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FONTES HISTÓRICAS – EGITO ANTIGO

Introdução

Fontes históricas são documentos produzidos pelos seres humanos ao longo do tempo e
indispensáveis para o trabalho do historiador no estudo sobre o passado. Tipos:

 Documentos textuais : cartas, crônicas, ofícios, diários, relatos


 Vestígios arqueológicos: objetos de cerâmica, construções, estátuas.
 Representações pictóricas: quadros, pinturas, fotos, afrescos.
 Registros orais: testemunhos pessoais transmitidos oralmente.

FONTES DA HISTÓRIA DO EGITO ANTIGO

O Sacerdote Mânethon

Manetão ou Mâneto[4] foi um historiador e sacerdote egípcio que viveu durante a era
ptolemaica durante aproximadamente o século III a.C.. Uma teoria alternativa postula que ele
seria natural de Roma, e teria escrito sua obra por volta de 100 d.C. Manetão teria escrito a
Egiptíaca (História do Egito), em grego e aparentemente encorajado pelo primeiro Ptolomeu
ou o seu sucessor Ptolomeu Filadelfo. A obra tem grande interesse para egiptólogos, e
frequentemente é utilizada como marco de referência para a cronologia dos faraós. Embora o
texto original foi perdido, a alusão mais antiga foi feita pelo historiador judeu Flávio Josefo em
sua obra Contra Apião. Manetão teria conhecimento dos registros antigos, e o seu texto
estaria largamente baseado neles, embora incluiria também algumas lendas populares
egípcias.

Lista de Abidos

Lista dos Reis no Templo de Abidos. Descoberta em 1864 pelo egiptólogo Augusto Mariette.
Estão gravados 76 nomes de reis, começando com o primeiro nome Meni que foi considerado
o primeiro rei do Egito unido.

Lista de Karnak

Lista de antigos reis egípcios gravados em pedra no canto sudoeste da Sala de Festival de
Thutmose III. Inclui 61 reis começando com Sneferu 39 nomes de Reis ainda são legíveis. Está
agora em exibição no Louvre em Paris.

Lista de Sakkara

Foi encontrada durante 1861 no Egito em Sakkara. Estava dentro da tumba de Tjenry (ou
Tjuneroy), um oficial (sumo-sacerdote e “Supervisor de Obras e Todos os Monumentos Reais”)
do Faraó Ramsés II. Lista 58 reis, de Anedjib and Qa’a (Primeira Dinastia) até Ramsés II. Apenas
47 sobreviveram.

Lista de Ramesseum

Mostra uma procissão onde antepassados de Ramesses II são homenageados em cerimônias


do festival de Min, encontrados no registro superior do segundo poste ocidental, contendo 19
cartuchos com os nomes de 14 reis.
Papiro de Turino

Inclui reis e reinado de cada um até a dinastia XIX. Foi escrito no reinado de Ramses II. Escrito
em hierático. Os pequenos fragmentos preservam os nomes completos ou parciais de 126 reis.
Muitos desses reis não são encontrados inscritos nas listas de reis de Abidos, Saqqara e Karnak
do Novo Reino.

Pedra de Palermo

Fonte Principal de informação sobre a cronologia e a história cultural do antigo Egito durante
as primeiras cinco dinastias (c. 2925-c. 2325 aC). Foi preservada desde 1877 em palermo na
Itália, a pedra preta de basalto é um dos seis fragmentos existentes de uma única estela que
provavelmente estava originalmente em um templo egípcio ou outro edifício importante. Está
inscrito em ambos os lados com linhas horizontais de texto hieroglífico, a linha superior
listando os nomes dos monarcas da era pré-dinásticas. As seguintes linhas, cada uma com o
nome de um rei diferente, são divididas em compartimentos, cada compartimento significando
um ano. Dentro dos compartimentos, os hieróglifos sempre listam um ou mais eventos
memoráveis daquele ano. Assim, o monumento original foi aparentemente um registro ano a
ano de todos os reis da 1ª até a 5ª dinastia (3100 aC. – 2325 aC), embora o último nome
preservado na pedra seja o de Neferirkare. Outros fragmentos podem ser vistos no Museu
Egípcio, no Cairo, e no Museu Petrie,

FONTE ESCRITA

HIERÓGLIFOS

A literatura do Antigo Egito refere-se ao conjunto de escritos em língua egípcia durante o


período faraônico do Antigo Egito até o fim da dominação romana. Junto com a literatura
suméria, é considerada a mais antiga literatura do mundo. A escrita no Antigo Egito hieroglífica
e hierática apareceu pela primeira vez no final do quarto milênio a.C., durante a fase final do
Egito pré-dinástico. Até o Império Antigo (século XXVI ao XXII a.C.), obras literárias incluíam
textos funerários, epístolas e cartas, hinos, poemas e textos autobiográficos comemorativos
recontando as carreiras dos funcionários administrativos de destaque. Não foi até o início do
Império Médio (século XXI ao XVII a.C.) que uma literatura egípcia narrativa foi criada. Esta foi
uma "revolução dos meios de comunicação", que, de acordo com Richard B. Parkinson,
resultou-se da ascensão da classe intelectual dos escribas, novas sensibilidades culturais sobre
individualidade, níveis sem precedentes de alfabetização e o acesso regular a materiais
escritos. Entretanto, acredita-se que a taxa de alfabetização fosse menor do que um por cento
de toda a população. A criação da literatura foi, assim, uma prática da elite, monopolizada por
uma classe de escribas ligados a ofícios do governo e da corte real do faraó no poder. No
entanto, não há consenso total entre os estudiosos modernos sobre a dependência da
literatura egípcia antiga na ordem sociopolítica das cortes reais. E isso mostra que apenas as
pessoas mais poderosas que viviam do lado do Faraó tinha acesso a leitura e que eles quando
morriam era homenageados com melhores túmulos e sarcófagos.

O Egípcio médio, a língua falada do Império Médio, tornou-se uma língua clássica durante o
Império Novo (século XVI ao XI a.C.), quando o idioma vernáculo conhecido como egípcio
tardio apareceu por escrito. Escribas do Império Novo canonizaram e copiaram muitos textos
literários escritos em egípcio médio, que se manteve como linguagem usada para leituras orais
de textos de hieróglifos sagrados. Alguns gêneros de literatura do Império Médio, como
"ensinamentos" e contos de ficção, permaneceram populares no Império Novo, embora o
gênero de textos proféticos não foi revivido até o período Ptolemaico (século IV ao I a.C.).
Contos populares incluíam as Aventuras de Sinué e O Camponês Eloquente, enquanto textos
importantes de ensino incluíam as Instruções de Amenemés e o Ensino Lealista. No período do
Império Novo, a escrita de grafite comemorativo em paredes sagradas dos templos e túmulos
floresceu como um gênero original da literatura, ainda empregando frases estereotipadas
semelhantes a outros gêneros. O reconhecimento da autoria legítima permaneceu importante
somente em alguns gêneros, enquanto que os textos do gênero "ensino" eram pseudônimos e
falsamente atribuídos a proeminentes figuras históricas.

A literatura egípcia antiga foi preservada em uma ampla variedade de meios de comunicação.
Isto inclui rolos de papiro e maços, calcário ou cerâmica de óstraco, placas de escrita de
madeira, edifícios monumentais de pedra e sarcófagos. Textos preservados e desenterrados
por arqueólogos modernos representam uma pequena fração do material literário egípcio
antigo. A área da planície de inundação do Nilo está sub-representada, pois o ambiente úmido
é inadequado para a preservação dos papiros e inscrições de tinta. Por outro lado,
esconderijos escondidos dos textos literários, enterrados por milhares de anos, foram
descobertos em assentamentos nas margens secas dos desertos da civilização egípcia.

HIERATICO

Hierático é a qualidade relativa às coisas sacerdotais, sagradas ou religiosas. Na arte, o


hieratismo é estilo que obedece aos parâmetros religiosos do tema sempre com acentuada
majestade e rigidez. Na literatura, diz-se hierática a escrita de difícil compreensão porque
destinada ao leitor iniciado ou da classe sacerdotal ( IMAGEM)

FONTES ARQUEOLÓGICAS

A arqueologia egípcia se ocupa com as pesquisas sobre os rastros materiais legados pelo Egito
de outras eras. Não apenas da nação governada pelos faraós, como muitos imaginam, porém
igualmente do povo que aí viveu bem antes, no período conhecido como pré-dinástico, e do
país invadido pelos árabes. Os arqueólogos clássicos também estudam a civilização egípcia,
embora não amplamente; eles estão mais interessados nos tempos da supremacia greco-
romana. Pode-se afirmar que o progresso da Arqueologia enquanto disciplina científica ditou
o crescimento dos estudos arqueológicos no Egito, e foi estimulado pelo trabalho de vários dos
mais significativos profissionais deste campo. As escavações realizadas às margens do Rio Nilo
representaram preciosos ensinamentos para diversos pesquisadores, bem como atraíram
inúmeros ladrões e falsificadores de artefatos raros. Os estudiosos contam tanto com textos
históricos, tais como o sistema de escrita do Antigo Egito, impresso nos hieróglifos, ou
correspondência trocada entre diplomatas de várias nações, quanto com o repertório
imagético. Destes documentos visuais eles extraem suas conclusões acerca das configurações
materiais dos objetos. Praticamente todos sabem que esta ciência fundamenta suas pesquisas
nas investigações de ruínas e antigos sítios. As escavações são essenciais nos casos em que os
estudos envolvem informações quase desconhecidas ou que devem ser preservadas. Hoje o
Conselho Supremo de Antiguidades do Egito é o responsável pela supressão das restrições
legais à realização de estudos arqueológicos em seu território. Esta entidade está vinculada ao
Ministério da Cultura. Ele corresponde mais ou menos ao Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional em nosso país.

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