Você está na página 1de 4

E. E. E. M.

MANOEL LUCAS DE OLIVEIRA

Professor (a): Ritiane Rodrigues Selaje Componente Curricular: História

Período: 3º trimestre C. Horária Semanal: 2hs/aula

Aluno/Nome: Turma (s): 103 Série (ano): 1º

ATIVIDADES DE 08 DE OUTUBRO

ASSISTE AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=JRV_1TzEqJw


A CIVILIZAÇÃO NÚBIA
A REDESCOBERTA DE UMA CIVILIZAÇÃO
Durante muito tempo, o estudo da civilização núbia permaneceu ignorado. Parte disso se
deve às teorias racistas que se desenvolveram no final do século XIX, que associavam os povos
negros africanos à inferioridade, ao atraso civilizatório e à inexistência de história.
De acordo com especialistas, as origens da civilização etíope (os “homens de pele
queimada”, como eram conhecidos pelos gregos e pelos romanos) são tão ou mais antigas que as
do Egito. Os primeiros indícios da ocupação da região por povos caçadores, agricultores e
pescadores datam de cerca de 7000 a.C.
A Núbia ocupava posição estratégica no mundo antigo, porque conectava a África
subsaariana às zonas mediterrâneas controladas pelo Egito, facilitando trocas comerciais e
culturais entre povos distintos.
REINO DE KUSH
Para os estudiosos, os vestígios arqueológicos da cidade-Estado de Kerma são
testemunhos de uma cultura núbia nativa e sede de uma dinastia local. Provavelmente, Kerma era
a capital do Reino de Kush, que se estendeu de 1730 a 1580 a.C. O aparecimento do reino
relacionou-se à centralização do poder político nas mãos de reis, à criação de um Exército real e
ao processo de formação de camadas sociais distintas.
O poder e a autonomia de Kerma oscilaram ao longo dos séculos. Em determinadas
épocas, o reino foi submetido ao poder dos faraós, aos quais pagava tributos e fornecia escravos.
Em outras, os núbios estenderam seu domínio às áreas mais ao norte e tornaram-se faraós.
O domínio do Egito sobre a Núbia iniciou-se por volta de 1580 a.C. e durou cerca de
quinhentos anos. Nesse período, Kerma foi transformada numa província do Império Egípcio, seus
habitantes, em reserva de mão de obra para os empreendimentos egípcios, e seus guerreiros, em
soldados do Exército faraônico.
A situação se inverteu no século VIII a.C., pois o Império Egípcio se fragmentou em
pequenas unidade políticas, que passaram a disputar o poder entre si. O Reino de Kush aproveitou
para conduzir seus representantes ao trono egípcio. Os faraós kushitas estabeleceram a capital em
Napata e governaram por aproximadamente um século. As tradições faraônicas foram preservadas
nos templos, na cerâmica e nos textos escritos.
O PERÍODO MEROÍTA
Com a invasão do Egito pelos assírios, no século VII a.C., o território núbio foi reduzido e
limitado ao norte por Napata, antiga capital do reino. No século VI a.C., pressionados por
expedições egípcias, os reis núbios foram forçados a se dirigir ainda mais para o sul, transferindo

ATIVIDADES REMOTAS – HISTÓRIA – 101 E 102.


sua capital para a cidade de Méroe. Napata foi conservada como centro religioso, para onde os
reis eram deslocados nos momentos de coroação ou de sepultamento.
A instalação da corte em Méroe inaugurou um novo período, conhecido como meroíta, e
significou uma reorientação cultural e política do antigo reino. Menos preocupados com as
fronteiras egípcias e mais voltados para as raízes núbias, os reis kushitas restabeleceram a língua
e a escrita meroítas, que passaram a ser oficiais no reino. Em termos religiosos, o deus egípcio
Amon foi substituído por um deus de corpo humano e cabeça de leão, conhecido como
Apedemeque, cultuado como a principal divindade núbia.
Durante o período meroíta, a atividade econômica que mais se destacou foi o comércio.
Méroe notabilizou-se como entreposto de rotas caravaneiras que ligavam o Mar Vermelho, o Alto
Nilo e o Chade, exportando produtos de luxo como incenso, ouro, pena de avestruz, pele de
leopardo e marfim.
Méroe também foi um empório de produtos artesanais. Vestígios da cultura material, como
objetos de ferro e de outros metais, peles, tecidos, cerâmicas e joias, evidenciam a presença de
um grupo de artesãos relativamente numeroso. A produção expressava tanto a influência egípcia
quanto a tradição meroíta.
A cerâmica núbia apresentava traços e técnicas próprios. Vasos com bases arredondadas
são expressões dessa arte. A moldagem era feita à mão, supostamente por artesãs, ou em rodas
de oleiro, equipamento geralmente manuseado por homens. Outros artefatos encontrados
apresentam dimensões menores e espessura tão fina que são chamados de “cerâmicas casca de
ovo”. Motivos egípcios, triângulos, losangos, rãs, crocodilos, cobras, galinhas-d’angola e girafas
aparecem pintados em vermelho e preto sobre fundo creme ou ocre amarelado, ou em preto e
branco sobre fundo encarnado.
A ESCRITA MEROÍTA
Havia dois tipos de escrita meroíta: a hieroglífica e a demótica. Os sinais da escrita
hieroglífica foram apropriados dos hieróglifos egípcios. Já a escrita cursiva derivou parcialmente do
demótico egípcio. A escrita cursiva continha um alfabeto de 23 sinais, alguns dos quais
representavam números e outros simbolizavam palavras, e cada vocábulo era separado do outro
por dois ou três pontos verticais.
A escrita meroíta ainda não foi totalmente decifrada. Sabe-se, entretanto, que era constituída
por muitos elementos da escrita egípcia. Porém, ao ser incorporados, eles eram transformados em
termos meroítas. O arqueólogo britânico Derek Welsby afirma que os núbios elaboraram uma
escrita particular, sobretudo em sua formulação alfabética, mesmo com caracteres derivados do
egípcio. Essa singularidade vem dificultando sua decifração.
A CULTURA POLÍTICA E O PAPEL DAS CANDACES
A civilização núbia do período meroíta atraiu a atenção de pensadores da Antiguidade, como
o grego Heródoto, admirados pelas práticas políticas dos núbios, que, diferentemente da maior
parte das civilizações antigas, faziam a escolha do soberano por meio de eleição. Diodoro da
Sicília, historiador do século I a.C., ficou surpreso com o modelo de eleição adotado pelos núbios.
“[...] os sacerdotes selecionam previamente os melhores dentre os candidatos e, dos que são
convocados, o povo elege rei aquele que o deus escolhe enquanto é transportado em procissão
[...]. A partir daquele momento ele é tratado e reverenciado como um deus, uma vez que o reino
lhe foi confiado pela vontade divina.”
Essa descrição, embora ressalte o caráter sagrado da escolha do rei, não revela seus
mecanismos implícitos: o cargo de rei pertencia a uma linhagem dinástica, e a iniciativa da escolha
partia dos chefes militares, altos funcionários e chefes de grandes famílias.

ATIVIDADES REMOTAS – HISTÓRIA – 101 E 102.


A tradição política dos reinos da Núbia também se destaca pelo poder atribuído às esposas
reais, chamadas posteriormente de candaces. Revelando as tradições matrilineares núbias, já
durante o período egípcio elas ocupavam um lugar de projeção nos centros religiosos dedicados
ao deus Amon, exercendo a função de sacerdotisas. Na época de Méroe, adquiriram o título de
candaces, e algumas delas perpetuaram seus feitos por meio de afrescos e portais de tumbas.
MARCA A ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS LACUNAS:
1- Os ...................... eram conhecidos pelos gregos e pelos romanos como os “homens
de .................... ..........................”.

A- ( ) etíopes – dourada B- ( ) etíopes – pele queimada

2- De acordo com especialistas, as origens da civilização etíope são tão ou mais antigas que
as do .................. Os primeiros indícios da ocupação da região datam de cerca de ...........

A- ( ) Egito – 700 a.C. B- ( ) Egito – 7000 a.C.

3- A ................. ocupava posição estratégica no mundo antigo, porque conectava


a ................. subsaariana às zonas ................... controladas pelo Egito, facilitando trocas
comerciais e culturais entre povos distintos.
A- ( ) Núbia – África – mediterrâneas B- ( ) Núbia – Ásia – mediterrâneas

4- Para os estudiosos, os vestígios arqueológicos da cidade-Estado de ................... são


testemunhos de uma cultura núbia nativa e sede de uma dinastia local. Kerma era a capital
do .................. de .................
A- ( ) Karma – Reino de Kesh B- ( ) Kerma – Reino de Kush

5- O poder e a autonomia de Kerma oscilaram ao longo dos séculos. Em determinadas


épocas, o reino foi submetido ao poder dos ...................., aos quais pagava ............... e
fornecia ................... Em outras, os núbios estenderam seu domínio às áreas mais ao .......... e
tornaram-se faraós.
A- ( ) faraós – tributos – escravos – norte
B- ( ) faraós – esmolas – escravos – sul

6- No século VIII a.C., o Império Egípcio se fragmentou e os .......... ...............


estabeleceram a capital em ................ e governaram por aproximadamente um século. As
tradições faraônicas foram preservadas nos ................., na ............... e nos textos escritos.
A- ( ) faraós Kushitas – Napata – templos – cerâmica
B- ( ) faraós Shihitas – Napata – templos – cerâmica

7- Com a invasão do Egito pelos ..............., no século VII a.C., o território núbio foi reduzido
e limitado ao norte por Napata. No século VI a.C., pressionados, transferiram-se ainda mais para o
sul, para............... Napata foi conservada como centro ............., para onde os reis eram deslocados
nos momentos de ................ ou de ....................
A- ( ) assírios – Méroe – comercial – coroação – sepultamento
B- ( ) assírios – Méroe – religioso – coroação – sepultamento

ATIVIDADES REMOTAS – HISTÓRIA – 101 E 102.


8- A instalação da corte em Méroe ficou conhecido como período.............., e significou uma
reorientação .................. e ................ do antigo reino. Os reis kushitas restabeleceram a ...............e
a .................. meroítas, que passaram a ser oficiais no reino.
A- ( ) meroíta – espiritual – política – língua – escrita
B- ( ) meroíta – cultural – política – língua – escrita

9- Havia dois tipos de escrita meroíta: a ........... e a ............ Os sinais da escrita hieroglífica
foram apropriados dos hieróglifos egípcios. Já a escrita cursiva derivou parcialmente do demótico
egípcio.
A- ( ) hierática – demótica B- ( ) hieroglífica – demótica

10- A tradição política dos reinos da Núbia se destacava pelo poder atribuído às ...............
reais, chamadas posteriormente de .............. Na época de Méroe, adquiriram o título de candaces,
e algumas delas perpetuaram seus feitos por meio de afrescos e portais de tumbas.
A- ( ) esposas – candaces - afrescos – portais
B- ( ) crianças – candaces - afrescos – portais

ATIVIDADES REMOTAS – HISTÓRIA – 101 E 102.

Você também pode gostar