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Estudo Bíblico Sobre Fé

Daniel Conegero Daniel Conegero

Neste estudo bíblico sobre fé iremos meditar no capítulo 11 da Epístola aos Hebreus. O
escritor neotestamentário faz uma grande exposição sobre a natureza da fé e como ela age na
vida daquele que serve ao Senhor. Através desse capítulo é fácil perceber qual é a verdadeira
perspectiva bíblica sobre a fé.

Ultimamente a fé está sendo anunciada como um tipo de chave infalível para uma série de
conquistas e realizações na vida do homem. Pastores e líderes fazem apelos para que as
pessoas visitem suas igrejas a fim de aprenderem realmente como usar a fé. Alguns até alegam
que em suas igrejas, o resultado é garantido.

Mas será que é isto mesmo? A fé é o segredo para sermos poupados dos sofrimentos desta
vida? A fé é a garantia de portas abertas e grandes realizações? Será que que aqueles que
sofrem possuem pouca fé?

O escritor da Epístola aos Hebreus respondem essas perguntas de uma forma clara e objetiva,
utilizando exemplos práticos sobre como o cristão deve usar a fé.

O estudo sobre a fé na Carta aos Hebreus

O escritor de Hebreus dirigiu sua carta aos cristãos judeus da Diáspora. Isso significa que seus
destinatários viviam fora da Palestina na última metade do século primeiro. Naquela época os
cristãos estavam sendo duramente perseguidos, provavelmente sob o regime de Nero (64
d.C.).

Além de toda essa perseguição, havia muita heresia sendo ensinada por falsos mestres.
Algumas comunidades cristãs estavam sendo ameaçadas pela apostasia. Então muitos dos
cristãos judeus eram tentados a voltarem ao judaísmo.

Diante desse cenário o autor bíblico fala sobre a superioridade do Sacerdócio de Cristo. Ele
apresenta uma série de exortações e encorajamentos a respeito da verdadeira fé. Mas é no
capítulo 11 que ele faz um profundo estudo sobre a fé. Ele lembra os seus leitores das histórias
de grandes homens do passado, numa verdadeira galeria dos heróis da fé.

Então ele abre sua exposição com uma clara definição descritiva acerca do que é a fé
verdadeira. Ele diz: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não
vemos” (Hebreus 11:1).
Os grandes exemplos de fé

Em Hebreus 11 encontramos uma lista de pessoas e seus exemplos de fé. O escritor


neotestamentário aborda primeiramente os homens que viveram bem no início da História da
humanidade. Desse período ele menciona Abel, Enoque e Noé.

Depois, o escritor cita alguns exemplos da era patriarcal, tais como: Abraão, Sara, Isaque e
Jacó. Em seguida ele continua sua exposição falando de Moisés, e aborda de forma geral
alguns exemplos dentro da história dos israelitas.

No versículo 32 o autor admite que lhe faltará tempo para considerar todas as pessoas que
foram referenciais de fé no Antigo Testamento. Então ele passa a citar de forma geral vários
exemplos de fé. Em cada exemplo pontuado pelo autor bíblico é possível nos lembrarmos de
uma, duas ou até três pessoas que viveram tais situações.

Vejamos abaixo algumas lições que podemos aprender com esse extraordinário estudo sobre a
fé presente em Hebreus 11.

A fé nos revela os planos de Deus e nos dá a certeza de suas promessas

Na pequena frase do versículo 1, o escritor de Hebreus ensina que somente a fé nos permite
enxergar o futuro. Essa “certeza daquilo que esperamos” não é um tipo convite para
projetarmos uma série de aspirações na certeza de que se realizarão. Pelo contrário! É por
meio da fé que temos a certeza das promessas de Deus e confiamos em seu poder.

Em poucas palavras, é possível dizer que pela fé nos alimentados das promessas de Deus. É
através da fé que temos a prova das coisas que não vemos. A fé nos dá a certeza de que Deus
cumprirá suas promessas!

Já o versículo 3 nos mostra que é pela fé que entendemos as obras e os propósitos de Deus.
Nenhum homem esteve presente quando Deus criou o universo. Em um diálogo com Jó, o
próprio Deus perguntou: “Onde estavas tu?”. Quando Deus criou todas as coisas ninguém foi
seu conselheiro. É apenas a fé é que nos permite perceber planos tão elevados e sublimes.

Somente pela fé podemos nos aproximar de Deus

No versículo 6 encontramos uma verdade gloriosa e ao mesmo tempo terrível: “Sem fé é


impossível agradar a Deus”. Ainda no mesmo versículo aprendemos que a fé é obrigatória para
nos aproximarmos de Deus. Não importa se somos capazes; não importa o quanto somos
bondosos; não importa o nosso intelecto e nem mesmo o tamanho do reconhecimento das
obras que realizamos. Se não tivermos fé, nada disso poderá agradar a Deus.
O apóstolo Paulo também chegou a essa conclusão ao dizer que “tudo que não provém de fé é
pecado” (Romanos 14:23). Essa fé verdadeira se traduz em frutos, em obras que agradam a
Deus. Tiago explica claramente esse princípio ao dizer que “a fé sem obras é morta”. Ele não
estava ensinando que são as obras que mantém a fé viva, mas que a evidência da verdadeira
fé na vida do cristão o leva às boas obras. Se alguém diz ter tal fé, mas não possuí tais obras,
certamente sua fé é falsa. Essa fé simplesmente nominal e histórica é morta e não serve para
nada.

A fé nos leva a agir segundo a vontade de Deus

Entre os versículos 8 e 29 lemos sobre os exemplos dos patriarcas e de Moisés. Eles agiram
conforme a vontade de Deus! Eles foram impulsionados por uma fé que os levou a desafiar
qualquer raciocínio lógico.

Abraão alcançou de Deus o nascimento de seu filho Isaque, por quem havia esperado com
muita fé quando já estava em sua velhice. Porém, a fé de Abrão ficou mais evidente quando
ele foi ordenado por Deus a oferecer Isaque em holocausto. Sua fé não estava apenas na
obediência que ele demonstrou, mas em considerar como certo aquilo que era impossível.
Abraão tinha fé que Isaque ressuscitaria caso fosse morto (Hebreus 11:19).

Sobre Moisés, humanamente falando era muito mais cômodo para ele permanecer no Egito.
Lá ele vivia como príncipe e tinha tudo do que precisava. Mas Moisés preferiu ser maltratado
junto com o povo de Deus. Somente a fé nos faz abrir mão dos nossos prazeres e agir segundo
a vontade e as promessas de Deus.

A fé considera Cristo acima de todas as coisas

No versículo 26 vemos que a fé gera em nós uma esperança que é mais importante do que
qualquer outra coisa, por mais valiosa que seja. Moisés trocou o conforto e os tesouros do
Egito para sofrer o opróbrio de Cristo.

Essa palavra nos traz conforto! Sabemos que mesmo se perdermos tudo que possuímos por
amor a Cristo, isto não significa que nossa fé estará desfalecendo, ao contrário, isto significa
que nossa fé estará mais viva do que nunca, nos conduzindo ao galardão que vem de Deus.

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A fé nos faz vencer grandes batalhas e alcançar milagres extraordinários

A partir do versículo 30 vemos que a fé nos faz triunfar em grandes batalhas. Foi pela fé que as
muralhas de Jericó vieram ao chão. Foi a fé verdadeira que levou Raabe, uma prostituta, a
produzir boas obras e, por fim, se tornar uma das ancestrais de Jesus (Mateus 1:5). Foi pela fé
que os juízes e reis no Antigo Testamento subjugaram reinos e alcançaram promessas. Pela fé
Daniel, Sansão e Davi fecharam a boca de leões. Foi pela fé que três homens lá na Babilônia
sobreviveram ao fogo.

O versículo 35 também lembra que pela fé mulheres receberam seus mortos ressuscitados.
Claramente aqui o escritor se refere aos eventos ocorridos com o profeta Elias (Reis 17:22-23),
e depois com o profeta Eliseu (2 Reis 4:36-37). Através do ministérios desses homens, pela fé,
duas pessoas foram trazidas novamente a vida pelo poder de Deus.

A fé pode nos levar ao sofrimento

Se por um lado a fé nos faz vencer batalhas e até mesmo a alcançar milagres da parte de Deus,
a fé também pode nos levar ao sofrimento intenso. Em alguns casos, a fé pode custar nossa
própria vida.

Esse é o lado da fé que muitos pastores e pregadores não gostam de falar. É fácil pregar que
Moisés tocou no mar e ele se abriu. É fácil dizer que Elias orou e fogo desceu do céu. Mas
difícil é pregar que a mesma fé que os conduziu a essas realizações também fez com que
Moisés rejeitasse todo o tesouro e status do Egito para viver andando pelo deserto, e que Elias
fosse perseguido pela rainha Jezabel.

Entre os versículos 35 e 38 o escritor cita vários exemplos de situações como essas. Ele diz que
pela fé alguns foram apedrejados; perseguidos; torturados; provados; maltratados; açoitados;
escarnecidos; presos; andaram errantes pelos desertos, montes e covas. Muitos até foram
mortos por causa de sua fé.

O escritor bíblico indica que muitas pessoas trocaram a própria vida pela esperança de uma
futura ressurreição. Ele cita um exemplo especifico de alguém que foi serrado ao meio.
Embora consta na Bíblia, segundo a tradição judaica o profeta Isaías morreu dessa forma.

Alguns dizem que se você tiver fé, você terá uma vida sem problemas. Mas segundo o escritor
de Hebreus, a fé também pode ser a causadora de seus maiores problemas nessa vida terrena.
A fé nos leva ao sofrimento e nos mantém firmes em momentos de grandes dificuldades.

A fé verdadeira sempre se mantém firme

Nos versículos 39 e 40, o autor de Hebreus nos mostra que mesmo com todos esses exemplos
de fé no Antigo Testamento, aquelas pessoas não conseguiram ver a concretização da
promessa. Isso significa que embora aquelas pessoas vivessem pela fé, elas não puderam
presenciar a realização da maior promessa de Deus: a vinda de Cristo.
Porém, juntamente com os crentes da Nova Aliança, os heróis da fé do que alcançaram um
testemunho tão maravilhoso, também são justificados em Cristo Jesus. Juntos, todos os
crentes, de todas as épocas, são aperfeiçoados em Cristo. É a fé que nos une em um só Corpo,
tanto os santos da Antiga Aliança quando os da Nova Aliança.

Os crentes da Antiga Aliança viveram pela fé na promessa que haveria de vir. Já os crentes da
Nova Aliança vivem pela fé no cumprimento da promessa. O maior desejo do cristão deve ser a
volta de Cristo. Por isto todos devemos esperar que Ele venha ainda em nossos dias.
Entretanto, ainda que isso não ocorra enquanto nossa geração estiver viva na terra, nós
sabemos, pela fé, que Ele virá. Nesse dia nossos corpos serão ressuscitados dentre os mortos e
reinaremos eternamente com Ele. A fé se mantém firme mesmo quando não obtemos a
concretização da promessa

Ter fé não é sinônimo de perfeição

Uma coisa muito interessante que podemos notar neste estudo sobre a fé em Hebreus 11 é
que nenhum dos heróis citados foi perfeito. Em todos os nomes citados podemos identificar os
efeitos da Queda em suas vidas. Mas mesmo com a natureza pecaminosa, claramente
sabemos que o pecado não era aquilo que os caracterizava.

Aquelas pessoas tiveram imperfeições. Eram homens e mulheres como nós. Porém,
constantemente a fé convidava aquelas pessoas a andar na justiça. Com isto aprendemos que
a verdadeira fé nos conduz a um novo padrão de vida e nos leva à santificação. A verdadeira
fé, embora em alguns momentos possa parecer enfraquecida, ela jamais irá definitivamente
morrer. É diante das nossas imperfeições que podemos reconhecer que a fé não é obra nossa,
nem mesmo tem origem em nossa capacidade. A fé verdadeira é dom de Deus (Efésios 2:8).

Conclusão do estudo sobre a fé

Algumas pessoas dizem que não aceitam servir a um Deus grande e viver uma vida terrena de
privações e dificuldades. Mas em outras palavras, essas pessoas estão dizendo que não
aceitam servir o único e verdadeiro Deus, o mesmo dos heróis da fé.

Quando comparamos a triste situação atual de grande parte dos cristãos com esse estudo
sobre a fé em Hebreus 11, surgem algumas perguntas. Por exemplo:

Por que Moisés não realizou uma “campanha de libertação” de sete sextas-feiras com o povo
de Israel, ao invés de ficar peregrinando quarenta anos no deserto?

Por que Elias não fez um “desmanche espiritual” na vida de Jezabel para que ela não fosse
mais uma perturbada e o deixasse em paz?
Por que Isaías não determinou que parassem de cerrá-lo ao meio?

Citando um exemplo no Novo Testamento, por que Paulo não orou por um copo de água e
tomou para que seu espinho na carne fosse tirado?

Será que essas pessoas não serviram ao Deus verdadeiro? Será que elas não tiveram fé?

Quando olhamos para esse estudo sobre a fé do capítulo 11 de Hebreus, podemos perceber
que a fé produz em nós a certeza das promessas de Deus. Sem dúvida ela nos faz confiar em
Seu infinito poder. Porém a fé não muda os desígnios eternos do nosso Deus, ou seja, ela não
sobrepõe sua soberana vontade.

No final de seu estudo sobre a fé no capítulo 11, o autor de Hebreus nos ensina a entender
uma coisa muita importante. Nos dias de hoje não temos mais o mar se abrindo. Não temos
mais uma grande muralha sendo derrubada de forma sobrenatural. Não temos mais o sol (ou a
rotação da terra para quem preferir) sendo detido e o tempo ficando paralisado. Também não
temos mais fogo literalmente descendo do céu e tantas outras coisas.

Mas isso não significa que não temos mais fé como antigamente. Também não significa que
nosso Deus mudou, ao contrário, isso significa que nosso Deus é imutável e infalível. Os
propósitos de Deus são eternos, e todas essas coisas espetaculares do passado serviram para
apontar para algo infinitamente maior e superior: a obra redentora de Cristo na cruz.

Embora Deus prometa suprir nossas necessidades, o maior exercício de fé não é buscar a
prosperidade ou grandes milagres. O maior exercício de fé é ter a certeza de uma nova vida
através do maior milagre que pode existir: a justificação em Cristo Jesus, nosso Senhor. Assim,
após o estudo sobre a fé no capítulo 11, no início do capítulo 12 o escritor bíblico nos
apresenta Jesus como o nosso maior exemplo de fé.
Lição 12: A tolerância para com os fracos na fé

1º Trimestre de 2006

Data: 19 de Março de 2006

TEXTO ÁUREO

“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34).

VERDADE PRÁTICA

A motivação para o relacionamento e a conduta dos cristãos é a plena predominância do amor


para com todos os que nos cercam.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 2.19

Somos membros de uma família

Terça – 1 Co 12.27

Diferentes membros, mas um só corpo

Quarta – 1 Jo 4.7

O amor deve reinar entre nós

Quinta – Mt 7.1-5
Não somos juízes uns dos outros

Sexta – At 17.30,31

Cristo é o Juiz designado por Deus

Sábado – 2 Co 5.9-11

Nossas obras serão julgadas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 14.1-10,12.

1 – Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

2 – Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

3 – O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come;
porque Deus o recebeu por seu.

4 – Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas
estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.

5 – Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja
inteiramente seguro em seu próprio ânimo.

6 – Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque
dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.

7 – Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si.


8 – Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De
sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.

9 – Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como
dos vivos.

10 – Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois
todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.

12 – De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

PONTO DE CONTATO

Professor, o capítulo 14 de Romanos inicia um novo bloco de exortações. Os dois últimos


capítulos estudados tratavam de uma série de sentenças e discursos morais que, embora
interdependentes, abordavam assuntos gerais. No texto bíblico desta lição, entretanto, Paulo
escreve a fim de intervir em alguns problemas internos da igreja em Roma. Havia entre os
cristãos dois grupos partidários: os fracos na fé — que hesitavam em comer determinados
alimentos —, e os fortes na fé — que se consideravam esclarecidos para viver a liberdade
cristã sem observar leis dietéticas. O primeiro distinguia os alimentos entre “puro” e “impuro”
e, o segundo acreditava que “todas as coisas são lícitas” (1 Co 6.12). Esteja apto para
desenvolver este interessante tema.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever os dois tipos de cristãos em Roma.

Explicar o contexto histórico da Leitura Bíblica.

Saber que é preciso tolerar os fracos na fé.

SÍNTESE TEXTUAL
Havia na igreja em Roma dois grupos bem definidos: os “enfermos na fé” (14.1) e os fortes
(15.1). Paulo pertencia ao segundo grupo. É preciso observar a relação existente entre o
assunto tratado no capítulo 14 de Romanos e em outras exortações paulinas aos Coríntios (1
Co 10.22-33), Gálatas (4.9,10) e Colossenses (2.16-23).

As semelhanças entre essas epístolas concernentes ao tema descrito são apenas aparentes. Na
igreja em Corinto, os fracos na fé não comiam as carnes sacrificadas aos ídolos que eram
vendidas no mercado público, porque temiam cometer o pecado de idolatria. Não é este o
caso na igreja em Roma. Em Corinto, o problema é religioso; em Roma, provavelmente
ascético. Na igreja dos gálatas, o problema está na observação dessas normas dietéticas como
necessárias à salvação. Em Roma, o problema é cultural, mas na Galácia é soteriológico. Em
Colossos, a abstinência de alimentos estava relacionada à observação de um calendário
ascético proposto pelos adeptos do gnosticismo, logo, a prática era uma manifestação herética
deste grupo. Por estas razões, Paulo suporta a fraqueza de alguns crentes romanos, enquanto
é intolerante a tais práticas nas demais igrejas citadas.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

O princípio estabelecido nesta lição e que cada cristão deve respeitar a liberdade do outro
referente a uma prática não expressamente proibida nas Escrituras (v.3).

Peça aos alunos para lerem atentamente os versículos 1, 6 e 10 da Leitura Bíblica em Classe.
Depois, peça-lhes que respondam a seguinte questão: De que forma as frases-chave,
mostradas no quadro comparativo abaixo, podem ser entendidas nos respectivos textos
bíblicos?

Reproduza o quadro em uma cartolina ou no quadro-de-giz e peça os alunos para escreverem


as respostas na última linha do esquema.

COMENTÁRIO

introdução

Havia sérias divergências entre os crentes de Roma sobre a ingestão de carne. Uns achavam
que deviam comer somente legumes; outros supunham não haver nenhum problema em se
consumir até mesmo os alimentos que ofendiam os cristãos de origem judaica.
A questão, explica Paulo, não estava no ato de comer em si, mas na postura pessoal entre eles.
Por isso, devemos ter cuidado com o julgamento que fazemos de nossos irmãos em Cristo.

O que o apóstolo desejava, em outras palavras, é que os cristãos romanos não julgassem uns
aos outros por causa dessas coisas, mas se aceitassem mutuamente conforme Cristo ensinara.

I. DEVEMOS NOS ACEITAR MUTUAMENTE

1. Cristo nos aceita do modo como somos. Paulo ensina que judeus e gentios devem amar uns
aos outros assim como Cristo amou a ambos: “recebei-vos uns aos outros, como também
Cristo nos recebeu para a glória de Deus” (Rm 15.7).

Isto significa que, na comunidade dos santos, não há lugar para prejulgamentos: “Quem és tu
que julgas o servo alheio?”. Todos somos iguais perante Cristo, e somente Ele, por meio de sua
graça redentora, pode firmar os fracos (v.4).

2. Somos imperfeitos. Se desejamos, de fato, crescer e alcançar a perfeição exigida pela


Palavra de Deus, devemos acrescentar diariamente à nossa fé a virtude, e à virtude o
conhecimento (2 Pe 1.5).

Ora, se ainda não chegamos à estatura de varões perfeitos, como poderemos julgar nossos
irmãos por causa de coisas insignificantes como acontecia entre os crentes romanos?

3. Somos membros de uma mesma família. Como filhos de Deus, devemos cuidar uns dos
outros e nos amarmos com o amor que nos concedeu o Pai (1 Jo 3.1). A Bíblia nos ensina que
somos um só corpo: o corpo de Cristo (1 Co 12.27) que está sendo edificado (Ef 4.12-15).
Portanto, acima de nossos direitos e desejos está o bem comum, o cuidado dos outros e o
crescimento da Igreja do Senhor.

II. TIPOS DE CRISTÃOS

Um ponto interessante a ser destacado, no texto em estudo, é a diferença entre os vários tipos
de crentes na igreja de Roma. Isto significa que há, entre os filhos de Deus, diferentes níveis de
conhecimento e de fé. Há os crentes meninos, os maduros, os carnais, os espirituais, os fracos,
os fortes etc. (Ef 4.14; 1 Co 3.11; 1 Co 8.11).
Todos somos crentes, nascidos de novo. No entanto, cada um de nós tem um modo próprio de
vivência cristã e de enfrentar os problemas e as necessidades do cotidiano. Todos temos uma
reação diferente diante das mesmas circunstâncias; um jeito peculiar de ver e julgar as
situações.

1. Cristãos fortes. A igreja de Roma enfrentava problemas semelhantes aos de Corinto e de


Colossos (1 Co 8; Cl 2.16-23): conflitos entre os cristãos fracos e os fortes (1 Co 8.7). Os fortes
são os que conhecem a Palavra de Deus; os fracos ainda não alcançaram o verdadeiro
entendimento das coisas espirituais.

Quando o homem aceita a Cristo, sente imediatamente a necessidade de crescer no


conhecimento da fé que abraçou e de desenvolver-se na salvação conforme nos ordena a
Bíblia: “Operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).

Muitos, infelizmente, negligenciam a busca pelo crescimento espiritual. O escritor aos Hebreus
chegou a dizer que gostaria de ministrar um ensino mais substancial aos seus leitores; estes,
porém, ainda não podiam receber algo mais substancial devido à sua falta de crescimento (Hb
5.11-14).

2. Cristãos fracos. Em geral, por falta de conhecimento, os cristãos fracos suscitam uma
infinidade de barreiras que acabam por comprometer o seu crescimento espiritual. Em Roma,
por exemplo, os cristãos de origem judaica achavam que comer carne era pecado; outros,
ainda presos à lei de Moisés, guardavam o sábado e outros dias tidos como sagrados pelo
judaísmo.

Quanto a tais coisas a Bíblia diz: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e
não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).

3. Perigos para fortes e fracos. Os fortes correm o risco de se tornarem arrogantes,


desprezando aos que têm menos conhecimento. A solução, portanto, é que eles se portem
com humildade e amor: “Se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne,
para que meu irmão se não escandalize” (1 Co 8.13).

Os fortes tendem a se portar como o fariseu que, soberbamente, agradecia a Deus “por não
ser como os demais” (Lc 18.11). O orgulho sempre estará rondando os irmãos mais fortes na
fé; eis porque estes devem revestir-se de humildade.
Julgar os demais é o pecado em que pode incorrer o irmão mais fraco. Como ele, que não
come carne, acha-se no direito de julgar os que o fazem, condena a postura de seus irmãos na
fé por causa de questões secundárias e que nenhuma importância têm para a fé cristã.

III. VIVENDO A VERDADEIRA LIBERDADE EM CRISTO

Se por um lado, os cristãos não mais estão presos às ordenanças cerimoniais da Lei de Moisés,
isto não significa que possamos levar uma vida libertina e isenta de limites. Pelo contrário: os
filhos de Deus são exortados a ser santos em toda a sua maneira de viver. Sejamos santos,
porque Aquele que nos chamou é santo.

Infelizmente, muitos cristãos têm a propensão de carregar consigo certas coisas do passado.
Era o que acontecia com alguns crentes de Roma.

1. A ingestão de carnes. Para os judeus, alguns tipos de carne eram terminantemente


proibidos. Levando-se em conta que, em Roma, ofereciam-se também carne aos ídolos, os
cristãos de origem judaica não somente a evitavam, como também criticavam os crentes
gentios por usarem-na em sua dieta.

Havia também alguns crentes de origem gentílica que se abstinham de carne, já que corriam o
risco de comer algo sacrificado aos ídolos.

E o que dizer dos que pregavam o ascetismo? Eles não somente ensinavam que não se podia
comer carne como também punham-se contra o casamento. Tais ensinamentos foram
considerados por Paulo como “doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1-8).

O ensino bíblico quanto a isso é bastante claro. Paulo afirma que todas as coisas que Deus
criou são boas (1 Tm 4.4) e que nada, em si, é imundo (Rm 14.14). O próprio Cristo asseverou:
“nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar” (Mc 7.15,18,19).

2. Guardando dias especiais. No Antigo Testamento, os judeus eram obrigados a observar


certos períodos e dias santificados. Além disso, eles, por si mesmos, introduziram outras
ordenanças que, conforme denunciara o Senhor Jesus, não passavam de mandamentos de
homens (Mt 15.8,9).

Por conseguinte, alguns judeus cristãos sentiam-se na obrigação de guardar sábados e luas
novas, não percebendo que, no Novo Testamento, não nos é imposta nenhuma obrigação
nesse sentido.
3. A postura correta. Quanto a estas questões, a Bíblia contém a devida diretriz:

a) “Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo” (v.5). Isto significa que o
crente deve agir de acordo com sua própria consciência, que deve estar alinhada com a
Palavra e iluminada pelo Espírito Santo.

b) Somente Jesus é Senhor e Juiz. Somos todos irmãos, e não juízes. Isto não significa, porém,
que não podemos julgar as questões surgidas entre nós. Este julgamento, no entanto, tem de
ser conduzido conforme o recomendado por: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai
segundo a reta justiça” (Jo 7.24). Aliás, escreve o apóstolo aos coríntios que os santos hão de
julgar os anjos (1 Co 6.3). Logo, estamos habilitados também a julgar as coisas desta vida com
temor de Deus. Mas que todo julgamento, frisamos, deve ser segundo a reta justiça.

CONCLUSÃO

O objetivo maior de todo o crente deve ser o crescimento do Reino de Deus e a edificação da
Igreja. Tudo o que o cristão vier a ser, ou a fazer, deve objetivar o desenvolvimento do corpo
de Cristo, nunca para o seu prejuízo.

Toda sua conduta deve ser guiada pelo amor aos demais irmãos.

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a lição, o que estava acontecendo com a igreja de Roma?

R. Havia sérias divergências entre os crentes de Roma sobre a ingestão de carne.

2. Por que devemos nos aceitar mutuamente?

R. Porque todos somos iguais perante Cristo.

3. O que ensinavam os partidários do ascetismo?


R. Ensinavam que não podiam comer carne como também punham-se contra o casamento.

4. O que o apóstolo Paulo chama de doutrina de demônios?

R. A doutrina do ascetismo.

5. Que padrão devemos levar em conta quando formos julgar alguma questão?

R. O determinado pelas Escrituras: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a
reta justiça” (Jo 7.24).
Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade

Daniel Conegero Daniel Conegero

A Bíblia fala da unidade da fé como a união espiritual dos crentes pelo poder do Espírito no
corpo de Cristo. Inclusive, o apóstolo Paulo destaca três atributos da unidade da fé: humildade,
mansidão e longanimidade (Efésios 4:2,3).

A unidade da fé é essencial para a vida da Igreja. Essa unidade não pode ser confundida com
um tipo de uniformidade externa. Ela é muito mais que isso! A unidade da fé é interna; é uma
graça espiritual que tem sua origem no poder do Senhor e age dentro do organismo da Igreja.
Sobre isso a Bíblia exorta os cristãos a andarem “como é digno da vocação com que fostes
chamados; com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor; procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:2,3).

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Pontuando os três atributos da unidade da fé: humildade, mansidão e longanimidade

Ao falar sobre a unidade espiritual da Igreja, o apóstolo Paulo destaca primeiramente três
atributos da unidade da fé: humildade, mansidão e longanimidade. Ser humilde é justamente o
oposto de ser orgulhoso. Um conhecido ditado diz que a humildade é aquela qualidade que a
pessoa perde quando descobre que a possui.

Mas os crentes são exortados a ter suas vidas caracterizadas pela humildade, e isso é possível
pela ação do Espírito Santo, pois a verdadeira humildade tem origem em Deus, de modo que o
próprio Jesus Cristo é o maior exemplo de humildade para os seus seguidores (cf. Filipenses
2:5-9). Com humildade, os verdadeiros cristãos reconhecem sua total dependência de Deus, e
jamais se consideram superiores aos outros (Filipenses 2:3). Por isso que a humildade é uma
qualidade tão indispensável para a unidade da fé

Depois da humildade, o apóstolo Paulo menciona a mansidão. A mansidão é qualidade que


permite que a pessoa exerça o autocontrole. Diferentemente do que alguns pensam, ser
manso não é ser fraco, mas é ser tão forte a ponto de conseguir dominar sob sua própria força.
A Bíblia destaca Moisés como um homem manso (Números 12:3).

Mas sem dúvida em Jesus Cristo os crentes também encontram seu maior exemplo de
mansidão, pois Ele é descrito como “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29).
Diretamente ligada à humildade, a mansidão é uma qualidade necessária para a unidade da fé,
pois capacita os crentes a agir com moderação e de forma pacífica.
Em seguida, o apóstolo enfatiza a necessidade da longanimidade. A longanimidade sempre
anda junta com a humildade e a mansidão. Ser longânime significa ser de longo ânimo, ou seja,
a longanimidade é aquela qualidade que diz respeito à capacidade de tolerância. A virtude da
longanimidade faz com que a pessoa seja lenta em irar-se; seja paciente e serena.

Por isso que logo após citar a longanimidade, Paulo diz: “suportando-vos uns aos outros em
amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:2). Perceba
que em tudo isso o amor, e a paz resultante dele, são fundamentais.

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O vínculo da unidade da fé

É interessante o modo como o apóstolo escreve: “Procurando guardar a unidade do Espírito


pelo vínculo da paz”. Em primeiro lugar, nessa frase Paulo enfatiza a importância da diligência.
Ele literalmente diz que os crentes devem mostrar-se desejosos fazendo todo o esforço para
manter a unidade do Espírito. Em outras palavras, Paulo diz que os crentes devem dar o
máximo de si, e esse esforço não deve ser eventual, mas contínuo – Paulo aplica o particípio
presente.

Então perceba que o apóstolo indica que a unidade da fé resulta tanto do esforço do crente
em fazer sua parte como membro do organismo uno que é a Igreja, como da ação do Espírito
Santo, visto que essa é também a “unidade do Espírito”, isto é, a unidade concedida pelo
Espírito. Como explica W. Hendriksen, com o auxílio do Espírito Santo e da oração, uma pessoa
verdadeiramente se esforça em conduzir-se de modo que sua vida resplandeça com estas
virtudes, e promova realmente a unidade (Comentário do Novo Testamento: Efésios e
Filipenses, 2004).

Mas também é importante notar que o vínculo da unidade é a paz. Isso quer dizer que a
unidade da fé é promovida pela paz. Onde não há paz inevitavelmente haverá desunião. Mas a
paz não apenas propicia as condições necessárias para que se haja a unidade, bem como
perpetua essa unidade. Essa paz da qual o apóstolo fala não é qualquer tipo de paz, mas é a
paz que só é possível existir onde há amor (cf. Colossenses 3:14).

A paz que é o vínculo da unidade da fé tem sua origem em Deus e é derramada na vida dos
crentes, de modo que os redimidos têm paz com Deus e, portanto, também são habilitados a
conviver em paz uns com os outros. Conforme diz W. Wiersbe, quando a paz de Deus reina em
nosso coração, podemos então construir a unidade (Comentário Bíblico Expositivo: Novo
Testamento, 2006).

Por fim, após o apóstolo Paulo falar sobre a necessidade da unidade da fé na vida cristã, ele
descreve essa unidade citando sua base: “Há um só corpo e um só Espírito, como também
fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só
batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Efésios
4:4-6). Assim, a unidade da fé cristã tem sua base na unidade da Trindade Divina.
Os Sinais do verdadeiro Cristão

I Tessalonicenses 1.3

INTRODUÇÃO

A mudança que resulta do somatório de conversão e santificação é capaz de extrair do cristão


genuíno um comportamento que reproduz paulatinamente o mesmo caráter de Jesus Cristo. É
precisamente isso que Paulo quer dizer dos crentes de Tessalônica: “…de sorte que vos
tomaste

O modelo (v. 7); “…vos tomaste imitadores nossos e do Senhor” (v. 6); “…por toda parte se
divulgou a vossa fé para com Deus” (v. 8). Não há lugar para apatia ou improdutividade na vida
de quem teve uma real experiência com Deus e tem consciência de sua ligação com a Videira
verdadeira (veja João 15.1,2). A Videira equivale ao corpo de Cristo ou à Sua Igreja (Efésios
1.23). Veja a seguir três atitudes que são próprias do crente espiritual e que realmente está
servindo a Deus com seus dons (v. 9) na igreja local.

PROPOSIÇÃO: Nossa obediência a Deus também se reflete no serviço para a Sua causa.

I- A FÉ VERDADEIRA SE EVIDENCIA POR MEIO DE NOSSO TRABALHO.

No início do versículo, o apóstolo fala de “operosidade da vossa fé”. Quando comparamos este
trecho a outras versões da Bíblia, encontramos o seguinte: “obra da vossa fé” (ARC);
“Atividade da vossa fé” (BJ); “como vocês puseram em prática a sua fé” (BLH); e “o trabalho
que resulta da fé” (NVI).

Existem cristãos que falam, planejam, sonham muito, mas não fazem nada, Tiago diz que
provamos nossa fé fazendo isso, porque o desenvolvimento da fé ocorre concomitantemente
com a nossa produtividade (veja Tiago 2.22).

Na construção original da frase “operosidade da vossa fé”, lemos: Érgou tês písteos, e o termo
ergou faz referência ao trabalho ativo, que envolve a plenitude do serviço cristão. Tem a ver
com atividades produtivas, que resultam em algo concreto para o Reino de Deus. E o tipo de
trabalho que é dirigido e nutrido pelo poder da fé. Precisamos ter confiança que Deus nos
chamou para determinado serviço em Sua causa e que nos capacitará e ajudará a obtermos
êxito (veja Efésios 4.7,8,11; Filipenses 2.13).

A fé vem da aceitação das boas novas em Cristo, e que nos leva a confiar plenamente em Deus
e Jesus. Essa confiança por sua vez resulta em uma consagração obediente, pois quem tem fé,
demonstra isso por meio da ação, de tomá-la visível. Em outras palavras, a fé não é apenas um
sentimento otimista, mas é algo que afeta todo ser e nos conduz a um novo modo de vida,
voltado, sobretudo, para o serviço de Deus (1.9).

-Exemplos de uma fé ativa: desenvolvimento espiritual (pessoal), ou o fruto do Espírito (veja


Gálatas 5.22,23; traços do caráter de Jesus). Algo que afeta a coletividade: Boas obras (socorro
aos necessitados, alimento, recuperação de viciados, visita etc.). Toda e qualquer atividade
espiritual: evangelizar, interceder, jejuar, ensinar ou discipular, compor e conduzir cânticos,
criar e interpretar peças teatrais e danças, sustentar missionários, cuidar de crianças,
adolescentes, jovens e idosos, liderar pequenos grupos etc.

II- O AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO SE REFLETE EM NOSSO MINISTÉRIO.


Na continuação do versículo, Paulo fala de “abnegação do vosso amor”. Quando comparamos
esse trecho com outras versões da Bíblia, encontramos o seguinte: “do trabalho da caridade”
(ARC); “como o amor de vocês os fez trabalhar tanto” (BLH); “O esforço da vossa caridade”
(BJ); e “o esforço motivado pelo amor” (NVI).

Na construção original da frase “abnegação do vosso amor”, lemos: Kópou tês agápes, e a
palavra kópos significa trabalho exaustivo, labor. Está em foco atividades difíceis, incomuns,
que envolvem muito empenho e energia da pessoa, em favor de outra; veja um exemplo:
“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós (Cl
1.3); “…fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações” (Fp
1.4).

Em outras palavras, Paulo quis dizer que a fé opera por meio do amor (veja Gálatas 5.6). Esse
amor se expressa no cuidado despretensioso pelo bem-estar de outrem, como o de Deus pela
humanidade: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Esse tipo de amor vem do Espírito
Santo (1 João 4.8), e se manifesta na vida de quem é controlado ou cheio Dele (Efésios 5.19). O
amor é o inspirador de todas as virtudes e a principal delas é aquela que se expressa pelo
serviço ao próximo.

III– PERSEVERAMOS NO MINISTÉRIO POR CRERMOS NA FIDELIDADE DE DEUS.

Finalizando o versículo, o apóstolo fala sobre “firmeza da vossa esperança”. Quando


comparamos esse trecho a outras versões, notamos o seguinte: “perseverança da vossa
esperança” (BJ); “paciência da esperança” (ARC); “como é firme a esperança que têm em Jesus
Cristo” (BLH); e “perseverança proveniente da esperança” (NVI).

Mais uma vez lançamos mão do original grego, a fim de observar detalhes; veja: Hupomonês
tês elpídos. Em suma, essa firmeza de esperança, revela ser a capacidade de suportar as coisas
com viva esperança, de modo paciente. Essa capacidade de esperar sem esmorecer é
construída em nós pelo Espírito Santo, que também nos enche de paz e segurança nos
lembrando de promessas como: “todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus” (Rm 8.28; veja também o versículo 37).

O termo elpis, traduzido por esperança, revela mais do que mera perspectiva otimista, e na
verdade fala de uma confiança inabalável na realização do que Deus promete em Sua Palavra
(exemplo: a vinda de Jesus e a nossa reunião com Ele – v. 10). Essa maravilhosa esperança nos
capacita a resistir firme a quaisquer tribulações e provas que nos compelem a abandonar o
que estamos fazendo para Deus em Sua obra (ICoríntios 15.58).

CONCLUSÃO

Como observamos, a vida cristã autêntica é aquela que vivemos em e por Cristo, pois é Ele
mesmo quem inspira o nosso serviço de fé, de amor sacrifical e voluntário e da solidez da
nossa esperança. A condição de filhos de Deus não nos permite ficar de braços cruzados (veja
Eclesiastes 11.4), diante de tanta coisa para fazer (João 4.35), cabe-nos descobrir nosso dom
(Rm 12.4-8) e por mãos à obra com fé, amor e perseverança.
A fé morta – Tiago 2:14-16

A doutrina bíblica da fé é uma das mais importantes e significativas para a vida do cristão. Sem
fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Sem fé é impossível receber a salvação e ser
justificado por Deus (Ef 2.8,9). Sem fé é impossível viver a vida cristã, pois, o justo viverá pela
fé (Rm 1.16,17). Tudo que fazemos sem fé é pecado (Rm 14.23). Sem fé, jamais receberemos
alguma coisa de Deus (Tg 1.6,7).

Mas, o que é a fé? A Bíblia fala que a fé é um presente de Deus, recebido no ato da conversão.
É chamada de fé salvadora, produzida por Deus no coração do pecador, no momento da sua
regeneração, por meio da pregação da Palavra de Deus (1Ts 2.13; Rm 10.17). L. Berkhof define
a fé salvadora como uma certa convicção, produzida pelo Espírito Santo no coração, quanto à
veracidade do Evangelho, e uma segurança(confiança) nas promessas de Deus em Cristo.

A fé possui três elementos: elemento intelectual, elemento emocional e elemento volitivo. Por
exemplo, o texto de Atos 2.37: Ouvindo eles estas coisas, (intelecto) compungiu-se-lhes o
coração (emoções) e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos irmãos?
(vontade).

Tiago combate a fé morta ou falsa que existia na sua época. A fé morta é aquela que reside
apenas na mente. Trata-se de uma fé falsa que reside meramente no intelecto. Trata-se de
uma confissão vazia: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mt 7.21). Observamos seis
características desta fé morta:

Ela é Ineficiente Para Salvação

Tiago diz: Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras.
Pode acaso, semelhante fé salvá-lo? (Tg 2.14). A fé morta não vem acompanhada de obras.
Este tipo de fé não é suficiente para salvar o pecador. Enquanto Paulo ensina o lado passivo da
fé, em que o homem é justificado sem obras (Rm 4.5; 5.1; Gl 2.16), Tiago explica o lado ativo
da fé, em que o verdadeiro crente coloca a sua fé em prática (1Ts 2.1-5;2Pe 1.5-11). Aquele
que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 Jo 5.12).

A fé morta não é uma fé salvadora. Calvino afirma: “Só a fé justifica, mas, a fé que justifica não
anda sozinha”. A verdadeira fé salvadora vem acompanhada de frutos espirituais. João Batista
fala dos frutos do arrependimento verdadeiro (Mt 3.8). Paulo fala da operosidade da fé
salvadora (1Ts 1.3) e das boas obras que Deus preparou para que andemos nelas (Ef 2.10).

Ela é Improdutiva
Tiago declara: Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do
alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos,
sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé,
se não tiver obras, por si só está morta (Tg 2.15-17). Trata-se de uma ilustração simples e
objetiva. Um irmão pobre pre- cisando de roupas e alimentos. A pessoa com a fé morta olha
para esse irmão, faz um discurso piedoso, mas, não resolve o seu problema.

João declara: Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer
necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?
Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e verdade (1 Jo 3.17,18). Como
cristãos temos a obrigação de suprir as necessidades do próximo, principalmente, dos irmãos
na fé (Gl 6.10). Ajudar ao necessitado é uma expressão de amor, e a verdadeira fé opera pelo
amor (Gl 5.6). Quando ajudamos ao irmão carente, estamos fazendo para Cristo (Mt 25.40).

Ela é Imperceptível

Tiago fala: Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras,
e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé (Tg 2.18). Ele se recusa a aceitar a divisão entre fé
e obras. A verdadeira fé não pode existir separada das obras, e obras agradáveis a Deus não
podem ser realizadas sem a verdadeira fé.

O conceito de obras na Bíblia está estritamente ligado à salvação. Nenhuma obra praticada
pela natureza humana sem conversão é vista por Deus como boa obra (2 Rs 10.30; Mt 23.23).
Ainda que sejam atos bondosos, elas não são feitas para a glória de Deus (1Co 10.31). As obras
da carne ou da natureza não regenerada não têm valor nenhum diante de Deus (Is 64.6).

Boas obras são apenas aquelas que Deus ordena em sua Palavra (Mq 6.8; Cl 2.20-23). Elas são
evidências de uma fé viva e verdadeira (SI 116.12,13 e Mt 5.16). O poder de produzir boas
obras não está no crente, mas provém do Espírito Santo que habita no coração do fiel (Jo 15.4-
6; Lc 11.13).

Ela é Demoníaca

A fé morta é demoníaca ou a mesma que os demônios possuem: Crês, tu, que Deus é um só?
Fazes bem. Até os demônios creem e tremem (Tg 2.19). Observe que a fé demoníaca envolve o
intelecto e as emoções: eles creem e tremem. Os demônios não são ateus ou agnósticos.
Todas as vezes que se encontraram com Cristo aqui na terra, eles deram aula de cristologia.
Eles sabiam quem era Jesus e confessaram o nome de Cristo (Mc 1.24; 3.11,12; 5.7; Lc 4.34).
Eles criam na existência de um lugar de castigo (Lc 8.31) e reconheceram a Jesus como o Juiz
(Mc 5.1-13). O Diabo, quando tentou a Jesus, deu provas também de conhecimento bíblico (Mt
4.1-11). Todavia, a fé e o tremor dos demônios não produz a salvação dos mesmos.
A lógica do pensamento de Tiago é que se uma pessoa tem apenas conhecimento intelectual
de Deus, está numa condição pior do que a dos demônios que creem e tremem.

Ela é Inoperante

Tiago diz: Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é
inoperante? (Tg 2.20). A palavra traduzida por inoperante é a palavra grega agros, que significa
“ocioso ou desocupado” (Mt 20.3,6). Este verso reafirma o ponto principal do ensino de Tiago,
que a fé sem obras não salva (v.14), não tem proveito (v.16), está morta (w. 17 e 26), é inútil.

A fé sem obras é inútil, pois, é incapaz de justificar o homem diante de Deus. Como provar
isto? Tiago vai para o Antigo Testamento e cita dois exemplos de fé operosa: Abraão e Raabe.
Warren Wiersbe diz: “Tiago ilustra a sua doutrina na vida de duas figuras bíblicas conhecidas:
Abraão e Raabe. Não seria possível encontrar dois indivíduos mais diferentes um do outro!
Abraão deu origem ao povo de Israel; Raabe pertencia a uma nação pagã. Abraão era um
homem piedoso; Raabe era uma mulher corrompida, uma meretriz. Abraão era amigo de
Deus, enquanto Raabe pertencia a um povo inimigo de Deus”. Mas, o que os dois tinham em
comum? Os dois creram e obedeceram, os dois exercitaram a fé salvadora.

Tiago escreve: Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu
sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras;
com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora,
Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus (Tg
2.21 -23).

Ela é Incompleta

Tiago diz: Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é
morta (Tg 2.26). Éle usa a figura do ser humano que somente é completo ou vivo, quando o
corpo está unido ao espírito (Gn 2.7). A verdadeira fé somente é completa quando une
confissão com produção, fé com obras.

A fé verdadeira é completa. Envolve conhecimento, emoção e vontade. Ela produz a


justificação e uma vida cristã frutífera. É necessário que cada crente examine o seu coração e
sua vida e se certifique de que possui a fé operosa: Examinai-vos a vós mesmos se realmente
estais na fé; provai-vos a vós mesmos (2 Co 13.5).
Uma Atitude de Fé | EBD Betel Adultos | 3° Trimestre De 2021

ESCOLABIBLICADOMINICAL.ORG COMENTE! EBD | BETEL

EBD Betel – Adultos | 3° Trimestre De 2021 | Tema: TRIUNFANDO SOBRE AS BATALHAS E


ADVERSIDADES DA VIDA – Aplicando os Princípios Bíblicos para Prevalecer nas Aflições do
Tempo Presente | Lição 03 – Uma Atitude de Fé

TEXTO ÁUREO

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11.6

VERDADE APLICADA

O resultado da fé que conduz a atitudes de perseverança e obediência a Deus vai além do que
pedimos ou pensamos.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar lições da história da mulher do fluxo de sangue.

Apresentar os efeitos da fé.

Destacar os benefícios de uma atitude de fé.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

MARCOS 5

E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue,

E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe
aproveitando isso, antes indo a pior,

Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou no seu vestido.

Porque dizia: Se tão-somente tocar nos seus vestidos, sararei.

E logo se lhe secou a fonte do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.

E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Lv 15.25-30 A mulher e o cerimonial no Antigo Testamento


TERÇA / Mt 9.20-22 A cura da mulher do fluxo de sangue.

QUARTA / Mc 5.25-34 O poder transformador de Jesus.

QUINTA / Lc 8.46 A virtude de Jesus para curar.

SEXTA / Hb 11.1 Fé, o firme fundamento.

SÁBADO / Hb 11.6 Sem fé é impossível agradar a Deus.

HINOS SUGERIDOS 25, 186, 415

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que a sua fé em Cristo aumente a cada dia.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– A condição humana

2- Os efeitos da fé

3– Desfrutando os benefícios da fé

Conclusão

ebd betel 3° trimestre 2021

INTRODUÇÃO

O que fazer quando as esperanças se acabam? Durante doze anos, essa mulher padecia de um
fluxo de sangue, uma hemorragia contínua, que debilitava sua vida, consumia seus bens e lhe
roubava a paz [Mc 5.25].

PONTO DE PARTIDA

Precisamos ter uma atitude de fé.


1- A Condição Humana

Uma das mais conhecidas passagens bíblicas do Novo Testamento, a história da mulher que
tinha um fluxo de sangue é um exemplo da condição de muitas pessoas hoje [Mt 9.20-22; Mc
5.25-34; Lc 8.43-48].

1.1. Uma dificuldade a ser tratada. Enquanto Jesus caminhava em direção à casa de Jairo [Lc
8.40-42], príncipe da sinagoga, somos apresentados à história de uma mulher que sofria de
uma doença incurável. Seu nome e idade não são revelados, somente o mal que lhe afligia e o
tempo que padecia por causa dessa enfermidade: doze anos de uma hemorragia contínua.
Quantos hoje, no meio da multidão, assim como aquela mulher, têm uma dificuldade a ser
tratada, um problema a ser resolvido? Quantos assolados e preocupados estão à nossa volta,
sem saber o que fazer?

Subsídio do Professor: Humanamente falando, a mulher do fluxo de sangue tentou resolver o


seu problema de todas as formas possíveis. William MacDonald: “Os vários médicos com quem
se tratara, ao que parece, usaram alguns métodos drásticos de tratamento, esgotaram os
recursos e deixaram-na pior”. Durante doze anos, ela amontoou em sua vida dívidas, angústias
e muito sofrimento [Lc 8.43].

1.2. Resolvendo os problemas por conta própria. A Bíblia nos diz que essa mulher havia
recorrido a muitos médicos. Lucas, o médico, escreve que ela gastou todas as suas economias
e não obteve a cura [Lc 8.43]. Marcos comenta ainda que ela piorou [Mc 5.26]. Quando
enfrentamos uma situação difícil, e não encontramos rapidamente a solução, é comum
ficarmos desesperados. Há vários exemplos bíblicos de pessoas que agiram precipitadamente,
tentando resolver a situação por conta própria (Abraão e Sara, Jacó, Saul, entre outros). Sem a
direção de Deus, o homem age impulsivamente.

Subsídio do Professor: Importante destacar que a ressurreição da filha de Jairo e a cura da


mulher do fluxo de sangue formam um único episódio, pois um milagre foi efetuado quando o
Senhor Jesus estava a caminho para realizar o outro. Inclusive, os três evangelhos sinóticos
relatam essa cena. É interessante observar que a idade da filha de Jairo é a mesma do período
de sofrimento da mulher do fluxo de sangue. Vale a pena ressaltar que , no momento de maior
de desespero e dificuldade, ambos, cada um do seu jeito, procuraram a Jesus. É uma lição para
os dias de hoje, nos quais as pessoas tentam a todo custo solução para os seus problemas.

1.3. Cerimonialmente impura. Um dos vários problemas que essa mulher enfrentou por causa
da doença era de âmbito religioso. Seu sangramento contínuo a tornava cerimonialmente
impura [Lv 15.25-30]. Ela não podia ter contato com outras pessoas. Não podia sequer
cumprimentar alguém [Lv 16.27]. Durante doze anos, essa mulher foi rejeitada pela religião,
impossibilitada de participar do culto. Quantos hoje estão enfermos no corpo e na alma?
Quantos estão cheios de angústias e sofrimentos e pensam que não podem mais se aproximar
de Deus, que Ele se esqueceu deles?
Subsídio do Professor: Craig S. Keener: “A enfermidade dessa mulher era vista como uma
menstruação que durava o mês inteiro. De acordo com a Lei, tal doença a tornava
constantemente impura [Lv 15.19-33] – além do problema físico, havia o problema social. Na
cultura judaica da época, casar-se era praticamente uma necessidade para uma mulher sem
recursos; provavelmente, ela não estava casada nesse momento (se é que já havia sido), pois
era contrário à Lei um homem ter relações com alguém em tal condição.”

EU ENSINEI QUE:

A história da mulher que tinha um fluxo de sangue é um exemplo da condição de muitas


pessoas hoje.

2- Os Efeitos da Fé

A mulher que tinha um fluxo de sangue não se deu por vencida. Apesar das adversidades, ela
reuniu forças para encarar os preconceitos, vencer a multidão e chegar ao seu alvo: tocar nas
vestes de Jesus [Mc 5.28].

2.1. Vencer os preconceitos. Por causa da sua situação de impureza, aquela mulher vivia às
margens da sociedade judaica. A enfermidade a prejudicava em todos os aspectos de sua vida.
Ela não poderia estar no meio daquela multidão. Por esse motivo ela vem por trás [Mt 9.20].
Sua atitude de tocar na orla das vestes de Jesus foi uma mescla de fé, sabedoria e coragem
[Mc 5.27-28]. Para se aproximar de Jesus, é preciso ter fé, pois ela nos ajuda a vencer as
barreiras. Muitas vezes são dificuldades impostas pelos homens ou pelas circunstâncias da
vida, mas não por Ele, pois Deus não faz acepção de pessoas [At 10.34]. Sua vontade é que o
homem se aproxime dEle.

Subsídio do Professor: A ação dessa mulher nos ensina o quanto é importante unir a fé com a
sabedoria. Mesmo tendo fé, se não agirmos com sabedoria, podemos colocar muitas coisas em
risco e desperdiçar grandes oportunidades na vida. A fé deve ser acima de tudo sábia. Essa
mulher soube colocar sua fé em ação, pois foi extremamente detalhista. Ir por detrás, entre a
multidão, para tocar as vestes de Jesus, foi uma maneira inteligente de permanecer
despercebida [Lv 15.11; Mc 5.27-28].

2.2. Vencer a multidão. Por onde Jesus passava, as multidões rogavam-lhe que os deixasse
tocar ao menos na orla da Sua roupa; e todos os que lhe tocavam saravam [Mc 3.10; 6.56].
Esse tipo de acontecimento se espalhou. Ao levantar-se e tomar a decisão de ir até Jesus, a
mulher do fluxo de sangue creu que precisava apenas tocar nas vestes de Jesus para ser curada
[Mc 5.28]. A fé dessa mulher foi ativada ao ouvir os testemunhos milagrosos e as diversas
maneiras com as quais essas pessoas eram curadas [Mc 3.10; 6.56]. Independentemente das
restrições e obstáculos, ela foi até Jesus. Não foi fácil, mas a multidão não pôde impedir a sua
atitude de fé nEle.
Subsídio do Professor: A fé move a pessoa a saltar os mais incríveis obstáculos da vida. A fé
vem pelo ouvir e, com certeza, essa mulher não foi até Jesus às cegas, ela tinha conhecimento
de causa [Mc 3.10; 6.56]. É preciso compreender a importância de se anunciar a Jesus Cristo,
porque foi por ouvir a Seu respeito que nela se acendeu a fagulha da chama da esperança.
Mesmo sendo rejeitada por todos, ela foi acolhida por Jesus. Não existem impossíveis quando
resolvemos buscá-Lo de todo coração [Jr 29.13].

A fé cristocêntrica tem alvos e, quando estamos convictos e impregnados dela, nada poderá
nos impedir de avançar [Fp 3.13-14], nem mesmo uma multidão de problemas ou pessoas.
Muitos foram os sofrimentos vividos por essa mulher. Mesmo assim, ela resolveu deixar tudo
para trás e seguir adiante. Ela se ergueu e disse a si mesma: “Se tão-somente tocar nos seus
vestidos, sararei” [Mc 5.28]. A fé nos move a uma atitude.

2.3. Um toque especial. Sua impureza não impediu seu alvo; sua falta de dinheiro não foi
obstáculo; sua debilidade não lhe roubou a fé. Apesar de todas essas barreiras, essa mulher foi
até Jesus, sem se importar com mais nada. Além de vencer os preconceitos e a multidão, ela
precisava vencer mais um desafio: tocar em Jesus. Esta é uma realidade bastante frequente
nos dias de hoje.

Muitos começam bem a caminhada, mas não terminam. Estabelecem metas e propósitos,
porém desistem facilmente, ou, às vezes, muito próximo de alcançar a bênção. Tocar em Jesus
era o último passo do seu percurso, mas o seu principal objetivo naquele dia. Ao tocar na orla
das vestes de Jesus, algo poderoso aconteceu: saiu virtude do Mestre e foi imediatamente
curada da enfermidade que lhe afligia há doze anos [Mc 5.30; Lc 8.46].

Subsídio do Professor: Esse toque especial pode ser dado hoje através da fé. Jesus não está
fisicamente aqui, mas se faz presente em nosso corpo através da pessoa do Espírito Santo.
Quando lemos Atos 1.8, compreendemos perfeitamente que a mesma virtude que saiu de
Jesus naquele dia, repousa hoje sobre nossas vidas. Isto significa que essa mesma obra pode
ser reproduzida em nossos dias, pois Jesus Cristo é o mesmo [Jo 14.12; Hb 13.8].

EU ENSINEI QUE:

A mulher que tinha um fluxo de sangue não se deu por vencida. Apesar das adversidades, ela
reuniu forças para encarar os preconceitos, vencer a multidão e chegar ao seu alvo: tocar nas
vestes de Jesus.

3- Desfrutando os Benefícios da Fé

É pela fé que lidamos com o que não podemos ver [Hb 11.1]. Ela é o alicerce sólido da vida do
cristão. A Palavra de Deus nos afirma que sem fé é impossível agradar a Deus [Hb 11.6]. Neste
tópico, veremos os benefícios que essa mulher desfrutou por causa da sua atitude de fé [Lc
8.48].

3.1. Experimentar do poder de Deus. Por causa do seu toque especial no vestido de Jesus, dEle
saiu virtude e ela foi curada. O texto bíblico de Levítico 15.19, 26-27 nos ensina que se uma
pessoa imunda tocasse em outra, a pessoa tocada se tornaria imunda. É maravilhoso como o
toque dessa mulher nos revela quem é Jesus. Nosso Mestre é tão puro que, em vez de sujar-se
com o toque da impureza, Ele purifica o que está sujo ao ser tocado. Em vez de contaminá-Lo,
a doença foi imediatamente embora [Lc 8.44]. A fé proporciona ao homem experimentar o
poder de Deus, que está disponível a todos os que creem.

Subsídio do Professor: William MacDonald: “Jesus reconheceu que foi um toque diferente.
Como alguém disse: “A carne aperta, mas a fé toca”. Ele sabia que a fé o tocara, porque Ele
sentiu uma efusão de poder – o poder para curar a mulher. Ele percebeu que poder saíra dEle.
Não se tratava, na verdade, que Ele tivesse menos poder que antes, mas simplesmente que lhe
custou algo curar. Houve gasto.”

3.2. Reconhecimento público da fé. Durante doze anos, aquela mulher esteve oculta de todos.
Agora, ao sair de Jesus virtude, Ele, que estava sendo apertado e oprimido pela multidão [Lc
8.45], busca saber quem o tocou. A pergunta de Jesus (“Quem é que me tocou?”) deu
oportunidade para que a mulher testemunhasse do favor de Deus. Jesus já sabia quem O
tocara, mas expôs a mulher diante de todos para reintegrá-la à vida e à comunhão social e
religiosa do seu povo. Seu objetivo não era constrangê-la. Ao ouvir o depoimento da mulher, o
Mestre fez um elogio público da sua fé ao lhe dizer: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou;
vai em paz” [Lc 8.48]. Sua cura não aconteceu por um passe de mágica, mas, sim, porque creu
nEle e Seu poder se manifestou.

Subsídio do Professor: A Palavra de Deus nos mostra que era um hábito tocar na orla das
vestes de Jesus [Mt 14.36; Mc 5.30; 6.56]. Mas de onde surgiu esse pensamento? De acordo
com Malaquias 4.2, o Messias traria consigo o poder de cura em Suas vestes.

3.3. Certeza de salvação e paz. Tocar em Jesus pela fé resulta em receber bênçãos [Lc 8.48].
Confessar publicamente a fé em Jesus Cristo resulta em ser fortalecido na certeza da salvação
[Jo 1.12]. Quando tocamos em Jesus pela fé, recebemos a Sua paz. Aquela mulher, outrora
atribulada e assolada por causa de uma enfermidade, recebeu do Mestre muito mais do que
uma cura. Através da fé, ela teve sua autoestima renovada e desfrutou das benesses da
salvação e da paz. Ainda hoje, muitos procuram solução para os seus conflitos espirituais no
dinheiro, nas “boas ações”, na obediência a ritos religiosos, entre outros, em vez de
unicamente confiar em Cristo. Somente Jesus pode proporcionar ao homem a salvação e a paz
[At 16.31; Fp 4.7].
Subsídio do Professor: Jesus fez questão de mostrar a essa mulher que foi a sua fé pessoal nEle
que lhe trouxe cura e salvação [Mt 9.22]. Ao dizer essas palavras, Cristo tirou da mente dela
qualquer resquício de superstição, como se fosse o manto que tivesse contribuído de alguma
forma para a cura. A virtude saiu de Jesus, não do manto. Ainda hoje, precisamos reiterar essa
verdade para as pessoas.

O poder é de Jesus, não do homem, ou de qualquer outra coisa (objetos, amuletos, cultos,
campanhas, entre outros). Muitos colocam sua confiança em copos, toalhas, óleos, águas,
pastores, evangelistas, missionários e missionárias, pensando que o milagre se deriva de uma
coisa ou outra. A Igreja precisa compreender e defender que a glória é sempre de Jesus [Rm
11.36]. Todos os milagres por Ele efetuados são para glorificar o Seu nome [Lc 5.26; 18.43; Jo
11.4].

EU ENSINEI QUE:

É pela fé que lidamos com o que não podemos ver. Ela é o alicerce sólido da vida do cristão.
Por essa razão, a Palavra de Deus nos afirma que sem fé é impossível agradar a Deus.

CONCLUSÃO

Tocar em Jesus trouxe nova vida para essa mulher em todos os aspectos. A restauração foi
instantânea. No mesmo instante, a hemorragia estancou-se completamente. A saúde, o vigor e
a paz que não teve em doze anos, em segundos, com apenas um toque de fé, ela alcançou.
A Fé em Ação

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Tiago 2:14-18

No Brasil 82% da população vive nas cidades e 25% dos 6 Bi da Terra vivem em favelas e
acampamentos dos sem-terra, dentro das cidades. Isso tudo representa um grande desafio
para as igrejas que estão nas cidades! Mais de 2 Bi sofrem com a fome. Morrem anualmente
12 milhões de crianças de fome. 800 milhões passam fome.

No Brasil, o problema não é a falta de alimento, mas sim o acesso a ele!!!!

A distribuição injusta de renda nos revolta: 2/3 dos habitantes do mundo ganham menos de
2U$ Dia. No Brasil cerca de 90% da população vive com 15 a 20% da renda do país.

A pobreza domina as nossas cidades e no campo a situação é pior ainda. Nas cidades variam o
índice de pobreza ficando entre 35% a 75%. A pobreza recebeu uma nova classificação,
segundo a Sociologia atual: Pobreza; Miséria; Miséria Absoluta.

Algo que me intriga bastante: Por que crescem o número de igrejas nas comunidades carentes
e elas continuam carentes? Por que não muda? Exceção a Igreja Metodista da Torre/Recife/Pe
que abriu suas portas para os favelados inundados e hoje está construindo casas para todos.

Esse quadro social desafia a igreja hoje e principalmente a nossa fé! Dá para viver o
cristianismo sem se preocupar com os famintos? Dá para apresentar o nosso discurso cristão
sem a prática correspondente? Sim, mas cairá no vazio e total descrédito!! Foi o que TIAGO
tentou nos alertar….! Fé sem obras é morta!

Fé em Ação nos leva ás Obras


Tiago nos dá 2 exemplos: ABRAÃO em Tiago 2:21-22; RAABE em Tg 2:25 e Js 2:8-11
(Declaração de fé que a levou às obras)! Seria Loucura sacrificar a vida de um filho? – Sim!!
Mas vejam só a declaração de Fé: Gn 22:7-8

Seria loucura arriscar-se pelos espias? – Sim! Raabe acreditou no Deus deles e sabia que a sua
única chance de sobrevivência era tentar conseguir o favor desse Deus!

Seria loucura acreditar que Deus irá prover os recursos para a construção do nosso templo? –
SIM! Sabemos e conhecemos o Deus a quem nós servimos!!!

Seria loucura entregar o dízimo, mesmo estando com dívidas e aperto financeiro? – Sim!! Pela
fé nós entregamos e o Senhor Honra a nossa Fé!!! Aquele que tem a Fé Morta nada disso
faria!!

Deus nos desafia a Ter uma Fé VIVA e não Morta!!! Hb 10:38 ” Mas o meu justo viverá pela
fé…” Mesmo que só tenhamos 5 pães e 2 peixes, entreguemos ao Senhor, com fé e
alimentaremos multidões!

Fé em Ação nos leva ao Amor

A Sociedade está cansada de discurso sobre a nossa fé em Jesus! Ela está querendo ver isso de
forma concreta, palpável.!

Bom Samaritano! – Amarás ao próximo… E quem é o meu próximo?? E Jesus perguntou: Quem
foi o próximo do que estava caído, quem verdadeiramente demonstrou em Amor a sua Fé? –
Quem é o seu próximo? A Quem Deus tem nos apresentado no caminho da nossa fé, no
caminho da igreja, para que demonstremos a nossa Fé pelo Amor? – Adianta alguma coisa
dizer que tem fé e não demonstrá-la em amor?

Adianta ter uma Fé que não se transforma em Amor? – (V.15-16) – Alegorizar: … abraçar o
irmão, orar por ele e dizer: Deus vai resolver!!! E depois despedi-lo sem nada de concreto!!
Philippe Maury: “Não existe o amor a Deus sem o amor ao próximo e não se pode amar o
próximo sem lhe falar de Deus”!
Fé em Ação nos leva à Salvação

A grande preocupação de Tiago era a seguinte: Fé Morta salva alguém? (V.14b)

Nossa Teologia é muito clara: A Salvação vem pela fé! Ela não vem pelas obras! (Ef 2:9)! E por
uma interpretação errônea, muitos deixaram de praticar as Boas Obras, deixaram a sua fé
Morrer!!!

Será que algum membro de Igreja ouvirá Naquele Dia?

Mt 25:41 “Apartai-vos de mim porque tive fome, sede! Ah! Senhor! Eu não sabia! Eu pensei
que não precisava fazer nada disso! Que só era falar que tinha Fé em Jesus e guardar essa fé!

CONCLUSÃO:

Quantas vezes eu me revolto, me aborreço, de ver tanta injustiça social, fome, miséria,
analfabetismo, gente comendo palma… desigual distribuição de renda, aumento de R$6,00 no
Salario Mínimo. Muitas vezes até procuramos culpados. Mas que tal transformamos essa triste
realidade numa excelente oportunidade de crescimento para a Igreja?

Que tal aproveitarmos essa situação para Colocarmos a Nossa Fé em Ação?

A Fé é uma força que Deus deu ao homem capaz de realizar coisas e obras inimagináveis!
Inclusive realizar a Ação Social!!! A Nossa Igreja está fazendo muito pouco nessa Área!!!

A Ação Social, no Brasil, é uma área que garante crescimento a Igreja que nela investir! Torna a
Igreja Querida, Amada, Respeitada e Conhecida na Comunidade! E perante o Senhor, alegra o
Seu coração!
Lição 09: Habacuque: A Fé como forma de Vida

Revista CPAD Lições Bíblicas Jovens 3 trimestre 2021

Comentarista: Pr Israel Trota

Tema da revista: Vigilância, Justiça e o Culto a Deus – Um chamado para a Igreja nos Escritos
dos Profetas Menores

TEXTO DO DIA

“Então, o SENHOR me respondeu e disse Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas,
para que a possa ler o que está correndo passa. Els que a sua alma se incha, não é reta nele:
mas o justo, pela sua fé viverá” (Hc 2:2,4).

SÍNTESE

A fé é o fundamento da vida cristã. Devemos confiar em Deus mesmo quando aparentemente


as peças não se encaixam, pois Ele está no controle de todas as coisas.

📘 Agenda de leitura

Segunda Rm 5:1 – O cristão é justificado pela fé

Terça Gl 3:11 – Ninguém é justificado diante de Deus pelas obras, mas pela fé

Quarta Rm 11:20 – O cristão se mantém firme pela fé

Quinta Hb 11:6 – Sem fé é impossível agradar a Deus

Sexta SL 73:28 – A confiança do cristão está em Deus

Sábado Rm 1:17 – Em Cristo se descobre a justiça de Deus de fé em fé

🎯 OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

EXPLICAR o contexto histórico, estrutura e mensagem do livro de Habacuque;

APRESENTAR as dificuldades do profeta Habacuque em compreender os caminhos de Deus;

ESCLARECER a importância da fé como elemento essencial de vida cristã.

INTERAÇÃO 🤜🤛

Prezado(a) professor(a) estudaremos na lição deste domingo o livro do profeta Habacuque. Ele
profetizou em Judá e o tema central do seu livro é na verdade a grande indagação de todo
cristão: “Onde está Deus, quando os seus filhos sofrem?”. Habacuque não conseguia entender
como os babilônios que ignoravam as leis de Deus, saqueavam as nações, violentavam as
mulheres e matavam tantas pessoas seriam usados para punir o povo do Senhor por seus
pecados. Muitas vezes, em nossa limitação, não conseguimos compreender o agir de Deus.
Contudo, precisamos confiar no seu operar, na sua misericórdia e na justiça. Com Habacuque
aprendemos que Deus é soberano e Ele jamais perde o controle de toda e qualquer situação.
Nós temos e que confiar, pois o justo, pela sua fé viverá (Hc 2:4)

🤓 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a) reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para fazer um resumo do livro do profeta
Habacuque e apresente-o na introdução da lição.

Atmosfera da época Os quatro últimos reis de Judá foram homens ímpios, que rejeitaram a
Deus e oprimiram seu próprio povo. A Babilônia invadiu Judá duas vezes, antes de, finalmente,
destruí-la em 586 a.C. Foi uma época de temor, opressão, perseguição ilegalidade e
imoraLidade.

Mensagem principal Habacuque não conseguia entender por que Deus parecia não fazer
nada a respeito da iniquidade na sociedade. Então, ele percebeu que somente a fé em Deus
fornecería as respostas às suas perguntas.

Importância da mensagem Em vez de questionar as atitudes de Deus, devemos perceber


que Ele é totalmente justo e devemos crer que ELe está no controle e que, um dia, 0 mal será
completamente destruído.

Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, p. 973.

📜 TEXTO BÍBLICO

Habacuque 2.1,2

1 Sobre a minha guarda estarei e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei para ver o que
fala comigo e o que eu responderei, quando ou for arguido

2 Então o SENHOR me respondeu disse: Escreve a visão e toma-a bem legível sobre tábuas,
para que a possa ler o que correndo passa.

📣 INTRODUÇÃO

Em seu livro, Habacuque abre seu coração, expondo a Deus suas percepções e
incompreensões. Durante este diálogo, uma grande descoberta teológica acontece: “A fé
como forma de vida na relação do crente com Deus”. Uma fé que jamais foi confrontada não
passa de fantasia, pois a fé é provada real e verdadeiramente nos conflitos da vida.

I. HABACUQUE
1. Sua vida.

Não temos muitas informações a respeito da vida de Habacuque, tudo o que sabemos sobre
ele é por dedução. Seu nome, cujo significado é “abraço”, aparece duas vezes em toda a Bíblia,
exclusivamente no seu livro (Hc 1.1; 3.1). Não temos informações sobre sua cidade de origem,
sua profissão e sua filiação. A literatura rabínica apoiava a ideia que ele fosse de origem
sacerdotal. Considerando que o texto bíblico apresenta-o diretamente como profeta, inferimos
que ele fosse um profeta formado e reconhecido, que estudou na “escola de profetas”, um
estabelecimento formal (Hc 1:1). O mesmo se aplica a Ageu e Zacarias (Ag 1:1: Zc 1:1). O texto
de Habacuque 3.19 também parece apresentar o profeta como um levita oficial, qualificado
para participar do cântico litúrgico no Templo de Jerusalém. O pós-escrito da oração de
Habacuque foi destinado ao “cantor-mor” (mestre de música) e certamente seria aplicada ao
coro dos levitas, sendo também acompanhado com os instrumentos de corda.

2. Data do livro.

O profeta não cita nomes de reis. Sem essa referência histórica fica difícil especificar uma data.
Ao ler o livro, encontramos algumas informações que nos levam a propor por dedução uma
possível data. Ele parece surpreso ao saber que Deus levantaria a Babilônia (os caldeus) para
subjugar Judá. Sabemos que o livro foi escrito um pouco antes da primeira invasão da
Babilônia em Jerusalém no ano 605 a.C.

3. Estrutura e mensagem do livro.

A profecia de Habacuque foi um “peso” para Judá, termo que indica uma “sentença pesada”
entregue por meio de profecia (Hc 1.1). O oráculo lhe foi revelado em forma de visão. Seu livro
tem três capítulos e contém pelo menos três formas literárias diferentes: “diálogo” (Hc 1.2-
2.5); “ais proféticos” (Hc 2.6-20) e “louvor” (Hc 3). O livro é um diálogo, uma profecia ou até
mesmo um poema. Foi escrito no hebraico mais puro e sua mensagem está cheia de metáforas
inusitadas e comparações (Hc 1.8,11,14,15; 2.5,11.14,16,17; 3.6,8-11). O primeiro capítulo
denuncia o estado de apostasia da nação e a resposta de Deus aos questionamentos de
Habacuque (Hc 1.1-27). O segundo capítulo apresenta uma resposta mais detalhada de Deus
sobre seus planos e desígnios diante de novos questionamentos apresentados pelo profeta (Hc
2:1-20). O terceiro capítulo é uma oração de louvor que destaca a importância da fé (Hc 3:1-
19).

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forma de Vida

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II. A CRISE DO PROFETA


1. A maldade de Jerusalém.

Jerusalém. O profeta demonstra inconformidade com o pecado que crescia vertiginosamente


entre seu povo. A violência, os atos de crueldade e a injustiça permeavam a vida pública e
privada de Judá (Hc 1:3). Para o profeta, aquela situação era insuportável. Como Deus poderia
ver tudo aquilo e não fazer nada? (Hc 1:2). Todo aquele antro de perversidade aumentava a
demanda das contendas e litígios. Os tribunais estavam cheios de problemas a serem
resolvidos. Contudo, a lei estava sendo manuseada de forma escusa e o juízo estava sendo
pervertido (Hc 14). A lei era o dispositivo legal para garantir a ordem pública e os direitos dos
cidadãos, mas como o sistema judiciário de Judá estava corrompido, a injustiça prevalecia. Os
anciãos aceitavam suborno e as testemunhas locais mentiam.

O indefeso que aguardava o emprego da justiça ficava frustrado. O profeta questionou como
Deus poderia tolerar tudo aquilo e não intervir. Quando vemos uma injustiça, somos levados a
recorrer a Deus. Às vezes, entramos em crise neste processo. Não somos tão diferentes de
Habacuque. É difícil lidar com a injustiça e a sensação de impunidade.

2. O questionamento do profeta

profeta. Seria este questionamento uma murmuração perversa? Cremos que não! A
murmuração tem o propósito de deteriorar a imagem de Deus, colocando em dúvida Seu
caráter perfeito. Habacuque faz o contrário, apela para a justiça divina no propósito de zelar
pela imagem do Altíssimo. Ele podia não entender o agir de Deus, contudo, posteriormente
comprovou sua confiança inabalável nas ações divinas, por mais contraditórias e paradoxais
que pudessem parecer aos seus próprios olhos (Hc 2:4). Seus questionamentos apenas
revelaram suas limitações face aos caminhos inescrutáveis de Deus. É interessante como o
texto bíblico faz questão de mostrar as vulnerabilidades e incompreensões de Habacuque.
Deste modo, fica claro que a origem de sua proclamação não tinha como fonte a sua
mentalidade perspicaz, mas a própria revelação de Deus. Como Habacuque, temos liberdade
para apresentar a Deus nossas dúvidas e questionamentos. O que Deus espera de nós, em
nossa oração, não são palavras rebuscadas, ditas de forma mecânica, mas um diálogo sincero
com Ele (Mt 6:6,7).

3. A resposta de Deus.

Deus responde aos questionamentos do profeta dizendo que colocaria um fim na maldade de
Judá suscitando a Babilônia para castigar o seu povo (Hc 1:5-11). Na Bíblia o silêncio divino é
sempre precedido por um grande feito. Os caldeus representavam a solução divina para
aquela situação (Hc 1:6). Durante muito tempo os erros de Judá ficaram sem castigo, porém o
juízo estava sendo instaurado (Hc 1:7). O profeta demonstrou não entendera ação divina, pois
como poderia Deus usar uma maldade maior (Babilônia) para punir uma maldade menor
(Judá)? A crise instaurou no seu interior (Hc 1:13).

🔔 Pense
O que Deus espera de nós, em nossa oração, não são palavras rebuscadas, ditas de forma
mecânica, mas um diálogo sincero com Ele.

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III. A FÉ COMO FORMA DEVIDA

1. Aguardando uma nova resposta,

O profeta ficou aterrorizado ao conhecer os planos de Deus e questionou como Deus poderia
estar decidido em punir o seu povo por intermédio de uma nação idólatra. Ao saber do plano
divino, ele entrou em crise se assustando com o juízo que viria. Para Habacuque, o povo de
Judá não era tão mal quanto à nação executora do juízo (os ímpios babilônios). Então, como
poderia Deus fazer vistas grossas aos pecados da Babilônia para simplesmente castigar os
pecados de Judá? (Hc 1:13).

O profeta entrou em um ciclo de questionamentos por não conseguir entender os planos de


Deus. Será que a Babilônia continuaria tendo sucesso em seus empreendimentos militares
apanhando os povos com a sua rede ou Deus colocaria um fim naquela situação? (Hc 1:17).
Confiante na nova resposta divina, ele se preparou para ser arguido por Deus (Hc 2:1). O
profeta permaneceu vigilante no afã de ouvir a voz do Senhor, cumprindo com eficácia a
função de um profeta.

2. A nova resposta de Deus.

O juízo sobre a Babilônia viria no tempo determinado por Deus (Hc 2.3). O profeta deveria
esperar independente do tempo, porque no momento certo a visão se cumpriría. A nação
ímpia fracassaria (Hc 2.4). Seu sucesso seria aparente, mas logo cairia. O justo não deve se
guiar pelas causas aparentes, antes deve viver pela fé (Rm 5:1; Gl 3:11). No fim, aquele que foi
fiel sempre emergirá vitorioso porque Deus é justo. Ele fez questão de mostrar para o profeta
que conhecia os pecados da Babilônia, pois eles embriagavam-se com o vinho, eram soberbos
e possuíam uma sede insaciável por conquistas (Hc 2:5). Consideravam-se superiores as
demais nações. Movidos por este complexo de superioridade mostravam-se insaciáveis em
suas conquistas, espalhando a morte e a tragédia por todos os lados. Deus sabia de tudo isto e
no momento certo trataria com eles. O desafio do profeta era crer na mensagem e esperar sua
realização.

3. O triunfo da fé.

O profeta exaltou ao Senhor evidenciando sua gratidão pela revelação dos planos de Deus para
Judá e Babilônia. Demonstrou temor e expectativa (Hc 3:2). Clamou com ímpeto pedindo que
Deus avive a sua obra. Avivar não é utilizado como sinônimo de “reavivar”, ou que Deus faça o
que já fez no passado, o sentido do texto é para Deus “preservar a vida” por meio de uma obra
ativa e intensa ao longo do tempo. Em sua oração, o profeta apresenta traços característicos
de uma fé sólida e um respeito profundo pela soberania de Deus ao afirmar que no dia da
angústia confiará no Senhor, pois em breve os babilônios também experimentariam o juízo
divino (Hc 3:16).

A lição do livro de Habacuque é o que o justo deve viver pela fé (Hc 2:4). Ele professa com
muita determinação sua profunda fé em Deus a despeito de todo o sofrimento que suportaria
com a aplicação do juízo sobre Judá. Quando uma nação era julgada pelos seus pecados,
ímpios e justos sofriam. Habacuque estava se preparando para o pior. Apesar dos sombrios
prognósticos futuros, o profeta diz que descansará em Deus, pois ele compreendeu que a fé do
crente deve ser mais forte do que as circunstâncias (Hc 3:17-19).

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forma de Vida

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SUBSÍDIO 1

“Habacuque é o profeta que fez duas perguntas que Deus respondeu após muito tempo, e
que, então respondeu com uma grande oração, testemunhando a sua fé em Deus. Mais
especificamente, o profeta expressa perguntas e dúvidas a respeito da justiça de Deus e da sua
administração do mundo.

Os profetas não eram apenas pregadores inspirados de mensagens divinas ao povo de Deus,
mas também transmitiam o peso do Senhor pelo seu mundo destruído e a sua profunda
preocupação com o seu povo rebelde. Neste aspecto, Habacuque se assemelha, e muito, a
Jeremias. Ainda mais do que com Jeremias, o diálogo de Habacuque com Deus e as suas
persistentes orações ocupam o lugar da pregação profética, como o cerne da mensagem.

As várias seções de diálogo neste livro podem representar as lutas espirituais de Habacuque
durante um longo período de tempo, possivelmente começando já em 626 a.C. e continuando
até 590 ou mais tarde. Habacuque propôs algumas das mais penetrantes perguntas de toda a
literatura, e as respostas são essenciais a uma visão adequada de Deus em relação com a
história”
O Discípulo e a Fé

Texto Bíblico

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

e a prova das coisas que se não vêem”

(Hebreus 11:1)

INTRODUÇÃO

A melhor definição para fé é a do texto bíblico que introduz este comentário. Nesta acepção,
ela é a base da esperança que faz o crente seguir adiante, firmado nas promessas de Deus e
deixando para trás as dúvidas, incertezas e incredulidade. Ela é o ponto de partida para o
pecador conhecer ao Senhor e receber a salvação. Segundo o apóstolo Paulo, a fé nasce na
vida de cada um quando se ouve a Palavra de Deus, que é também o alimento para que ela, a
fé, se torne vez mais consolidada e robustecida. Ter fé é vital para as relações do crente com
Deus. É impossível esta comunhão sem ela, ‘porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam’ (Hebreus 11:6).

I. A IMPORTÂNCIA DA FÉ

a. A fé no Antigo Testamento: – Se você percorrer a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, vai


descobrir que ela é o livro que trata das relações do homem com Deus mediante a fé. A fé é de
tal importância que o capítulo 11 de Hebreus é considerado como a galeria dos heróis da fé.
Eles viveram nos tempos do Antigo Testamento e estavam firmados nas promessas de Deus
para o futuro. Leia Hebreus 11.

Eles olhavam para a cruz, o divisor entre a velha e a nova aliança. Por causa de sua fé foram
massacrados, vituperados, perseguidos, mas em momento algum fraquejaram, pois estavam
certos da promessa do nascimento de Jesus Cristo, não obstante a verem de longe.

b. A fé no Novo Testamento: – Os crentes da atualidade, segundo o escritor do mesmo livro


bíblico citado acima, são mais bem-aventurados dos que os do Antigo Testamento. No caso
dos crentes de hoje, a cruz já está no passado, mas projeta com segurança o fato de que se
Deus cumpriu a promessa que tanto os heróis da fé almejavam, mesmo que eles não tenham
fisicamente alcançado, Deus dará continuidade ao seu plano até que se consumem todas as
coisas. Leia Hebreus 11:40.

c. A fé na vida cristã: – Tudo quanto fizermos, se não tiver a fé como base, não terá nenhum
sentido. A Bíblia diz que aquilo que não se faz por fé constitui-se pecado (Romanos 14:23).
‘Sem fé é impossível agradar a Deus’ (Hebreus 11:6).

Por que a fé é tão importante na vida cristã? Porque se ela não estiver operando, a
incredulidade predomina, gerando incertezas e fracassos. Quem duvida jamais realiza
qualquer coisa para Deus. Este sentimento deixa o crente indeciso, o que compromete o seu
caminhar vitorioso, pois poderá agir como Pedro que, ao primeiro momento, deu passadas
firmes sobre as águas do mar, mas logo começou a afundar. A dúvida deixou-o sem saber se
olhava somente para Jesus ou para as circunstâncias adversas à sua volta.

d. O objeto da fé: – Você vai aprender agora, que a sua fé deve gravitar em torno da pessoa de
Jesus. O autor dos Hebreus, ao concluir sua profunda reflexão sobre a fé, finaliza: ‘Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a
cruz, desprezando a ignomínia, e assentou-se à destra do trono de Deus’ (Hebreus 12:2).

A fé pode estar direcionada para outro foco. Se for o caso, não é a fé legítima que se sustenta
só no Filho de Deus. Por outro lado, não se trata da fé apenas por causa das obras que ele
realizou ou que pode realizar, mas daquela que se traduz na certeza pessoal dada a cada
crente não só para vencer circunstancias adversas, se for a sua vontade, mas também para
continuar a servi-lo, ainda que seja do agrado de Cristo que você passe pelo vale da sombra e
da morte. Neste caso, como disse Paulo, o morrer é ganho e significa o triunfo definitivo da fé.

Foi a fé centrada na pessoa de Cristo que levou os amigos de Daniel a enfrentarem a fornalha
de fogo ardente. eles criam no livramento, mas também criam que aquela circunstancia
poderia levá-los à presença de Deus. É tanto que disseram ao rei: ‘Não necessitamos de te
responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que pode nos
livrar do forno de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E se não, fica sabendo, ó rei, que não
serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantas-te’ (Daniel 3:17 e
18).

A visão de Nabucodonosor veio confirmar esta verdade. Ele viu o quarto homem na fornalha,
que não era outro senão o Filho de Deus. Para os amigos de Daniel, então, não fazia diferença.
Fora da fornalha tinham a proteção do Senhor, na fornalha, ele os acompanhava e se fossem
levados para o céu, ficariam para sempre na sua gloriosa e majestosa presença. Este é,
portanto, o cerne da verdadeira fé: Cristo.
II. AS QUALIDADES DA FÉ

a. Fé para a salvação: – Esta fé é aquela que leva o crente a reconhecer os seus pecados e a
aceitar o sacrifício de Cristo em seu lugar. Ela é o ponto de partida que introduz o crente à vida
cristã mediante o novo nascimento. É como a centelha que dá a partida para fazer funcionar o
motor de qualquer veículo.

b. Fé vitoriosa: – Você vai descobrir que, no exercício da vida cristã, a fé varia de intensidade. A
Bíblia fala de ‘pouca fé’ (Mateus 6:30), ‘tanta fé’ (Mateus 8:10), ‘fé como um grão de
mostarda’ (Mateus 17:20), ‘homem cheio de fé’ (Atos 6:5) e sobre ‘a medida da fé’ (Romanos
12:6). Isto explica porque uns fazem coisas grandes para Deus, enquanto outros vivem uma
vida cristã de menor intensidade. Significa que o trabalho de cada um será, também,
proporcional ao tamanho de sua fé. Só fará grandes coisas para Deus quem tiver fé abundante
e fundamentada nas promessas do Altíssimo.

c. Dom da fé: – O dom da fé situa-se numa dimensão mais profunda. Trata-se de manifestação
sobrenatural para a realização de maravilhas, sendo uma particularidade que o Espírito
concede ao crente para aquilo que for útil. Está entre os dons espirituais (1 Coríntios 12:11),
assunto que vamos abordar mais detalhadamente na Lição 11.

III. OS EFEITOS DA FÉ

a. A fé produz salvação: – já foi dito anteriormente que a fé é a base para a salvação. Portanto,
o ponto focal da nossa responsabilidade, como crentes, é pregar o evangelho para que os
pecadores sejam tomados pela fé, reconheçam os seus pecados, confessem que Jesus é o Filho
de Deus e o aceitem como único e suficiente salvador. Esta é a mensagem que você, como
novo crente, deve levar aos seus amigos. Você precisa sentir a mesma ansiedade do apóstolo
Paulo, que afirmou: ‘Ai de mim se não pregar o evangelho’. Ou seja, o amor de Cristo deve
constrangê-lo a proclamar a palavra para produzir fé nos ouvintes para a salvação.

b. A fé produz segurança: – Quem está em Cristo passa a viver em segurança, mesmo que as
circunstancias à sua volta sejam adversas. Cabem, neste caso, as palavras do salmista: ‘Pelo
que não teremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o
meio dos mares; ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem por
sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã’
(Salmo 46:2 a 5). Isto significa que, pela fé, sempre seremos vitoriosos sobre Satanás. Se
alguma circunstancia levar você ao encontro do Pai, o inimigo estará vencido para sempre,
pois já não poderá intentar nenhum mal contra os salvos.

Portanto, isto quer dizer: se você estiver com Cristo na terra ou no céu, Satanás será sempre
perdedor.

c. A fé não vê fracasso: – Aquilo que, na visão de muitos, aparenta fracasso, para o verdadeiro
crente é um meio de fortalecer a sua fé e passar a depender mais de Jesus. Quando o apóstolo
Paulo afirma que se considerava fraco, isto servia para ele entender que sem Cristo, nada
podia fazer. Isto o levou, inclusive, a receber do Senhor o consolo: ‘A minha graça te basta’. O
fracasso eventual, quando olhado por este prisma, é fator de fortalecimento da fé para
aprofundar a sua comunhão com Deus.

d. A fé conduz à vitória: – Para concluir, vale adaptar o texto de um autor desconhecido:


‘Enquanto a dúvida olha para baixo, a fé olha para o alto; enquanto a dúvida vê o perigo, a fé
enxerga a segurança; enquanto a dúvida resvala na incredulidade, a fé se abriga no esconderijo
do Altíssimo; enquanto a dúvida afunda no desespero, a fé se agiganta na esperança;
enquanto a dúvida pergunta quem crê, a fé responde: eu creio’!

QUESTIONÁRIO

1) Qual a melhor definição para a fé?

2) Por que Hebreus 11 é considerado como a galeria dos heróis da fé?

3) O que levou os heróis do Antigo Testamento a serem vitoriosos?

4) Por que a fé é tão importante para a vida cristã?


OS GIGANTES DA FÉ E O SEU LEGADO PARA A IGREJA

Classe: Adultos

Lições Bíblicas: CPAD

Trimestre: 1° de 2018 – 18 de Março

Reverberação: www.sub-ebd.blogspot.com

TEXTO ÁUREO

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
veem." (Hb 11.1)

VERDADE PRÁTICA

A fé é a confiança irrestrita nas promessas de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Hb 11.4: O sacrifício de Abel e a fé que ainda fala

Terça - Hb 11.5: O testemunho de Enoque e sua trasladação

Quarta - Hb 11.7: A confiança de Noé que o fez herdeiro da justiça

Quinta - Hb 11.8: A obediência de Abraão em sair para um lugar desconhecido

Sexta - Hb 11.22: A fidelidade de José e a ordem acerca de seus ossos

Sábado - Hb 11.24,25: A determinação de Moisés em se recusar a ter o gozo do pecado

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 11.1-8, 22- 26,30 - 34

1 ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não
vêem.

2 Porque por ela os antigos alcançaram testemunho.

3 Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

4 Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.

5 Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o
trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.

6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

7 Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação
da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça
que é segundo a fé.
8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por
herança; e saiu, sem saber para onde ia.

22 Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem
acerca de seus ossos.

23 Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um
menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.

24 Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,

25 Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o
gozo do pecado;

26 Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha
em vista a recompensa.

30 Pela fé caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.

31 Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.

32 E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e


de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas,

33 Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as


bocas dos leões,

34 Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na


batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.

HINOS SUGERIDOS: 107,126, 459 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Apresentar os gigantes da fé segundo Hebreus 11 e o seu legado para a Igreja.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Discutir a respeito da fé que gera confiança em Deus;

Mostrar que a fé nos faz ver o impossível;

Compreender que a fé dá poder para avançar.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Prezado (a) professaria (a), estudaremos um dos capítulos mais conhecidos da Epístola aos
Hebreus, a galeria dos heróis da fé que se encontra no capítulo 11. Esses heróis e heroínas
eram pessoas comuns, sujeitos as intempéries da vida, mas a fé deles em Deus fez com que
superassem grandes obstáculos, fazendo com que o nome do Senhor fosse exaltado. O estudo
dessa galeria nos mostra que a fé, embora sendo algo subjetivo, traz sempre resultados
práticos.

É importante que você ressalte, no decorrer da lição, que estes heróis da fé, não tinham as
Escrituras Sagradas como temos hoje, o que tomava o conhecimento deles a respeito de Deus,
se comparado a nós, limitado.

INTRODUÇÃO

O autor acabara de fazer sua longa exposição sobre a supremacia de Cristo, seu sacerdócio e a
superioridade da Nova Aliança em relação à Antiga. Essa exposição começou no capítulo
primeiro e se estendeu por quase todo o capítulo dez. Aqui, ele faz um apanhado histórico
sobre a jornada de fé dos homens e das mulheres de Deus no Antigo Pacto e como isso deveria
ser tomado como exemplo para os cristãos do Novo Concerto. Essa fé, diferentemente do
conceito de justificação dado por Paulo, aparece aqui com o sentido de ousadia, perseverança
e confiança nas promessas de Deus. A fé demonstrada por eles em diferentes momentos da
história, e em diferentes situações, foi o que garantiu as suas inserções na galeria dos heróis
bíblicos. Essa mesma fé, que garantiu que eles sempre avançassem e nunca recuassem,
devemos imitar.

Ponto central

A confiança em Deus fez com que pessoas comuns se tornassem gigantes da fé.

I- A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS

1. O sacrifício de Abel.

O autor dá início a sua galeria dos heróis da fé com Abel, o primeiro exemplo de homem de fé
(Hb 11.4). Abel foi um homem, que nos primórdios da humanidade, ousou confiar em
Deus. A Bíblia mostra que seu sacrifício, feito com fé, agradou a Deus. O culto prestado por ele
foi verdadeiro! Há muitas especulações sobre a natureza do sacrifício oferecido por Abel, mas
o texto sagrado nada diz sobre o assunto. O fato é que a fé de Abel foi uma fé operante,
diferentemente da fé de Caim, seu irmão. Para o autor de Hebreus, os cristãos, assim como
fora Abel, deveriam ser em tudo confiantes porque o Cristo a quem seguem é, em tudo,
superior a Abel (Hb 12.24).

2. O testemunho de Enoque.

Há pouquíssimas referências à pessoa de Enoque no registro bíblico. Mas o pouco que há é


suficiente para inspirar fé e confiança (Hb 11.5). Somente duas pessoas são citadas na Bíblia
que não experimentaram a morte, um é Elias, o profeta de Tisbe, o outro é Enoque. A Bíblia diz
que esse traslado de Enoque se deu por causa deste "andar" com Deus. Ninguém se aproxima
do Pai, nem muito menos anda com Ele, se não demonstrar fé. Deus é soberano age como
quer, mas o fato é que Deus chamou Enoque para perto de si

Por causa do seu andar na fé. Sem fé ninguém agrada a Deus.

3. A confiança de Noé.

No seu sermão escatológico, Jesus se referiu aos dias de Noé como uma época de
insensibilidade espiritual. Foi uma geração, á semelhança da nossa, imediatista! FoI aqui e
agora. Nos dias de Noé já se vivia uma espécie de hedonismo, porque todos se preocupavam
apenas com aquilo que dava prazer imediato (Mt 24.37-39). Eles não "perceberam", mas Noé,
sim. Quando ninguém conseguia ouvir Deus, Noé o ouviu: "Pela fé, Noé, divinamente avisado
das coisas ainda não se viam, temeu, e, para alvação da sua família, preparou a arca, pela qual
condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo fé" (Hb 11.7).

SÍNTESE DO TÓPICO l

A fé produz confiança irrestrita em Deus.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

Três coisas são mencionadas a respeito da fé de Abel:

(1) Ele é elogiado por ser um adorador de Deus. A Escritura somente diz que pela fé, Abel
ofereceu a Deus maior [melhor] sacrifício do que Caim, porque o sacrifício de Abel era uma
expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a sua fé a Deus, não
manteve qualquer reserva. Isto representou total devoção ao Senhor, não simplesmente uma
cerimônia religiosa. Pela fé adentrou a mais profunda realidade espiritual e interior do
sacrifício ao Deus invisível.

(2) Alcançou testemunho de que era justo', Caim não era justo; Deus lhe disse que sua oferta
somente seria aceitável se fizesse o que era certo (Gn 4.3-7). Deus rejeito a adoração de Caim
porque seu coração não era justo, Abel, por outro lado, demonstra a íntima relação entre a
retidão e a fé em 10.38, Sua adoração agradou a Deus porque vivia e agia fé como um homem
justo.

(3) Foi mencionado por seu testemunho. Abel morreu como o primeiro mártir profético da
história (Lc 11.50,51); seu testemunho duradouro passou por sucessivas gerações e continua a
falar da vida de fé que agrada a Deus, como homem fiel que adora a Deus de todo o seu
coração (ARRINCTON, Frenth L; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, 2.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2004, p. 1012).
II - A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL

1. A obediência de Abraão.

Após ter falado sobre Abel, Enoque e Noé, o autor agora foca o seu argumento sobre a fé da
pessoa de Abraão, o patriarca da nação hebreia. Todos os nomes citados anteriormente são
tidos como exemplos de fé, mas nenhum deles havia se tornado um modelo para os judeus,
como fora Abraão. Quando chamado por Deus, Abraão obedeceu e sua fé o guiou mesmo
quando não sabia para onde ia (Hb 11.8). Mas Abraão não era apenas pai dos judeus, ele era
pai de "todos os que creem" (Gl 3-7). Os cristãos deveriam seguir suas pegadas com a mesma
obediência e a mesma fé do amigo de Deus.

2. A fidelidade de José.

A Escritura testemunha sobre a fidelidade de José. Embora tenha sido vendido, ele mesmo
nunca se vendeu (At 7.9,10). A fé o manteve vivo no Egito. Se a fé de Abraão fez com que
conhecesse o desconhecido, por outro lado, a fé de José fez ele enxergar o invisível (Hb 11.22).
José, pela fé, "viu" o Êxodo do povo judeu. De fato, a palavra grega "saída" (v.22) é a mesma
usada para se referir ao Êxodo. É essa fé, que nos faz enxergar o desconhecido e acreditar no
futuro, que o autor exorta os crentes a demonstrarem.

3. A determinação de Moisés.

A jornada do Êxodo, sob a liderança de Moisés, durou quarenta anos. Todavia, a jornada da fé
de Moisés começou bem antes (Hb 11.24,25). Moisés foi um homem determinado, ousado,
confiante e cheio de fé. A sua fé também permitiu que ele enxergasse o invisível, pois teve
"por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito" (Hb 11.26). Ele "viu"
Cristo, mesmo tendo vivido centenas de anos antes. Por que não seguir seu exemplo de fé na
jornada espiritual?

SÍNTESE DO TÓPICO II

A fé nos f az ver o invisível e alcançar o impossível.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Fé no período patriarcal (11. 8-22)

O período patriarcal do Antigo Testamento se estende de Abraão a José. Abraão é como o


centro das atenções; somente um verso é dedicado a Isaque (v. 20), Jacó (v. 21) e José (v, 22).
Isto é compreensível Já que Abraão, o homem de fé por excelência no Antigo Testamento,
desempenha um papel central no princípio da história hebraica e na obra do plano de salvação
de Deus, No Novo Testamento, Abraão é mencionado mais extensivamente do que qualquer
outra figura do Antigo Testamento. Aqui em Hebreus 11, três principais episódios da vida de
Abraão são mencionados para ilustrar três importantes faces de sua jornada de fé.

1) Ao obedecer ao chamado de Deus para partir de Ur dos Caldeus para uma terra prometida
desconhecida, Abraão demonstrou fé no futuro não visto (11.8-10).

2) Durante longos anos de espera pelo filho e descendentes prometidos em circunstâncias


humanamente impossíveis, Abraão demonstrou fé na promessa impossível (11.11,12).

3) Quando Deus pediu que sacrificasse Isaque (seu único filho da promessa). Abraão
demonstrou fé em meio à prova ou ao teste severo (11.17-19). Atém destes modos em que a
fé está poderosamente ilustrada, um parêntese em 11.13-16 chama a atenção para uma linha
comum de fé que percorre a vida de Abraão e dos outros patriarcas (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, p. 1614).

Ill - A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR

1. A ousadia de Josué.

Moisés havia morrido e a Josué coube a missão de introduzir o povo na Terra Prometida.
Contudo, o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé. De
nada adiantava ter saído do Egito para ficar fora de Canaã. O povo só ficaria de pé se Jericó
caísse. Numa guerra a vitória pertence a quem for mais numeroso, bem armado e melhor
treinado. Israel não possuía tais capacidades. O autor então mostra como eles venceram —
pela fé (Hb 11.30). Sim, a fé foi a arma infalível nessa guerra! Se a fé os fez avançar na
conquista da Canaã terrena, muito mais essa mesma fé pode fazer na jornada celestial.

2. A coragem de Raabe.

Na queda de Jericó, Raabe escapou com vida. Escapou, como afirma o texto bíblico, pela fé (Hb
11.31). Mas a sua fé fez mais — pela fé, Raabe, mesmo sendo gentia, entrou na linhagem do
povo de Deus (Mt 1.5). A fé de Raabe deve servir de inspiração e motivação para quem está na
jornada rumo à Canaã celestial.

3. O heroísmo de Gideão.

O autor fecha a sua lista dos heróis da fé citando vários personagens bíblicos. A lista é
encabeçada por Gideão, um dos juízes durante o regime tribal israelita (Hb 11.32). Gideão foi
desafiado por Deus buscar o livramento do seu povo por meio da fé. Em desvantagem
numérica bélica, ele contava apenas com a fé na grandeza de Deus. Com apenas 300 homens,
mas com a promessa divina recebida pela fé, ele deu grande livramento a seu povo. Deus não
conta com númro, Ele conta com quem tem fé!

SÍNTESE DO TÓPICO III

A confiança em Deus nos dá poder para avançar e vencer os obstáculos.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Pela fé, Raabe, a meretriz, e sua família foram poupadas durante a destruição de Jericó (11.31:
Js 6.23). Com exerção de Sara (Hb 11.11), Raabe é a única mulher mencionada pelo nome, na
lista dos heróis da fé em Hebreus 11. Sua fé é revelada por ter acolhido e ocultado dois espiais
enviados por Josué a Jericó antes da conquista. É também evidente em sua confissão — 'Bern
sei que o Senhor vos deu esta terra' (Js 2.9) — uma fé baseada naquilo que ouviu e creu sobre
o relatório do milagroso Êxodo de Israel do Egito, e das vitórias de Israel a leste do Jordão,
antes de rodearem Jericó (Js 2.10-13). 'Pela fé' ela creu que o Deus de Israel era o Deus do céu
e da terra. Além disso, Raabe demonstrou sua fé arriscando o 'presente por causa da
perseverança futura. Deste modo, quando Jericó foi conquistada e seus habitantes destruídos,
Raabe não pereceu com os incrédulos' (isto é, os desobedientes da cidade). Raabe foi poupada
— uma mulher gentílica, prostituta secular, pecadora contumaz — este é um clássico exemplo,
no Antigo Testamento pelo fato de Deus ser rico em misericórdia e abundante em graça, é
salva pela graça através da fé (cf, Ef 2.3-9) (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Ed.)
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.
1624,25).

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CONHEÇA MAIS

No Novo Testamento o verbo pisteuõ (creio, confio) e o substantivo pistis (fé) ocorrem 480
vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento
(por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente
funciona como um termo técnico, usado quase exclusivamente para se referir à confiança
ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no
Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12)". Para conhecer mais leia "Teologia
Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, pp.369-70.

CONCLUSÃO

O autor de Hebreus contrasta o caminhar de várias personagens da história bíblica com a


carreira proposta aos cristãos. Essas personagens tinham em comum um longo e desafiador
percurso para fazer. Sem perseverança, ousadia e fé nenhum deles teria conseguido chegar ao
seu destino final. A única forma de não retroceder é caminhar com fé. A fé derruba o
obstáculo, abate o Inimigo e levanta o abatido.
PARA REFLETIR

A respeito de os Gigantes da Fé e seu Legado para a igreja, responda:

• Qual elemento o autor aos Hebreus cita para falar que Jesus é superior a Abel?

O sangue da aspersão (Hb 12.24).

• Noé foi lembrado em qual Sermão do Senhor Jesus?

No seu Sermão Escatológico de Mateus 24.

• Abraão não é pai unicamente dos judeus. Explique.

Segundo Gaiatas 3.7, pela fé ele era pai de "todos os que creem".

• Qual foi o pedido de José?

Que na saída dos filhos de Israel do Egito levassem seus ossos (Hb 11.22).

• Por que Jericó precisava ser destruída?

Porque o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé.

SUBSÍDIO ADICIONAL

Fonte: Revista Ensinador Cristão - CPAD, n° 72

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. Introdução

• Texto Bíblico: Hebreus 11.1-8,22-26,30-34

2. l. A Fé que gera confiança em Deus

• 1. O sacrifício de Abel.

• 2. O testemunho de Enoque.

• 3. A confiança de Noé.

3. II. A Fé que faz ver o invisível

• 1. A obediência de Abraão.

• 2. A fidelidade de José.

• 3. A determinação de Moisés.

4. III. A Fé que dá poder para avançar

• 1. A ousadia de Josué.

• 2. A coragem de Raabe.

• 3. O heroísmo de Gideão.
5. Conclusão

O capítulo 11 de hebreus é um dos mais conhecidos e mais ricos sobre o tema da fé. Segundo a
Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, "o capítulo 11 demonstra a natureza do único
tipo de fé aceita por Deus e que triunfará na pior das situações. É uma fé que crê nas
realidades espirituais (v.1), que leva à justiça (v.4), que busca a Deus (v.6), que crê na sua
bondade (v.6), que tem confiança na sua palavra (vv.7,11), que obedece aos seus
mandamentos (v.8), que vive segundo as promessas de Deus (w. 13,29), que rejeita o espírito
deste presente mundo mau (v.13), que busca um lar celestial (vv.14-16; cf.13.13,14), que
abençoa a geração seguinte (v.21), que recusa os prazeres do pecado (v.25), que suporta a
perseguição (v.27), que pratica poderosos atos de justiça (vv.33-35), que sofre por amor a
Deus (vv. 25,35-38) e que não volta àquela pátria donde haviam saído, i.e., o mundo" (p.1916).

Com base nesse comentário, podemos destacar algumas características da fé que o autor aos
Hebreus se refere no capítulo 11: a fé nos faz crê nas realidades espirituais (v.1); A fé nos leva
à justiça (v.4); a fé nos leva crê na bondade de Deus (v.6); a fé nos leva a ter confiança na
Palavra de Deus (vv.7,11); a fé nos leva a obedecer os mandamentos divinos (v.8); a fé nos leva
viver segundo as promessas divinas (w.13,29); a fé nos leva a rejeitar o espírito do mundo
(v.13); a fé nos levar a buscar um lar celestial (v. vv.14-16; cf.13.13,14); a f é nos leva a
abençoar a nossa geração seguinte (v.21); a fé nos leva a recusar os prazeres do pecado (v.25);
a fé nos leva a suportar a perseguição (v.27); a fé nos leva a sofrer por amor a Deus (v.25,35-
38). Boa aula!
Os Gigantes da Fé e o Seu Legado Para a Igreja

Daniel Conegero Daniel Conegero

Os gigantes da fé e o seu legado para a Igreja são citados pelo escritor da Carta aos Hebreus.
Antes, o autor bíblico já havia feito uma grande exposição acerca da superioridade de Cristo e
seu ministério sacerdotal em relação aos anjos, a Moisés, a Josué e ao sacerdócio levítico
(Hebreus 1-10).

Ele também indicou a excelência da Nova Aliança mediada pelo Senhor Jesus em contraste
com a primeira (Hebreus 9; 10). Agora, no capítulo 11, o mesmo escritor conduz a sua
exposição a uma conclusão prática acerca da fé para seus leitores.

É justamente para cumprir esse objetivo que ele lança mão das histórias dos gigantes da fé do
passado a fim de revelar o seu legado para a Igreja de Cristo. Sua lista de gigantes da fé,
conhecidos e desconhecidos, ficou conhecida como a galeria dos heróis da fé. Essas pessoas
viveram em períodos diferentes da História da humanidade. Elas enfrentaram problemas e
circunstâncias diferentes, mas tinham em comum a fé inabalável.

Antes de falar sobre os gigantes da fé e seu legado para a Igreja, o autor neotestamentário faz
uma introdução sobre a fé apresentando uma breve definição sobre o que é a fé verdadeira.
Ele fala de forma bastante objetiva sobre as características e qualidades da fé. Inclusive, ele
ressalta que as respostas para as grandes questões da origem e existência do mundo só podem
ser obtidas pela fé (Hebreus 11:1-3).

Os gigantes da fé tiveram comunhão com Deus

O escritor de Hebreus começa citando os exemplos práticos de fé na vida de homens que


viveram no início da História humana. Abel, Enoque e Noé são os exemplos de gigantes da fé
no período entre a criação e o Dilúvio. Pela fé, estes três homens puderam experimentar uma
íntima comunhão com Deus.

Abel aparece como o primeiro gigante da fé. Apesar de seus pais terem sido aqueles que
abriram as portas do mundo para o pecado, e seu irmão ter sido um exemplo de impiedade,
Abel foi um pioneiro na fé. Depois dele, Enoque e Noé aparecem como sendo pessoas que
andaram com Deus.

Note que coisa interessante sobre os primeiros gigantes da fé:

Por sua fé Abel foi levado à morte.

Por sua fé Enoque nunca provou a morte.


Por sua fé, Noé salvou a vida de toda sua família da morte e ainda garantiu a continuidade da
criação.

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Os gigantes da fé enxergaram o invisível

Depois de citar os primeiros gigantes da fé, o escritor bíblico avança sua narrativa para o
período patriarcal. Neste período ele seleciona a família de Abraão, o patriarca da nação de
Israel, para destacar alguns outros gigantes da fé.

O escritor fala sobre como Abraão foi obediente à ordem do Senhor ao partir para fora de sua
terra, e a fé que demonstrou juntamente com sua esposa, acerca do nascimento de um filho. A
grande prova desse gigante da fé foi quando ele não questionou o pedido do Senhor para
sacrificar Isaque.

Na sequência do texto, o próprio Isaque, seguido de Jacó e José, são mencionados como
gigantes da fé que olharam para o futuro através da plena convicção nas promessas do Senhor.
Embora eles tenham morrido sem ver essas promessas cumpridas, através de sua fé eles
esperavam uma pátria celestial.

Os gigantes da fé avançaram porque creram nas promessas de Deus

O escritor bíblico continua sua exposição falando de alguns gigantes da fé que viveram desde o
período do êxodo do Egito até o período dos juízes, dos reis e dos profetas de Israel. Moisés é
o primeiro nome mencionado nesse período. Ele começa falando sobre seu nascimento e
considera eventos de sua infância, educação, juventude e fuga do Egito. Ele também explica
sobre como os pais de Moisés foram gigantes da fé ao desafiarem o decreto de Faraó para
protegê-lo, apesar de não mencioná-los pelo nome.

Depois, lemos sobre como a fé esteve presente entre os israelitas que atravessaram o Mar
Vermelho até chegarem a Canaã. Nesse período ele também destaca a queda das muralhas de
Jerico e a história de Raabe como exemplos de fé verdadeira. Mesmo não tendo seu sido
citado especificamente, Josué é uma figura notável em conexão com esses eventos.

A partir do período dos juízes, o autor lista alguns nomes representativos e diz que não é
possível citar todos os gigantes da fé. Além disso, ele ainda apresenta uma síntese dos
sofrimentos e triunfos desses gigantes da fé, sejam eles conhecidos ou anônimos. Alguns
nomes citados nessa seção são: Gideão, Sansão, Davi, Samuel etc.

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O legado dos gigantes da fé para a Igreja

Em Hebreus 11 realmente lemos uma maravilhosa exposição sobre os gigantes da fé e o seu


legado para a Igreja. Para ele, os gigantes da fé do passado e os crentes da Nova Aliança
compartilham de uma mesma fé comum. Juntos eles recebem as bênçãos do cumprimento da
promessa do Senhor. Em outras palavras, ele diz que as figuras notáveis do Antigo Testamento
são irmãos e irmãs na fé de seus leitores.

O legado dos gigantes da fé para a Igreja não está relacionado às suas próprias forças. Eles se
tornaram exemplos para nós porque dependiam exclusivamente do auxílio divino em suas
vidas. Eles buscaram a Deus e colocaram sua fé em prática. Evidentemente isto serve de
exemplo para todos nós.

O autor bíblico também revela a vantagem que os crentes do Novo Testamento possuem em
relação aos gigantes da fé do Antigo Testamento. Os gigantes da fé do passado tiveram acesso
apenas a uma parte da revelação de Deus. Nós vivemos num estágio mais avançado da
revelação de Deus sobre a aliança da graça. Por isto temos uma aliança superior, uma
esperança superior e promessas e possessões superiores (Hebreus 7-10).

Os gigantes da fé viveram crendo no Messias que haveria de vir. Nós, no entanto, vivemos
crendo no Messias que já veio. Através de pequenos fragmentos da revelação de Deus, os
gigantes do passado perseveram na fé. Sem dúvida este é um grande legado para nós que hoje
desfrutamos da completa revelação de Deus em Cristo. João Calvino resume muito bem a vida
dos gigantes da fé e o seu legado para a Igreja. Ele diz que uma tênue faísca de luz os conduziu
ao céu. Agora, porém, o Sol da Justiça resplandece sobre nós. Então que justificativa
apresentaremos se ainda estivermos apegados à terra?
Aprendendo com os Heróis da Fé | EBD Betel Adultos | 3° Trimestre De 2021

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EBD Betel – Adultos | 3° Trimestre De 2021 | Tema: TRIUNFANDO SOBRE AS BATALHAS E


ADVERSIDADES DA VIDA – Aplicando os Princípios Bíblicos para Prevalecer nas Aflições do
Tempo Presente | Lição 13: Aprendendo com os Heróis da Fé | Escola Biblica Dominical

TEXTO ÁUREO

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
veem”. Hebreus 11.1

VERDADE APLICADA

A fé é o ingrediente principal da vida cristã. Sem ela, tudo é natural e comum, e não temos
como agradar a Deus.

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ADVERSIDADES DA VIDA – Aplicando os Princípios Bíblicos para Prevalecer nas Aflições do
Tempo Presente | Lição 13: Aprendendo com os Heróis da Fé | Escola Biblica Dominical

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Descrever a importância de ter intimidade com Deus.

Ensinar como a fé pode trazer êxito em nossas vidas.

Mostrar as características dos heróis da fé.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

HEBREUS 11

3. Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
4. Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho
de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda
fala.

6. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.

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LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Gn 5.21-24 Enoque, um homem que andou com Deus.

TERÇA / Gn 6.22 Noé, homem obediente a Deus.

QUARTA / Gn 12.1 Abraão, obediente ao chamado de Deus.

QUINTA / Dn 3.23-28 Amigos de Daniel, homens fiéis a Deus.

SEXTA / At 5.29 O mais importante é obedecer a Deus.

SÁBADO / Rm 4.17-22 Abraão, homem que não enfraqueceu na fé.

HINOS SUGERIDOS 131, 186, 577

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que os cristãos sejam mais sensíveis à voz de Deus.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1. Homens de fé
2. Mulheres de fé

3. Características dos heróis da fé

Conclusão

INTRODUÇÃO

Várias histórias de homens e mulheres que foram movidos por uma fé inabalável estão
registradas nas Escrituras. São exemplos e testemunhos para nós de que, pela fé bíblica e
cristocêntrica, é possível triunfarmos sobre as batalhas da vida [Hb 11.33].

PONTO DE PARTIDA

Sem fé é impossível agradar a Deus.

1. Homens de Fé

A galeria dos heróis da fé descrita no capítulo onze da epístola aos Hebreus é fascinante. Ela
nos apresenta pessoas comuns que, por causa da sua fé em Deus, realizaram feitos
extraordinários. Vejamos alguns exemplos:

1.1. Enoque, o homem que andou com Deus. A história de Enoque é um grande exemplo de
que é possível andar com Deus, mesmo vivendo no meio de uma geração corrompida e
perversa [Fp 2.15]. Não existe segredo, uma fórmula mágica. A fé em Deus cresce à medida
que se tem comunhão com Ele. Devemos ter desejo de Lhe agradar e o zelo de buscá-Lo. Orar,
meditar e obedecer à Palavra de Deus nos ajuda a andar com Deus. Assim como Elias, Enoque
teve o privilégio de ser trasladado [Hb 11.5]. Ele escapou da morte. O relato sobre Enoque nos
aponta para uma fé que vai além de somente acreditar – move a pessoa a uma íntima e diária
comunhão com Deus.

Subsídio do Professor: Fritz Laubach (Comentário Bíblico Esperança): “Duas vezes declara-se na
narrativa sobre Enoque, em Gênesis 5.21-24: “Andou Enoque com Deus (v. 22). Aqui o
apóstolo explica o que isto significa: Enoque viveu na fé, e esta fé constituiu a premissa para o
seu arrebatamento. Neste ponto, fica evidente outra vez que na fé não se trata de um ato da
razão humana (…). Crer significa viver com Deus. É nesta vida com Deus que reside o “agradar
a Deus” (…). A fé e o testemunho de Enoque antes de seu arrebatamento tornam-se, deste
modo, indicação das premissas decisivas para o arrebatamento da igreja. Somente pessoas
que vivem na fé com Deus e exercem fielmente o serviço como suas testemunhas participarão
do arrebatamento.”
1.2. Noé, herdeiro da justiça. Em uma época marcada pela multiplicação da maldade e
corrupção [Gn 6.5], Noé achou graça aos olhos do Senhor [Gn 6.8], pois era justo e reto em
suas gerações [Gn 6.9]. Que grande desafio deve ter sido a construção de uma enorme arca
(segundo a Bíblia de Estudo NAA, com medidas em torno de 140m de comprimento, 23m de
largura e 14m de altura) – Gn 6.13-21. Pela fé, Noé agiu de acordo com o que Deus havia lhe
dito [Gn 6.22; Hb 11.7]. Ele não se deixou dissuadir pela zombaria e incredulidade das pessoas.
Que possamos aprender com seu exemplo, pois, ao ouvir o alerta de Deus, seu coração foi
movido de temor. Sua fé estabeleceu uma linha divisória entre a maldade do mundo descrente
e a justiça de Deus. O resultado foi a salvação de toda a sua família [Gn 7.7].

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Beacon: “Pela fé Noé (…) preparou a arca [Gn 6.8-9,
13-22; 7.1]. No entanto, a iniciativa não foi humana, mas divina: divinamente avisado. O nome
de Deus não é citado, mas inferido pelo particípio, kramatistheis, “tendo sido divinamente
avisado e advertido” (cf. 8.5). Temeu indica a motivação interior. De que maneira a fé é
compatível com o temor? Simplesmente, pelo fato de que o temor foi gerado pela sua
confiança implícita na Palavra de Deus. (…) O resultado da sua fé-ação foi a salvação da sua
família. Quando o homem crê em Deus e age de acordo, obtém a salvação, tanto física quanto
espiritual, na vida dos outros.”

1.3. Abraão, o amigo de Deus. No presente tópico serão enfatizados três momentos na história
do patriarca Abraão: seu chamado [Gn 12]; renovação da aliança [Gn 15]; e provação da sua fé
[Gn 22]. Podemos aprender bastante com a fé vivida por Abraão. Pela fé, ele disse “sim” ao
chamado de Deus [Hb 11.8]. Ele deixou casa e parentela em obediência à promessa de Deus.
Apesar da idade avançada, creu que Deus era poderoso para cumprir Suas promessas [Rm
4.17-22]. Sua intimidade com Deus chegou ao ponto de Abraão ser chamado de amigo de Deus
[2Cr 20.7; Is 41.8]. Por isso, é importante entender que a nossa comunhão com Deus
independe das dificuldades e desalentos da caminhada.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Beacon: “Atuar pela fé, realizando grandes coisas
para Deus, sempre é uma simples questão de obediência, em que Deus toma a iniciativa. Mas
a fé deve ser forte o suficiente para obedecer mesmo quando Deus mantém em segredo
alguns detalhes que gostaríamos de saber. Abraão não sabia para onde estava indo. Ele
conhecia apenas a direção. Nenhum mapa topográfico foi-lhe apresentado, somente a
promessa: “Eu te mostrarei” [Gn 12.1]. Algumas pessoas nunca alcançam nada para Deus
porque não querem obedecer a um passo por vez; elas querem muita informação adiantada.
Elas querem eliminar da obediência todo mistério, incerteza e risco aparente. Mas isto
também significaria a eliminação da própria fé.”

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EU ENSINEI QUE:

A galeria dos heróis da fé descrita no capítulo onze da epístola aos Hebreus nos apresenta
pessoas comuns que, por causa da sua fé em Deus, realizaram feitos extraordinários.

2. Mulheres de Fé

A Palavra de Deus também relata a história de mulheres que, por causa da sua fé em Deus,
venceram grandes obstáculos. São exemplos que inspiram e nos motivam a prosseguir na
jornada da vida.

2.1. Sara, humana e amável. Sara destaca-se como heroína da fé, porque, apesar dos desafios
e dificuldades que enfrentou, depositou a sua confiança em Deus [Hb 11.11]. A Palavra de
Deus destaca o respeito de Sara pelo seu marido, Abraão [1Pe 3.6]. Ela o acompanhou, quando
ele seguiu o chamado de Deus para ir a um lugar desconhecido. Ela demonstrou toda a sua
humanidade ao duvidar [Gn 18.12], quando o anjo lhe falou que teria um filho, mas também
se alegrou muitíssimo [Gn 21.6], quando o Senhor lhe mostrou que para Ele nada é impossível
[Gn 18.14]. Mesmo sendo bem idosa, ela creu que quem fez a promessa seria capaz de cumpri-
la. Sara é uma prova de que Deus transforma a esterilidade em fertilidade, pois Ele é
Soberano!

Subsídio do Professor: Donald Guthrie (Comentário Vida Nova): “Era necessário uma mulher
de fé para ser a esposa de um crente tão destacado quanto Abraão. Ela também tinha de
chegar à mesma convicção que seu marido, de que o Deus que prometera cumpriria a Sua
palavra (…). Em todas as crises espirituais é mais fácil duvidar do que crer, e Sara deve ser
parabenizada por sua disposição de alterar sua abordagem e dar lugar ao desenvolvimento da
sua fé.”

2.2. Joquebede, uma mulher guerreira. Embora seus nomes não estejam escritos, Hebreus
11.23 destaca a fé dos pais de Moisés, pois não desanimaram diante do mandamento do rei,
mas, com esperança, fizeram o que podiam crendo no Senhor. Não foi fácil desafiar o decreto
do Faraó [Êx 1.16, 22], muito menos esconder um recém-nascido por três meses, mas
Joquebede e Anrão creram em Deus, que é poderoso para prover livramento. Ao colocar
Moisés em uma arca no rio, Joquebede creu que a providência de Deus traria socorro ao seu
filho. O Senhor cuidou do menino de tal maneira que deu condições à mãe de criá-lo [Êx 2.7-9].
Aprendemos, então, que precisamos confiar na providência de Deus para a nossa família e que
é responsabilidade dos pais criar os filhos nos caminhos do Senhor [Pv 22.6]

Subsídio do Professor: Donald Guthrie (Comentário Vida Nova): “A primeira evidência da fé foi
exercitada pelos pais de Moisés, em prol dele. Em Êxodo 2 há a descrição de como a criança foi
ocultada durante três meses, e ali é contado que Moisés, durante aquele período, foi colocado
no Nilo num cesto de vime calafetado com betume e piche. Tendo em vista o decreto do rei
que condenou à morte os filhos dos hebreus, esta fé era corajosa. Confiaram em Deus para
efetuar a libertação.”

2.3. Raabe, uma mulher temente a Deus. Antes de conquistar Jericó, Josué, líder de Israel,
enviou secretamente dois espiões até a cidade [Js 2.1]. Lá, eles foram acolhidos pela prostituta
Raabe. Descobriram logo que ela era uma mulher temente a Deus [Js 2.9-11]. Em troca da sua
ajuda aos espias, ela pediu proteção para toda a sua família [Js 2.12-14]. Sua fé em Deus salvou
toda a sua casa da destruição iminente. Após a conquista de Jericó, ela passou a fazer parte do
povo de Deus e entrou para a genealogia de Jesus [Js 6.25; Mt 1.5]. Raabe é uma prova de que
a salvação alcança a todos [Jo 1.12], sem distinção.

Subsídio do Professor: Fritz Laubach (Comentário Bíblico Esperança) sobre Raabe: “De acordo
com o próprio testemunho dos espias enviados por Josué [Js 2.1-21], seu povo conhecia a
história recente dos israelitas, e por causa disso o seu coração ficou paralisado de medo. O que
no seu medo foi transformado em fé? 1) Ela percebeu o plano de Deus; 2) ela aceitou o plano
de Deus e se ajustou a ele; 3) ela agiu de acordo com a sua nova lealdade, mesmo arriscando a
própria vida; 4) ela reuniu sua família e amarrou o cordão de fio de escarlate [Js 2.18; 6.25]”.
Donald Guthrie (Comentário Vida Nova): “A fé frequentemente requer a convicção de que
Deus pode realizar o que parece impossível”.

EU ENSINEI QUE:

A Palavra de Deus também relata a história de mulheres que, por causa da sua fé em Deus,
venceram grandes obstáculos. São exemplos que inspiram e nos motivam a prosseguir na
jornada da vida.

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3. Características dos Heróis da Fé

Esses homens e mulheres triunfaram pela fé. Ela os impulsionou a viverem grandes
livramentos e a presenciarem a realização de verdadeiros milagres. Vejamos algumas
características dessa fé que nos faz triunfar em meio às dificuldades.

3.1. Possuíam um firme fundamento. A lista majestosa de homens e mulheres que


demonstraram confiança e perseverança em Deus no Antigo Testamento nos mostra que
todos eles possuíam um firme fundamento: a fé [Hb 11.1]. Precisamos entender que, sem uma
base sólida [Mt 7.24-25], somos como folhas ao vento, isto é, levados para qualquer direção. O
cristão precisa estar firmado em Cristo e Sua Palavra. A fé nos faz crer sem ver, por isso a
Palavra de Deus nos afirma que somos bem-aventurados [Jo 20.29].
Subsídio do Professor: Craig Keener (Comentário Histórico-Cultural da Bíblia): “Depois de
definir fé em 11.1 e introduzir sua tese em 11.2, o autor apresenta um panorama da história
bíblica para dar exemplos de fé. Conforme a definição deste capítulo, fé é a certeza das
promessas futuras de Deus, uma certeza que capacita a pessoa a perseverar [Hb 10.32-39].”

3.2. Agradaram a Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus [Hb 11.6]. Todos esses homens e
mulheres optaram por agradar a Deus. A alegria deles não estava neste mundo, mas, sim, na
pátria celestial [Hb 11.13-16], isto é, em estar perto de Deus. Eles desejavam a Deus mais do
que qualquer outra coisa na vida. Moisés, por exemplo, rejeitou os tesouros do Egito pelo
vitupério de Cristo [Hb 11.26]. A fé em Deus nos faz recusar a aprovação do mundo e a buscar
somente a de Deus, confiando apenas naquilo que Ele disse [Sl 37.5].

Subsídio do Professor: Donald Guthrie (Comentário Vida Nova) sobre Hebreus 11.6: “A
referência à fé de Enoque é justificada pelo comentário: De fato, sem fé é impossível agradar a
Deus. o relacionamento entre o homem e Deus é edificado numa confiança mútua, e a
comunhão verdadeira não pode existir sem ela”. Fritz Laubach (Comentário Bíblico Esperança):
“Se Enoque não continuasse crendo, ele não teria recebido a certeza contínua de que estava
agradando a Deus. Esta é uma lei simples, mas inescapável do Reino. Deus deve ter súditos
que confiam nEle como Deus – e isto inclui sua sabedoria, sua bondade e seu poder. Duvidar é
difamar. Confiar é honrar. Todos os outros tributos são insultos se o tributo da fé está
faltando. Não somos guardados pelo sentimento, mas pela fé, porque somente ao crermos em
Deus podemos agradar-lhe”.

3.3. Perseveraram até o fim. O escritor aos Hebreus assinala que eles tiraram força da fraqueza
[Hb 11.34]. É isso que acontece quando colocamos a nossa fé em Deus. Esses homens
encontraram uma saída em meio às dificuldades, reprogramaram suas vidas, avançaram com
forças renovadas [Jl 3.10b]. Se entregar à fraqueza é ser conduzido ao desânimo e a única
maneira de ser vitorioso é aprender a depender de Deus em tudo o que fazemos. É agradável
ao Senhor Deus quando Seus servos demonstram humildade seguida de quebrantamento. O
poder de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza [2Co 12.9].

Subsídio do Professor: Donald Guthrie (Comentário Vida Nova): “Da fraqueza tiraram força. À
primeira vista, parece um paradoxo, mas alguns casos podem ser lembrados, como, por
exemplo, o de Ezequias [Is 38], ou, talvez mais vividamente, o caso trágico de Sansão. Seu
último ato desesperado foi considerado um ato de fé. Um exemplo neotestamentário pode ser
visto na revelação feita ao apóstolo Paulo de que a força se amadurece na fraqueza [2Co
12.9].”

EBD Betel – Adultos | 3° Trimestre De 2021 | Tema: TRIUNFANDO SOBRE AS BATALHAS E


ADVERSIDADES DA VIDA – Aplicando os Princípios Bíblicos para Prevalecer nas Aflições do
Tempo Presente | Lição 13: Aprendendo com os Heróis da Fé | Escola Biblica Dominical

EU ENSINEI QUE:

Os heróis da fé foram homens e mulheres que triunfaram pela fé. Ela os impulsionou a viverem
grandes livramentos e a presenciarem a realização de verdadeiros milagres.

CONCLUSÃO

Os heróis da fé foram pessoas que tomaram uma importante decisão: agradar a Deus! Ainda
hoje, diante das circunstâncias que nos rodeiam, é possível assumir essa mesma postura,
sempre olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé.

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