exonera de
responsabilidade os membros da administração e do conselho fiscal, salvo erro, dolo ou
simulação, regra idêntica.

ANÚNCIO E PUBLICAÇÃO DE DOCUMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO

O balanço patrimonial e as demonstrações de resultado deverão ser


antecipadamente divulgados aos membros da igreja que não exerçam a administração. Até
um mês antes da data marcada para realização da assembleia / reunião anual, a diretoria

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da igreja indicará que os referidos documentos encontram-se à disposição para consulta ou


recebimento de cópia.

Não há obrigatoriedade legal de publicação do balanço patrimonial e das


demonstrações de resultado.

ELEIÇÃO DA DIRETORIA

Como prática no meio batista, as diretorias das igrejas são eleitas no final do ano e
válida para o exercício seguinte, não obstante, muitas igrejas tem alterado o Estatuto para
eleger a diretoria por período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos não havendo, ainda, nada que
impeça tal prática.

REALIZAÇÃO DE ASSEMBLEIA ANUAL NAS IGREJAS NÃO ADAPTADAS AO NOVO CÓDIGO CIVIL

É importante notar que as regras sobre responsabilidade dos administradores estão em


vigor e aplicam-se às sociedades limitadas, independente da adaptação do contrato social
ao Código Civil, também conhecido como NCC (Novo Código Civil).

Portanto, a realização da Assembleia Anual para aprovação das contas da


administração é indispensável para exoneração da responsabilidade dos administradores,
inclusive nas igrejas que ainda não adotaram as regras do NCC.

CAPÍTULO III
DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Como o próprio nome diz, elas são realizada para discutir assuntos eventuais,
extraordinários. Normalmente os assuntos eventuais da igreja são:

I. eleição e destituição do Pastor, administrador e demais


ministros da Igreja;
II. movimentação de membros;
III. aquisição, venda, alienação ou oneração de bens imóveis;
IV. modificação da estrutura ou construção do templo, sede da
Igreja;
V. reforma estatutária;
VI. transferência da sede da Igreja;
VII. mudança do nome da Igreja;
VIII. dissolução da Igreja.

O quórum das assembleias extraordinárias é estabelecido no estatuto e, na sua


ausência, segue-se o mesmo critério já explicado.

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Assessoria Jurídica

CAPÍTULO IV
DO(S) LIVRO(S) DE ATAS
Dos Registros das Atas

Em tese a igreja precisa ter um livro de atas para que registre as assembleias previstas
no estatuto para o registro no cartório de pessoas jurídicas. Também deve ter um livro de
assinaturas das atas, onde constará a assinatura, o CPF e a data de nascimento dos membros
presentes, como sugerido e explicado no tópico anterior.

Devido ao alto preço do registro de atas, recomendamos que em suas assembleias ou


sessões regulares, a igreja utilize um livro de atas que conste o que é a praxe da igreja, que
vai desde a abertura com oração, passando pelo sermão, comunicados, etc… para fins
históricos. Depois de feito o registro de tudo quanto ocorreu na assembleia, para aquelas que
o estatuto e a lei exige registro, ordinárias e extraordinárias, sugerimos uma síntese dos atos
jurídicos praticados no livro de ata oficial, de interesse do cartório e dos entes públicos,
excluindo os atos de culto pois estes últimos não são do interesse do Estado.

Para registrar as atas, se deve levar ao cartório, sempre em 3 (três) vias, podendo ser
feita em papel A4, guardando uma entrelinha de 1,5 e em tamanho legível. Sugerimos que se
faça em Arial 12 e ainda:

I. Edital de Convocação da assembleia geral nos termos do Estatuto e


por escrito (pode ser digitalizada), ainda que o estatuto tenha
previsão que a convocação das assembleias é feita no púlpito;
II. A própria Ata da assembleia com a assinatura do secretario da
assembleia geral – ordinária ou extraordinária como também do
presidente;
III. Livro de assinaturas, com 3 (três) fotocópias da(s) página(s)
assinadas referente a assembleia realizada;
IV. Livro de Atas para que o oficial do cartório confira se as últimas
atas estão registradas.

Em anexo, segue modelo de convocação de Assembleia Geral, ata e requerimento


de registro ao oficial do cartório. Perceba que na ata não se deixa espaços em branco nem
parágrafos e toda referencia a número ou numeral é escrita por extenso.

Convenção Batista Mineira


Arlécio Franco Costa Júnior
Assessor Jurídico
OAB/MG 73.019

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ANEXO I

MODELO DE CONVOCAÇÃO DE
ASSEMBLEIA GERAL

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CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL


(ORDINÁRIA OU EXTRAORDINÁRIA)

Saibam todos que o Presidente da Igreja Batista ……..,


no uso e por suas obrigações estatutárias, convoca todos os
membros para, querendo, participar da Assembleia Geral
(Ordinária ou Extraordinária) que, sendo da vontade de Deus,
ocorrerá no dia …. De ……… de ……… na Sede da Igreja situada
na Rua ……………………, n. ……………., Bairro ……………………
nesta Cidade, com a primeira chamada para as XhYm (descrever
a hora e minuto por extenso) observando o quórum estatutário
para sua abertura ou, não preenchido, em segunda chamada às
(XhYm (descrever a hora e minuto por extenso) com quórum de
deliberação previsto no art. M do Estatuto Social da Igreja e em
terceira e última convocação às XhYm (descrever a hora e minuto
por extenso) onde será tomada decisão com qualquer número de
presentes conforme previsto no art. N do Estatuto.

Será pauta de decisões da referida Assembleia Geral:

a)
b)
c)

Cidade, …… de ………… de ………..

IGREJA BATISTA ……….


Presidente

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ANEXO II

MODELO DE ATA
ASSEMBLEIA GERAL

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ATA DE ASSEMBLEIA GERAL (ORDINÁRIA OU EXTRAORDINÁRIA)

Ata da Assembleia Geral); da igreja (da Igreja Batista…) realizada no dia …. (escrever
por extenso) do mês de ……. (escrever por extenso) do ano de …… (escrever por
extenso) ocorrida no salão – ou templo – situado na Rua ……, Bairro …… na Cidade
de ……………….. no Estado de Minas Gerais, convocada pelo (dizer quem: nome
completo) no uso de suas atribuições estatutárias, sendo secretariada por mim,
(qualificação civil completa, ainda que seja o(a) secretario membro da diretoria). A
presente assembleia foi aberta às XhYm (escrever o número por extenso também)
pelo Presidente (ou substituto legal - em todos os casos, faça a qualificação civil
completa) em (primeira, segunda, ou terceira chamada) com a presença de X+Y (veja
o capítulo I desta cartilha - escrever por extenso) de um total de Z (escrever por
extenso) membros associados da igreja. Por mim foi lido o edital de convocação
sendo o objeto da pauta: a) ….., b) …., c) …. (descrever como está no edital de
convocação). Retornando a posse da palavra, o Presidente passou a discussão das
matérias a seguir: a) (descrever) foi lida com a exposição de motivos e colocada em
discussão. Após debates (não precisa descreve-los a não ser que alguém requeira
que sua fala seja registrada); a matéria foi (aprovada ou rejeitada) por (unanimidade
ou maioria de votos válidos – registrar o número de votos a favor e contra). (Da
mesma forma proceder com as matérias seguintes). Esta assembleia geral se
encerrou às XhYm (escrever o número por extenso também), tendo sido esta ata lida
e aprovada indo por mim, secretaria, assinada como também pelo presidente da
igreja como também pelos presentes nesta assembleia.

Secretária: Nome completo (assinatura sobre o nome)

Presidente: Nome completo (assinatura sobre o nome)

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ANEXO III

MODELO DE REQUERIMENTO
DE REGISTRO DA ATA

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REQUERIMENTO QUE FAZ

ILMO. SR. OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS

O abaixo assinado, representante legal da Igreja Batista


….................................…….…..................
vem requerer a V.Sa., anexando os documentos exigidos por lei, o registro (averbação) da
ata de Assembleia Geral (Ordinária ou Extraordinária) da referida organização religiosa,
ocorrida no dia ………… de ……………….. de ………………………. .

Termo em que,
P. deferimento.

(Nome da Cidade), ......., de ............................... de 20.......

Assinatura: ...............................................................................................................

Nome por extenso: ...............................................................................................................

Cargo: ...............................................................................................................

Identidade: ...............................................................................................................

Endereço residencial ...............................................................................................................

E-MAIL ..............................................................................................................

Telefone: ..............................................................................................................

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CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
Missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento de sua missão
como comunidade local “

Proposta da Convenção Batista Brasileira de Estatuto Modelo para Igreja

CAPITULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS

Art. 1º A Igreja Batista... (nome) ..., fundada em ..., doravante, neste estatuto,
designada Igreja, é uma organização civil, de natureza religiosa, instituída por tempo
indeterminado, sem fins lucrativos, com sede na Rua ..., e foro na cidade de ..., Estado
do ..., podendo manter congregações, pontos de pregação ou missões em qualquer
parte do território nacional.

Art. 2º A Igreja reconhece e proclama Jesus Cristo como único Salvador e Senhor,
aceita a Bíblia Sagrada com única regra de fé e prática, adota os princípios da
Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, e toma suas decisões de forma
democrática e autônoma, não estando sujeita a qualquer outra igreja, instituição ou
autoridade denominacional.

Art. 3º A Igreja tem as seguintes finalidades:


I - reunir-se regularmente para prestar culto a Deus e proclamar a mensagem do
Evangelho de Jesus Cristo;
II - estudar a Bíblia Sagrada, visando ao doutrinamento e à edificação espiritual dos
seus membros;
III - cultivar a comunhão, o bom relacionamento e a fraternidade cristã;
IV - promover a causa da ação social cristã e da educação;
V - cooperar com a Convenção Batista do (Unidade da Federação), com a Convenção
Batista Brasileira, e com as Igrejas filiadas a essas Convenções na realização de seus
fins;
VI - promover o estabelecimento do Reino de Deus no mundo.
Parágrafo único. Para consecução de suas finalidades, a Igreja poderá criar instituições
a ela vinculada, com personalidade jurídica própria.

CAPÍTULO II
DOS MEMBROS, ADMISSÃO E DESLIGAMENTO

Art. 4º A Igreja é constituída de pessoas de ambos os sexos, que professam a sua fé


em Jesus Cristo como único Salvador e Senhor, aceitam as doutrinas bíblicas e a
disciplina adotadas pela Igreja, sem distinção de nacionalidade, raça, cor ou posição
social.

Art. 5º São considerados membros da Igreja as pessoas recebidas por decisão da


Assembléia Geral, da forma como se segue:
I - batismo dos candidatos previamente aprovados em pública profissão de fé;
II - transferência por carta de membros de outras igrejas da mesma fé e ordem;
III - reconciliação, devidamente solicitada, de pessoas afastadas do rol desta Igreja ou
comprovadamente afastados de outras igrejas batistas;
IV - aclamação precedida de testemunho público e compromisso.
Parágrafo único. Casos especiais não constantes deste artigo serão decididos pela
Igreja em Assembléia Geral.

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Conselho Geral

Art. 6º Perderá a condição de membro da Igreja aquele que for desligado, por decisão
da Assembléia Geral, nas seguintes hipóteses:
I – ter solicitado desligamento ou haver falecido;
II – ter-se transferido para outra Igreja;
III – ter-se ausentado dos cultos e deixado de participar das atividades eclesiásticas,
por tempo julgado suficiente para caracterizar abandono e desinteresse pela Igreja e
pela obra que realiza;
IV – estar defendendo e professando doutrinas ou práticas que contrariem a
Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira;
V – ter infringido os princípios éticos, morais e da boa conduta defendidos pela Igreja,
com fundamento na Bíblia Sagrada.
Parágrafo único. Sob qualquer alegação, nenhum direito poderá ser concedido àquele
que deixar de ser membro da Igreja.

CAPITULO III
DOS DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS

Art. 7º São direitos dos membros:


I - participar das atividades da Igreja, tais como cultos, celebrações, eventos, reuniões
de oração, estudo bíblico e ação social;
II - receber assistência espiritual;
III - participar da Assembléia Geral, com direito ao uso da palavra e ao exercício do
voto;
IV - votar e ser votado para cargos ou funções, observada a maioridade civil, quando
se tratar de eleição da Diretoria Administrativa da Igreja.
Parágrafo único. A qualidade de membro da Igreja é intransmissível, sob qualquer
alegação.

Art. 8º São deveres dos membros:


I - manter uma conduta compatível com os princípios espirituais, éticos e morais, de
acordo com os ensinamentos da Bíblia Sagrada;
II - exercitar os dons e talentos de que são dotados;
III - contribuir com dízimos e ofertas, para que a Igreja atinja seus objetivos e cumpra
sua missão;
IV - exercer com zelo e dedicação os cargos ou funções para os quais forem eleitos;
V - observar o presente estatuto e decisões dos órgãos administrativos e eclesiásticos
nele previstos, zelando por seu cumprimento.

CAPÍTULO IV
DA ASSEMBLÉIA GERAL

Art. 9º A Assembléia Geral, constituída pelos membros da Igreja, é o seu poder


soberano, e suas decisões serão tomadas por voto da maioria dos membros presentes,
salvo as exceções previstas neste estatuto.

Art. 10. A Igreja reunir-se-á em Assembléia Geral Ordinária em dia e hora previamente
conhecidos no calendário de atividades da Igreja e, quando necessário, em Assembléia
Geral Extraordinária, convocada pelo Presidente, ou por seu substituto legal ou, ainda,
por 20% (vinte por cento) dos membros.

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Conselho Geral

Parágrafo único. A Assembléia Geral será realizada com o quorum de 20% (vinte por
cento) dos membros da Igreja em primeira convocação e com qualquer numero em
segunda convocação, 15 (quinze) minutos após.

Art. 11. Os assuntos de especial relevância serão decididos em Assembléia Geral


Extraordinária, realizada no domingo, convocada e aprovada em culto no domingo
anterior, constando a pauta dos assuntos a serem tratados.
§ 1º Considerar-se-ão assuntos de especial relevância para efeito deste artigo:
I - eleição e destituição do Pastor e demais ministros da Igreja;
II - eleição e destituição de Diáconos;
III - aquisição, venda, alienação ou oneração de bens imóveis;
IV - modificação da estrutura ou construção do templo sede da Igreja;
V - reforma estatutária;
VI - transferência da sede da Igreja;
VII - mudança do nome da Igreja;
VIII - dissolução da Igreja.
§ 2º. O quorum para a Assembléia de que trata o § 1º é de 51% (cinqüenta e um por
cento) dos membros da Igreja, em primeira convocação e de 20% (vinte por cento)
dos membros em segunda convocação, 15 (quinze) minutos após, observando-se os
mesmos prazos estabelecidos no “caput” para as convocações seguintes.
§ 3º. As decisões da Assembléia de que trata o § 1º serão tomadas com o mínimo
favorável de 2/3 (dois terços) dos votantes.

CAPÍTULO V
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA

Art. 12. A Diretoria Administrativa da Igreja será composta de: Presidente, Primeiro
Vice-Presidente, Segundo Vice-Presidente, Primeiro Secretário, Segundo Secretário,
Primeiro Tesoureiro e Segundo Tesoureiro.
§ 1º Os cargos da Diretoria Administrativa e do Conselho Fiscal serão exercidos por
quaisquer membros da Igreja civilmente capazes, eleitos anualmente pela Assembléia
Geral, exceção feita ao cargo de Presidente, que será exercido pelo Pastor titular, por
tempo indeterminado, a juízo da Assembléia Geral.
§ 2º Nenhum membro da Diretoria Administrativa receberá remuneração pelas
atividades administrativas exercidas.
§ 3º O Pastor titular e os componentes do Ministério Auxiliar poderão receber sustento
da Igreja pelas funções pastorais e ministeriais, sem vínculo empregatício.

Art. 13. Compete ao Presidente:


I - dirigir e superintender os trabalhos da Igreja, podendo participar de qualquer
reunião como membro "ex officio";
II - representar a Igreja ativa, passiva judicial e extrajudicialmente;
III - convocar a Assembléia Geral e presidir a ela;
IV - assinar, com o Secretário, as atas da Assembléia Geral;
V - assinar pessoalmente, ou mediante procuração, juntamente com o Primeiro
Tesoureiro, escrituras, contratos, cheques e outros negócios jurídicos;
VI - cumprir e fazer cumprir o estatuto.

Art. 14. Compete aos Vice-Presidentes, na ordem de eleição, substituir o Presidente,


nos seus impedimentos e ausências.

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Art. 15. Compete ao Primeiro Secretário lavrar e assinar as atas da Assembléia Geral
e de outros órgãos que sejam dirigidos pela Diretoria Administrativa da Igreja.

Art. 16. Compete ao Segundo Secretário substituir o Primeiro Secretário, nos seus
impedimentos e ausências.

Art. 17. Compete ao Primeiro Tesoureiro:


I - assinar, juntamente com o Presidente, escrituras, contratos, cheques e outros
negócios jurídicos;
II - receber e escriturar as contribuições financeiras destinadas à Igreja;
III - efetuar os pagamentos autorizados pela Igreja;
IV - prestar relatórios financeiros à Assembléia Geral.

Art. 18. Compete ao Segundo Tesoureiro auxiliar o Primeiro Tesoureiro na execução


do seu trabalho e substituí-lo nos seus impedimentos e ausências.

CAPÍTULO VI
DOS OFICIAIS E DO CONSELHO ADMINISTRATIVO

Art. 19. A Igreja tem como oficiais Pastores e Diáconos, eleitos conforme este estatuto
e o Manual Eclesiástico cujos deveres se acham delineados em o Novo Testamento.
Parágrafo único. A Igreja terá um Pastor titular, que poderá ser auxiliado por outros
ministros, a critério da Assembléia Geral.

Art. 20. A Igreja terá um Conselho Administrativo, composto pela Diretoria


Administrativa, ministros auxiliares, corpo de Diáconos, líderes de ministérios e de
organizações internas e de comissões permanentes, além de outros líderes definidos
pela Assembléia Geral.
§ 1º A direção do Conselho Administrativo será exercida pela Diretoria Administrativa.
§ 2º As atribuições do Conselho Administrativo serão determinadas em Assembléia
Geral.

CAPÍTULO VII
DA RECEITA E DO PATRIMÔNIO

Art. 21. A receita da Igreja destinada a sua manutenção é constituída por dízimos e
ofertas, entregues por ato de fé, não podendo ser reivindicados, nem mesmo por
terceiros, sob qualquer alegação.
Parágrafo único. O exercício social encerrar-se-á anualmente em 31 de dezembro.

Art. 22. O patrimônio da Igreja é constituído de bens móveis e imóveis, adquiridos a


título oneroso ou gratuito.
§ 1º A Igreja poderá receber, por decisão da Assembléia Geral, doações e legados, de
procedência compatível com os seus princípios e deverão ser aplicados,
exclusivamente, na consecução de seus objetivos.
§ 2º A Igreja só responde com seus bens pelos compromissos assumidos com
expressa autorização da Assembléia Geral ou decorrentes de lei.
§ 3º A Diretoria e os membros individualmente não respondem solidária ou
subsidiariamente pelas obrigações da Igreja, e não têm direito ao seu patrimônio e
receita, bem como a Igreja não responde por qualquer obrigação de seus membros.

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CAPITULO VIII
DO CONSELHO FISCAL

Art. 23. A Igreja elegerá, anualmente, em Assembléia Geral, um Conselho Fiscal,


constituído de cinco (5) membros, com as seguintes atribuições:
I - examinar e dar parecer sobre os balancetes;
II - acompanhar a evolução financeira e contábil;
III - recomendar as medidas administrativas necessárias à manutenção do equilíbrio
financeiro.

CAPÍTULO IX
DA DISSOLUÇÃO

Art. 24. A Igreja só poderá ser dissolvida pela Assembléia Geral quando não estiver
cumprindo, reconhecidamente, as suas finalidades.
§ 1º A dissolução da Igreja só poderá acontecer, nos termos deste estatuto, por
decisão em duas Assembléias Gerais Extraordinárias, para tal fim convocadas.
§ 2º No caso de dissolução, o patrimônio da Igreja passará à Convenção Batista do
(Unidade da Federação) ou, em sua falta, à Convenção Batista Brasileira.

CAPÍTULO X
DAS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS

Art. 25. Ocorrendo divergências entre os membros da Igreja, por motivo de ordem
doutrinária ou práticas eclesiásticas, o julgamento do litígio será feito por um Concílio
Doutrinário, constituído na forma prevista pela Convenção Batista do (Unidade da
federação) ou, se tal não houver, por quinze (15) pastores indicados por essa
Convenção.
§ 1º O Concílio Doutrinário definirá os prazos para oitiva dos grupos divergentes, o
local de reuniões, e as provas necessárias à decisão.
§ 2º As decisões do Concílio Doutrinário são irrecorríveis em seu campo de decisão e
aplicação, entrando em vigor imediatamente.
§ 3º O grupo que se opuser ao processo estabelecido, será considerado vencido,
ficando sujeito às sanções previstas neste estatuto e na lei.

Art. 26. Enquanto não forem sanadas as divergências doutrinárias, os grupos não
poderão deliberar sobre os seguintes assuntos:
I - alienação, venda, permuta ou qualquer ônus do patrimônio da Igreja;
II - desligamento de membros ou quaisquer restrições aos seus direitos individuais na
Igreja;
III - reforma do estatuto ou qualquer outro documento normativo;
IV - mudança da sede;
V - alteração do nome da Igreja.

Art. 27. O uso do nome e do patrimônio ficará com o grupo, mesmo minoritário, que
permanecer fiel às doutrinas batistas, consubstanciadas na Declaração Doutrinária da
Convenção Batista Brasileira, e terá as seguintes prerrogativas:
I - permanecer na posse e domínio do templo e demais imóveis, neles continuando a
exercer as suas atividades espirituais, eclesiásticas e administrativas;
II - eleger outra Diretoria Administrativa, inclusive um novo Pastor, se as
circunstâncias o exigirem;

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III - exercer os direitos e prerrogativas previstas neste estatuto e na lei.

CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 28. As regras parlamentares adotadas pela Igreja são as mesmas observadas pela
Convenção Batista do (Unidade federativa) com as devidas adaptações.

Art. 29. A Igreja adotará um Manual Eclesiástico ou Regimento, para regulamentar as


normas estatutárias e a organização eclesiástica.

Art. 30. A Igreja não concederá avais ou fianças e nem assumirá quaisquer obrigações
estranhas as suas finalidades.

Art. 31. Este estatuto só poderá ser reformado em Assembléia Geral Extraordinária,
em cuja convocação conste reforma do estatuto, sendo que o presente artigo, bem
como os artigos 2º, 3º, 25, 26, 27 seus parágrafos e incisos, só poderão ser alterados,
derrogados ou revogados, mediante homologação da Convenção Batista do (Unidade
da Federação), através de seu órgão representativo e, na sua falta, pelo Conselho
Geral da Convenção Batista Brasileira.

Art. 32. Este estatuto entrará em vigor após aprovação em Assembléia Geral e registro
legal, revogando-se as disposições em contrário.
O presente estatuto reforma o anterior, registrado no Cartório das Pessoas Jurídicas,
sob o número ..., protocolo em ... de.... de ... .

Local, data e assinaturas.

Projeto aprovado pela Comissão Jurídica do Conselho Geral da


Convenção Batista Brasileira em maio de 2004.

Comissão Jurídica:
José Vieira Rocha – Relator
Isaias Lins – Vice-Relator
Orivaldo Pimentel Lopes
Ednaldo Batista Rocha
Vanias Mendonça.

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Sócrates Oliveira de Souza
(organizador)

EXAME E
CONSAGRAÇÃO
AO MINISTÉRIO
PASTORAL
Sócrates Oliveira de Souza
(organizador)

EXAME E
CONSAGRAÇÃO
AO MINISTÉRIO
PASTORAL

2011
Rio de Janeiro

2ª edição
Todos os direitos reservados. Copyright © 2010 da Convicção Editora

Direção geral e organização Sócrates Oliveira de Souza


Direção editorial Macéias Nunes
Assistente editorial Sandra Regina Bellonce do Carmo
Revisão Fábio Aguiar Lisboa
Capa e projeto gráfico oliverartelucas

E 96 e Exame e consagração ao ministério pastoral /


organização de Sócrates Oliveira de Souza.-
Rio de Janeiro: Convicção, 2009.

24p . (documentos batistas; 2).

1. Concílio. 2. Ministério pastoral. 3. Ordenação.


I. Souza, Sócrates Oliveira de, org. II. Série.

CDD 262.5

Índice para catálogo sistemático:


1. Ordenação: 262.14
2 .Consagração: 262.14

ISBN: 978-85-61016-17-3
2ª edição: 2011
Tiragem: 1500

Convicção Editora
Rua: Senador Furtado, 56 – Maracanã – Rio de Janeiro, RJ
CEP: 20270-020 Telefone: (21) 2157-5557
E-mail: falecom@conviccaoeditora.com.br
www.conviccaoeditora.com.br
Sumário
Apresentação.........................................................................07

Introdução............................................................................11

I - Convocação do Concílio....................................................13

II - Constituição da Diretoria do Concílio...............................15

III - Exame da pessoa candidata.............................................17

IV - O Ato de Consagração com imposição de mãos...............19

V - Modelos...........................................................................21
Apresentação
A Convenção é, por sua natureza e definição estatutária, cons-
tituída de igrejas das quais procedem os mensageiros que inte-
gram as assembleias convencionais.
A Convenção se relaciona com as igrejas em decorrência dos
laços cooperativos, isto é, reconhece as ligações determinantes
do arrolamento como igrejas cooperantes, mas também as reco-
nhece como igrejas locais, autônomas, interdependentes e que
vivem num ambiente de mutualidade.
Neste relacionamento, estimula a fraternidade e a participação
cooperativa nos planos e programas que objetivam alcançar os
propósitos exarados na Filosofia da Convenção Batista Brasileira.
O relacionamento com as igrejas também tem o intuito de
ajudá-las em circunstâncias especiais e assessorá-las em seu tra-
balho local, mediante solicitação.
A Convenção Batista Brasileira, portanto, existe em função da
igreja, como declarado em seus documentos filosóficos. A Conven-
ção é composta de igrejas batistas que decidem voluntariamente
se unir para viverem juntas a mesma fé, promovendo o Reino de
Deus e assumindo o compromisso de fidelidade doutrinária, coo-
peração e empenho na execução dos programas convencionais.
A Convenção existe em função do propósito atribuído pelo
Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. Ela não substitui a igreja local,
mas aglutina recursos, analisa e sugere métodos e planos, pro-

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 7


porcionando às igrejas condições melhores para o cumprimento
de suas funções.
A Convenção é serva das igrejas quando recebe delas condi-
ções e motivações para existir e operar. Define-se igualmente
como seu foro eclesiástico - quando em suas assembleias que
são constituídas por mensageiros enviados pelas igrejas coope-
rantes -, aprecia doutrinas, práticas e relatórios das atividades
de suas organizações, debate ideias e aprova diretrizes gerais. É,
ainda, coordenadora, quando recebe planos e programas como
atividades que deve implementar, visando a concretização das
aspirações comuns às igrejas cooperantes.
Assim, a Convenção incentiva e coordena a obra cooperativa
das igrejas, buscando sempre fortalecer a visão e ação de igrejas
e crentes, regida pelos princípios da voluntariedade, da frater-
nidade, da solidariedade, do incentivo mútuo e presidida pelo
respeito à autonomia da igreja participante.
A partir da compreensão de sua natureza, a Convenção tem
como finalidade estimular a criação de condições para abrir canais
de cooperação, de congraçamento e de intercâmbio entre as igrejas
da mesma fé e ordem para que cumpram seus ideais e a missão
dada pelo Senhor. Além disso, age na perspectiva da unidade da
fé, no pleno conhecimento do Filho de Deus, da maturidade cristã,
objetivando a estatura da plenitude de Cristo. Busca a construção
de uma sociedade justa, onde cada cidadão encontre seu bem-es-
tar e o desenvolvimento pleno de suas potencialidades, bem como
a formação de um povo para Deus, através da ação da igreja e da
glorificação do nome de Jesus Cristo em todas as esferas existentes.
Tem também como finalidade ajudar no preparo do povo de
Deus, treinando pessoas para o cumprimento do sacerdócio na
igreja e na sociedade, para que a presença do Evangelho se faça

8 | EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL


sentir na educação, na política, na economia, na ação social e
na comunicação social, através de uma ação eficaz no âmbito
missionário, docente, profissional, intelectual e cristão.
Os batistas consideram este desafio com redobrada humilda-
de e dependência de Deus, buscando condições para responder
objetivamente às necessidades de um mundo tão complexo e
cheio de oportunidades como o atual.
Operacionalmente, a Convenção está organizada para tornar
efetiva sua visão global e planejar e coordenar sua atuação nas
seguintes áreas:
1- Ação Social;
2- Comunicação;
3- Culto e Louvor;
4- Educação Religiosa, Teológica, Ministerial e Secular;
5- Evangelismo, Evangelização e Missões;
6- Grupos específicos: Crianças, adolescentes, jovens, adul-
tos, terceira idade, família, deficientes, entre outros;
7- Ministérios, Ministério Pastoral;
8- Mordomia Cristã e Sustento;
9- Música;
10- Relacionamentos.
Para alcançar os objetivos apresentados anteriormente, a Con-
venção tem uma Missão e uma Visão que norteiam suas ações:
Missão - “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no
cumprimento de sua missão como comunidade local”
Visão - “Ser uma instituição ágil, eficaz e útil às igrejas batistas
para fazer discípulos de Cristo no Brasil e no mundo”.
Para efetivar sua missão, a Convenção deve servir com ex-
celência às igrejas batistas brasileiras e às convenções estaduais
e associações locais que dela fazem parte, respondendo com

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 9


eficácia e eficiência às suas demandas de serviços e produtos
para que possam otimizar o seu desempenho e resultados, tra-
duzidos em salvação de vidas, batismos, organização de novas
igrejas e abertura de novos campos missionários (crescimento
quantitativo), santificação de vidas, fortalecimento de igrejas, es-
tabelecimento de lideranças altamente capacitadas e uma pre-
sença espiritual e eticamente influente na sociedade e na cultura
brasileira (crescimento qualitativo).
Assim, esta série Documentos Batistas - Recomendações às
igrejas tem a finalidade de dar cumprimento à missão e à visão
da Convenção.

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Introdução
Quando a igreja decide consagrar uma pessoa ao ministério
pastoral é porque já reconheceu as qualidades espirituais, mo-
rais, intelectuais, teológicas e evidência de chamada divina da
referida pessoa ao desempenho desta tarefa.
Este documento serve como orientação às igrejas para a rea-
lização de exame e consagração ao ministério pastoral. Ele leva
em consideração a forma com que, ao longo do tempo, as igre-
jas batistas no Brasil e no mundo vêm trabalhando, com uma ou
outra variação, mas com o mesmo propósito e sempre com base
na história da igreja no Novo Testamento.
Quando um pastor é examinado e consagrado, sempre e ne-
cessariamente o é através de uma igreja. Todavia, ele não é con-
sagrado para ser pastor exclusivamente daquela igreja. Daí a ne-
cessidade de serem adotados alguns procedimentos para que ele
seja reconhecido como pastor batista por toda a denominação.
A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira dis-
põe da seguinte forma sobre o Concílio de Exame e Consagração
ao Ministério Pastoral:
“Quando um homem convertido dá evidências de ter sido cha-
mado e separado por Deus para esse ministério, e de possuir as
qualificações estipuladas nas Escrituras para o seu exercício, cabe
à igreja local a responsabilidade de separá-lo, formal e publica-
mente, em reconhecimento da vocação divina já existente e veri-

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 11


ficada em sua experiência cristã. Esse ato solene de consagração
é consumado quando os membros de um presbitério ou concílio
de pastores, convocados pela igreja, impõem as mãos sobre o
vocacionado” (Item XI da Declaração Doutrinária da Convenção
Batista Brasileira).
Assim, cabe à igreja identificar o vocacionado, separá-lo for-
mal e publicamente, proporcionar as condições para o seu de-
vido preparo, convocar e realizar o Concílio de Exame e Consa-
gração do novo pastor.
As igrejas filiadas à Convenção Batista Brasileira decidem,
através destas recomendações, seguir princípios que estimulem
os melhores procedimentos na realização de concílios.

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I
Convocação
do Concílio
Como já explicitado acima no texto da Declaração Doutrinária
da Convenção Batista Brasileira, compete à igreja filiada à Conven-
ção Batista Brasileira, e da qual é membro a pessoa candidata ao
ministério pastoral, convocar o Concílio de Exame e Consagração.
A igreja deverá encaminhar convite escrito aos pastores filia-
dos à OPBB (Ordem dos Pastores Batistas do Brasil), membros
das igrejas batistas filiadas à Convenção Batista Brasileira, com
antecedência mínima de 30 dias, convocando-os a constituírem
Concílio para examinar a pessoa. Sempre que possível, é reco-
mendável publicar o convite em jornais e outras publicações de-
nominacionais de ampla circulação da região ou estado.
Para o encaminhamento desta carta de convocação aos pasto-
res, a igreja poderá servir-se do apoio da seção local ou regional
da OPBB, sendo vedada a esta negar a realização do Concílio ou
embaraçar-lhe o funcionamento.
Os membros de igrejas poderão assistir o Concílio de Exame
e Consagração, sendo vedado a estes a palavra e a participação
nos atos de exame e consagração, dos quais farão parte apenas
os pastores batistas filiados à OPBB.
Preferencialmente, o exame e consagração acontecerão na
sede da igreja que consagra a pessoa candidata.
Por motivos funcionais, a igreja pode servir-se da sede da
Convenção Estadual para a realização do exame.

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 13


A reunião deverá ser aberta pelo pastor titular da igreja que con-
vocou o Concílio ou por pastor membro da OPBB devidamente au-
torizado pela igreja convocadora, que receberá e atestará a entrega
dos seguintes documentos a serem posteriormente encaminhados,
junto com a ata do Concílio, à seção da OPBB com fins de filiação:
I – experiência de conversão e chamada para o ministério
pastoral e declaração da igreja dada em assembleia atestando o
reconhecimento da chamada ao ministério da pessoa candidata,
inclusive seu tempo de membresia.
II – cópia da ata da assembleia da igreja deliberando sobre a
convocação do concílio.
III – declaração da instituição onde o candidato cursou, ou
cursa, Teologia atestando sua regularidade acadêmica, financeira
e disciplinar com a instituição.
IV – declaração de filiação à ABIBET da instituição em que a
pessoa candidata concluiu o seu curso
V – cópia de certidão de casamento ou nascimento, identida-
de e CPF.
VI – trabalho escrito e firmado contendo, dentre outros, os
seus compromissos ministeriais e declaração de fidelidade aos
princípios, doutrinas e práticas batistas.
VII – testemunho do pastor da pessoa candidata atestando,
inclusive, seu envolvimento efetivo com o ministério da igreja.
VIII – se casado, declaração escrita do cônjuge, testemunhan-
do sobre a vocação ministerial da pessoa candidata e sua con-
cordância em apoiá-la.
XI – declaração firmada de que não sofre restrições de crédito
e condenação criminal.
A ata do concílio deverá ser aprovada pela igreja após o exa-
me e antes da consagração.

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II
Constituição da
Diretoria do Concílio
Após a entrega dos documentos e a parte devocional, o pas-
tor dirigente realizará a eleição da mesa dirigente do Concílio,
assim composta:
I – Presidente;
II – Examinadores ou examinador;
III – Secretário.
Após o exame, no caso de aprovação, serão eleitos pelo
Concílio, podendo ser indicados pelo candidato, pastores para
os seguintes atos:
I – Mensagem;
II – Entrega da Bíblia que será providenciada pela igreja con-
vocadora;
III – Oração de Consagração.
É recomendável, sempre que possível, que haja um intervalo
mínimo de sete dias entre os atos de Exame e de Consagração.
No caso de reprovação do candidato, um novo Concílio so-
mente deverá ser convocado após 90 dias.

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 15


III
Exame da pessoa
candidata
O Exame da pessoa candidata abordará as seguintes áreas,
podendo o Concílio eleger um examinador para cada área:
I – Experiência de conversão e chamada para o ministério pastoral.
II – Teologia propriamente dita: Escrituras Sagradas, Deus Pai,
Filho e Espírito Santo, o homem, o pecado, salvação, eleição,
Reino de Deus, igreja, o Dia do Senhor, Ministério da Palavra,
liberdade religiosa, morte, justos e ímpios.
III – Relacionamento Pessoal - amor ao próximo e ética.
IV – Teologia prática: Batismo, Ceia do Senhor, Mordomia, Evan-
gelização e Missões, Educação Cristã, Ordem Social e família.
V – Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira,
Pacto das Igrejas Batistas, Princípios Batistas, estrutura e funcio-
namento da Convenção Batista Brasileira e história dos batistas.
A pessoa candidata deverá ser examinada com pelo menos uma
pergunta nas áreas e sub-áreas mencionadas, devendo demonstrar
segurança e fundamentação bíblica para suas respostas, sendo veda-
da consulta a anotações e outros escritos, exceto a Bíblia Sagrada.
A OPBB pode oferecer ou credenciar cursos preparatórios para
concílios, e a avaliação conseguida pelas pessoas candidatas pode
ser usada pelo Concílio como subsídio ao Concílio de Exame.
Após a conclusão do Exame pelo examinador (ou examinadores),
a palavra poderá ser franqueada por este aos pastores batistas filia-
dos à OPBB, participantes do concílio, para eventuais perguntas.

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 17


Declarado satisfeito o examinador, o presidente convidará os
pastores batistas para, ato contínuo, se reunirem em separado
para deliberar sobre o parecer.
Sendo aprovada a pessoa candidata, o presidente informará
aos presentes da decisão do Concílio e procederá à eleição dos
componentes do ato de Consagração, além de ser realizada uma
deliberação sobre a data para o mesmo.
Atendidas as exigências para convocação do Concílio de Exa-
me, o parecer favorável deste será válido se:
I – Constar na ata do Concílio de Exame o registro da presença
de pelo menos sete pastores membros da OPBB, com carteira de
pastor batista válida.
II – Houver aprovação de pelo menos 80 por cento dos pasto-
res presentes no Concílio de Exame.
III – Constar formação teológica e eclesiástica atestada pelo
Concílio de Exame.
Para Concílio de recondução ao ministério, quando o desli-
gamento não for por motivos doutrinários, será decidida pela
Seção, dispensando novo Concílio.
Para filiação de pastores que tenham sido reconduzidos ao mi-
nistério, por questões doutrinárias, cumpre-se novamente toda a
rotina de procedimentos estabelecidos para o primeiro exame.
I - A recondução é sempre em atendimento ao pedido de uma
Igreja, ligada à CBB, em expresso acordo com a Igreja da qual o can-
didato é membro, para exercer o seu pastorado titular ou colegiado.
II - É indispensável um interstício de dois anos desde o desli-
gamento da OPBB ou de uma igreja local.
III - Havendo problema de ordem doutrinária, o candidato deve
ser submetido a exame especial nas áreas doutrinárias específicas.
Entre os atos de Exame e Consagração, o concílio entrará em
recesso e será dissolvido após consumar o ato de Consagração.

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IV
O Ato de Consagração
com imposição de mãos
A igreja que está promovendo a consagração deverá registrar
em seus anais a realização do Concílio de Exame e Consagração
ao Ministério Pastoral, bem como, obrigatoriamente, a transcri-
ção da ata do Concílio.
O ato de Consagração acontecerá durante culto público rea-
lizado na sede da igreja que consagra preferencialmente ou na
sede da igreja onde servirá o candidato aprovado.
O ato solene de Consagração ao Ministério Pastoral é consu-
mado quando os membros de um Concílio de pastores, convo-
cados pela igreja, impõem as mãos sobre o vocacionado, ação
esta acompanhada da oração de consagração.

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 19


V
Modelos
CONVITE AOS PASTORES

A Igreja Batista ______ convida pastores para participarem do


Concílio que examinará o irmão ______, com formação minis-
terial pelo Seminário Teológico Batista ______, visando sua con-
sagração ao ministerial pastoral. Se aprovado, será ordenado no
dia ______ de ______ durante o culto noturno e servirá como
pastor na Igreja Batista ______.

Data do Concílio: ______


Horário: ______
Local: ______

_______________________________
Presidente da Igreja Batista ______

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ATA DE CONCÍLIO DE CONSAGRAÇÃO
AO MINISTÉRIO PASTORAL
Aos _______ dias do mês de ______ de ______, às ______ horas
e ______ minutos no templo da Igreja Batista ______, situada na
Rua ______, tendo sido convocado previamente o presente Con-
cílio, reuniu-se sob a liderança do pastor da igreja local, ______,
que, após a oração, convidou os pastores presentes para a forma-
ção do Concílio de Exame, que ficou assim constituído: Presidente,
pastor ______; secretário, pastor ______; examinadores, pastores
______; oração consagratória, pastor ______; entrega da Bíblia,
pastor ______; sermão, pastor ______. O plenário do Concílio foi
composto pelos seguintes pastores: ______. O presidente concede
a palavra aos examinadores, que iniciam o exame do candidato
fazendo as seguintes perguntas ______.
Os examinadores entregam então a palavra ao presidente, que
consulta os demais conciliares para perguntas complementares. O
Concílio dá-se por satisfeito e a palavra retorna ao presidente, que
faz consulta aos componentes do Concílio sobre a aprovação do
candidato. Com votação unânime, o Concílio recomenda à igreja
a Consagração ao Santo Ministério da Palavra do irmão ______. O
presidente comunica que o Ato Consagratório ocorrerá às ______
horas e ______ minutos no dia ______, no templo da Igreja Batista
______. Logo após a oração, às ______ horas, o presidente do Con-
cílio declarou suspensos os trabalhos. Convidou a todos os presen-
tes para o ato da consagração no dia anteriormente anunciado.

--------------------------------------------------------------------------------

REABERTURA DO CONCÍLIO. Aos ______ dias do mês de


______ de ______, às _______ horas e ______ minutos foi re-
aberta a sessão do Concílio pelo presidente ______ tendo em

22 | EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL


vista o Ato de Consagração do irmão ______. O pastor ______
fez uma oração na abertura dos trabalhos. O pastor presidente
convoca os pastores presentes para a composição do Concílio.
O pastor ______ comunica à igreja que o candidato foi apro-
vado no exame realizado no dia ______ de ______ de ______,
realizado neste mesmo local. Os conciliares são convidados para
o Ato de Imposição de Mãos, quando o candidato ajoelha-se.
O pastor ______ faz a Oração de Consagração do novo pastor,
entregando-o nas mãos de Deus. Ato seguinte, o pastor ______,
faz a entrega da Bíblia. Foi entoado o hino ______ sob a regência
de ______. Logo a seguir, o orador convidado, pastor ______,
profere a mensagem, com base no texto bíblico de ______. O
presidente, pastor ______, declara o encerramento dos traba-
lhos com o Concílio dissolvido. É concedida a palavra ao pastor
______ para os agradecimentos finais e a impetração da Bênção
Apostólica.

EXAME E CONSAGRAÇÃO AO MINISTÉRIO PASTORAL | 23


Este livro foi produzido pela oliverartelucas com as fontes ZapfHumnst
BT e Kozuka Gothic Pro; impresso no papel de miolo Offset 75g e
capa Cartão Triplex 250g em abril de 2010.
Gestão e Administração Eclesiástica
"Responsabilidade Contábil-financeira da Igreja"

Para muitos seminaristas a matéria Administração Eclesiástica é uma das


menos atrativas e apreciadas em seu curso teológico. Para muitos pastores,
principalmente para aqueles que têm o encargo de presidir a Igreja, as
questões administrativas, legais, contábeis e financeiras não são prioritárias
por vários motivos: sua complexidade, a grande demanda das outras áreas
ministeriais, a falta de entendimento das suas responsabilidades como
presidente de uma Igreja legalmente constituída, a carência de assessores
nestes assuntos, o receio de delegar, as dificuldades pessoais nestas áreas,
etc.
Entretanto, seja a negligência, a falta de conhecimento ou quaisquer
outros motivos, as questões administrativas têm trazido para os presidentes
das Igrejas, sejam pastores ou não, uma grande tensão diante das exigências
legais que recaem sobre a Igreja como pessoa jurídica de direito privado.
Sabemos que a Igreja é o Corpo Vivo de Cristo, um organismo, e precisa
ser pastoreada com todo zelo como a Noiva de Cristo, mas não nos
esqueçamos que, diante dos órgãos públicos, ela é contribuinte como qualquer
outro e também precisa ser irrepreensível em sua administração.
Convém relembrar que nos Estatutos das Igrejas, por exigência legal,
consta que compete ao presidente e, no impedimento deste, aos vice-
presidentes, representar a Igreja ativa e passiva, judicial e extrajudicialmente.
Isto significa que o presidente está legalmente autorizado a agir em nome da
Igreja perante instituições financeiras, órgãos públicos municipais, estaduais e
federais, em seus negócios com pessoas físicas e jurídicas, etc.
Certamente, os secretários e tesoureiros têm as suas competências, mas
o presidente e, em sua falta ou em seus impedimentos, o seu substituto legal,
tem o dever de supervisionar os serviços dos seus pares de diretoria
administrativa. Numa eventual fiscalização, não adianta o presidente
simplesmente alegar que a responsabilidade por alguma omissão ou ato
errôneo era só da secretaria ou da tesouraria. Isto pode até atenuar,
especialmente diante da Igreja, mas diante das autoridades, a
responsabilidade legal é de quem preside, seja pastor ou não!

1
À primeira vista, representar a Igreja parece algo muito inofensivo, mas
certamente há implicações, pois mesmo que a Igreja tenha uma liderança
zelosa, uma boa administração e nunca aja de má fé, poderá ser surpreendida
por fatos, aparentemente pequenos, mas cujos desdobramentos podem ser
onerosos e sérios.

Dois fatos concretos ocorridos:


Acompanho há seis anos fatos ocorridos com uma Igreja, que devido a
processos em andamento, prefiro não citar o nome.
Primeiro fato – Há alguns anos a Igreja adquiriu um terreno com
4.500m² visando construir as dependências para uma futura congregação. Na
primeira limpeza do terreno, além da roçada normal, foram cortadas
indevidamente algumas mudas de árvores e também um dos vizinhos
aproveitou para jogar suas árvores cortadas no terreno da Igreja sem o
conhecimento e permissão da mesma. A Polícia Militar Ambiental, através de
denúncia ou não, constatou o fato e autuou a Igreja, o que causou o embargo
do terreno. Após um longo processo para desembargar o terreno junto aos
órgãos de meio ambiente, foi assinado entre as partes dois Termos de
Compromisso de Recuperação Ambiental. No primeiro, acordou-se que
1.295m² do terreno fossem registrados na matrícula do imóvel como área
verde, que não pode ser mexida; e, no segundo, que a Igreja plantasse 443
mudas de árvores em outra propriedade, acompanhando o crescimento das
mesmas por 30 meses. Todo o processo levou mais de 7 anos, custou quase
R$ 30.000,00 e impediu a Igreja de ter o direito de mexer naquela área por 5
anos.
Mas isso não foi tudo. A autuação foi encaminhada ao Ministério Público,
que, por sua vez, deu início a um processo-crime contra o presidente da
Igreja, acusando-o de crime ambiental. O departamento jurídico da Igreja agiu
com muita competência, os pareceres dos órgãos do meio ambiente foram
muito morosos, o que resultou no arquivamento do processo por decurso de
prazo.

2
Segundo fato – A mesma Igreja foi auditada por três meses pela Receita
Federal, especialmente na área previdenciária. Uma das autuações foi porque a
Igreja utilizava recibo comum e não o RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo)
para quitar os seus compromissos com seus prestadores de serviços
(pedreiros, pintores, encanadores, diaristas, etc.). Consequentemente, não
retinha e nem recolhia os 11% do valor pago aos prestadores de serviços e
não recolhia os 20% da parte patronal. Autuada, recolheu prontamente com
multa e correção monetária os valores não retidos, pensando que estava tudo
resolvido. Mas, algumas semanas depois, o pastor presidente da Igreja
recebeu a intimação judicial para responder a processo-crime por sonegação
fiscal. Este processo encontra-se parado, aguardando o julgamento de
recursos administrativos da Igreja junto à Previdência Social.

Uma advertência
Em 27.09.13, participei de uma reunião na Secretaria do
Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Atibaia com os representantes
administrativos de todas as Igrejas da cidade (evangélicas, católicas, seitas)
visando instruir sobre várias questões legais que envolvem a esfera municipal.
Na ocasião, advertiu-se que as “igrejas clandestinas”, ou seja, que não existem
legalmente (sem estatuto registrado em cartório, consequentemente sem CNPJ
e alvarás de localização e de funcionamento, etc.) teriam seus prédios
interditados e seus líderes notificados judicialmente. O triste é ouvir de um
secretário municipal não evangélico que as Igrejas precisam ser modelos! Isto
é tão óbvio, mas infelizmente nem sempre é fato.

Outros casos!
Podemos elencar outras irregularidades que tenho ouvido de líderes e
membros de várias Igrejas, tais como: atas mal lavradas cujas decisões
tornam-se nulas de pleno direito; atas de eleição e principalmente posse da
diretoria estatutária sem registro em Cartório até por vários anos, o que,
consequentemente, impedem que, entre outras coisas, a Igreja movimente
contas bancárias, adquira ou venda imóveis. Ainda, a não entrega há anos,
apesar de imunes, da DIPJ (Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica),

3
correndo o risco, além das multas e autuações, de ter o CNPJ bloqueado;
pagamentos de prestadores de serviço sem a devida nota fiscal ou RPA;
compra de material de consumo e até bens através de documento sem valor
contábil ou fiscal; funcionários sem registro na CTPS; a não observância das
leis trabalhistas ou convenções coletivas do sindicato ao qual o funcionário
pertence. Também, imóveis ou movimentação de contas bancárias da Igreja
em nome de terceiros; falta de um contador competente e responsável pela
contabilidade da Igreja; Igrejas sem Livro Diário devidamente registrado em
Cartório (Código Civil – Art. 1.180 e 1.181) e sem Livro Razão; o responsável
legal perante a Receita Federal não é o presidente; aquisição ou locação de
imóvel em área não permitida pela lei de zoneamento do município para a
existência de Igreja; pessoas morando há anos em imóvel da Igreja sem
qualquer contrato de aluguel ou comodato, mas que aproveita da situação para
solicitar usucapião e ficar com a propriedade; etc.

Sem desculpas!
Não adianta o pastor presidente ou qualquer representante legal alegar
perante a fiscalização ou órgãos públicos que simplesmente não sabia ou
desconhecia o assunto, pois o Art. 3º do DL nº 4657/42 preceitua que
“Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. Por outro
lado, se as autoridades competentes autuarem a Igreja por alguma
irregularidade, também não convém alegar que é perseguição do inimigo ou
algo parecido, pois é mais provável que seja negligência ou incompetência
administrativa.
Já se foi o tempo de tratar os negócios da Igreja de maneira caseira,
como se nada fosse acontecer, simplesmente porque é só uma Igreja e assim
ninguém vai fiscalizar. Grande engano! Vão fiscalizar sim e, mesmo que não
houvesse fiscalização, a responsabilidade da Igreja é de ser exemplo como
pessoa jurídica que é. Lembremos que os órgãos públicos estão interligados e
as informações são compartilhadas entre eles: Receita Federal, Previdência
Social, Cartórios, Prefeituras, Corpo de Bombeiros, Meio Ambiente, etc. Por
exemplo, no Estado de São Paulo para se obter o Alvará de Funcionamento,
existe o VRE JUCESP (Via Rápida da Junta Comercial do Estado de São Paulo),

4
que engloba os pareceres da Prefeitura, Vigilância Sanitária, Meio Ambiente,
Corpo de Bombeiros; sem a aprovação de todos, o Alvará não é expedido.
Creio que está muito claro que, ao tomar posse na presidência de uma
Igreja, o pastor ou conforme o caso, outro membro, precisa estar muito ciente
que tem responsabilidades diante de Deus, da Igreja que lidera, mas também
perante as autoridades constituídas do país. A não execução com
responsabilidade das suas atribuições, conforme já vimos, poderão lhe trazer
sérias consequências.

Arrumando a casa
Certamente a prioridade do pastor é cuidar do rebanho de Deus, mas
creio que a melhor maneira dele presidir bem as áreas administrativas, legais,
financeiras e contábeis, é assessorando-se com profissionais das diversas
áreas, preferencialmente com irmãos membros da Igreja. Isto começa pelos
seus pares de diretoria, dando aos vice-presidentes a responsabilidade de
supervisionar uma ou mais destas áreas; orientar a Igreja a eleger secretários
e tesoureiros que saibam de fato as particularidades das suas respectivas
funções, pessoas responsáveis, organizadas e zelosas.
Se houver ovelhas que atuam na área do Direito, convide-os a
comporem um Departamento Jurídico; certamente terão alegria em servir a
Igreja até gratuitamente com seu conhecimento e préstimos profissionais. Se
não houver membro da Igreja com esta formação, procure alguém de outra
Igreja e, em último caso, contrate um profissional de fora.
O art. 1.182 do Código Civil Brasileiro diz que a escrituração de uma
pessoa jurídica é responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, isto
inclui a Igreja. Portanto, contrate um profissional que realmente tenha
conhecimento das rotinas fiscal, contábil, trabalhista e previdenciária de uma
Igreja, pois ele será o responsável (Art. 1.177 e 1.178 – Código Civil),
solidariamente com o presidente e o tesoureiro da Igreja, nas áreas que lhe
competem.
Caso no Estatuto da Igreja esteja previsto o Conselho Fiscal ou Comissão
Fiscal, oriente a Igreja a eleger pessoas que tenham formação ou um bom
conhecimento do assunto e oriente-os a terem uma visão crítica como

5
auditores e não de simples conferentes de soma e “ticadores”. É certo que uma
fiscalização interna competente e séria resguardará o presidente, os
tesoureiros, enfim, a Igreja, reduzindo os riscos de sanções legais e trazendo
mais transparência no trato com as finanças e, muitas vezes, até identificando
gastos desnecessários para a Igreja.
Eis o desafio, presidam bem a Igreja onde o Supremo Pastor os colocou
como pastores!
Ednilson Farto Batista
exerce o ministério pastoral desde 1985; pastor da Primeira Igreja Batista de
Atibaia (SP) na área de Administração; graduado em teologia com ênfase em
ministério pastoral pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida. Casado há 29 anos
com Vera Lúcia, tem duas filhas casadas e uma neta.

6
CONVENÇÃO BATISTA MINEIRA
INFORMATIVO JURÍDICO

A assessoria jurídica da Convenção Batista Mineira informar às igrejas,


associações e instituição filiadas e auxiliares a alteração do art. 22 da
Lei 8.212/91 por meio da Lei 13.137/2015, de aplicação imediata que
prevê:

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade


Social, além do disposto no art. 23, é de:
§ 13. Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os
valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com
ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos
em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado. (Incluído pela
Lei nº 10.170, de 2000).

§ 14. Para efeito de interpretação do § 13 deste artigo: (Incluído


pela Lei nº 13.137, de 2015)

I - os critérios informadores dos valores despendidos pelas entidades


religiosas e instituições de ensino vocacional aos ministros de
confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa não são taxativos e sim exemplificativos; (Incluído
pela Lei nº 13.137, de 2015)

II - os valores despendidos, ainda que pagos de forma e montante


diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de moradia,
transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à
atividade religiosa não configuram remuneração direta ou
indireta. (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015)

Para pagamentos efetuados entre 16/06/2015 a 21/06/2015, prevalece


a forma antiga de apuração. O código de recolhimento
do DARF permanece o mesmo: 5952

A retenção não será mais gerada por pagamentos acima de 5.000,00


para o mesmo fornecedor, ou seja, todos os pagamentos efetuados
devem ser levados em consideração para a apuração do imposto de
renda desde que o valor total dos pagamentos para todas as Pessoas
Jurídicas de Direito Privado no mês seja igual ou superior a R$10,00.

Apesar da semelhança com a regra para retenção do imposto de


renda na fonte, é preciso lembrar que não houve alteração no fato
gerador, que segue sendo o pagamento.

A mudança aumenta significativamente a incidência da retenção, ao


reduzir drasticamente o valor de dispensa. É importante mencionar que
também houve a revogação do dispositivo que determinava a soma
dos pagamentos, afim da aplicação do limite de dispensa, ou seja,
agora para a aplicação do critério é levado em consideração cada
pagamento isolado.

Portanto pagamentos acima de R$ 215,17 sofrem retenção e abaixo


deste montante, não.

Outra mudança diz respeito a data de recolhimento dos valores retidos,


que agora passa para o último dia útil do segundo decêndio do mês
subsequente ao pagamento. Traduzindo, o recolhimento é até o dia 20
do mês subsequente, antecipando no caso de finais de semana e
feriados. Portanto o mesmo prazo já utilizado para o recolhimento do
imposto de renda retido na fonte.

ALTERAÇÃO BENÉFICA PARA A INSTITUIÇÃO: EFEITOS. INSS E IR.

Continua prevalecendo que a instituição religiosa não pagará cota


patronal de contribuição previdenciária para o INSS sobre qualquer
remuneração destinada ao ministro (Lei 10.170/2000) exceto se for por
produtividade, que assume caráter retributivo e não para subsistência,
sendo assim enquadrada como verba salarial, e, portanto, passível de
incidência da contribuição previdenciária.

A verba destinada exclusivamente a custear ou ressarcir a despesa com


mudança, transporte, etc., também não incide INSS, obedecendo-se a
regra anterior. E tal verba também não sofre incidência do IR, conforme
isenção prevista no art. 39, I do Decreto n. 3.000/99.

Devemos lembrar que o objetivo da lei é desonerar a instituição religiosa


e não o ministro em si. O benefício deste é reflexo do benefício
conferido à instituição.

Mesmo assim, havendo transferência de receita, o benefício da


instituição não se transfere ao ministro, quando este recebe
remuneração não salarial da mesma, sendo o caso de incidência do IR,
nas verbas que a lei não excepcionar.

A MP 668/15, convertida na Lei n. 13.137/15, não inova a matéria, pois os


novos parágrafos visam apenas esclarecer melhor a aplicação do § 13.

As entidades religiosas, assim como as filantrópicas, de assistência social,


sem fins lucrativos, e que se submetem as regras da Lei n. 12.101/09 não
pagam contribuição patronal de contribuição previdenciária quanto
aos ministros, pastores, padres, etc., ou outros colaboradores que não
recebam salário propriamente, mesmo percebendo outras formas de
subsídio.

Tal previsão legal decorre do fato de não ser a verba considerada


salário, exceto se houver pagamento retributivo pelos atos, p.e.: $$ valor
por tantos números de batismos, etc.

Por sua vez, o ministro é responsável por seu cadastro perante o INSS,
como contribuinte individual, indicando sobre qual valor pretende
contribuir. Nesse caso, a entidade religiosa também encontra-se
desobrigada em fazer retenção de INSS no subsídio que paga ao
ministro. As questões relativas ao INSS podem ser consultadas na IN
971/09.

Tal hipótese não se sucede com IR, pois a instituição deve fazer a
retenção na fonte, por se tratar de renda, mesmo não tendo caráter
salarial.

A RFB editou recente Instr. Normativa quanto ao IR, a de núm. 1.500/14,


que consolida os temas sobre IR.

Atenciosamente,

Arlécio Júnior
Assessor Jurídico
PASTOR

MINISTRO DE CONFISSÃO RELIGIOSA


Tratamento Jurídico Trabalhista e Previdenciário

Sumário

 1. Introdução
 2. Conceito
 2.1 - Atividades Desenvolvidas
 2.2 - Contribuinte Individual
 3. Inexistência da Relação de Emprego
 4. Remuneração ao Ministro de Confissão Religiosa
 5. Tratamento Previdenciário
 5.1 - Contribuição da Igreja
 5.2 - Contribuição do Ministro de Confissão Religiosa
 5.3 - Salário-de-Contribuição
 6. Valor da Contribuição
 6.1 - Contribuição de 20% (Vinte Por Cento)
 6.2 - Contribuição de 11% (Onze Por Cento)
 6.3 - Base de Cálculo Das Contribuições da Igreja

1. INTRODUÇÃO

A Lei nº 9.876, de 29 de novembro de 1999, enquadrou os segurados autônomos em uma


única categoria, a dos “Contribuintes Individuais”, sendo considerados segurados obrigatórios
do Regime Geral da Previdência Social (RGPS).

São segurados obrigatórios da Previdência Social na categoria de contribuinte individual o


ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação
ou de ordem religiosa (Lei nº 8.212/1991, artigo 12, inciso V, alínea “c”, com redação dada pela
Lei nº 10.403, de 08 de janeiro de 2002).

“O trabalho religioso é decorrente de vocação religiosa, onde visa a manutenção e crescimento


das instituições religiosas”.

2. CONCEITO

Ministro de confissão religiosa é a pessoa vocacionada, de forma voluntária, e que consagra


sua vida ao serviço de Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao anúncio
de suas respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos próprios, à organização das
comunidades e à promoção de observância das normas estabelecidas e aprovadas para o
exercício de suas funções religiosas.

Exemplos: Padres, pastores, rabinos, sacerdotes, obreiros, cooperadores, presbíteros,


anciãos, coroinhas, etc.

2.1 - Atividades Desenvolvidas

Podemos citar como as atividades desenvolvidas pelos ministros de confissão religiosa: as


realizações de batismo, casamento, celebração de cultos, missas ou reuniões eclesiásticas,
visitação a pessoas enfermas ou membros da congregação, santa ceia, entre outros.

2.2 - Contribuinte Individual


Contribuintes individuais são aqueles que têm rendimento através do seu trabalho, sem estar
na qualidade de segurado empregado, tais como os profissionais autônomos, sócios e titulares
de empresas, entre outros. E são considerados contribuintes obrigatórios da Previdência
Social.

Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de contribuinte individual (Decreto nº


3.048/1999, artigo 9º, inciso V; Lei nº 8.212/1991, artigo 12, inciso V; Instrução Normativa RFB
nº 971/2009, artigo 4º, inciso IV, artigo 9º e Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril
de 2010) conforme segue abaixo:

“Lei nº 8.212/1991, artigo 12, inciso V, alínea “c” o ministro de confissão religiosa ou o membro
de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa”.

3. INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO DE EMPREGO

O vínculo que une o pastor à sua igreja é de natureza religiosa e vocacional, pois se entende
que a atividade exercida é destinada à orientação espiritual dos fiéis e propagação da sua
crença, não passível de avaliação econômica.

A subordinação existente entre a igreja e o pastor, por exemplo, é de índole eclesiástica, e não
empregatícia, e a retribuição percebida diz respeito exclusivamente ao necessário para a
manutenção do religioso.

Não se considera remuneração direta ou indireta os valores dispensados para entidades


religiosas de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de
vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou
para sua subsistência, desde que fornecidos em condições que independem da natureza e de
quantidade do trabalho executado (A Lei nº 10.170, de 29 de dezembro de 2000, acrescentou
ao artigo 22 da Lei nº 8.212/1991 o parágrafo primeiro).

Importante: O entendimento da doutrina e também da jurisprudência são praticamente


unânimes, consideram que o trabalho de cunho religioso não pode caracterizar um contrato de
emprego, pois sua finalidade seria tão-somente a de prestar assistência espiritual e divulgação
da fé. Porém, a jurisprudência vem apontando a possibilidade do reconhecimento do vínculo de
emprego entre ministros de confissão religiosa e organização religiosa quando as atividades
exercidas não estiverem inseridas no mister religioso e se comprovados os requisitos legais da
subordinação jurídica e da onerosidade.

Jurisprudências:

PASTOR EVANGÉLICO - RELAÇÃO DE EMPREGO - NÃO-CONFIGURAÇÃO - REEXAME


DE PROVA VEDADO PELA SÚMULA 126 DO TST. O vínculo que une o pastor à sua igreja é
de natureza religiosa e vocacional, relacionado à resposta a uma chamada interior e não ao
intuito de percepção de remuneração terrena. A subordinação existente é de índole
eclesiástica, e não empregatícia, e a retribuição percebida diz respeito exclusivamente ao
necessário para a manutenção do religioso. Apenas no caso de desvirtuamento da própria
instituição religiosa, buscando lucrar com a palavra de Deus, é que se poderia enquadrar a
igreja evangélica como empresa e o pastor como empregado. No entanto, somente mediante o
reexame da prova poder-se-ia concluir nesse sentido, o que não se admite em recurso de
revista, nos termos da Súmula 126 do TST, pois as premissas fáticas assentadas pelo TRT
revelam que a função exercida pelo Reclamante estava estritamente ligada à intimidade da
consciência religiosa e à assistência espiritual desde a adesão à função de pastor por livre
manifestação de vontade, não sendo hipótese de vínculo de emprego. Agravo de instrumento
desprovido”. (BRASIL. TST - 7.ª Turma. AIRR-740/2005-024-05-40.6, Relator: Ministro-Relator
Ives Gandra Martins Filho. 27.08.2008).

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PASTOR DA IGREJA UNIVERSAL. O trabalho de evangelização


e assistência aos fiéis da igreja não pode ser caracterizado como relação de emprego, por se
tratar de um benefício espiritual decorrente de uma vocação religiosa. Entrementes, o fato de
receber o pastor evangélico ajuda de custo, não descaracteriza o mister de cunho religioso,
pois quem propaga a fé também precisa comer e vestir. (TRT 5ª Região - Proc. 00563-2005-
028-05-00-9 RO - ac. nº 015660/2008, Relatora Marizete Menezes - DJ 14.07.2008)

VÍNCULO DE EMPREGO. PASTOR EVANGÉLICO. O exercício da função de pastor


evangélico, por si só, não é óbice para o reconhecimento de vínculo empregatício. Contudo,
não estando presentes os requisitos do art. 3º da CLT, não se caracteriza a relação de
emprego entre as partes. (TRT 12ª Região - Proc. 01424-2007-005-12-00-2 - Relator Edson
Mendes de Oliveira - DJ 19.10.2007)

VÍNCULO DE EMPREGO. ATIVIDADE RELIGIOSA. O exercício de atividade religiosa


diretamente vinculada aos fins da Igreja não dá ensejo ao reconhecimento de vínculo de
emprego, nos termos do artigo 3º da CLT. Recurso do reclamante a que se nega provimento.
(RO 01139-2004-101-04-00-5 - TRT 4a Região - Relator Juiz João Alfredo B. A. De Miranda -
Publicado no DORGS em 02.06.2006)

PASTOR - CONTRATAÇÃO TAMBÉM COMO MÚSICO - VÍNCULO DE EMPREGO


POSSIBILIDADE. A atividade de gravação de CDs em estúdios da igreja não se insere no
espectro das funções eclesiásticas, razão pela qual, uma vez caracterizados os requisitos do
art. 3º da CLT, não há obstáculo ao reconhecimento de vínculo de emprego entre o pastor e
sua igreja no trabalho como músico. (ACO 08298 - 2004 - TRT 9º Região - Relatora Juíza Sueli
Gil El-Rafihi - Publicado no DJPR em 14/05/2005)

RELAÇÃO DE EMPREGO. SACRISTÃO. A atividade religiosa de divulgação da fé, realizada


por meio de votos impostos pela ordem, seita ou confraria, transcende os limites do pacto
laboral. Não se inclui nesse contexto o sacristão, cuja atividade consiste na guarda e
conservação do templo, bem como no auxílio ao culto por meio do registro e marcação de
ofícios. Ele retira da sacristia o seu principal meio de subsistência e acata as ordens do pároco.
Como reúne os pressupostos do art. 3º da CLT, a MITRA DIOCESANA atua como
empregadora por equiparação (art. 2º, 1, da CLT), tanto que procedeu às anotações na CTPS
do autor, cuja presunção não foi elidida em juízo. (TRT 3ª Região - Proc. 00876-2005-081-03-
00-7 ROPS - Relatora Alice Monteiro de Barros - DJ 14.10.2005)

VÍNCULO EMPREGATÍCIO - CARACTERIZAÇÃO - PASTOR EVANGÉLICO. Em princípio, a


função de pastor evangélico é incompatível com a relação de emprego, pois visa a atividades
de natureza espiritual e não profissional. Porem, quando desvirtuada passa a submeter-se à
tipificação legal. Provado o trabalho do reclamante de forma pessoa, continua, subordinada e
mediante retribuição pecuniária, tem-se por caracterizado o relacionamento empregatício nos
moldes do art. 3º da CLT. (RO - 27889/2002-002-11-00 - TRT 11ª Região - Relator Juiz
Eduardo Barbosa Penna Ribeiro - Publicado no DJAM em 10.12.2003)

4. REMUNERAÇÃO AO MINISTRO DE CONFISSÃO RELIGIOSA

O valor pago ao ministro de confissão religiosa, mensalmente e para subsistência do religioso,


não pode ser considerado remuneração, salário.

Ressaltamos que, se a atividade for só de natureza tipicamente espiritual, como por exemplo, o
pastor, pregador, missionário ou ministro do culto religioso, que atuam na divulgação do
evangelho, na celebração do culto, orientando e aconselhando os membros da Igreja, não terá
proteção laborista, ou seja, não é considerado empregado.

Importante:

No caso de desvirtuamento da própria instituição religiosa, buscando lucrar com a palavra de


Deus, a igreja poderá ser enquadrada como empresa e o pastor como empregado. E também
se o ministro de confissão religiosa receber por tarefas executadas, tais como pelas
quantidades de missas ou cultos realizados, por casamento celebrado, por batismo, etc., é
considerado remuneração e empregado.

O fato do ministro de confissão religiosa estar sujeito a horário ou à realização de outras


atividades, desde que sem fins comerciais, no âmbito da entidade religiosa, não o caracteriza
como empregado. E por não ser considerado empregado, ele não tem direito ao 13º salário,
férias com 1/3 constitucional, aviso prévio e demais direitos trabalhistas garantidos pela
Constituição Federal e pela CLT.

5. TRATAMENTO PREVIDENCIÁRIO

5.1 - Contribuição da Igreja

A Lei nº 10.170, de 29.12.2000, dispensa as instituições religiosas do recolhimento da


contribuição previdenciária incidente sobre o valor pago aos ministros de confissão religiosa,
membros de instituto de vida consagrada de congregação ou de ordem religiosa, ou seja. as
igrejas não têm a obrigatoriedade de recolher a parte que cabe ao empregador sobre os
sustentos pastorais.

“Lei nº 8.212/1991, artigo 22 - A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade


Social:

...

§ 13. Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os
valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com
ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou
de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde que
fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado
(incluído pela Lei n° 10.170/2000").

5.2 - Contribuição do Ministro de Confissão Religiosa

A responsabilidade pelo recolhimento do INSS do pastor é única e exclusivamente dele, uma


vez que a igreja é isenta perante o INSS e o recolhimento beneficia somente a pessoa do
pastor quando da sua aposentaria e benefícios previdenciários.

A Lei nº 8.212/1991, artigo 12, prevê que o Ministro de Confissão Religiosa e o membro de
instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa são segurados obrigatórios
da Previdência Social, na qualidade de contribuinte individual.

“Artigo 12 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

...

V - como contribuinte individual:

...

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de


congregação ou de ordem religiosa”.

5.3 - Salário-de-Contribuição

A partir de 1º de abril de 2003, independentemente da data de filiação, o salário-de-


contribuição para o ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada,
de congregação ou de ordem religiosa, desde que o valor despendido pela entidade religiosa
ou pela instituição de ensino vocacional, em face do seu mister religioso ou para a sua
subsistência, independa da natureza e da quantidade do trabalho executado, é o valor por ele
declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

Ressalta-se que a igreja não irá fazer a retenção dos 11% (onze por cento) sobre o salário-de-
contribuição, desde que o valor despendido pela entidade religiosa ou pela instituição de
ensino vocacional, em face do seu mister religioso ou para a sua subsistência, independa da
natureza e da quantidade do trabalho executado.

6. VALOR DA CONTRIBUIÇÃO

6.1 - Contribuição de 20% (Vinte Por Cento)

O ministro de confissão religiosa recolherá 20% (vinte por cento) sobre o valor por ele
declarado, observados o limite mínimo e máximo do salário-de-contribuição, através da Guia
da Previdência Social (GPS), no código disponibilizado pela Previdência Social para
contribuintes individuais, ou seja, ele é responsável pela sua contribuição. (Instrução Normativa
RFB nº 971/2009, artigo 65, § 4º).

6.2 - Contribuição de 11% (Onze Por Cento)

A possibilidade de recolher 11% (onze por cento) sobre o salário-mínimo, através da Guia da
Previdência Social (GPS), no código 1163, se dá desde que o segurado opte pela exclusão da
aposentadoria por tempo de contribuição. E esta opção é através do Plano Simplificado de
Previdência, que é uma forma de inclusão previdenciária com percentual de contribuição
reduzido de 20% (vinte por cento) para 11% (onze por cento) (Lei Complementar nº 123, de 14
de dezembro de 2006, artigo 80).

“Art. 80, § 2º - É de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite mínimo
mensal do salário-de-contribuição a alíquota de contribuição do segurado contribuinte individual
que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e do
segurado facultativo que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por
tempo de contribuição.

§ 3º - O segurado que tenha contribuído na forma do § 2º deste artigo e pretenda contar o


tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de
contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante o
recolhimento de mais 9% (nove por cento), acrescido dos juros moratórios de que trata o
disposto no art. 34 desta Lei”.

Importante: Lembramos que a consequência de recolher somente 11% (onze por cento) sobre
o salário-mínimo é que o segurado se aposentará somente por idade e com o salário-mínimo.

6.3 - Base de Cálculo Das Contribuições da Igreja

Através da Lei nº 10.097/2000, as instituições religiosas foram dispensadas do recolhimento da


contribuição previdenciária incidente sobre o valor pago aos ministros de confissão religiosa,
membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, ou seja, a
organização religiosa está desobrigada de fazer o desconto de 11% (onze por cento), como
também os 20% (vinte por cento) patronal, e de informar o contribuinte em GFIP.

Arlécio Júnior
Assessor Jurídico
Assessoria Jurídica

PASTOR, PREVIDÊNCIA,
PROVIDÊNCIAS E PRUDÊNCIAS

Arlécio Franco Costa Júnior


Assessor Jurídico

EMENTA: SUSTENTO PASTORAL / MISSIONÁRIO.


AUSÊNCIA DE VÍNCULO DE EMPREGO. FUNDO
MINISTERIAL. RECOMENDAÇÃO. A remuneração
recebida pelo ministro de confissão
religiosa não configura vínculo
empregatício. Para as organizações
religiosas que pretendem guardar um Fundo
Ministerial para o Pastor, é recomendado
aumentar a remuneração ministerial e, por
meio de contrato com anuência do obreiro,
depositar até 10% (dez por cento) do valor
bruto de seus proventos em caderneta de
poupança aberta em seu nome. Convenção
Batista Mineira (Arlécio Franco Costa
Júnior. Assessor Jurídico. Belo Horizonte/MG,
23 de Dezembro de 2014) Fonte: www.batistas-
mg.org.br

ÍNDICE

I. Conceitos Legais Pág. 2


II. VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA PÁG. 3
III. MINISTRO DE CONFISSÃO RELIGIOSA. RELAÇÃO COM A PREVIDÊNCIA PÁG. 6
IV. ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA: IGREJA, CONVENÇÃO, SEMINÁRIOS,
FACULDADES, ASSOCIAÇÕES CONFESSIONAIS, ETC... :
RELAÇÃO COM A PREVIDÊNCIA PÁG. 8
V. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE MINISTÉRIO - FGTM. VGBL. FRAUDES.
MODELO LEGAL PROPOSTO PÁG. 9.
_____________________________________________________________________________________

SUMMARY: KEEP PASTORAL / MISSION. EMPLOYMENT RELATIONSHIP OF ABSENCE.


MINISTERIAL BACKGROUND. RECOMMENDATION. The remuneration received by
the religious minister does not constitute employment. For religious
organizations that want to save a Ministerial Fund Pastor, is
recommended to increase the ministerial pay and, by agreement with
consent of the worker, lay up to 10% (ten percent) of the value of
their earnings in savings opened in your name. Mining Baptist
Convention (Arlécio Franco Costa Junior Legal
Advisor Belo Horizonte / MG, December 23th, 2014)
Site: www.batistas-mg.org.br

CONVENÇÃO BATISTA MINEIRA | Mineira Baptist Convention – Brazil Endereço | Address


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CEP: 31110-090 | Belo Horizonte | MG
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_____________________________________________________________________________________

I. CONCEITOS LEGAIS. LEI 8.212/91

a) Ministros de confissão religiosa - aqueles que consagram sua vida a serviço de


Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao anúncio de suas
respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos próprios, à organização das
comunidades e à promoção de observância das normas estabelecidas, desde que
devidamente aprovados para o exercício de suas funções pela autoridade religiosa
competente;

b) Membros de instituto de vida consagrada - os que emitem voto determinado ou


seu equivalente, devidamente aprovado pela autoridade religiosa competente.
Exemplo: missionários vinculados a uma junta de missões;

c) Confissão religiosa - a instituição caracterizada por uma comunidade de indivíduos


unidos por um corpo de doutrina, obrigados a um conjunto de normas expressas de
conduta a cumprir para consigo mesmo e para com os outros, exercidas por forma
de cultos, traduzidas em ritos, práticas e deveres para com Deus. As confissões
religiosas aceitas hodiernamente são: batistas, protestantes, católicos romanos,
dentre outras.

d) Instituto de vida consagrada - a sociedade aprovada por legítima autoridade


religiosa na qual seus membros emitem seus votos públicos ou assumem vínculos
estáveis para servir à confissão religiosa adotada, além do compromisso comunitário,
independentemente de convivência sob o mesmo teto. Exemplo: juntas de missões,
abrigos, casas de amparo à velhice e à infância, hospitais e instituições que se
dedicam à pregação, capelania ou serviço religioso ao próximo;

2. A legislação trata em um artigo específico a matéria sobre o ministro de confissão


religiosa, sofrendo algumas alterações desde a sua edição estando, a última delas,
abaixo transcrita:

LEI Nº 10.170 - DE 29 DE DEZEMBRO DE 2000 - DOU DE


30/12/2000

Acrescenta parágrafos ao art. 22 da Lei nº 8.212, de


24 de julho de 1991, dispensando as instituições
religiosas do recolhimento da
contribuição previdenciária
incidente sobre o valor pago aos
ministros de confissão
religiosa, membros de instituto
de vida consagrada, de

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congregação ou de ordem religiosa.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de


1991, passa a vigorar acrescido dos seguintes
parágrafos:

"Art. 22.

....................................................
....................................................
........................................

§ 12. (VETADO)

§ 13. Não se considera como remuneração direta ou


indireta, para os efeitos desta Lei, os valores
despendidos pelas entidades religiosas e
instituições de ensino vocacional com ministro de
confissão religiosa, membros de instituto de
vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa em face do seu mister religioso ou para
sua subsistência desde que fornecidos em condições
que independam da natureza e da quantidade do
trabalho executado." (G.N.)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

II. VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA

A Lei nº 9.876, de 29 de novembro de 1999, enquadrou os segurados autônomos em


uma única categoria, a dos “Contribuintes Individuais”, sendo considerados
segurados obrigatórios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS).

São segurados obrigatórios da Previdência Social na categoria de contribuinte


individual o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida
consagrada e de congregação ou de ordem religiosa (Lei nº 8.212/1991, artigo 12,
inciso V, alínea “c”, com redação dada pela Lei nº 10.403,
de 08 de janeiro de 2002).

“O trabalho religioso é decorrente de vocação religiosa,


onde visa a manutenção e crescimento das instituições

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religiosas”.

O vínculo que une o pastor à sua igreja é de natureza religiosa e vocacional, pois se
entende que a atividade exercida é destinada à orientação espiritual dos fiéis e
propagação da sua crença, não passível de avaliação econômica.

A subordinação existente entre a igreja e o pastor, por exemplo, é de índole


eclesiástica, e não empregatícia, e a retribuição percebida diz respeito
exclusivamente ao necessário para a manutenção do religioso.

Não se considera remuneração direta ou indireta os valores dispensados para


entidades religiosas de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa,
membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa
em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em
condições que independem da natureza e de quantidade do trabalho executado
(A Lei nº 10.170, de 29 de dezembro de 2000, acrescentou ao artigo 22 da Lei nº
8.212/1991 o parágrafo primeiro).

Importante: O entendimento da doutrina e também da


jurisprudência são praticamente unânimes, consideram que o
trabalho de cunho religioso não pode caracterizar um contrato
de emprego, pois sua finalidade seria tão-somente a de prestar
assistência espiritual e divulgação da fé. Porém, a jurisprudência
vem apontando a possibilidade do reconhecimento do vínculo
de emprego entre ministros de confissão religiosa e organização
religiosa quando as atividades exercidas não estiverem inseridas
no mister religioso e se comprovados os requisitos legais da
subordinação jurídica e da onerosidade, daí o motive pelo qual
aparecem grifos nossos nos textos legais acima.

Jurisprudências:

PASTOR EVANGÉLICO - RELAÇÃO DE EMPREGO - NÃO-


CONFIGURAÇÃO - REEXAME DE PROVA VEDADO PELA SÚMULA 126
DO TST. O vínculo que une o pastor à sua igreja é de
natureza religiosa e vocacional, relacionado à resposta
a uma chamada interior e não ao intuito de percepção de
remuneração terrena. A
subordinação existente é de índole
eclesiástica, e não empregatícia,
e a retribuição percebida diz
respeito exclusivamente ao

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necessário para a manutenção do religioso. Apenas no


caso de desvirtuamento da própria instituição
religiosa, buscando lucrar com a palavra de Deus, é que
se poderia enquadrar a igreja evangélica como empresa e
o pastor como empregado. No entanto, somente mediante o
reexame da prova poder-se-ia concluir nesse sentido, o
que não se admite em recurso de revista, nos termos da
Súmula 126 do TST, pois as premissas fáticas assentadas
pelo TRT revelam que a função exercida pelo Reclamante
estava estritamente ligada à intimidade da consciência
religiosa e à assistência espiritual desde a adesão à
função de pastor por livre manifestação de vontade, não
sendo hipótese de vínculo de emprego. Agravo de
instrumento desprovido”. (BRASIL. TST - 7.ª Turma.
AIRR-740/2005-024-05-40.6, Relator: Ministro-Relator
Ives Gandra Martins Filho. 27.08.2008).

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PASTOR DA IGREJA UNIVERSAL. O


trabalho de evangelização e assistência aos fiéis da
igreja não pode ser caracterizado como relação de
emprego, por se tratar de um benefício espiritual
decorrente de uma vocação religiosa. Entrementes, o
fato de receber o pastor evangélico ajuda de custo, não
descaracteriza o mister de cunho religioso, pois quem
propaga a fé também precisa comer e vestir. (TRT 5ª
Região - Proc. 00563-2005-028-05-00-9 RO - ac. nº
015660/2008, Relatora Marizete Menezes - DJ 14.07.2008)

VÍNCULO DE EMPREGO. PASTOR EVANGÉLICO. O exercício da


função de pastor evangélico, por si só, não é óbice
para o reconhecimento de vínculo empregatício. Contudo,
não estando presentes os requisitos do art. 3º da CLT,
não se caracteriza a relação de emprego entre as
partes. (TRT 12ª Região - Proc. 01424-2007-005-12-00-2
- Relator Edson Mendes de Oliveira - DJ 19.10.2007)

O valor pago ao ministro de confissão religiosa, mensalmente e para subsistência do


religioso, não pode ser considerado remuneração, salário.

Ressaltamos que, se a atividade for só de natureza tipicamente espiritual, como por


exemplo, o pastor, pregador, missionário ou ministro do culto religioso, que atuam na
divulgação do evangelho, na celebração do culto,
orientando e aconselhando os membros da Igreja, não terá
proteção laborista, ou seja, não é considerado empregado.

O fato do ministro de confissão religiosa estar sujeito a

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horário ou à realização de outras atividades, desde que sem fins comerciais, no


âmbito da entidade religiosa, não o caracteriza como empregado. E por não ser
considerado empregado, ele não tem direito ao 13º salário, férias com 1/3
constitucional, aviso prévio e demais direitos trabalhistas garantidos pela Constituição
Federal e pela CLT.

Verificando a evolução legislativa, e em consulta ao site da previdência social, por


meio do item 3 da Portaria MPAS nº 1.984, de 11/01/1980, a Previdência Social, em
razão da Lei nº 6.696/79, firmou entendimento de que, a equiparação do ministro de
confissão religiosa a trabalhadores autônomos, não implica na existência ou
reconhecimento da existência de relação de emprego, vínculo de trabalho
assalariado ou prestação de serviços remunerados, considerando-se a natureza das
suas respectivas entidades ou instituições não exercerem atividades com fins
lucrativos.

Importante: no caso de desvirtuamento da própria instituição


religiosa, buscando lucrar com a palavra de Deus, a igreja
poderá ser enquadrada como empresa e o pastor como
empregado. E também se o ministro de confissão religiosa
receber por tarefas executadas, tais como pelas quantidades
de missas ou cultos realizados, por casamento celebrado, por
batismo, etc., é considerado remuneração e empregado.

III. MINISTRO DE CONFISSÃO RELIGIOSA. RELAÇÃO COM A PREVIDÊNCIA

A Lei nº 9.876, de 29 de novembro de 1999, enquadrou os segurados autônomos em


uma única categoria, a dos “Contribuintes Individuais”, criando uma nova categoria
de segurado obrigatório, no qual se enquadra o ministro de confissão religiosa, entre
outros, senão vejamos:

"....................................

Art. 11 - São segurados obrigatórios da Previdência


Social as seguintes pessoas físicas:

...................................

V - como contribuinte individual

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...................................

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de


instituto de vida consagrada de congregação ou de
ordem religiosa, quando mantidos pela entidade a que
pertencem, salvo se filiados obrigatoriamente à
Previdência Social em razão de outra atividade ou a
outro regime previdenciário, militar ou civil, ainda
que não condição de inativos; (Redação dada pela Lei
nº 9.876, de 26.11.99)- Grifos e itálicos nossos.

A legislação evolui, devendo ser acompanhada de perto a todo o instante por


profissional qualificado para que não se persistam os mesmos erros e entendimentos
já superados.

Entre 1966 e 1979, o ministro de confissão religiosa era segurado facultativo e a partir
da publicação Lei nº 6.696/79, ou seja, a partir de 09/10/1979, passa a ser segurado
obrigatório da Previdência Social na categoria de equiparado a autônomo, e mais
recentemente, como já transcrito, na categoria de contribuinte individual.

Com a publicação da Lei nº 10.666/03, a partir de 01/04/2003, ocorreu a extinção da


escala de salário-base, dessa forma, independentemente da data de filiação, o
salário-de-contribuição para o ministro de confissão religiosa ou membro de instituto
de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, desde que o valor
despendido pela entidade religiosa ou pela instituição de ensino vocacional, em
face do seu mister religioso ou para a sua subsistência, independa da natureza e da
quantidade do trabalho executado, é o valor por ele declarado, observados os
limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

Dessa forma, a contribuição previdenciária do ministro de confissão religiosa ou


membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, na
situação anteriormente descrita, a partir de 01/04/2003, de acordo com o § 4º do art.
65 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, corresponde a 20% do valor por ele
declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, sendo
esse valor recolhido em GPS, no código 1007, cuja responsabilidade do recolhimento
é somente dele, não cabendo, por parte da instituição religiosa, o desconto de 11%.

A Lei n. º 8.212/91 assim preceitua:

Art. 21: ‘A alíquota de


contribuição dos segurados
contribuinte individual e
facultativo será de vinte por
cento sobre o

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respectivo salário-de-
contribuição…………………………………………………...

§ 2o É de 11% (onze por cento) sobre o valor


correspondente ao limite mínimo mensal do salário-
de-contribuição a alíquota de contribuição do
segurado contribuinte individual que trabalhe por
conta própria, sem relação de trabalho com empresa
ou equiparado, e do segurado facultativo que optarem
pela exclusão do direito ao benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição. (Incluído
pela Lei Complementar nº 123, de 2006). Grifos e
itálicos nossos.

§ 3o O segurado que tenha contribuído na forma do §


2o deste artigo e pretenda contar o tempo de
contribuição correspondente para fins de obtenção da
aposentadoria por tempo de contribuição ou da
contagem recíproca do tempo de contribuição a que se
refere o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de
1991, deverá complementar a contribuição mensal
mediante o recolhimento de mais 9% (nove por cento),
acrescido dos juros moratórios de que trata o
disposto no art. 34 desta Lei’ (Incluído pela Lei
Complementar nº 123, de 2006).

IV. ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA: IGREJA, CONVENÇÃO, SEMINÁRIOS, FACULDADES, ASSOCIAÇÕES


CONFESSIONAIS, ETC... RELAÇÃO COM A PREVIDÊNCIA

Quanto a contribuição previdenciária, a Portaria MPAS nº 1.984, de 11/01/1980


estabelecia que as entidades religiosas estavam sujeitas às obrigações do reembolso
de 8% do salário-base ou recolher a diferença entre eventual pagamento que lhes
possam fazer e os seus salários-base; em relação a utilização dos ministros de
confissão religiosa como trabalhadores autônomos, haja vista que este era
responsável pelo recolhimento, individualmente de 16% do seu salário-de-
contribuição, por mês, sendo: 8% do trabalhador autônomo e 8% da entidade
religiosa.

Com a vigência da Lei nº 9.876/99, foi alterado entre outros o art. 12, inciso V, alínea
"c", da Lei nº 8.212/91, que enquadra como contribuinte obrigatório, na categoria de
contribuinte individual, os ministros de confissão religiosa.

O art. 22, inciso III, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada


pela Lei nº 9.876/99, estabelece que a contribuição a cargo
da empresa, destinada à Seguridade Social, além do
disposto no art. 23 da Lei nº 8.212/91, é de 20% sobre o total

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das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos


segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviços.

Ocorre que por força do art. 15 da Lei nº 8.212/91, as entidades religiosas foram
equiparadas às empresas, tornando-se portanto, obrigatório o recolhimento de 20%
do valor pago aos ministros de confissão religiosa em face do trabalho religioso por
eles desenvolvido.

Contudo, com a publicação da Lei nº 10.170, de 29/12/2000, que acrescentou o § 13


ao art. 22 da Lei nº 8.212/91, não se aplica a contribuição de 20% às instituições
religiosas no tocante aos valores pagos ao ministro de confissão religiosa e ao
membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em
face do trabalho religioso por eles desenvolvido.

Feitos os esclarecimentos anteriormente citados e, considerando que o recolhimento


da contribuição previdenciária será feita pelo próprio ministro de confissão religiosa,
desde que, o valor despendido pela entidade religiosa ou pela instituição de ensino
vocacional, em face do seu mister religioso ou para a sua subsistência, não se
caracterizando como remuneração, não deve ser informado no SEFIP, haja vista que
não constitui fato gerador para a instituição religiosa. (grifos meus).

A obrigação que a organização religiosa tem é para com o ministro de confissão


religiosa, pois deve informar os valores brutos com o Imposto de Renda, caso haja
incidência, que deve ser retido por se tratar de substituição tributária.

V. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE MINISTÉRIO - FGTM. VGBL. FRAUDES.


MODELO LEGAL PROPOSTO

O valor recebido pelo ministro de confissão religiosa integra a sua base de cálculo
para previdência social e, como visto anteriormente, é ele que tem a obrigação de
declarar e pagar o valor de forma correta à Previdência Social.

Muitas organizações religiosas tem a prática de utilizar o FGTM, VGBL e outros meios
ilícitos, como uma espécie de compensação por não assinar a Carteira de Trabalho
e Previdência Social do ministro de confissão religiosa. Está errado. Quando este valor
é recolhido pela organização religiosa, está aumentando o valor recebido pelo
obreiro, o encaminhando a fraudar a previdência social sem mesmo que o saiba.

O modelo proposto é simples e de fácil aplicação e gerenciamento.

Ainda que o ministro de confissão religiosa (pastor,


missionário) não tenha vínculo empregatício com a igreja,
Convenção, Junta de Missões, Associações dentre toda
uma finidade de organizações religiosas, sempre deve existir

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um contrato entre o ministro e a organização religiosa, com a interveniência de um


advogado. Neste contrato deve constar o valor bruto a ser recebido e, se o obreiro
estiver de acordo, o valor que será depositado em Caderneta de Poupança aberta
no nome dele, pastor – se possível com a esposa assinando em conjunto – e a
contribuição previdenciária incidirá sobre o valor total recebido, incluindo o depósito
na caderneta de poupança.

__________________________________________________________________________________
Fontes/Sites:
1. www.receita.fazenda.gov.br
2. www.previdencia.gov.br
3. www.mtbe.gov.br
4. www.tst.jus.br
5. www.stf.jus.br
6. www.informanet.com.br
7. www.magisternet.com.br
8. www.cbnpr.com.br
9. www.ambito-juridico.com.br

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Procedimentos para Regularização de Assembleias, Eleições
e Posses de Diretorias não Registradas em Cartório.

1. Faça um edital de convocação nos seguintes termos:

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O Presidente em exercício da Igreja ………., fulano de tal, convoca a todos os


membros para participar da Assembleia Geral Extraordinária - AGE - que
ocorrerá no dia …… de …….. de ……….. às ……… h na Rua …………., numero,
Bairro …………… na Cidade de …………………., em primeira convocação, podendo
se instaurar em segunda convocação com o quórum de …………. membros como
prevê o art. …. do Estatuto Social da Igreja.
Será objeto da pauta da AGE:
a) Regularização de Assembleias Gerais passadas;
b) Eleição e posse da nova diretoria.

Cidade, …… de ……. de ……………….

Fulano de tal
Presidente

2. Faça a ata seguindo o seguinte roteiro:

Ata de Assembleia Geral Extraordinária da Igreja ……………., ocorrida no dia


………. de ………… de ………………. na Rua …………., numero, Bairro …………… na
Cidade de …………………. . Aberta a Assembleia pelo Presidente em exercício às
….. horas em segunda convocação com …… membros de um total geral de
……… membros ativos e ………….. membros civilmente capazes, secretariada por
mim …………………………, brasileiro(a), solteiro (casada), residente na Rua
…………………, Bairro ……………. Cidade ………………., portador(a) do CPF
…………………………………., que li a pauta do dia: a) Regularização de Assembleias
Gerais passadas; b) Eleição e posse da nova diretoria. O Presidente em
exercício fulano de tal retomou a palavra e passou a discutir item por item da
pauta: a) Regularização de Assembleias Gerais passadas: após debates,
a Assembleia decidiu que não iria produzir documentos retroativos pois estaria
praticando fraude, contrariando os seus princípios cristãos. Por unanimidade a
Assembleia decidiu que não faria edital de convocação quanto aos anos de
1998 a 2006 pois de fato existiram mas não produziria documento retroativo e
que entendia que eventual exigência neste sentido do cartório, além de
desconsiderar que a ordem de registro surge com o Código Civil de 2002, ela
ainda garante a Igreja o não embaraço dos registros, como prediz o § 1o do
art. 44 do CC: "São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público
negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao
seu funcionamento” e qualquer ato contrário do cartório seria um atentado a
este comando legal. Ato seguinte a Assembleia Geral decidiu contar o histórico
das eleições e posses ocorridas entre 2006 e 2014: a.1) 2006. Presidente:
fulano de tal, brasileiro(a), estado civil, profissão, CPF, residente e domiciliado
na Rua …………., numero, Bairro ……………, nesta Cidade; Vice Presidente: ….
fulano de tal, brasileiro(a), estado civil, profissão, CPF, residente e domiciliado
na Rua …………., numero, Bairro ……………, nesta Cidade; E ASSIM
SUCESSIVAMENTE CONFORME PREDIZ O ESTATUTO. a.2) 2007. Presidente:
fulano de tal, brasileiro(a), estado civil, profissão, CPF, residente e domiciliado
na Rua …………., numero, Bairro ……………, nesta Cidade; Vice Presidente: ….
fulano de tal, brasileiro(a), estado civil, profissão, CPF, residente e domiciliado
na Rua …………., numero, Bairro ……………, nesta Cidade; E ASSIM
SUCESSIVAMENTE CONFORME PREDIZ O ESTATUTO. a.3) 2008 … até 2014. b)
Eleição e posse da nova diretoria estatutária: foram indicados e eleitos
por aclamação os seguintes membros que comporão a diretoria para o
exercício 2015/2016: Presidente: fulano de tal, brasileiro(a), estado civil,
profissão, CPF, residente e domiciliado na Rua …………., numero, Bairro
……………, nesta Cidade; Vice Presidente: …. fulano de tal, brasileiro(a), estado
civil, profissão, CPF, residente e domiciliado na Rua …………., numero, Bairro
……………, nesta Cidade; E ASSIM SUCESSIVAMENTE CONFORME PREDIZ O
ESTATUTO. A Assembleia Geral considerou que todos os atos tomados pelas
diretorias passadas foram válidos pois estabeleciam o que era determinado por
ela, Assembleia, e que houve a prestação de contas em todos os anos. Ato
seguinte o Presidente em exercício deu posse à nova diretoria. Após lida e
aprovada, encerrou-se a Assembleia Geral Extraordinária às …. horas, e esta
ata vai por mim assinada como também pelo presidente em exercício e o novo
presidente da Igreja.

Secretário(a) Nome e assinatura

Presidente em exercício: Nome e assinatura

Novo Presidente: Nome e assinatura

3. Se não tiver, faça uma folha de presença com o nome da pessoa legível,
CPF, data de nascimento e um campo para que ela assine. Todos os
participantes devem assinar.

4. Faça um ofício para o cartório nos seguintes termos:

Cidade, ……. de ……. de 2015.

Ao
Cartório de Registro ……………………..
Rua …………………………, n. ……………………., Bairro ………
Cidade …………………………………………………………………
Estado …………………………………………………………………

Ref: Requerimento de Registro de Ata

Ilmo. Sr. Tabelião

A Igreja ……………, por seu presidente abaixo assinado, vem requerer o registro
da ata que se segue, com o respeito de sempre.

IGREJA ………………
Fulano de tal
Presidente
5. Leve todos os documentos em papel A4 em 3 (três) cópias. Na ata não pode
haver espaços ou parágrafos, deve se usar ARIAL 11 ou TIMES NEW ROMAN
12 e entrelinhas 1 1/2.

6. Conforme o caso, será necessária a assessoria de um advogado, que


inclusive encaminhe toda documentação ao Cartório.

Orientações dadas pelo Dr. Arlécio Franco Costa Júnior – Assessor Jurídico
da Convenção Batista Mineira – OAB/MG 73.019.
TERMO DE ADESÃO PARA TRABALHO VOLUNTÁRIO
ENTIDADE:
Primeira Igreja Batista de Atibaia - PIBA
Rua Santo Rosa, nº 96 – Jardim Alvinópolis – Atibaia – SP
C.N.P.J. nº. 51.867.547/0001-20
VOLUNTÁRIO:
Nome:
Nacionalidade: Estado Civil: Profissão:

RG: CPF:
Rua nº.
Bairro Cidade
CEP Telefone:

Pelo presente Instrumento Particular de Termo de Adesão para Trabalho


Voluntário e, na melhor fora de direito, as partes supra qualificadas e
infra-assinadas, têm entre si justo e acertado este Termo, que se regerá
pelas cláusulas e condições descritas a seguir:

I. DO OBJETO DO TERMO DE ADESÃO


O presente Instrumento tem como OBJETO a regulamentação dos serviços que
serão prestados pelo Voluntário, não gerando este, vínculo empregatício,
trabalhista ou previdenciário, em conformidade e expressamente nos termos
da Lei 9.608 de 18/02/1998.
II. DAS OBRIGAÇÕES DO VOLUNTÁRIO
O Voluntário se compromete a auxiliar a entidade executando os seguintes
serviços: _______________________________________________________
§ único. Caso o Voluntário deseje atuar em outras atividades da Entidade
durante a vigência deste instrumento, deverá solicitar, mediante documento
escrito, que lhe seja permitido a participação na atividade pretendida, cujo
aceite pela Entidade dependerá, também, da compatibilidade e viabilidade
entre os horários das tarefas e os definidos na cláusula III deste instrumento.
III. DA EXECUÇÃO
O Voluntário exercerá suas atividades nos seguintes:
Dias da semana Horário
Das: h às h
Das: h às h
§ único - O horário estabelecido no caput da presente cláusula é estipulado
mediante pleno acordo entre os contratantes, podendo ser revisto e alterado a
qualquer momento, por iniciativa de qualquer das partes, desde que conte
com o expresso consentimento da outra.
IV. DA REMUNERAÇÃO
Os serviços prestados pelo Voluntário serão em caráter exclusivamente
gratuito, não cabendo, portanto, remuneração a título de contraprestação, não
havendo em quaisquer hipóteses o vínculo empregatício e nem quaisquer
obrigações de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
V. DAS OBRIGAÇÕES DA ENTIDADE
A Entidade se compromete a ressarcir ao Voluntário as despesas que este
realizar para o cumprimento das atividades estipuladas na cláusula II do
presente Termo, desde que haja a comprovação mediante nota fiscal e
principalmente sejam inerentes as atividades operacionais das funções e
atribuições do trabalho voluntário descritas anteriormente na cláusula II
§ 1º: O reembolso será feito mediante assinatura de recibo por parte do
Voluntário e, desde que previa e expressamente autorizado pela Entidade.
.

§ 2º: Caso o Voluntário não deseje o reembolso, deverá se manifestar


expressamente, mediante termo escrito, desonerando, assim, a entidade do
compromisso estipulado no caput da presente cláusula.
VI. DO PRAZO E RESCISÃO
O prazo de duração do presente Termo será por tempo indeterminado,
podendo ser rescindido por ambas as partes, a qualquer tempo ou época,
desde que com comunicação prévia e por escrito com antecedência mínima de
30 (trinta) dias, da parte que decidir rescindir o este Instrumento.

VII. FÔRO E CONDIÇÕES GERAIS


Para dirimir quaisquer omissões, questões ou controvérsias oriundas deste
presente Instrumento de Termo de Adesão, as partes elegem o foro da
comarca de Atibaia (SP), renunciando a qualquer outro por mais privilegiado
que seja.

O presente Instrumento passa a vigorar a partir da sua celebração, com a


assinatura das partes e das testemunhas. .

E, por assim se acharem justas e acordadas, as partes firmam o presente


Instrumento, em duas vias de igual teor, na presença de duas testemunhas
que também assinam, na melhor forma de direito e, sob as penas da Lei.

Atibaia (SP), ___ de __________________ de _______.

Primeira Igreja Batista de Atibaia (a) Voluntário


Pr. Antonio Mendes Gonçales
Presidente

Testemunhas:

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