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O que é Helenismo

Revisão por Igor Alves


 
Professor de Língua Portuguesa

O helenismo, também conhecido como período helenístico, foi um período


da história que representou a expansão da cultura grega, também chamada de
cultura helenística.

Durante este período, a Grécia esteve sob domínio da Macedônia, comandada


pelo imperador Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre, O
grande. Esse período de expansão deu-se entre 338 a.C. e 146 a.C.

Escultura representando o rosto de Alexandre Magno


O imperador macedônico conseguiu expandir o domínio da Macedônia para
todas as cidades da Grécia antiga e acabou por criar um império cujo cerne era
a cultura grega.

Desta forma, toda a influência cultural grega foi absorvida por Alexandre, que
passou a disseminá-la para além da Península Balcânica.
Território dominado pelo helenismo
A expansão da cultura grega teve lugar desde o Mar Mediterrâneo até a Ásia
Central, abrangendo, desta forma, o norte da África, o império Persa (no
Oriente Médio), o leste europeu e a Índia.

Mapa do domínio do helenismo


Alexandre Magno, que assumiu o império macedônico após o assassinato de
seu pai, Felipe II, conquistou o maior império até então existente.

Apesar de a língua grega ter sido adotada como idioma comum, houve uma
espécie de intercâmbio cultural entre as nações e, com isso, algumas
instituições assumiram o padrão grego e outras mantiveram elementos
orientais.

Expansão da cultura helenística


A Alexandria, cidade egípcia cujo nome foi atribuído em homenagem ao
imperador macedônico, foi o grande polo da cultura helenística, principalmente
no que diz respeito às artes e à literatura.

A cidade foi sede de uma famosa biblioteca de rolos de papiro, onde


constavam pelo menos 200.000 cópias de obras de sábios da antiguidade.
Antiga biblioteca de Alexandria, no Egito
Outro local de grande destaque cultural foi a cidade de Antioquia, capital da
Síria.

No âmbito da filosofia, surgiram quatro novas correntes: cinismo, estoicismo,


epicurismo e neoplatonismo.

Fim da Biblioteca de Alexandria


A história mais conhecida sobre o fim da biblioteca de Alexandria data de 642.
Amir Ibne Alas, então governador do Egito, teria ordenado que fossem
queimadas todas as obras em desacordo com o Alcorão.

Os historiadores, no entanto, defendem outra versão para o fim da famosa


biblioteca.

Segundo eles, o verdadeiro fim da Biblioteca de Alexandria aconteceu


gradualmente e bastante burocrática, e teve início no corte de verbas imposto
pelo imperador romano Marco Aurélio.

Esse corte implicou a suspensão de bolsas para membros da biblioteca e a


expulsão de acadêmicos estrangeiros.
Relativamente à estrutura física do local, acredita-se que ela já estivesse
bastante danificada devido a diversas ações militares que ocorriam com
frequência na cidade que frequentemente era um campo de batalha.

Acredita-se que quando foi incendiado, o local consistisse apenas de ruínas em


sua estrutura e em seu acervo.

Segundo os historiadores, de fato praticamente todo o material existente foi


queimado, usado como combustível nos fornos que alimentavam os banhos
termais de Alexandria.

As únicas obras poupadas foram as de Aristóteles.

Importância do helenismo nas artes e nas ciências


O período helenístico foi de fundamental importância, pois as descobertas
ocorridas nesse período são de grande utilidade até hoje.

Confira abaixo como este período foi essencial para a humanidade.

O helenismo e as artes
As artes estavam disponíveis apenas para a classe nobre. A arquitetura
apresentava traços orientais, que se tornaram explícitos com o aparecimento
da abóboda e do arco.

A pintura praticamente deixou de existir durante o helenismo.

A representação das diferenças raciais, da dor, da velhice, da ira e da infância


através da arte surgiu durante este período.

O helenismo e a literatura
Infelizmente a literatura helenística não foi alvo de preservação e, por isso, o
que resta atualmente são apenas alguns fragmentos de obras.

Os dois nomes de maior destaque na literatura atuavam no âmbito da poesia


foram Calímaco (que escreveu hinos, epigramas e dois poemas épicos)
e Teócrito (responsável pela criação do gênero pastoril.)

Também neste período surgiu no teatro a chamada comédia nova, que


representava as paixões dos cidadãos comuns e teve Menandro como principal
representante.

O helenismo e a filosofia
O período helenista também foi marcante para a filosofia.

Neste período, a forma de pensar ocidental, até então predominante apenas na


Grécia, é expandida para outros locais.

Também foi durante o helenismo que novas escolas filosóficas como


o estoicismo, o epicurismo, o cinismo e o ceticismo surgiram.

O helenismo e a ciência
As descobertas científicas ocorridas no período helenista são úteis até os dias
atuais.

Neste período, teve destaque o grande matemático Arquimedes de Siracusa,


que descobriu o cálculo integral, a lei da impulsão e inventou o planetário e a
bomba aspirante.

No domínio da astronomia, Hiparco de Niceia atribui ao ano solar a duração


de 365 dias e Aristarco de Samos mostrou que o Sol era parte central do
sistema planetário.

No âmbito da medicina, Herófilo foi um dos nomes de maior destaque.


Considerado o fundador da anatomia, conseguiu distinguir, através de seus
estudos, o cérebro do cerebelo, descrever o duodeno, o pâncreas e a próstata.

Ele também foi responsável por descobrir o ritmo do pulso, estabelecendo


através da matemática a sístole e a diástole

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